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terça-feira, 31 de agosto de 2021

"Quando Acabar Este Livro, Vai Saber Fazer Croché" de Zoe Bateman


Não vos consigo dizer se o título corresponde à verdade porque sei fazer croché desde miúda mas o que é certo é que nos vamos esquecendo de alguns pormenores e outros há que são sempre uma novidade!

Os meus olhos ficaram logo nos cestos que estão na capa e ainda vou fazer um. Dá para muita coisinha que se acumula pela casa fora e ficam muito giros! Também dá para fazerem cachepots para os vasos com as mesmas instruções. Ficam catitas!

Partindo das instruções do cesto branco e porque tinha um rolo de trapilho em casa, fiz um cesto para o WC. Frascos, escovas e afins assim estão mais arrumados. Não foi nada difícil nem demorado mas se não tiverem experiência acredito que demorarão um pouco mais. Mas o próximo ficará melhor. Treinar, treinar...

O livro tem ideias simples mas úteis e bonitas. Bolsas com fecho, gorros, cachecóis, tapa-orelhas bem giros por sinal, máscaras para tapar os olhos e dormir...






Cris


segunda-feira, 30 de agosto de 2021

"A Outra Metade" de Brit Bennett


Ouvi falar tão bem deste livro que as minhas expectativas estavam "em alta". E não posso dizer que não gostei, porque li o livro rapidamente e com interesse. A escrita é atraente e o leitor fica agarrado com o enredo. 

Creio, no entanto, que algumas questões afloradas poderiam ter sido mais exploradas. Por exemplo: há uma personagem que é transexual e a sua mudança física não foi isenta de sofrimento. Esse aspecto poderia ter sido mais desenvolvido. Teria gostado que isso tivesse acontecido mesmo que tal significasse ter mais algumas "valentes" páginas. A história merecia e a escrita, boa como é, suportava lindamente mais 50 páginas, caso fosse necessário.

Alguns aspectos foram, também, estranhos para mim. Uma das personagens principais assume uma identidade que achei pouco plausível que aconteça na vida real mas "who knows?"

Se refiro estes aspectos foi porque tive mesmo pena de ter sentido isso porque, como referi, as minhas expectativas eram muito altas. Li em conjunto com duas amigas que gostaram muito... Experimentem, é o que vos digo. 

Como pano de fundo vão encontrar uma sociedade (americana) no séc. XX que se rege por condutas nada tolerantes, muito racistas, discriminatórias. Como fugir e/ou lutar contra? Quem somos? Quem queremos e podemos ser? O que estamos dispostos a fazer para tal? Uma saga familiar que, mesmo com os pontos referidos, gostei muito de conhecer.

Tradução de Tânia Ganho. Que mais é preciso dizer?! 😀 Nada a apontar, claro!

Terminado em 14 de Agosto de 2021

Estrelas: 4*+

Sinopse

As gémeas Stella e Desiree Vignes, tão idênticas de feições quanto diferentes de feitio, nasceram para contrariar a profecia.

Geração após geração, a comunidade negra desta pequena localidade, no Estado sulista de Luisiana, esforça-se por aclarar o tom da sua pele, favorecendo os casamentos mistos. Desiree e Stella são disso um bom exemplo, com a sua pele «cor de areia húmida», olhos castanho-avelã e cabelo ondulado. Mas a aparência não basta para as livrar do estigma, e acabam por assistir à morte violenta do pai, à humilhação da mãe depois disso.

Aos dezasseis anos, escolhem fugir juntas da terra sufocante. Pretendem escapar ao seu sangue e libertar o seu futuro. Mas a fuga para Nova Orleães acaba por ditar o afastamento das irmãs, até então inseparáveis.

Cris

domingo, 29 de agosto de 2021

Ao Domingo com... Filipa Pimenta e Ivone Patrão

Por Filipa Pimenta, 

Escrito em conjunto com Ivone Patrão. 

Autoras da coleção infantil Pactor Kids (4 livros publicados)





Num dia de sol, em 2019, eu e a Ivone Patrão, ambas psicólogas, investigadoras e docentes no ISPA, dirigimo-nos ao habitual local de almoço. Perto do ISPA e junto ao rio, sentámo-nos na esplanada com os nossos computadores – companhia habitual dos nossos almoços. O ritual era quase sempre o mesmo: pedíamos as nossas saladas de legumes assados e chévre, falávamos das investigações em curso, refletíamos sobre os estudos do ano seguinte, analisávamos os progressos dos alunos que orientávamos, trocávamos ideias sobre as aulas que dávamos. Mas nesse dia houve uma mudança no ritual. 

Debaixo do sol quente de verão e com o Tejo a brilhar à nossa frente, decidimos não abrir os computadores e ter um almoço sem trabalho no prato. Falámos então das praias que adoramos e cujos areais já estávamos a aproveitar naquela altura do ano, aos fins-de-semana (costumamos passá-los quase na mesma praia, entre o Carvalhal e Troia), falámos dos projetos para as férias e dos filhos (ambas temos filhos pequenos, com poucos anos de diferença). 

Perdemo-nos nas conversas sobre os miúdos, tal como faz a maior parte das mães! Há sempre mais uma história que nos faz as delícias partilhar. Na altura em que os coloridos pratos de legumes e queijo derretido aterraram na mesa, já tínhamos saltado das histórias sobre os nossos filhos para as histórias que contamos aos nossos filhos. Eram histórias sempre com um propósito particular, mediante o dia. Se o dia tinha sido difícil, depois de ouvirmos o que se tinha passado, como se sentiam, contava-se uma história de superação, de resiliência (por exemplo, um urso pequeno que quer subir a uma enorme montanha; acha inicialmente que não é capaz, mas depois há uma transformação, pela tentativa e através do apoio, e lá descobre em si recursos que o ajudam a superar o desafio). Se o dia tinha sido marcado por uma situação de grande birra, com visível dificuldade em gerir as emoções, lá se inventava uma história sobre gestão emocional, por exemplo, de uma estrelinha que certo dia numa fúria muito grande por não poder continuar a brincar, partiu um brinquedo; a seguir teve a oportunidade, com o apoio emocional da mãe, de aprender estratégias para melhor gerir as suas emoções.

“E se nós publicássemos isto num livro...?”

A pergunta não teve uma resposta óbvia ao início. Tanto eu como a Ivone estávamos habituadas a escrever artigos científicos com os dados da nossa investigação ou capítulos de livros para manuais técnicos, na área da psicologia clínica e da saúde. Um livro infantil nunca tínhamos escrito.

Mas entre uma garfada e outra as páginas imaginadas do livro começaram a ganhar forma. O livro seria composto por uma história infantil com um propósito claro: promover na criança uma competência que fosse importante para o desenvolvimento saudável. Depois vinham as estratégias, descritas de forma clara e com exemplos práticos, direcionadas aos pais (uma secção de Dicas Parentais). “E não nos podemos esquecer dos Professores e Educadores” – disse a Ivone, habituada a trabalhar com esta população. “Eles têm igualmente um papel muito importante na promoção de competências nas crianças”. E assim, juntámos às páginas deste livro, ali imaginado, uma secção para professores e educadores, com uma atividade para implementar na escola, em sala de aula. Como somos investigadoras, a ciência tinha de estar aqui de forma destacada e por isso decidimos que a última parte do livro apresentaria uma breve contextualização científica, uma pequena revisão da literatura, sobre a competência que estávamos a promover com o livro.

Por altura do café, o tema já era outro. “E por onde começamos?” As ideias sucediam-se como as ondas do Tejo, que se atiravam voluntariosas contra o passeio marítimo, uma atrás da outra. “Temos de falar da autoeficácia, da crença de ser capaz de atingir objetivos. Mas não podemos deixar de parte a autoestima (a baixa autoestima é hoje em dia uma questão clínica tão frequente, já em crianças)”. E a autoregulação emocional? É imperativa. Muitos são os pais que nos procuram no consultório com dificuldade na gestão das emoções em crianças, já a partir dos 3 anos.

Esta parecia ser a decisão mais difícil: que tema escolher...? Eram todos tão importantes, cruciais para o crescimento que nós, como mães, queremos para os nossos filhos: um crescimento extraordinário.

“E se em vez de um livro, escrevêssemos uma coleção de livros?”. Lembro-me do olhar da senhora que nos levou o multibanco para pagarmos o almoço, chegando-se a nós precisamente quando foi verbalizada em voz alta esta pergunta, com a certeza de se ter tido uma epifania. Lembro-me que sorriu, provavelmente por algo que pensou sobre o seu dia, e não necessariamente sobre o que tinha acabado de ouvir na nossa mesa.

Passadas poucas semanas pusemos mãos à obra. Outras poucas semanas decorridas recebemos um abraço confiante da Editora PACTOR, que acolheu este projeto. Assim que escrevemos a primeira história, a talentosa Mónica Catalá deu-lhe vida com magníficas ilustrações.

E assim nasceu a coleção Outstanding Growth e uma nova chancela dentro da editora – a PACTOR Kids.

Os três livros que já estão publicados pretendem o que nós desejamos para os nossos próprios filhos: promover competências que permitam aos mais pequenos um crescimento extraordinário, saber que são capazes (“O Urso Tobias que queria ver a lua de perto”), com uma boa capacidade para gerir aos emoções em momentos desafiantes (“A estrelinha que muda de cor”), com a capacidade para se divertirem com e sem o uso de ecrãs (“O pássaro Nimas dá asas à diversão”), com a capacidade de gostarem de si próprios, entre muitas outras competências e histórias, que em breve crescerão extraordinariamente nas prateleiras das livrarias. 

Olhando para trás, aquele almoço em que nos comprometemos a não trabalhar gerou um dos melhores compromissos que temos hoje em dia em mãos e que tanto gostamos. 

Sobre as autoras: 

Filipa Pimenta


Psicóloga Clínica e da Saúde, com mestrado e doutoramento em Psicologia da Saúde (ISPA). Terapeuta familiar e de casal (SPTF). Desenvolveu, durante 20 anos, intervenção clínica no Serviço Nacional de Saúde (SNS), com crianças, jovens e famílias. Docente e investigadora no ISPA e no Applied Psychology Research Center Capabilities and Inclusion (APPsyCI), com publicação de vários artigos científicos e livros. Coordenadora do Projeto #GeraçãoCordão – Comportamentos e dependências online. Coordenadora do livro Intervenção em Ciberpsicologia. Coautora do jogo Missão 2050 – Promoção do uso saudável das tecnologias.

Ivone Patrão



Reconhecida Psicóloga Clínica e da Saúde, com mestrado e doutoramento em Psicologia da Saúde (ISPA). Terapeuta familiar e de casal (SPTF), desenvolveu, durante 20 anos, intervenção clínica no Serviço Nacional de Saúde (SNS), com crianças, jovens e famílias. É também docente e investigadora no ISPA e no Applied Psychology Research Center Capabilities and Inclusion (APPsyCI), com publicação de vários artigos científicos e livros. Coordenadora do projeto #GeraçãoCordão – Comportamentos e dependências online, que deu origem a um livro de sucesso. Coautora do jogo Missão 2050 – Promoção do uso saudável das tecnologias.


Texto da autoria de Filipa Pimenta com o apoio de Ivone Patrão

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

"As Histórias Que Não Se Contam" de Susana Piedade


Depois de ter lido este livro da Susana e ter-me sentido em casa tanto com a sua escrita como com a história narrada, quis ler esta sua primeira obra. A ida a um clube de leitura cujo tema se enquadrava foi a razão que precisava para o ir buscar à pilha de livros por ler.

E a sensação que tive ao ler "O Lugar das Coisas Perdidas" voltou. A história prende, a escrita envolve, o drama e a dor existem mas, no fundo, a esperança. 

Aqui são três mulheres que, por alguns acasos, bons e maus, se encontram. E nasce uma amizade que as une, devagar mas consistentemente.  Todas com os seus segredos que querem guardar para si, como se se os mantivessem fechados, encerrados, eles pudessem magoar menos. A dor de quem sofre e não quer mostrar, falar nela porque doi.

A Ana e a Isabel perderam alguém e estão num processo de luto que não sabem como fazer. As perguntas, a angústia, a solidão. A Marta passou de uma infância repleta de maus tratos para uma relação violenta com um homem que julga amar. Por mais que tente nada o satisfaz! O medo constante, as "quedas" que se sucedem cada vez com mais frequência, a insegurança, o sentir-se "lixo" em vez de pessoa. 

Há histórias que não se contam. Até um dia.

Muito bem narrada, esta história agarra-se-nos à pele. Gostei muito.

Terminado em 8 de Agosto de 2021

Estrelas: 5*+

Sinopse

Ana pergunta-se como seria hoje o seu dia-a-dia se tivesse sabido detetar no namorado os indícios da doença que o levou inesperadamente. Isabel, seis meses depois da tragédia que lhe virou a vida do avesso, ainda se sente culpada por não ter chegado a horas ao infantário naquela tarde de chuva. Marta, que ousou abandonar, ainda adolescente, uma casa onde era maltratada, não tem agora a coragem de confessar que o amor em que apostou tudo está longe de ser um mar de reste livroosas.

São três mulheres jovens, com a vida inteira pela frente, mas para quem o presente se tornou um fardo difícil de carregar e o futuro um tempo sem qualquer esperança. Quem poderia entender a sua dor incomparável? Para quê, então, contarem as suas histórias? Um acidente acabará por cruzar estas três desconhecidas num lugar onde muitas vidas se perdem, mas que para elas representará sobretudo o nascimento de uma amizade que lhes vai permitir lutarem contra o sofrimento e recuperarem aos poucos o ânimo e a vontade de viver. Porque quanto maior é o drama, maior tem de ser a partilha.

Com uma linguagem cuidada e uma estrutura francamente original, este belíssimo romance de estreia, finalista do Prémio LeYa em 2015, traz para a cena questões de grande atualidade que afetam muitas mulheres e não devem ser silenciadas, e lê-se de um fôlego, mantendo o suspense até à última página.

Cris

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

"Mente Ativa, Corpo Feliz" de A. Gonzaga, H. Maia, M. Sobral e T. Santos

Já tenho este livro há algum tempo. De vez em quando vou folheá-lo. Há sempre qualquer pormenor que prende a minha atenção. Confesso que me lembro sempre de uma época em que procurei pela net algum tipo de exercício (físico e mental) que pudesse ocupar um familiar próximo, distrair e "atrasar" marcas que o tempo não perdoa, ou seja, transtornos neuro-cognitivos.

Ter-me-ia dado muito jeito saber que existem livros apropriados a estimular os cérebros envelhecidos pela vida. Está dividido em exercícios para 52 semanas, segundo alguns temas, podendo, claro está, escolher-se os que achamos mais apropriados. 

As autoras são psicólogas clínicas e terapeutas ocupacionais que trabalham num hospital do Porto. O livro está repleto de questionários que nos parecem simples mas que fazem relembrar e treinar a memória, exercícios de lógica, sugestões que levam o indivíduo a fazer movimentos para treinar também a mobilidade e informações que estimulam a aprendizagem e a memorização. 

As soluções encontram-se nas últimas páginas. Achei o livro com bastante cor, imagens e muito variado nos exercícios que contém, o que, parece-me, leva a que seja muito atractivo para quem precise deste género de estímulos.

Deixo-vos algumas fotos exemplificativas do que referi!








Cris

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Experiências da Cozinha: "Segredos Femininos" de Izabel de Paula


Hoje fui para a cozinha mas não  fui cozinhar! Trago-vos uma receita de um óleo para peles secas, muito secas. 

Já tinha este livro há muito. Não sei precisar mas creio que já foi o ano passado que fui assistir à sua apresentação no El Corte Inglês e foi lá que me apercebi o quanto ele é interessante para quem gosta de fazer cremes (e afins!) em casa. Desde essa altura tenho-o à mão e vou folheando. Tinha marcado este óleo para peles muito secas porque a minha, sobretudo no verão, é deveras seca.

O que não sabia, e tenho aprendido nos workshops e outras dicas que vou ouvindo, é que a pele não precisa só de água. Precisa também de óleo e é a junção destas duas substâncias que constitui a camada de protecção da pele.

Este óleo pareceu-me perfeito e tinha já todos os ingredientes em casa porque gosto muito de fazer "coisas" com óleos essenciais (OE) e já tenho uma farmácia...

Deixo-vos a receita e acrescento que todo o livro é fantástico para quem quiser dicas deste género. Já o marquei todo com post-it!

Para além dos ingredientes que a receita contém juntei 5 gotas de vitamina E e 10 gotas de OE de alecrim. Mas se fizerem como está indicado é perfeito. Podem colocar logo quando saem do banho, ainda com a pele molhada, nas zonas mais secas e espalhar bem. Ponham pouco de cada vez e vão vendo se a vossa pele precisa de mais.

Ficam as fotos:








Palmira e Cris

terça-feira, 24 de agosto de 2021

"Um Dia a Aldeia Acabou" de Nuno Franco Pires

Já tinha este livro há algum tempo na estante porque me foi enviado pelo autor. A hora dele chegou sem alguma razão que, aparentemente, o justificasse. "Chamou" por mim como dizem por aí...

Gostei muito do começo. Às vezes um bom começo predispõe logo o leitor para uma boa história e, se ele promete e cumpre como foi o caso, ainda melhor! Uma vida que começa quando outra se finda, uma golfada de ar e um choro para celebrar a vida por um lado e uma exalação e um fechar de olhos por outro. Mãe e filha, o fim e o começo!

Esta obra percorre várias gerações de uma família que vive numa aldeia no interior Alentejano, perto de Elvas, a aldeia de Santa Isabel, também ela uma personagem muito importante deste enredo, senão a mais importante. Porque o que creio que o autor pretendeu mostrar como pano de fundo foi a passagem de uma aldeia cheia de gente e de vida, a uma outra que foi morrendo aos poucos por falta de gente e de trabalho. Como tantas outras que conhecemos ou ouvimos falar. Como aquelas que povoaram a nossa infância. Poder-se-á reverter esta situação? 

Com capítulos curtos,  uma escrita cuidada mas simples, esta obra merece mais destaque do que aquele que lhe foi dado. Uma edição de autor que poderia muito bem ter uma atenção especial de uma editora para uma revisão mais cuidada. A capa é bonita assim.

Terminado em 4 de Agosto de 2021

Estrelas: 5*

Sinopse

De que são feitas as aldeias senão das histórias que nelas se entrelaçam e lhes dão vida?

Cris

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

"Ensina-me a Voar Sobre os Telhados" de João Tordo

Gosto de ler João Tordo. Creio que os primeiros livros que li dele foram o Hotel Memória e As Três Vidas, antes de 2010 porque não tenho ainda registo no blogue. Gostei e fiquei fã. 

Mesmo assim, gosto de ler os seus livros com intervalos grandes. Há uma melancolia na sua escrita que se me agarra ao corpo e que me faz ler coisas mais leves depois de ter lido um livro seu. Passeando pelas reviews que fiz anteriormente e que estão no blogue, vejo que a sensação que tive ao ler este livro é algo recorrente.

Algumas partes não constituem nem uma leitura fácil nem fluída para mim, outras há em que voo sobre as suas páginas. Mas no final, tudo faz sentido. Neste "Ensina-me a Voar...", marcado por duas histórias separadas temporalmente, aconteceu algo semelhante. Uma das histórias, a que ocorre no tempo presente, foi lida com muito gosto e rapidamente. A outra, que decorre no Japão, foi-me passando pelas mãos com dificuldade e sem perceber o seu sentido completo. 

Claro que depois elas se juntam e, tendo lido já tantos livros de João Tordo, não deveria ficar espantada com alguns detalhes que mudam e alteram a história... mas fico. E isso é surpreendente para mim. No entanto, sobretudo pela história contada no tempo passado, não achei este o seu melhor livro não deixando, na mesma, de ser bom. Vejam por vocês. 

Terminado em 31 de Julho de 2021

Estrelas: 4*+

Sinopse

Algures entre o sonho e a mais pura realidade, Ensina-me a Voar Sobre os Telhados é um lugar onde um pai e um filho aprendem a amar-se, é um espaço onde se procura aceitar dores antigas e abraçar a fragilidade humana. Um romance que é uma elegia à beleza imperfeita da vida.

Cris