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terça-feira, 30 de janeiro de 2024

"O Grito de Guerra da Mãe Tigre" de Amy Chua

Se me ponho a pensar nos livros que tenho na estante por ler e que me poderiam trazer uma boa aprendizagem, entro em stress :)  Este já cá morava há muito, muito tempo! Peguei nele ao calhas quando arrumava um pouco as minhas estantes desorganizadas e o título, e as frases que constam na capa chamaram-me a atenção. Bastou abrir e ler umas páginas para querer ler o resto de enfiada!

"Até onde irá uma mãe para educar os seus filhos? Conheça a história de Amy Chua que tem provocado polémica em todos os países onde foi publicado".

O marido da autora é americano, judeu, e, antes de casarem, estipularam que a educação dos filhos seria feita por Amy, segundo os princípios em que ela tinha crescido. Não vos consigo falar neles sem que uma crítica a esses métodos esteja implícita nas minhas palavras. Situações houve que achei de uma crueldade imensa e sem sentido. A busca da melhor nota para todas as disciplinas, o pouco relacionamento fora da escola que as filhas do casal tinham com as colegas, as horas e horas passadas junto ao piano e ao violino...

A única razão pela qual tive esperança que algo mudasse foram as próprias palavras da autora no início desta obra: (...) "Pretendia ser a história de como os pais chineses são melhores a educar os filhos do que os pais americanos. Porém, em vez disso, é sobre um amargo choque de culturas, uma fugaz amostra de glória e sobre como uma menina de treze anos me fez sentir humilde."

Ainda agora não tenho palavras para explicar o que senti ao ler este livro. O choque de culturas é tão, mas tão marcante que dei por mim com o coração apertado por todas as meninas que são obrigadas a passar pelo exagero que a idealização do "filho perfeito" pode trazer. 

Gostei muito, mesmo muito desta leitura recheada de momentos em que a educação de uma mãe pela busca da educação perfeita pode chegar a extremos e a momentos a que não posso de deixar de chamar cruéis. Bárbaros, até. Fiquei muito impressionada.

A polémica referida na capa tem razão de existir.

Terminado em 26 de Dezembro de 2023

Estrelas: 6*

Sinopse

O Grito de Guerra da Mãe Tigre é a confissão de Amy Chua, filha de pais chineses, é uma brilhante professora de direito na Universidade de Yale,. A autora decidiu educar as filhas tal como tinha sido educada: com um grau de exigência absolutamente maníaco. Obrigou a mais velha a estudar piano, a mais nova a estudar violino. Quatro horas por dia e o dobro aos fins de semana. Proibiu a TV, os jogos de computador, as dormidas fora de casa, as peças da escola. E impôs que tivessem nota máxima em todas as disciplinas. Sophie cumpriu. Lulu revoltou-se. E a vida em família transformou-se num campo de batalha. O Grito de Guerra da Mãe Tigre é a história de um sucesso e a história de um fracasso. Narrado com uma honestidade arrepiante, com uma crueldade que choca, é pontuado por um humor que surpreende a cada página. Best-seller em todos os países onde foi traduzido, o livro obriga o leitor a repensar o papel que os pais desempenham na vida dos filhos.

Cris

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

A Convidada escolhe: Capitães da Areia

Capitães da Areia”, Jorge Amado, 1937

Este é o livro de Jorge Amado mais vendido em todo o mundo. A sua primeira edição foi apreendida e queimada em praça pública pelas autoridades do Estado Novo, tendo levado Jorge Amado a exilar-se posteriormente na Argentina e no Uruguai. Só em 1944, “Capitães da Areia” voltou a ter uma 2ª edição, a que se seguiram muitas outras quer no Brasil quer no estrangeiro.

Capitães da Areia” foi a obra escolhida pelo Círculo de Leitura da UNISSEIXAL para o arranque deste ano de 2024. Certamente porque se trata de pessoas que leram Jorge Amado quando eram jovens e que quiseram recordar uma leitura talvez já apagada na memória, ou relembrar uma leitura que dificilmente se esquece. Os Capitães da Areia são crianças abandonadas, rapazes órfãos entre os 8 e os 16 anos, que vivem do furto, do truque, da manigância para sobreviver. Sem casa, sem escola, sem progenitores nem familiares, o seu mundo é a rua, já que a sociedade os abandonou. Logo no início do livro, nas cartas à redacção do Jornal da Tarde, estas crianças e as suas actividades são pintadas com cores carregadas – “aventuras sinistras”, “actividade criminosa”, “tenebrosa carreira do crime”, “jovens bandidos”, “terrível chefe dos Capitães da Areia” – em contraponto com a adjectivação usada para referir os alvos dos jovens delinquentes – “linda criança”, “distintas famílias”, “trabalho honesto”, “ honrado comerciante”, ilustre chefe da Polícia”. Para “resolver” este problema da delinquência infantil lá estão os juízes, os polícias e os psicólogos que, ora se elogiam ora entram no jogo de passa culpas. No topo desta arquitectura, os reformatórios que apenas são denunciados por uma costureira de seu nome Maria Ricardina que, numa carta chama ao reformatório “inferno em vida” (pág. 28) ou o padre José Pedro que confirma as palavras de Maria Ricardina, dizendo que lá as crianças são tratadas como feras, o que, aliás, será confirmado mais tarde no inesquecível capítulo “Reformatório” (págs. 194 a 212).

Capitães da Areia” divide-se em três partes. A primeira em que nos são apresentados alguns dos jovens como Sem-Pernas, João Grande, o Professor, o Gato, Querido-de-Deus, Pirulito, Boa-Vida, Volta Seca, Barandão ou Almiro, com destaque para o chefe Pedro Bala. Viviam num velho trapiche abandonado, eram solidários na trapaça e no infortúnio, as suas gargalhadas eram ruidosas e livres e “a liberdade era o sentimento mais arraigado nos seus corações” (pág. 82). Sem regras, os seus planos eram fruto da oportunidade, da imaginação e da luta pela sobrevivência, mas eram leais e respeitavam o seu chefe natural.

A segunda parte do romance tem a ver com a chegada de Dora ao abrigo dos Capitães da Areia. Habituados a ver as meninas como meros objectos das suas pulsões sexuais e para quem o sexo significava “derrubar a negrinha no areal”, Dora, órfã de pais mortos pela epidemia de varíola, é poupada porque Pedro Bala assume o seu papel de chefe respeitado por todos. Dora, integrada no grupo dos Capitães da Areia, irá desempenhar um papel maternal naquele meio de crianças carentes que descobrem nela, pela primeira vez a mãe e a irmã que nunca tinham conhecido, e também uma brava companheira na luta pela sobrevivência. E o amor que ela desperta é descrito por Jorge Amado de forma muito bela e poética, inesquecível.

A última parte – Vocações – é o desenlace naquelas vidas de crianças, iguais no infortúnio, mas todas diferentes nos destinos que vão seguir. É inevitável, elas deixarão de ser crianças, vão crescer e irão seguir o seu caminho. Se uns seguem a via da malandragem, há quem concretize o seu talento para desenhar, quem siga o chamamento de Deus e venha a ser padre, quem se junte a Lampião “seu padrim”, quem ouça a voz do pai que morreu a lutar. Pedro Bala, filho de estivador morto com uma bala numa greve, tinha todas as características de liderança e a compreensão de que a mudança na sua vida e na vida dos que como ele só conheciam miséria, violência e exclusão passava não pela bondade, nem pelo ódio, mas pela luta. E é o caminho da luta organizada que Pedro vai seguir.

Queria, para terminar, destacar aqui um dos momentos do livro que mais me sensibilizou. O capítulo “As Luzes do Carrossel” quando aos meninos é dada a oportunidade de experimentar um velho carrossel: “Todos estavam silenciosos. Um operário que vinha pela rua, vendo a aglomeração de meninos na praça, veio para o lado deles. E ficou também parado, escutando a velha música. Então a luz da lua se estendeu sobre todos, as estrelas brilharam ainda mais no céu, o mar ficou de todo manso (talvez que Yemanjá tivesse vindo também ouvir a música) e a cidade era como que um grande carrossel onde giravam em invisíveis cavalos os Capitães da Areia. Neste momento de música eles sentiram-se donos da cidade. E amaram-se uns aos outros, se sentiram irmãos porque eram todos eles sem carinho e sem conforto e agora tinham o carinho e conforto da música. Volta Seca não pensava com certeza em Lampião neste momento. Pedro Bala não pensava em ser um dia o chefe de todos os malandros da cidade. O Sem-Pernas em se jogar no mar, onde os sonhos são todos belos. Porque a música saía do bojo do velho carrossel só para eles e para o operário que parara. E era uma valsa velha e triste, já esquecida por todos os homens da cidade” (pág. 73)

21 de Janeiro de 2024

Almerinda Bento







sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

"Carta à Minha Filha" de Maya Angelou

O título deste livro remete-nos para uma filha que Maya Angelou nunca teve. É, no fundo, dirigido a todas nós, mulheres. Para as que foram vítimas de abusos de qualquer espécie, para as que sofrem com injustiças, para as que lutam por alcançar os seus objectivos de igualdade. Para todas!

A lição maior que nos transmite: "Podes não controlar todos os acontecimentos da tua vida, mas podes decidir não deixar que eles te debilitem."

São pequenos textos onde recorda a sua vida, momentos ora divertidos ora impressionantes, lições que aprendeu com a vida (Maya foi uma mulher de sete ofícios), vida essa onde a lamentação não teve lugar mas onde o preconceito racial esteve sempre presente. Activista, lutou sempre pelos direitos das mulheres e esse foi um dos seus campos de batalha.

"Sei Porque Canta o Pássaro na Gaiola", foi o único livro que tinha lido dela (opinião aqui) e é uma leitura muito forte, sobretudo pela descrição de factos passados na sua vida. Um livro duro mas que demonstra uma força que a fez superar as dificuldades que se lhe atravessaram no caminho. E não foram poucas...

Gostei muito deste testemunho!

Terminado em 25 de Dezembro de 2023

Estrelas: 5*

Sinopse

Maya Angelou tinha 17 anos quando, de uma relação fortuita e infeliz, nasceu o seu primeiro e único filho. Foi a maior dádiva de uma relação sem amor, mas teria muitas outras ao longo de uma vida extraordinária. E teria muitas “filhas” também: as milhares de mulheres de todo o mundo que nela encontraram uma referência, uma permanente fonte de inspiração.
Uma delas chamava-se Oprah Winfrey. E foi a pensar nela, nos recados e mensagens que lhe enviou ao longo de décadas, que Maya Angelou decidiu fazer este livro. Reuniu aqui, em 28 textos, que sintetizam décadas de experiência – e a sabedoria acumulada ao longo delas.
Numa voz sempre poética, terna e calorosa, a autora fala de si, da sua infância e adolescência, e de um caminho onde todos os obstáculos foram sendo superados. Nesta pequena obra, onde cada palavra conta, devolve-nos as suas memórias, a sua relação com o mundo, discute o papel da raça e do racismo, do medo, do amor, do papel da mulher.
Carta à Minha Filha é um livro que não se explica, que não se resume. É uma voz vertida no papel, que nos envolve, aquece e guia.

Cris

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

"Os Soldados Fantasma" de José Manuel Barata-Feyo

O título deste livro interessou-me de imediato. As palavras que o acompanham também: " A história ignorada dos mil portugueses que combateram os exércitos de Hitler em França.".

É um livro de não-ficção escrito por um jornalista que merece o meu respeito. A escrita é directa, sem floreados, com muito trabalho de pesquisa sobre esses jovens voluntários que combateram sem grandes equipamentos nem grande preparação os exércitos de Hitler, integrados no exército francês. 

Poucos são os dados concretos existentes e a história pessoal desses homens é desconhecida. É difícil seguir-lhes o rasto e as próprias famílias, muitas das vezes, desconhecem as suas histórias. Por isso este livro é importante pelo longo trabalho de pesquisa efectuado.

Os voluntários estrangeiros, onde muitos portugueses se integraram, foram, quase sempre, como diz o autor, mal treinados, mal equipados e mal comandados. Por essa razão, os casos em que alguns desses homens se destacaram pelo seu comportamento exemplar e bravura foram dignos de relevo.

Algumas fotos e textos da época trazem um aspecto mais real destas histórias que ficaram por contar, destes homens bravos desconhecidos. 

Uma lição de história que se lê, na quase maioria das páginas, com muito interesse. Alguns aspectos poderão, com o seu detalhe exaustivo, tornar a leitura mais lenta. Uma leitura enriquecedora com esta visão global do mundo naquela época!

Terminado em 29 de Dezembro de 2023

Estrelas: 5*

Sinopse

A história ignorada dos portugueses que combateram os exércitos nazis em França Uma investigação inédita com documentos exclusivos Este livro é um contributo para que se faça alguma justiça à memória dos portugueses que, nos tempos de trevas e de barbárie da 2º guerra mundial, se sacrificaram, maioritariamente até à morte, pela liberdade – a da França, a da Europa e a nossa própria. Nele o jornalista José Manuel Barata-Feyo, após uma longa investigação, recupera a história dos voluntários portugueses que integraram o exército francês depois da declaração de guerra da França à Alemanha, a 3 de setembro de 1939.

Cris

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

"Uma Breve História dos Tratores em Ucraniano" de Marina Lewycka

Um tijolo este livro. As suas quase 380 páginas lêem-se rapidamente e com um gosto cada vez mais apurado, dado algumas referências históricas que, a meu ver, valorizam a leitura. Sempre bem integradas na história, mantendo o interesse no leitor atento.

A trama relatada gira à volta de uma família ucraniana refugiada em terras de Sua Majestade. Inglaterra é o país que os acolhe mas as vivências familiares do país de origem estão sempre presentes e o confronto cultural marca presença, aqui nestas páginas. 

Nadezhda e Vera, filhas do casal, nunca se deram bem. Feitios diferentes, atitudes perante a vida diferentes também. A morte da mãe trouxe ao de cima ainda mais quezílias familiares. Até ao dia em que o pai, um senhor bastante excêntrico, arranja uma namorada com metade da sua idade. As irmãs acabam por unir esforços para tentar travar aquilo que consideram o "golpe do baú"!

Situações engraçadas, que fazem o leitor esboçar um sorriso, estão na base de toda uma história que nos faz pensar. A fragilidade que a idade traz, a perca de discernimento e a dificuldade de aceitação dessas limitações estão espelhadas muito bem nesta história. 

Uma viagem a aspectos históricos da Ucrânia / Rússia que gostei muito de conhecer.

Terminado em 23 de Dezembro de 2023

Estrelas: 5*

Sinopse

Uma curiosa história de tratores. Uma dramática história de família. A Sempre atual história da Ucrânia.

Nadezhda e Vera, irmãs ucranianas que cresceram com os pais, refugiados, em Inglaterra, nunca se deram bem. Porém, quando a mãe morre, sentem necessidade de se aproximar, porque o novo amor do pai, Valentina, que tem metade da idade dele e um gosto por roupa interior sensual e por tudo o que é fácil, rápido, valioso e ocidental, parece-lhes uma aproveitadora.

O pai, por sua vez, já envelhecido e senil - e longe de ser tão rico quanto Valentina crê —, deixa-se seduzir pela juventude que a namorada, também ucraniana, lhe oferece, prosseguindo a escrever a história dos tratores, tarefa que julga desígnio de vida. Nadezhda e Vera vão ter de se empenhar para que Valentina, ciclone de artimanhas e oportunismos, não lhes vire a família do avesso e desvende segredos amargos, incluindo aquele que explicará a razão pela qual as duas irmãs são tão diferentes...

Um romance perspicaz, leve e incrivelmente divertido. Uma perspectiva raríssima, e tão estranhamente atual, sobre os últimos sessenta anos da Europa.

Cris

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Para os mais Pequeninos: "Bing e as Quatro Estações"


Bing é um animalzinho simpático, divertido e sobretudo com muita vontade de aprender. Os seus amigos (o Flop, a Sula e o Pando) estão sempre prontos para o ajudar e vice-versa. Gostam muito de andar na natureza a observar tudo o que se passa, independentemente das estações do ano.

E está criado o mote para quatro histórias, uma história para cada estação do ano, cheias de cor, utilizando as cores predominantes de cada estação do ano. As ilustrações são "fofinhas", creio que os miúdos vão adorar.

Pelo meio, como se pretende, são retratadas situações do dia a dia com pitadas de ensinamentos. Aprender  com a diversão que a leitura pode proporcionar!

Livro ainda gorducho de capa dura e muito colorido.

 

 

 





Cris


quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Resultado do Passatempo "Toca a comentar!" - Mês de Dezembro

Anunciamos o vencedor deste passatempo referente ao mês de Dezembro.

Este é o link para o post onde se encontra anunciado o passatempo.

Assim, através do Random.Org, de todos os comentários efectuados nesse mês, foi seleccionada uma vencedora! Foi ela:

Alexandra Guimarães

Parabéns! Terás que comentar este post e enviar um email para otempoentreosmeuslivros@gmail.com até ao próximo dia 22, com os teus dados e escolher um de entre estes dois livros:

Cris

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

A Convidada Escolhe: “As Meninas Proibidas de Cabul”

As Meninas Proibidas de Cabul”, Jenny Nordberg, 2014

Jenny Nordberg, jornalista sueca premiada conhecida pelos seus trabalhos de investigação, escreveu este seu “As Meninas proibidas de Cabul” entre 2009 e 2014 o qual ela classifica logo a abrir como “um relato subjectivo”. Com o subtítulo “A tradição secreta de resistência e luta das meninas afegãs” este trabalho foi considerado Livro do Ano pela Publishers Weekly. Este meu texto sobre o livro faço-o recordando aquela mulher afegã, de burka, que em Outubro de 2000, no edifício das Nações Unidas em Nova York, perante dezenas de activistas feministas da Marcha Mundial das Mulheres, fez um relato emocionado sobre a opressão das mulheres afegãs; os milhares de mulheres e homens que em 2022 tentavam desesperadamente fugir do horror de um regime totalitário dos talibãs; a iraniana Narges Mohammadi, jornalista e activista dos direitos humanos, galardoada com o Prémio Nobel da Paz em 2023, que afirmou “continuarei no Irão e continuarei o meu activismo, mesmo se passar o resto da minha vida na prisão”.

À medida que vamos lendo “As meninas proibidas de Cabul” é a palavra “resistência” que nos ocorre.

27 de Dezembro de 2023

Almerinda Bento