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quarta-feira, 29 de julho de 2020

Experiências na Cozinha: " Cozinhar com Amor"


Há receitas que não precisam de palavras. Bastam as fotos! Esta é uma delas.

É fácil, saborosa e saudável. Não esquecer que sendo um doce não é para comer como se não houvesse amanhã... Para a próxima faço xarope de tamaras e substituo pela geleia de arroz.
Experimentem que vão gostar!









Palmira e Cris

terça-feira, 28 de julho de 2020

"Caminhos de Paixão" de Florencia Bonelli

Não sei se leram a trilogia anterior desta autora. Eu devorei-a. Sei bem que este livro pode ser lido
sem o terem feito, mas é uma grande oportunidade de se envolverem numa trama que não vos vai deixar sossegados sem terminarem os três volumes da trilogia "Cavalo de Fogo".  Já li quando saiu e alguns factos e nomes de personagens vieram-me à memória quando eram referidos aqui neste primeiro  volume desta nova trilogia "Caminhos de Paixão".

Só tenho um reparo a fazer: "Senhores editores podem fazer o favor de se despacharem com a edição dos volumes que se seguem?" É que isto de parar a meio não me agrada. Mesmo nada!

Posto isto, vamos  à história da Diana/Mariyana! E não, não vos vou contar nadinha. Refiro apenas que, para além de uma escrita viciante e pormenorizada, esta autora consegue abarcar vários temas mas com profundidade. O conflito dos Balcãs, que para muitos de nós passou ao lado, é retratado aqui com toda a violência e muito realisticamente.  Impressiona!

A história contada entre duas épocas temporais: uma, no tempo passado recordada pela Diana e refere-se a tudo o que ela e sua família passaram durante esse conflito, que transformou a doce Mariyana na implacável Diana, caçadora de gente que lhe fez mal, e outra, no tempo presente, quando vai para o seu país natal, a Bósnia, numa missão da agência para onde trabalha e é obrigada a enfrentar os "dragões" que a oprimem.

Com descriçôes muito visuais, neste "Aqui hay dragones", título original (que prefiro), o leitor sente na pele as consequências físicas e psicológicas de alguém que sofreu horrores numa guerra sem sentido.

Não se deixem enganar pela capa. Não é um romance doce e cor de rosa. Recomendo muito!


Terminado em 27 de Julho de 2020

Estrelas: 6*

Sinopse
Mariyana Huseinovic adotou o nome de guerra «La Diana» e foi treinada para ser o que mais desejava: uma máquina de matar. Soldado de elite numa agência secreta, é exímia no uso de diferentes armas e na prática de artes marciais. Mas nem sempre foi assim: feliz e amada durante a infância e a adolescência, aos vinte anos Mariyana tornou-se uma das muitas vítimas da Guerra dos Balcãs, vivendo acontecimentos terríveis que a marcaram profundamente e lhe fecharam o coração por muito tempo. Anos depois do fim da guerra, La Diana tem uma missão secreta que a obriga a voltar à Bósnia, a sua pátria, para investigar e ajustar contas com o passado. Mas o destino é traiçoeiro e coloca-lhe na frente alguém que, através do amor, pode reduzir a cinzas a personagem invulnerável que tanto lutou para criar e atrás da qual se protege. Ao mesmo tempo, sabe que o homem que a aterrorizou a procura incessantemente... Conseguirá La Diana superar as dores do passado e seguir em frente? Será capaz de enfrentar quem a maltratou? Poderá ela amar e deixar-se amar novamente? Caminhos de Paixão é o esperado romance de Florencia Bonelli que conta a história de uma das personagens mais admiráveis da trilogia Cavalo de Fogo: La Diana. Uma leitura imperdível e viciante da primeira à última página.

Cris

segunda-feira, 27 de julho de 2020

A Convidada Escolhe: “Rimbaud, o Viajante e o seu Inferno”

Rimbaud, o Viajante e o seu Inferno”, Ana Cristina Silva, 2020

Tenho poucas ou vagas referências sobre Rimbaud. Lembro-me, quando estudante, de ele ser falado na roda de amigos, certamente citado por poetas e músicos da época – Léo Ferré, Georges Brassens – quando a cultura francesa significava resistência e inconformismo e ainda não tinha sido submersa pela anglo-americana. Rimbaud, o Viajante e o seu Inferno” foi o primeiro livro que comprei este ano, quando o desconfinamento nos permitiu voltar às livrarias. Era também um desejo de ler o mais recente livro de Ana Cristina Silva, autora cuja obra venho seguindo com muito interesse.
O livro está organizado em capítulos e dividido em duas partes. Em cada capítulo, a narradora (em itálico) faz-nos seguir o percurso de Rimbaud, introduzindo as principais personagens que marcam a vida do poeta: a mãe, Paul Verlaine, Mathilde Verlaine e a irmã Isabelle Rimbaud. Embora Rimbaud tenha sido considerado o expoente máximo do simbolismo, numa altura em que já tinha abandonado a poesia, a verdade é que ele desprezou esse rótulo nem a sua personalidade é catalogável, de tal forma é complexa e fora dos cânones.
Toda a vida em fuga: dos gritos da mãe, da prisão da escola, da ordem burguesa, da disciplina militar, das grilhetas do(s) amor(es), da fome e do frio, do desprezo dos poetas que não o reconhecem como poeta. Toda a vida em busca: do amor, da eternidade, das palavras com que é feita a poesia, do desconhecido.
Inconformista, colérico, contraditório, a busca sem limites das palavras com que fez poesia quando ainda muito jovem foi igual à ânsia de viajar sem limites. Multifacetado e exímio no manejo das palavras – professor de francês, poliglota, tradutor, marinheiro, empregado num circo, alistou-se na legião estrangeira do exército holandês, foi comerciante e até negociante de armas – procurou fugir à fome e à pobreza e por fim ambicionou enriquecer, fazendo uso das palavras para fazer negócios quando já não as queria para fazer poesia.
Para além das paixões de Rimbaud por Paul Verlaine e pela escrava abissínia, a relação mais duradoura foi com o seu criado Djami, tocante na sua dedicação e amor sem limites, a qual foi interrompida quando a doença de Verlaine o obrigou a regressar à Europa. Ana Cristina Silva não nos quer deixar com a impressão de que a relação entre Rimbaud e a mãe era uma relação de amor-ódio sem matizes. Apesar dos gritos, das repreensões e das proibições que invariavelmente levavam Rimbaud a desaparecer da casa materna, o poeta sente que ele acaba por ser o filho favorito, numa casa onde não havia beijos, nem abraços, nem quaisquer traços de afectividade da mãe para com os filhos. Rimbaud estima as irmãs e consegue estabelecer com elas relações de afecto e de cumplicidade, mas a aspereza da mãe, com a qual sempre conviveu desde criança, é-lhe impossível de suportar. Isabelle escreve ao irmão pedindo-lhe que regresse do deserto etíope e que volte a escrever poesia, tendo em conta a velhice e o desgosto da mãe por o filho estar tão distante. Nos seus pensamentos, Madame Rimbaud questiona-se culpando-se por ter sido demasiado severa com os filhos, mas achando que essa foi a melhor forma de os educar.
Esta é uma breve apreciação ao livro. Outros aspectos interessantes do livro que têm a ver com o período em que Rimbaud e Verlaine viveram (2ªmetade do século XIX) e que lhe dão um pano de fundo são, por exemplo, o facto de Rimbaud ter estado envolvido na Comuna de Paris, de ter sofrido a derrota dessa insurreição e de muitos dos seus amigos terem sido fuzilados. Rimbaud foi amputado na perna direita, tendo morrido em Marselha de cancro dos ossos e Verlaine faleceu cinco anos depois, na miséria. Mathilde, jovem esposa de Verlaine, foi vítima de violência doméstica e as suas hesitações em divorciar-se do marido tinham a ver com o facto de a sua reputação ficar manchada para o resto da vida por causa de ser uma mulher divorciada. Naquela época, “tudo o que dava sentido à vida de uma mulher era a estabilidade do matrimónio.” (p. 83)
Desejo que este livro de Ana Cristina Silva venha a ter o devido destaque e divulgação em sessões com a proximidade entre leitores e escritora que o distanciamento social não tem permitido. Parabéns por mais este livro de análise de sentimentos e personalidades, neste caso de um escritor que, como disse inicialmente, desconhecia.

23 de Julho de 2020
Almerinda Bento


quarta-feira, 22 de julho de 2020

Resultado do Passatempo 10 Anos / Gradiva

Os vencedores destes livros são


Marília Gonçalves
de
Lisboa


Ângela Pereira
de
Viseu


Paula Dinis
de
Melgaço

Resultado do Passatempo 10 Anos / Porto Editora

Os vencedores destes livros são


Anabela Nunes
de
Tomar



Inês Azevedo
de
Lisboa


Marta Sousa
de
Vila Nova de Gaia


Manuel Estalagem
de
Póvoa de Santa Iria



Resultado do Passatempo 10 Anos / Esfera dos Livros


O vencedor deste livro é
Ana Machado
de
SantoTirso



Resultado do Passatempo 10 Anos / Companhia das Letras


O vencedor deste livro é
Daniela Gonçalves
de
Alenquer




Resultado do Passatempo 10 Anos / Marcador


O vencedor deste livro é
Pedro Cravo
de
Matosinhos



Resultado do Passatempo 10 Anos / Manuscrito




O vencedor deste livro é
Inês Oliveira
Torres Vedras


Resultado do Passatempo 10 Anos / Editorial Presença


O vencedor deste livro é
Celina Rodrigues
de
Caldas da Rainha

Resultado do Passatempo 10 Anos / Suma de Letras


O vencedor deste livro é
Patrícia Matos
de
Parede




Resultado do Passatempo 10 Anos / Harper Collins

Os vencedores destes livros são


Carlota Moutinho
de
São João do Estoril



Fernando Amorim
de
Maia


Regina Silva
de
Rio Tinto


Ana Pinto
de
Évora

Resultado do Passatempo 10 Anos / Saída de Emergência


O vencedor deste livro é
Sofia Rocha
de
Vila Nova de Paiva


terça-feira, 21 de julho de 2020

"Manual de Sobrevivência de um Escritor" de João Tordo

João Tordo dirige-se, neste livro, a quem quer ser escritor. "Tu que queres ser escritor"! Mas, há tantas coisas que são tão interessantes para quem gosta de livros, para quem gosta de ler!

Quem não gosta de ouvir falar de escritores e das suas particularidades? De saber como o João começou, quais as decisões que teve de tomar, que conselhos dá, como "olha para a vida"? É este olhar para a vida, o estar atento ao que se passa em redor, que Tordo aconselha o estreante a escritor a fazer. Sempre.

Mas, embora Tordo se dirija constantemente a quem deseja ser escritor, o certo é que este livro interessa a todos que gostem de ler. Numa dada altura, refere que "escritor chora, leitor chora". É tão verdade isto. O leitor sente quando o que está a ler foi sentido pelo autor ao escrevê-lo.

Creio que este livro interessa a toda a gente, mas é uma "bíblia" para quem desejar seguir este ofício solitário. Um conselho de João Tordo: não desistir nunca!

Em abono deste livro posso dizer-vos que, não tendo post-it ao pé aquando do começo do livro (preguiça de os ir buscar!), peguei num lápis e... o livro encontra-se todo sublinhado! Nada de definitivo, pois marquei-o levemente, mas até eu fiquei surpreendida, no final, com a quantidade de coisas que achei interessantes e que queria recordar no futuro.

Terminado em 15 de Julho de 2020

Estrelas: 5*

Sinopse
O que é um escritor? Como vive? Como cria? Como sente? Partindo das suas memórias do ofício, João Tordo esboça neste livro uma espécie de manual para todos aqueles que se interessam pelo mundo da escrita sejam escritores a dar os primeiros passos ou leitores curiosos. Misturando humor e pragmatismo, memórias de vida e conselhos úteis, o autor abre as portas da sua actividade e da sua relação com a literatura e a vida a todos aqueles que experimentam a magia da ficção.

Cris

segunda-feira, 20 de julho de 2020

"Uma Janela Com Vista Sobre os Telhados" de Suzanne Kelman

Quando um livro faz com que avance na "meta" a que me proponho atingir diariamente, "sei" que é merecedor das estrelas que lhe dou agora. Não sei se é prazer de sofrer mas, na véspera, estipulo o que gostaria de ler no dia seguinte. Confesso que a maior parte das vezes não consigo alcançar tais objectivos até porque, de dia para dia, eles "crescem" um pouquito mais...

Neste caso, li mais do que pensei conseguir. Aliás, não consegui parar de ler as últimas folhas porque queria desesperadamente saber se X ia morrer ou se viveria... Queria ambas as coisas, no sentido de que não gostaria que este livro acabasse com "e foram felizes para sempre", mas também, não queria que X morresse. :)

A narrativa tem uma escrita simples, muito fluída e conquista rapidamente o leitor. A acção passa-se em Amesterdão e centra-se na vida de quem viveu aí os anos da II Guerra. Pode-se dizer que o protagonista de fundo é o povo holandês, os que se aliaram aos nazis mas, sobretudo, os que resistiram. Aquele homem ou mulher que, superando o medo, arranjou forças para ajudar e proteger quem necessitava.

Vivi e emocionei-me com o final e diga-se, a bem da verdade, que a autora conseguiu um final feliz q.b., que me fez feliz também, sem ser excessivo.
Para quem leu já muitas histórias sobre este tema, posso dizer que esta é ficcionada mas baseada numa história verídica que a autora ouviu contar e que mostra bem o que o ser humano pode fazer, ultrapassando-se sempre mais. Não vou contar que história foi essa pois isso foi uma das surpresas que tive com este livro e que não seria correto revelá-la.

Posto isto digo-vos que recomendo sim esta leitura. Muito!

Terminado em 14 de Julho de 2020

Estrelas: 6*

Sinopse
1941, Amesterdão está ocupada pelos nazis. Uma inesquecível história de amor, esperança e traição, e um testemunho da coragem da Humanidade nos dias mais negros da História.

Baseado na incrível história verídica de um holandês que contraiu uma doença mortal propositadamente para salvar a vida de um judeu que escondia no sótão da sua casa em Amesterdão. Na Amesterdão ocupada pelos nazis, o professor de matemática Josef Held leva uma vida tranquila, mas a decisão de abrigar um estudante judeu muda para sempre a sua existência. Uma história surpreendente de amor, amizade e esperança, sobre o triunfo do ser humano contra a adversidade.

Cris

sexta-feira, 17 de julho de 2020

"Voando sobre a Vida" de Miguel Mota Carmo

Não sei o que me dá em querer ler livros deste "teor", pesados. Talvez porque ache que os testemunhos de quem já passou por algo que eu nunca passei me alertem e me chamem a atenção para coisas que tomamos por adquiridas.

Sim, acho que essa é uma das razões. Todos sabemos que a vida pode mudar no segundo seguinte mas, no corre corre diário, isso fica esquecido e esperamos que aconteça aos outros e não a nós...

Este testemunho é de alguém que lida todos os dias com a doença porque é médico. Mas a doença bateu-lhe à porta e instalou-se sem pedir licença. Os seus relatos são crus, algo técnicos mas com o cuidado de explicar esses nomes desconhecidos para o comum dos mortais. Sinceramente, às vezes, nem tentei perceber muito bem nem visualizar o que o autor estava a passar. Deve ter sido simplesmente horrível.

Mas o que retive foi a mudança que se operou na sua forma de pensar, na importância da rede de amigos que possuía e na força que lhe era dada pela família. Lá no fundo pensei que o facto de ser médico o ajudou a alcançar com relativa facilidade todos os tratamentos que necessitou... e a sorte que teve em poder chamar de amigos aos colegas que o trataram. A confiança em quem nos está a tratar é fundamental, creio.

Não é livro que se recomende pois os vossos estômagos devem ser fortes, mas é um livro para pensar. Na Vida e na Morte.

Terminado em 8 de Julho de 2020

Estrelas: 4*

Sinopse
Como reage um médico quando descobre estar gravemente doente? A que se agarra um cético homem da ciência quando se vê às portas da morte?

«Não é muito frequente um médico escrever sobre a sua própria doença. Muito menos vivendo-a por dentro, sofrendo-a intensamente passo a passo e, finalmente, vencendo-a em circunstâncias heroicas. É emocionante.
Este subtítulo [O Impressionante e Inspirador Testemunho de um Doente Oncológico, mas Médico] não consegue, por si só, dizer nada do que a leitura vai despertando ao virar de cada página em vertiginosa sucessão de sentimentos, solidariedades e estímulos.
Neste impressionante testemunho de vida vivida nas suas expressões mais violentas, o Doutor Mota Carmo, figura de relevo na galeria cimeira dos melhores cardiologistas, médico de raro prestígio e professor universitário das ciências da vida na saúde e na doença, ensina-nos, nessa cátedra e cartilha que é a experiência pessoal, a ressituar a hierarquia dos valores e o sentido mais profundo e positivo da própria vida.
Este testemunho saído da mais genuína verdade interior acentua bem o lugar e importância do sobrenatural, divino ou paranormal, em todo este processo e em todas as vidas, interpretando-o como o único e mesmo Deus.
Este livro é um autêntico e justíssimo hino de louvor ao Serviço Nacional de Saúde português e à competência e generosidade dos seus agentes. Só por esta atitude de justiça e reparação o livro já merecia ser escrito e lido. Bem-haja quem o escreveu. Feliz quem o souber ler.»
Do prefácio de Vítor Melícias

Cris

quinta-feira, 16 de julho de 2020

"O Comboio das Crianças" de Viola Ardone

Pensei automaticamente, ao ler este título, no fenómeno de popularidade que se tornou "moda" nos últimos anos e que se traduz em imensos livros sobre o Holocausto. Não me estou a queixar, sabem que adoro ler e aprender sobre esse tema.

Uma amiga alertou-me do contrário mas afirmou que ia gostar. E sim, gostei muito. É um livro doce sem ser lamechas, baseado numa história verídica (creio eu) passada no pós II Guerra, em Itália, em 1946. Crianças de famílias pobres napolitanas viajam para o norte para que outras famílias possam temporariamente ajudá-las. Alguns ficam alguns meses, outros acabam por ficar lá para sempre.

Esta história é-nos contada por Amerigo, um menino de sete/oito anos. O seu discurso é próprio de uma criança que já passou por muita coisa mas que, criança como é, não é impedida de sonhar. A sua inocência, a dureza da vida que leva, o comportamento austero da mãe que o cria sozinha, os seus sonhos, a desconfiança que sente ao ser "abandonado" e enviado para o desconhecido, tudo está perfeitamente retratado.

Com um final inesperado, este livro encheu-me o coração!

Terminado em 6 de Julho de 2020

Estrelas: 5*

Sinopse
Amerigo, um menino de sete anos, deixa a vida que sempre conheceu em Nápoles e parte num comboio. Não sozinho, mas no meio de milhares de outras crianças do Sul de Itália que atravessam o país para passarem alguns meses com uma família do Norte, enquanto a sua terra natal se reconstrói do caos e da destruição.

Com o espanto típico de uma criança de sete anos e a astúcia de um rapaz de rua, Amerigo mostra-nos uma Itália que renasce da guerra e conta-nos como, mesmo renunciando a tudo – até ao amor da própria mãe –, é nessa viagem que descobre o seu verdadeiro destino.

Um romance apaixonante sobre uma pequena testemunha de uma Grande Guerra e da sua luta pela sobrevivência e pelo amor. O fenómeno italiano vendido para 25 países que irá derreter o seu coração.

Cris

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Experiências na Cozinha: "Livro de Cozinha da Marta"


Hoje trazemo-vos uma sugestão para as vossas saladas e sopas ficarem mais saborosas! Ficam óptimas em cima do arroz e para além disso são um snack delicioso! Estamos a falar-vos de sementes torradas. Que podem ser torradas simplesmente ou, como é indicado na receita, com shoyu (molho de soja). Fizemos com sementes de abóbora e girassol. 

Experimentem fazer. Não se vão arrepender! Guardem em frascos para preservarem a crocância e só devem ter cuidado para não queimarem. Mexam sempre enquanto estiverem no lume e, juntem o shoyu já fora dele.

Para além de serem muito ricas nutricionalmente, o consumo moderado de sementes faz parte de uma alimentação equilibrada porque possuem gorduras boas.

Vejam as fotos e deliciem-se!






 








Palmira e Cris


terça-feira, 14 de julho de 2020

Resultado do Passatempo "Toca a comentar!" - Mês de Junho

Anunciamos o vencedor deste passatempo referente ao mês de Junho.

Este é o link para o post onde se encontra anunciado o passatempo.

Assim, através do Random.Org, de todos os comentários efectuados no mês passado, foi seleccionado um vencedor! Foi ele:

Ryk@rdo

Parabéns! Terás que comentar este post e enviar um email para otempoentreosmeuslivros@gmail.com até ao próximo dia 15, com os teus dados e escolher um de entre estes dois livros:

 

Cris

"Um Verão Especial" de Elin Hilderbrand

Este livro é o que eu chamo uma leitura de Verão, boa para a praia e dias de sol. O seu discurso é leve, muito embora aborde vários temas mais pesados que, mais aprofundados, seriam mais do meu gosto. Mas creio que a finalidade da autora, aqui, não seria essa, tanto mais que acho que o pretendido foi referir os muitos acontecimentos importantes que tiveram lugar em 69, nos EUA.

Foi um ano de muitos feitos surpreendentes nos EUA, tanto no bom sentido como no mau: chegada do homem à lua, muita música boa com o culminar no Woodstock, manifestações de mulheres pelos seus direitos, mas também a partida de muitos jovens para o Vietname e alguns escândalos. Não tinha ideia que este ano tivesse sido tão recheado de acontecimentos!

Mas, mesmo referindo esses assuntos, este livro é leve e perfeito para quem gosta de romances onde o amor faz acontecer...

Terminado em 3 de Julho de 2020

Estrelas: 4*

Sinopse
Estamos em 1969 e os Levin vivem tempos de mudança. Todos os anos a família ansiava por passar o verão na casa da avó, na Baixa de Nantucket; no entanto, como em tantas outras coisas na América, este ano tudo será diferente. Blair, a irmã mais velha, vê-se presa em Boston, grávida de gémeos e incapaz de viajar; Kirby é apanhada no meio do vórtice de protestos pelos direitos civis; Tiger, soldadode infantaria, foi enviado para o Vietname; e Jessie, com 13 anos, sente se subitamente filha única e isoladanaquela casa habitada pelos segredos da avó e da mãe.Enquanto o verão aquece, o Homem chega à Lua,realiza-se o Festival de Woodstock, o senador TedKennedy sofre um polémico acidente de automóvele Jessie e a sua família vivem as suas própriasconvulsões dramáticas, tal como o resto da nação.

Cris

segunda-feira, 13 de julho de 2020

A Convidada Escolhe: "Pássaros Feridos"

Pássaros Feridos”, Collen McCullough, 1977

Certamente por já ter lido alguma apreciação muito favorável sobre este livro, há bastantes anos que ele estava numa “lista de livros a ler um dia” que vai sempre crescendo. A verdade é que ele chegou até mim pelas mãos de uma amiga, como um livro que lera e que a marcara e, finalmente, até porque era volumoso e estava (estou) a viver um período em que muitas das minhas leituras são feitas em casa, chegou a sua vez. Confesso que demorou mais tempo a ler do que esperava, talvez porque tem partes que podiam ter sido suprimidas, sem que o valor da narrativa perdesse.

É uma narrativa que se passa maioritariamente na Austrália, país de onde é natural Collen McCullough, a romancista e neurocientista autora do romance. A decorrer entre 1915 e 1967, o romance está dividido em sete partes, tendo cada uma como título os nomes das personagens femininas da família Cleary e dos homens da vida de Meggie. Podemos dizer que é a saga de uma família, em que a Austrália e a fazenda Drogheda são também personagens do romance. A natureza é exuberante e descrita de forma muito visual: chuvas torrenciais, secas terríveis e prolongadas, tempestades secas, fogos arrasadores, calor, pó e moscas, sem esquecer as rosas ou as buganvílias. Sendo a caracterização das personagens e a complexidade dos seus sentimentos e emoções um ponto alto deste romance, é Meggie desde menina, seguindo o seu desenvolvimento até à velhice solitária na grande fazenda da família, aquela que tem especial centralidade ao longo dos cerca de sessenta anos em que a história se desenrola.

O mundo mudou muito desde as primeiras décadas até perto do último quartel do século passado. A acção passa pela depressão dos anos 30, a fome e o desemprego, as secas, a 2ª grande guerra e o envolvimento da Itália, do Vaticano, da Europa e do mundo, a ditadura dos coronéis da Grécia. Mas para além das mudanças na política no mundo, também as mudanças nos hábitos, nas concepções, nos costumes e atitudes das personagens, na forma como concebem a ideia de família, de amor, de educação das mulheres e dos homens. Desde o início que a autora sublinha aspectos discriminatórios na vida e educação de mulheres e raparigas quando comparadas com homens e rapazes, sendo Justine, a filha de Meggie, personalidade independente e totalmente alheia a convenções, quem corta com as tradições de família e vai seguir o seu destino. Mesmo num meio em que a mulher é educada para ser remetida a um papel subalterno, em que esconder emoções e recalcar sentimentos é o que é expectável, a verdade é que todas as mulheres de Drogheda – Fee, Meggie e Justine – são fortes, intuitivas e lutadoras. Em minha opinião, este é um romance de mulheres, são elas as verdadeiras heroínas.

A terminar, outro aspecto central no romance tem a ver com o poder da Igreja católica, com a questão do dever de castidade que a Igreja impõe aos sacerdotes, recalcando neles o que é da natureza humana, em função de uma obediência exclusiva a um deus. Um aspecto que se mantém nos dias de hoje, atestando a rigidez e conservadorismo da Igreja, embora, de tempos a tempos, vozes isoladas e corajosas ponham em causa a questão do celibato dos sacerdotes como o caminho que mais tarde ou mais cedo será inevitável.

10 de Julho de 2020
Almerinda Bento