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domingo, 1 de agosto de 2021

Ao Domingo com... Lénia Rufino


Era uma vez uma miúda que, aos 10 anos, decidiu que queria ser escritora. Assim, sem mais nem menos: “quando crescer, quero contar histórias, quero ser escritora de livros a sério”. Há quem sonhe ser astronauta, certo? Ser escritora pareceu-me ligeiramente mais exequível… Mas estamos em Portugal e o sonho demorou 32 anos a ser concretizado.

Perdi a conta das histórias que escrevi ao longo destes anos. Passei pelas fases todas: a das fanfics, por onde comecei (o primeiro “conto” que escrevi foi uma versão de episódios da telenovela Cinzas, que passava na RTP à data do acontecimento), a da poesia (tenho dezenas de cadernos cheios de poemas - a última contagem já tinha passado dos 1000. Algum se aproveita? Duvido muito!), a dos textos com pensamentos e não propriamente com histórias, a dos micro contos, a dos contos e, finalmente, a do romance. 

Olho para trás e sinto que foram todas estas fases que me consolidaram. Aprendi imenso sobre persistência, motivação e… procrastinação. Tenho os medos todos dos escritores em início de carreira: “e se ninguém quiser ler isto?”; “e se ninguém gostar?”; “e se eu não for capaz de escrever uma história consistente, que faça sentido, que tenha sumo e que fique com as pessoas mesmo depois de acabarem de a ler?”. O pavor da página em branco é real. A Síndrome do Impostor também. Mas nada disso me demoveu de escrever o meu livro e de lutar por ele, para lhe dar vida e fazê-lo chegar ao mercado. 

Mais do que ter escrito uma história que está a tocar as pessoas, gostava muito que o meu caso servisse de exemplo para os autores que têm o mesmo sonho que eu: publicar e serem lidos por muita gente. É por isso que mantenho sempre a porta aberta a quem me procura para falar sobre isto: o processo criativo, de revisão e de edição. Sinto que há uma neblina que se mantém densa em torno deste assunto, como se publicar um livro fosse uma coisa reservada a um Olimpo demasiado estrito. Não é. Também não é “bar aberto e vale tudo”. 

Por isso, se fores um autor à procura de uma porta aberta, fala comigo. E se tiveres lido o meu livro, gostava muito de saber a tua opinião! Adoro conversar com os leitores, sinto que consigo ver o meu livro por prismas diferentes e isso é muito, muito enriquecedor!!

Um último pedido: leiam autores nacionais. Dêem oportunidade às novas vozes, a quem está agora a começar e já tem tanto para dizer. Exemplos? A Susana Piedade, a Márcia Balsas, a Ana Bárbara Pedrosa, e, já mais conceituados, os sempre incríveis João Tordo, Hugo Gonçalves, Nuno Amado e João Pinto Coelho, entre tantos, tantos outros. 

(Obrigada, Cristina, pelo convite e pela oportunidade de falar um bocadinho com os teus leitores!) 

Lénia Rufino

3 comentários:

  1. Muito bom. Gostei de ler. Parabens :))
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    Embriagado...pela solidão dos dias.
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    Beijo e um excelente fim de semana.

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  2. Ainda não li, mas gostava de ler. Obrigada pela partilha.

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  3. É sempre bom ficar a conhecer um pouco mais dos autores. Quanto ao livro, já tinha lido sobre o mesmo e parece-me ser uma boa aposta de leitura.

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