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segunda-feira, 23 de setembro de 2019

A Convidada escolhe: "A Sétima Porta"

Uma grande parte da ficção deste livro decorre em Berlim, nos anos  da implantação do nazismo que antecederam a 2ª Guerra Mundial.

O livro remete-nos para a deterioração das relações de amizade e vizinhança, vividas entre grupos de judeus e alemães; tempos sombrios em que até os elos familiares mais sólidos se quebravam facilmente.

Aborda também a forma como o regime nazi tratou os deficientes, primeiro com esterilizacões forçadas e depois simplesmente eliminando-os, invocando doenças repentinas de que nunca sofreram.

A personagem principal - Sophie - foi uma rapariga  alemã, de coragem que, em contraciclo, se apaixona por um judeu, com 70 anos.

Era uma adolescente muito ousada e irreverente que perdeu a grande admiração que tinha pelo pai, quando o viu apagar todos os sinais da sua ideologia comunista e aderir aos ideais nazis.

Ao longo do livro vamos acompanhar o seu percurso até à idade adulta, a sua forte relação com o irmão autista (que sempre protegeu) e conhecer as suas escolhas, bem como a forma como desafiou os poderes instituidos, (pondo em perigo a sua própria vida), sendo sempre uma jovem com um forte sentido de humanidade, que nunca desistiu dos seus amigos.

Entre esses amigos encontramos Isaac Zarco que lidera um grupo de judeus activistas que incluía artistas de circo com características que o regime nazi não aceitava e, mais tarde, dizimou: anões e pessoas com malformações diversas.

Isaac Zarco era um judeu que tentava descodificar os manuscritos do seu antepassado Berequias Zarco e estava convencido que, fazendo-o, salvaria o mundo do caos que os tempos anunciavam.

Ao terminar este livro , fiquei com aquele vazio característico quando se acaba um bom livro: aquele que nos tráz as personagens  à mente durante uns dias.

Adorei este livro e recomendo-o vivamente.

Palmira Estalagem

2 comentários:

  1. É um escritor tão popular mas eu nunca li nada do Zimler...

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  2. Olha que vale a pena, Belinha! As bibliotecas têm a maior parte dos seus livros. Beijinhos

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