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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Experiências na cozinha: "Natural"

Nada melhor do que fazer um post quando se tem (ainda) na boca o paladar do que se provou no Showcooking da Joana!
A Joana para quem não sabe é a autora do livro "Natural" e também do blogue "Le Passe Vite". Comida vegetariana. Não, não sou vegetariana. Mas gostava, se querem saber! É uma comida muito apetitosa e de sabores variados. Adoro mesmo.
Com uma simpatia que vem de dentro, a Joana ensinou a fazer leite de amêndoa e com os resíduos da amêndoa fez um requeijão que usou numas bruchetas de requeijão e figos. Estavam mesmo deliciosas! E são tão simples de fazer! O leite já costumo fazer. Tenho uma máquina de sumos bem modernita que num segundo deita o leite para um lado e os resíduos para o outro. Mas o "requeijão" é uma óptima forma de aproveitar as sobras da amêndoa, ou doutro fruto seco.
Espreitem o livro e o blogue! Vale a pena, garanto-vos!

"Um Momento Meu" de Paulo Caiado

Um livro para se ler devagar, este. Como devagar foi o percurso que Lucas, o personagem principal também o narrador, ao passar por um processo de divórcio. A sua vontade de viver algo diferente levou-o a desejar uma vida plena de significado, muito embora me parecesse que nem ele próprio sabia bem o significado disso...

Com o divórcio uma realidade diferente surgiu na vida de Lucas. Sentimos nesta leitura, não sei se correctamente, que muitas das suas interrogações foram as do próprio autor. Das conversas entre amigos surgem considerações sobre a separação, o ciume, a solidão, a amizade, o perdão e, inevitavelmente, sobre o amor. Também aqui se nota o "dedo" do autor, como se as reflexões fossem as suas próprias, como se tudo tivesse sido sentido primeiro e só depois pensado para os personagens.

A história é simples. As voltas que o amor dá. As voltas que a vida dá. Mas gostei. Talvez tivesse tido uma leitura mais fluída se as conversas entre esse grupo de amigos fossem mais breves. Mas, por outro lado, percebo que os temas tratados se predispusessem a tal.

Terminado em 22 de Setembro de 2015

Estrelas: 4*

Sinopse

Amigos desde sempre, Lucas, Marcos, Mateus e João chegaram à casa dos 40, com tudo o que isto tem de bom e de menos bom: a maturidade e a experiência, mas também a insegurança em relação às decisões a tomar para o futuro e a angústia quanto à aproximação dos 50.
Este romance é, quase na íntegra, narrado por Lucas, o personagem que, no fundo, reúne um pouco de todas as características dos quatro amigos: a costela marialva de Marcos, a introspecção de Mateus e a objectividade de João. Com grande sensibilidade e franqueza, Lucas descreve as suas vivências e as do seu grupo de amigos e amigas, questionando-se e questionando-as.
Um Momento Meu relata com genuinidade o passado e o presente de homens e mulheres nascidos nos anos 1960 que, a caminho do meio século de existência, ainda buscam para o seu futuro a felicidade plena ou, pelo menos, um equilíbrio entre a rotina e momentos felizes. É o retrato de uma geração que irá trazer recordações e provocar e lágrimas a todos aqueles que a ela pertencem.

sábado, 26 de setembro de 2015

Na minha caixa de correio

  

Dois livros que quero muito ler e que foram ofertados pelas editoras Vogais e Porto Editora: Portugueses nos Campos de Concentração Nazis e Do Outro Lado do Mar. O meu agradecimento a ambas!
E chegado da Editorial Presença, quase a fechar a semana, o Se Isto É Uma Mulher. Um volume grande, uma letra miúda. Tudo o que me faria deixá-lo na estante por muito tempo... Mas não pode, É De Leitura Obrigatória!!!!!!!

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Novidade Clube do Autor

Os Crematórios de Auschwitz
de Jean-Claude Pressac
Quando o campo de Auschwitz foi libertado, em Janeiro de 1945, grande parte dos arquivos da Direção de Construções SS foram parar às mãos dos soviéticos, intactos. Jean-Claude Pressac traça a história da «solução final» de uma forma detalhada, rigorosa e impressionante.

Novidade Noites Brancas

Deixa-me odiar-te
de Anna PremoliJennifer e Ian são rivais no escritório onde trabalham. Mas o que acontece quando são forçados a passar mais tempo juntos do que o habitual?

Novidade Marcador

Jogo Sujo

de Dick Lehr e Gerard O'Neill
John Connoly e James «Whitey» Bulger cresceram juntos nas ruas de South Boston. Décadas mais tarde, em meados dos anos 1970, voltaram a encontrar-se. Então, Connolly era uma figura importante na delegação do FBI de Boston e Whitey tornara-se padrinho da Máfia irlandesa.
O que aconteceu depois - um negócio sujo para derrubar a máfia italiana em troca de proteção para Bulger - depressa escapou ao controlo do FBI, dando origem a homicídios, tráfico de droga, acusações e extorsão e, por fim, ao maior escândalo envolvendo informadores em toda a história do FBI.
Graças à escrita poderosa e convincente dos dois repórteres, que acompanharam o caso desde o início, Jogo Sujo é simultaneamente uma história de crime fascinante, e um alerta para os abusos de poder e um olhar penetrante sobre Boston.

Novidade Presença

Se Isto É Uma Mulher
Dentro de Ravensbrück – O Campo de Concentração de Hitler para Mulheres
de Sarah Helm
Numa manhã soalheira no mês de maio de 1939, um grupo de cerca de oitocentas mulheres foi conduzido em marcha forçada pelos bosques até um local a noventa quilómetros a norte de Berlim. O seu destino era Ravensbrück, um campo de concentração concebido só para mulheres por Heinrich Himmler, o líder da SS e principal arquiteto do genocídio nazi. Durante décadas, a história de Ravensbrück permaneceu oculta atrás da Cortina de Ferro, e ainda hoje continua a ser pouco conhecida. Sarah Helm, num meticuloso trabalho de pesquisa e recolha de informação até então perdida ou de difícil acesso, abre-nos finalmente as portas deste lugar sombrio. Através de testemunhos descobertos após a Guerra Fria e de entrevistas com sobreviventes que nunca antes tinham partilhado a sua experiência, a autora dá-nos a conhecer, além dos horrores mais impensáveis praticados pelo  regime nazi, vários exemplos notáveis da incrível tenacidade do espírito humano. 
Para mais detalhes sobre este livro, consulte a Editorial Presença aqui.

Novidade Esfera dos Livros

NATURAL. O GRANDE LIVRO DA COMIDA VEGETARIANA
de Joana Alves 
A alimentação vegetariana é rica e diversificada, um universo de cores, sabores e texturas que nos permitem ir do mais simples ao mais sofisticado dos pratos e explorar os limites da imaginação. 
Joana Alves, autora do blogue Le Passe Vite, apresenta-nos Natural, um livro com mais de 100 receitas vegetarianas, vegan e raw, que nos explica que é essencial o regresso a uma cozinha mais saudável, sem alimentos processados e refinados. Aqui tudo é feito com ingredientes verdadeiros, desde os leites vegetais, germinados ou alimentos fermentados, que a autora ensina a fazer em casa, até opções para pequenos-almoços mais saudáveis, como a Granola de Maçã, as Panquecas de Sarraceno e as populares Overnight Oats, passando por deliciosos pratos principais como o Caril de Grão-de-bico e Abóbora ou os Hambúrgueres de Feijão Preto, óptimos para impressionar os amigos. Nas sobremesas surpreenda-se com o "Cheesecake" de Caju e Mirtilos e a irresistível Mousse de Chocolate e Abacate e, no capítulo das bebidas, aprenda a fazer sumos verdes e batidos energéticos.
Joana Alves é vegetariana há quase 20 anos e é a autora do blogue Le Passe Vite. Quando deu início a este projecto, trabalhava como Designer de Comunicação e sonhava acordada com receitas e uma vida entre tachos. O primeiro objectivo do blogue era apenas relatar todas as suas aventuras culinárias, mas entretanto nasceram novos sonhos e uma enorme vontade de aprender mais sobre nutrição e o poder da alimentação no nosso bem-estar. Tem participado em diversos workshops e completou o Curso de Culinária Macrobiótica no Instituto Macrobiótico de Portugal em Junho de 2013. Agora no blogue e fora dele, dedica-se de corpo e alma à missão de partilhar as alegrias da alimentação natural, cozinhando por encomenda e dando workshops de cozinha. Em 2013, foi nomeada finalista para os prémios de Best Food Blog da Saveurs na categoria de fotografia. Tem desde 2015 uma rubrica no jornal Observador.

Convite Esfera dos Livros


quinta-feira, 24 de setembro de 2015

A Escolha do Jorge: Talvez Esther

"Talvez Esther" é o romance de estreia da jornalista ucraniana Katja Petrowskaja (n. 1970) que foi recentemente publicado em língua portuguesa através da Quetzal Editores.
A autora parte da ideia de felicidade beliscada durante o período da sua infância tendo em consideração que não tendo motivos para sofrer, sempre lidou com uma inexplicável sensação de falta que originava uma certa amargura. Tal prendia-se pela sua curiosidade face aos seus ascendentes de quem colhia informações dos seus pais e avós.
Tendo nascido em Kiev, na Ucrânia, Katja Petrowskaja decide partir à busca dos entes queridos e dos locais onde viveram parte das suas vidas, embarcando, assim, numa profunda escavação rumo ao passado.
Entre nomes dos quais já conhecia e outros que veio a descobrir mais tarde, Katja Petrowskaja vai até às origens da sua família, na Polónia, quando este país, no século XIX, ainda era parte integrante do Império Russo. Alguns dos elementos da sua família passaram pela 1ª Guerra Mundial, a Revolução Russa de 1917, a Burguesa (Branca) primeiro e depois a Bolchevique (Vermelha) e, mais tarde, a passagem do Império Russo à constituição da União Soviética assente no marxismo-leninismo, primeiro com Lenine, seguido de Estaline. A 2ª Guerra Mundial não foi esquecida e alguns dos seus familiares foram deportados para vários campos de concentração à semelhança do destino de milhares de judeus que foram assassinados durante esse flagelo que a História conheceu e registou.
Mas regressando à Polónia e a Varsóvia especificamente. Varsóvia era em 1939, aquando do início da 2ª Guerra Mundial, a cidade europeia com mais judeus. Numa cidade com mais de um milhão de habitantes, a população judaica chegava aos 39% dos seus habitantes. 39 é uma mera coincidência, coincidência que culmina na invasão da Polónia a 1 de setembro de 1939 por parte da Alemanha Nazi, iniciando dessa forma a 2ª Guerra Mundial terminando somente em 1945. Varsóvia foi de longe uma das cidades mais destruídas durante a guerra.
Com a queda do Muro de Berlim, em 1989, e consequentemente, o fim da "Cortina de Ferro" e da própria URSS, assistiu-se a uma gradual abertura das fronteiras e logo, nesse ano, a autora, com apenas 19 anos, visita a Polónia pela primeira vez no intuito de encontrar a "velha Warszava" que afinal, já não existia. Vagueando então por Varsóvia "com a sua história construída de novo", a autora constata que nunca teria nascido se a sua família tivesse ficado naquela cidade em 1915 devido a acontecimentos fulcrais que aconteceram a posteriori.
A sensação de perda inicialmente referida pela autora tem agora o impacto direto na melancolia que sente ao deambular pelas ruas de Varsóvia em 1989. Katja Petrowskaja procura a localização da residência-escola de surdos-mudos dos seus familiares, mas tudo o que procura tem eco na palavra gueto. Se o gueto agora não existe, a rua e a casa tão-pouco. Uma cidade em ruínas a céu aberto foi o que restou de Varsóvia com a 2ª Guerra Mundial. Mas escavando um pouco mais no passado, Katja Petrowskaja conhece um indivíduo por interposta pessoa que coleciona fotografias da Varsóvia perdida, da Varsóvia antes da guerra e é através desse indivíduo que vislumbra como era a Ulica Ciepła o o edifício que tanto procurava graças a uma fotografia adquirida no eBay.
Confrontada com o destino de parte da sua família semelhante ao de milhares de judeus, a autora questiona-se como é que o seu bisavô deixou o seu filho na Polónia quando o resto da família se mudou para Kiev, na Ucrânia.
Mas a troca de Varsóvia por Kiev não poupou a família de Katja Petrowskaja à loucura dos nazis na medida em que, em setembro 1941, em somente dois dias, foram assassinados mais de 33000 judeus em Babi Iar, Kiev, sendo considerado o maior massacre do Holocausto. Foram vários os elementos da família da autora que perderam a vida em Babi Iar ao ponto de referir "Babi Iar faz parte da minha história, não me foi dado azo a outra (…). Há outra coisa que me traz aqui, que é eu acreditar que não há estranhos no que toca a vítimas. Toda a gente tem aqui alguém." (p. 158) E Katja Petrowskaja tem pelo menos a sua bisavó que talvez se chamasse Esther e que se dirigiu sozinha ao encontro dos nazis em Babi Iar.
Ao longo da obra, Katja Petrowskaja vai-nos relatando inúmeras histórias do foro privado dos vários elementos da sua família como forma de compreender as motivações dessas mesmas pessoas perante determinados acontecimentos, mas também percebemos que certos acontecimentos que ocorrem particularmente poderão servir de alavanca para grandes acontecimentos da História ou ainda situações várias, particulares, que, no seu conjunto, participam num dado acontecimento histórico.
À semelhança da História, também a narrativa vai evoluindo recorrendo tantas vezes à mitologia grega, à literatura, num discurso que alterna entre o discurso direto e o indireto, com doses substanciais de humor à mistura e tendo a melancolia sempre como pano de fundo.
A narrativa é construída através das histórias que vão passando dos avós e dos pais para a autora ao longo da sua vida, não esquecendo objetos e documentos históricos, tais como, certidões de nascimento e de óbito, de casamento, fotografias, e das próprias viagens aos locais referidos ao longo da obra.
O que consegue Katja Petrowskaja com "Talvez Esther"? Compreender a evolução e o rumo da sua família perdida na História tentando igualmente compreender a História em si mesma que tão dependente está das motivações dos homens que detêm o poder em determinados períodos e geografias. Compreender o que aconteceu à Europa perdida, à "Mitteleuropa" desaparecida que estava associada à cultura judaica tão enraizada no Velho Continente até às vésperas da 2ª Guerra Mundial.
O que deseja Katja Petrowskaja desde criança com vista a terminar o seu sofrimento (in)consciente? "O sonho voluptuoso de uma grande família a uma mesa comprida perseguia-me com a constância de um ritual." No fundo, a grande família europeia.

Excertos:
"Nunca percebi porque é que esta infelicidade há de ser sempre a infelicidade do outro. «Todos os judeus da cidade de Kiev e arredores devem apresentar-se na segunda-feira 29 de setembro de 1941, pelas oito horas, na esquina das ruas Melnik e Dokterivski (junto ao cemitério)» Foi o que a Wehrmacht aficou e o encarregado tinha prontos os seus livros, para ter a certeza de que eles iam realmente todos. Quando chegaram perto de Babi Iar tiveram de despir as suas roupas e de passar nus entre as filas de polícias que lhe berravam e batiam – e ali, onde se via o céu pela abertura do barranco, foram abatidos por metralhadoras disparando dos dois lados. Ou então: sobreviventes nus jazem em cima de cadáveres nus, em vez de os fuzilarem atiram simplesmente as crianças para cima dos corpos, para os enterrarem vivos, o que poupa munições.
Atravesso uma paisagem plana coberta de brejos. A ação decorreu sem incidentes, informou para Berlim o comandante do destacamento no princípio do outubro de 1941. Foi aqui? Há pessoas passeando, conversando, gesticulando ao sol. Não ouço nada. O passado engole todos os sons do presente. Mais nada chega aqui. Não há mais lugar para a novidade. Para mim, é como se estes que passeiam e eu nos deslocássemos em ecrãs diferentes. Haverá nos seus gestos alguma coisa reveladora das origens da violência humana? Ou da tendência para se ser vítima? Preferiria eu que Babi Iar parecesse hoje uma paisagem lunar? Exótica? Tóxica? Todas as pessoas… roídas de dor? Porque não veem elas o que eu vejo?
(…)
Quando no verão de 1943, o Exército Vermelho se aproximava de Kiev, os trezentos prisioneiros do vizinho campo de concentração de Syrez tiveram de desenterrar os mortos dia e noite, construir pilhas de 2500 cadáveres cada, queimá-las e a seguir triturar os ossos. O pó não se pode contar. As pessoas foram forçadas a esconder as provas e seriam mortas depois para que aqueles que as tinham visto fossem também apagados e no fim não restasse nada, nenhum vestígio, nenhuma pessoa, nenhuma narrativa. Os prisioneiros de guerra suspeitaram do seu destino e tentaram fugir. Desses trezentos sobreviveram no máximo catorze – as únicas testemunhas." (pp. 159, 161)

Texto da autoria de Jorge Navarro

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

"A Vinha do Anjo" de Sveva Casati Modignani

Recebido sem estar à espera, a edição especial de pré-lançamento do novo livro desta autora chamou por mim. Li umas páginas e a escrita fluente de Sveva prendeu-me a ponto de passar à frente da pilha de livros que coabitam comigo nesta casa.

Não vos posso dizer se este livro é melhor que do que os anteriores porque não sou uma leitora assídua de Sveva Casati Modignani e, mesmo tendo lido um ou dois dos seus livros, nao me lembro particularmente de nada deles. Desculpem-me as suas fãs...

É um livro que nos envolve rapidamente nos personagens e na história. Os meus sentimentos foram contraditórios e já explico porquê. Confesso que fiquei um pouquito irritada pelas voltas que o livro dá em relação ao romance de Angelica, a personagem principal, com os homens da sua vida. Mas, por outro lado, são precisamente essas voltas que fazem com a história nos prenda e nos mantenha com vontade de saber mais.

Não sendo uma das minhas escritoras de eleição, porque prefiro romances de época, reconheço a forte pesquisa da autora no que concerne ao mundo da produção do vinho e da culinária o que confere à trama deste livro uma verosimilhança que gosto de encontrar nas páginas que leio. Isso agradou-me porque gosto deveras de aprender com os livros.

Uma história leve mas agradável que as fãs de Sveva vão certamente adorar!

Terminado em 15 de Setembro de 2015

Estrelas: 4*

Sinopse

Longas filas de videiras estendem-se pelas colinas suaves de Borgofranco. Há dois séculos que a família Brugliani é proprietária daquele antigo burgo e das vinhas, tratadas com paciência para delas extrair vinhos preciosos e únicos. Aos 35 anos, Angelica é a herdeira da tradição e do património familiar. Mãe, esposa, empresária de sucesso: tudo parece perfeito na sua vida. Só ela sabe que por detrás daquela fachada se esconde um mundo sombrio, feito de mentiras - as do marido - e de sonhos pueris.
Numa noite, em que conduzia a sua moto e sentindo-se dominada pela amargura e pelas lágrimas, Angelica não se apercebe de que o carro à sua frente está a travar. O choque é violento, mas felizmente sem consequências graves, quer para ela, quer para o condutor do automóvel, Tancredi D'Azaro. Angelica não sabe ainda que aquele homem é um dos chefs mais aclamados em todo o mundo. E ambos ignoram que, depois daquele encontro fugaz, o destino voltará a entrelaçar os seus caminhos, suscitando a tentação de um novo começo. É então tempo de fazer escolhas, tendo em conta o peso do passado e as responsabilidades do presente - porque a vida é feita de sonhos e paixões.
A Vinha do Anjo conta-nos a história envolvente de uma família e de uma tradição milenar, o retrato de uma protagonista fascinante no qual se reveem muitas das mulheres empreendedoras e corajosas que anonimamente constroem as nossas sociedades.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

"Doce Tortura" de Rebecca James

Um thriler psicológico muitooooo bom, este livro!

Após o ter recebido sem estar à espera (o meu obrigada à Suma de Letras!) fiquei deveras agradada com a capa! A sinopse convidava à leitura muito embora tivesse ficado convencida que algo de assombrado e assustador, quase do "outro mundo" se passaria na vida dos personagens.

Comecei a leitura e disso mais convencida fiquei. Mas estava a gostar porque a escrita da autora é contagiante. A história é narrada na quase totalidade por Tim Ellison, o personagem principal, e algumas partes (poucas) por Anna, uma mulher reservada marcada por um passado que vamos conhecendo com o decorrer da leitura e que sofre de severos ataques de pânico que a levam a não sair (sequer) de casa.

Tim aluga-lhe um quarto a um preço convidativo a troco de uma ajuda nalgumas compras e outros recados. Mas, para alguém que se mostra quase antipático para uma primeira apresentação, Anne vai-se dando a conhecer aos poucos e Tim fica irremediavelmente preso a essa mulher de comportamentos tão dispares! Porém, sucessivos acontecimentos estranhos levam o leitor a tomar precipitadas conclusões.

A trama foge ao nosso controle e depressa caímos no erro que a autora prepara para nós. A surpresa é inevitavel e sabe bem. Um livro lido a uma velocidade estonteante tal como gosto. Recomendo! Uma boa surpresa!

Terminado em 10 de Setembro de 2015

Estrelas: 5*

Sinopse

Quando Tim Ellison encontra um quarto barato para alugar num dos melhores locais de Sydney, parece um golpe de sorte: estará perto do restaurante onde trabalha e ainda mais perto do seu lugar preferido para praticar surf. Mas há uma condição para que possa arrendar o quarto: Tim terá de fazer todos os recados à misteriosa dona do quarto, uma mulher muito reservada e pouco amistosa, que nunca abandona a casa. Tim esforça-se cada vez mais por conhecer melhor a figura inquietante de Anna. A princípio muito reservada, ela começa a revelar-se aos poucos: a sua história, a sua tristeza, os seus medos paralisantes. É então que começam a acontecer coisas estranhas na casa: golpes a meio da noite, figuras inexplicáveis nas sombras, mensagens sinistras nas paredes. Tim assusta-se porque, ao mesmo tempo que o seu desconforto em relação àquela casa vai aumentando, crescem também os seus sentimentos pela bela e misteriosa dona da casa. Que tipo de pessoa será Anna London: alguém que merece compaixão, alguém para amar ou alguém para temer?

sábado, 19 de setembro de 2015

Na minha caixa de correio

  

  

 

Dos passatempos Ionline recebi A Longa Estrada para Casa e As Obras-Primas de T S Spivet, por sinal um livro lindíssimo, capa dura com desenhos e anotações laterais nas suas páginas de papel não branco. Vamos ver como é a história... A sinopse conquistou-me!
Do Clube do Autor chegou um livro para colorir que me fascinou com as suas mandalas e Haikus. É desta que vou eu pintar... Chegaram também Os Caçadores de Livros e Deixa-me Odiar-te.
O peregrino vai ser a minha próxima leitura. Estará nas bancas em Outubro. Gostava de o ler antes.
A Mulher com Sete Nomes é o livro que pegarei logo a seguir. É um tema ao qual não consigo resistir pela sua veracidade. A Confissão veio completar a trilogia que espera na estante.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Novidade Vogais

Portugueses nos Campos de Concentração Nazis
de Patrícia Carvalho
Portugal adotou uma posição neutral durante a Segunda Guerra Mundial, mas isso não significa que os seus cidadãos se tenham mantido à margem do conflito que devastou a Europa pela segunda vez no mesmo século, depois da guerra de 1914–1918. Ao mesmo tempo que, no território nacional, se desenvolviam as contradições de uma política espartilhada entre alguma simpatia por Adolf Hitler e a antiga amizade com Inglaterra, com Salazar a fazer tudo para manter o país fora do conflito, os portugueses que tinham emigrado para França sentiam na pele os efeitos da ocupação, dos bombardeamentos e das prisões.
Enquanto Lisboa era solo fértil para os espiões, e os refugiados que conseguiam ultrapassar os entraves da política salazarista aguardavam por um barco que os levaria para outros destinos, havia portugueses a juntarem-se à Resistência ou a serem apanhados em buscas a aldeias francesas, que culminavam na detenção de todos os homens que não fossem jovens ou velhos demais para trabalhar a favor do esforço de guerra alemão. Enquanto Portugal era palco de trocas de prisioneiros de guerra, alguns portugueses desapareciam no sistema de campos de concentração nazis.

Novidade Manuscrito

Sopas, Saladas e Chás Detox
de Lillian Barros
Ao contrário do que habitualmente se pensa, o detox não é apenas uma tendência de verão e nem se esgota nos sumos verdes. Para provar isso mesmo, a nutricionista Lillian Barros reuniu neste livro muitas alternativas saudáveis que permitem continuar (ou iniciar) a dieta detox mesmo no tempo mais frio. São sopas, chás, infusões, saladas e snacks que nos mantêm saciados, sem nunca perder a função desintoxicante.

Convite Clube do Autor


Novidade Planeta

A Maldição do Rei

(A Guerra dos Primos)
de Philippa Gregory 
Como herdeira dos Plantageneta, Margarida é vista pela mãe do rei, a Rainha Vermelha, como uma rival para a reivindicação dos Tudor ao trono.
Margarida está relegada num casamento insignificante com Richard Pole, um leal apoiante dos Tudor, governador de Gales e guardião de Artur, o jovem príncipe de Gales, e da sua bela noiva, Catarina de Aragão. Mas o destino de Margarida, como prima da Princesa Branca, é não viver uma vida nas sombras.
A tragédia lança-a na pobreza, mas uma morte real restitui-a a ocupar o seu lugar na corte do jovem Henrique VIII, onde se torna dama de companhia da rainha Catarina. Na corte, observa a influência da rainha espanhola sobre o marido e assiste ao seu trágico declínio.
No centro da rápida deterioração da corte dos Tudor, Margarida terá de decidir se a sua lealdade é para com o cada vez mais tirânico Henrique VIII ou para a sua amada rainha. 
Aprisionada na corte, Margarida terá de escolher o seu caminho e esconder a todo o custo o seu conhecimento de uma antiga maldição sobre os Tudor, que lentamente se torna realidade...

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

A Escolha do Jorge: O Visitante Real

Há livros que vêm ter às nossas mãos das formas mais curiosas, tal é o caso de "O Visitante Real" do dinamarquês Henrik Pontoppidan (1857-1943), uma edição dos Estúdios Cor, publicado em 1956. O curioso deste exemplar em particular é que nunca tinha sido lido dado que as folhas ainda estavam todas ligadas, havendo, pois, necessidade de as cortar antes de iniciar a leitura.
Além desta primeira publicação de "O Visitante Real", um conjunto de quatro novelas de Henrik Pontoppidan, a obra foi mais tarde publicada na coleção Prémio Nobel, em 2004, uma iniciativa do Diário de Notícias.
Henrik Pontoppidan é um dos precursores do naturalismo e realismo na literatura do seu país. Herdeiro da tradição das letras e cultura dos países setentrionais, o escritor apresenta-nos uma escrita limpa e sem artifícios que capta a atenção do leitor a partir das primeiras páginas. Apesar de o escritor ter publicado alguns romances, notabilizou-se, efetivamente, com as novelas que, tendo em consideração este único volume, apresentam ambientes de grande profundidade psicológica.
O autor revisita os vários grupos sociais, tanto o meio burguês como o mais humilde, quer seja passado na cidade, no campo ou até mesmo na Gronelândia, como no caso da novela "O Urso", cujas descrições são avassaladoras ao ponto de o autor nos transpor com tanto rigor e mestria para aquelas latitudes.
As descrições dos vários modos de vida do "ser dinamarquês" independentemente de qual o espaço onde a narrativa decorre é sempre feita na perfeição, surpreendendo-nos também a própria tradução que está à altura das novelas de Henrik Pontoppidan. O autor apresenta-nos uma Dinamarca de início de século XX que tenta impor-se face ao desenvolvimento crescente que vai tendo lugar noutras partes da Europa como a Inglaterra e a Alemanha e, mesmo com as suas assimetrias regionais, apresenta-se como um país que sabe lutar contra a adversidade aceitando os desafios do seu tempo.
É de salientar ainda o papel da mulher que é sempre apresentada como uma pessoa que tem adquirido estatuto e importância face ao homem e à sociedade em geral. A mulher é apresentada não apenas como a simples dona de casa que tem como principais funções conceber, tratar dos filhos e da casa, mas como uma pessoa que tem um papel importante no seio da família e de papel (quase) igual ao do homem não ficando de fora as suas paixões, mesmo as mais íntimas, não sendo, pois, esquecida, a vertente sexual da mulher que tantas vezes é ignorada na literatura do início do século XX e que com Henrik Pontoppidan é um dos marcos centrais em praticamente toda a obra.
"O Visitante Real" é a primeira novela (e que dá título à obra) e deambula entre o sonho e a realidade na noite de Carnaval quando um casal é visitado por um estranho indivíduo que quando menos espera já está dentro de casa com o objetivo de lhes proporcionar uma noite inesquecível que põe em confronto a juventude com a idade mais avançada. Este estranho personagem que pretende ser tratado por "Sua Alteza o Carnaval", nada mais é que o próprio Diabo e o casal sem se dar conta verá as suas vidas viradas do avesso na medida em que sentindo a felicidade nas suas vidas, a melancolia passa a ser também uma constante como que ficando a sensação de perda ou de um sonho por realizar.
Esta novela deixa-nos um certo amargo de boca, uma inquietação porque afinal é entre o sonho e a realidade que a vida se concretiza e que os homens e as mulheres tentam ser felizes, à sua maneira, como podem, sem prejuízo de ficar aquela réstia de amargura de que algo poderia ser ou deveria ter sido diferente.
Na novela seguinte, "O Urso", o autor faz o contraponto entre a imensidão da natureza através das descrições singulares e a natureza humana que em tantas situações pode ser tão comezinha. A necessidade de evangelizar todo o território dinamarquês conduziu a que fosse criada uma lei em que o Estado apoiaria jovens pastores que decidissem tomar lugar na Gronelândia, a colónia inóspita da Dinamarca.
As descrições do meio ambiente da Gronelândia são avassaladoras adquirindo semelhança com os documentários da natureza e mundo animal que passam na televisão ao domingo ao final da manhã.
Ao longo da novela questionamos sobre o que fala mais alto, se a natureza ou a religião e logo compreendemos a decisão de Thorkild, personagem principal, cuja atitude na Gronelândia foi a de total entrega ao meio envolvente, assim como na sua relação com os esquimós, a população residente. Compreenderemos até que ponto a ligação com a natureza tornou Thorkild uma melhor pessoa e um melhor pastor, sobretudo quando regressa à Dinamarca civilizada.
"A Mulher do Burgomestre" é das quatro novelas aquela que se nos apresenta de forma mais subtil. A luta entre homem-mulher assume nesta novela uma dimensão de genialidade graças ao enredo apresentado. Um casamento envenenado que culmina com um possível assassinato graças a um veneno sentimental que se instala progressivamente e que a todos mina e corrói.
Esta é a novela que mais se assemelha com uma história policial cujo desfecho deixa o leitor estupefacto graças à forma como tudo é encenado.
Por fim, "A Estalagem" conta-nos a história de um amor infinito, mas não concretizado, um amor que subsiste por si mesmo, unilateralmente, e que vive apenas de migalhas, de pequenos quês, e que, no final, levou à consciência de uma vida desperdiçada e que, afinal, de amor, não se percebe nada e que precisamos mesmos compreender os pequenos nadas das relações matrimoniais.
Chegamos ao final desta compilação e somos forçados a dizer que estamos perante um livro inigualável, rico em histórias que nos contam a vida que, no final de contas, é um pouco a vida da sociedade contemporânea com os seus problemas, quezílias, desafios, esperanças e tudo o resto. Trata-se de um livro que nos deixa com uma certa melancolia por sentirmos que estamos perante uma obra que não só nos preencheu graças às suas histórias, mas também pelo seu valor literário.
A escrita de Henrik Pontoppidan é, pois, uma escrita moderna, absorvente, e da mesma "escola" de Knut Hamsun, seu contemporâneo, que tantos outros escritores influenciaram posteriormente. Ambos os escritores foram galardoados com o Prémio Nobel de Literatura, Henrik Pontoppidan, em 1917, e Knut Hamsun, três anos mais tarde.
"O Visitante Real" de Henrik Pontoppidan a par das várias colectâneas de Contos Húngaros, obras publicadas nas décadas de 40 e de 50, são garantidamente as obras que indicaria neste momento como as minhas grandes leituras deste ano, à margem, portanto, das novidades editoriais que vão sendo publicadas amiúde.

Excertos:
"No sítio onde as montanhas – negras e escalvadas – se erguem a pique por cima dum mar de gelo, o braço dum fiorde desenha uma curva por entre duas altas escarpas e penetra pela terra dentro. Na embocadura, é como um estreito semeado de escolhos e de ilhotas cobertas de neve, à volta das quais rodopiam milhares de aves brancas que enchem o ar de gritos. Depois, estreita-se cada vez mais, apertado entre altas muralhas rochosas e abruptas que se elevam para o céu em degraus e desaparecem no meio das nuvens. Mais adiante alarga-se de novo para formar como que um mar interior circular atapetando o fundo duma imensa bacia, cujas paredes polidas e fendas rochosas, cobertas de musgo e pequenos arbustos negros, se reflectem nas águas tranquilas.
De longe em longe, durante a breve estação do Estio – principalmente quando há tempestade ao largo -, um baleeiro procura abrigo no fiorde, acordando os ecos com o barulho das correntes da âncora e as vozes da tripulação; ou então, um cetáceo do mar alto, perdido no meio dos recifes, esgueira-se até ali e fustiga a água furiosamente com estrondo, deixando jactos de espuma à sua volta. À parte isso, um silêncio profundo envolve dia e noite essas montanhas adormecidas, apenas interrompido pelo zumbido dos enxames de mosquitos que aparecem com o sol da meia-noite e dançam à superfície da água doirada, como véus de tule negro filtrando a poalha do sol. De quando em quando, um borbulhar de água sobe à superfície e um dorso negro e brilhante emerge algures, para desaparecer em seguida; aqui e ali, focinhos enormes vêm aspirar o ar e mergulham rapidamente em silêncio." (In "O Urso", pp. 84-85)

"Não sei se existem na verdade meios secretos que perturbam o cérebro e entregam o ser humano à violência dos apetites sensuais. O facto de a poesia popular de todos os países e de todos os tempos falar de filtros de amor e outras coisas semelhantes poderia levar-nos a crer que sim. Em todo o caso, parece-me absolutamente desnecessário supor a existência de semelhantes métodos para explicar a fraqueza do coração humano dominado pelas paixões. Sim, o amor é uma posse! Ninguém conhece a sua origem, ninguém sabe por que vias ele chega, não se conhece nenhum remédio contra os seus males. Chega e desaparece obedecendo a leis obscuras, incompreensíveis, penetra-nos duma espécie de terror misterioso. É ao mesmo tempo o prazer e a maldição da nossa vida, a nossa delícia e o nosso eterno sofrimento, o nosso paraíso e o nosso inferno." (In "A Estalagem", p. 211)

Texto da autoria de Jorge Navarro

terça-feira, 15 de setembro de 2015

A convidada Escolhe: Uma Casa no Campo

Elizabeth Adler habituou-nos a uma escrita fluida, com a qual descreve paisagens de uma forma cinematográfica, acrescentando sempre algum mistério, chegando mesmo, por vezes, a raiar o thriller, não esquecendo o romance que se enleia no enredo.

"Uma Casa no Campo" marca, em relação aos mais recentes livros da autora, um acentuar do romance e um aligeirar da vertente mistério.

Como em quase todos os livros de Adler que li, existe um crime, melhor, um homicídio (existe quase sempre pelo menos um...), mas desta vez não existe factor surpresa. O assassino é o óbvio. Será que já estou "viciada" nas suas técnicas de escrita ou a autora foi, desta vez, menos exigente no thriller para dar mais espaço ao romance?

De qualquer modo, Elizabeth Adler traz-nos sempre horas bem passadas e cheias de evasão. Uma autora que vou continuar a seguir.

Excertos

"Era mais do que mera humilhação, se é que a «humilhação» alguma vez podia ser qualificada de «mera», como se fosse uma coisa temporária, um momento definido em que se era exposto como uma inutilidade (...)." (p. 258)

Fernanda Palmeira

sábado, 12 de setembro de 2015

Na minha caixa de correio

  
  

  

Assim foi Auschwitz, Paraíso e Revolta foram ofertas da Suma de Letras.
Da Porto Editora chegou o último livro da Sveva Modignani, um livro em pré lançamento, A Vinha do Anjo. Já o comecei a ler.
Sissi e Amor Cruel foram ofertados pela Topseller.
Bala Perdida chegou pela Esfera dos Livros.
Da Asa e da Casa das Letras vieram Amor e Matemática e O Reino do Fogo.
O meu sincero obrigado.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Novidade Esfera dos Livros

500 Erros mais Comuns da Língua Portuguesa
de Sandra Duarte Tavares
Já deu por si a dizer «quaisqueres que sejam os filmes, de certeza que vou gostar» ou «hades me explicar porque te fostes embora»? Que hoje está um dia solarengo ou que sentiu um mau-estar repentino? Se não disse, já ouviu alguém dizer, pois neste livro vai descobrir que estes são alguns dos 500 erros mais comuns da Língua Portuguesa, quer no registo oral, quer no escrito. A linguista Sandra Duarte Tavares, colaboradora dos programas de rádio Pontapés na Gramática  e Jogo da Língua, de um modo sucinto e objetivo e recorrendo a uma linguagem acessível, para quem não domina a terminologia linguística, explica-nos qual a forma correta de utilizar determinada palavra ou expressão, para que, a partir de agora, possa fazer um bom uso da sua língua. Uma obra fundamental para jornalistas, editores de texto, estudantes e professores, mas também para todas as pessoas que são constantemente assaltadas pelas dúvidas linguísticas mais elementares. Para acabar de vez com os «pontapés» na gramática!     

Novidade ASA

O REINO DO FOGO
de Joanne Harris
Em segredo, prepara-se a batalha que alterará o destino dos Mundos. Deuses e deusas, gigantes, anões e demónios, unem-se numa narrativa poderosa pela mão de Joanne Harris, conhecedora profunda da mitologia nórdica.
UMA VIAGEM AO CORAÇÃO DAS LENDAS NÓRDICAS. Na Cidadela do Céu, longe dos hostis povos do Gelo e das Rochas, os deuses conspiram, sussurram na penumbra, dedicam-se a jogos de poder, cedem às suas paixões.
Loki é um deus nórdico sem par. Desde que o deus Odin, o Pai de Todos, o convenceu a abandonar o reino do Caos para se lhe juntar, Loki é alvo da desconfiança de todos. Perspicaz e melífluo como nenhum outro, desfruta dos favores das deusas mais ousadas e cede à luxúria sem quaisquer escrúpulos. É usado para pôr em prática as mais complexas maquinações mas, por ter nascido como demónio, é mantido à margem das esferas de influência. Contra tudo e todos, Loki está determinado a vingar. Mas ao mesmo tempo que ele planeia a derradeira humilhação dos seus adversários, forças mais poderosas conspiram contra os deuses. 

Novidade Marcador

Trono de Vidro 
de Sarah J. Maas
Numa terra em que a magia foi banida e em que o rei governa com mão de ferro, uma assassina é chamada ao castelo. Ela vai, não para matar o rei, mas para conquistar a sua própria liberdade. Se derrotar os vinte e três oponentes em competição, será libertada da prisão para servir a Coroa. O seu nome é Celaena Sardothien.
Durante a competição, alguns dos concorrentes são encontrados mortos. Celaena irá mergulhar numa investigação solitária que a levará a alcançar descobertas surpreendentes. Conseguirá ela descobrir quem é o assassino antes de se tornar a próxima vitima?

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A Escolha do Jorge: David Golder

A escritora ucraniana Irène Némirovsky (1903-1942) tem marcado presença constante nesta rubrica à conta de obras já abordadas anteriormente, a saber, "Os Cães e os Lobos" e "O Baile".
Oriunda de uma família judia, Iréne Némirovsky trouxe para a literatura e de forma bastante escorreita, a forma de estar dos judeus, sobretudo aqueles que enriqueceram e que souberam aproveitar o dinheiro para consolidar uma posição social, mas também a escritora traspôs de forma objetiva e bastante marcante, todos os tiques dos novos ricos burgueses que os judeus utilizaram para afirmar-se perante a sociedade graças ao dinheiro que lhes garante a posição social, mas também a mentalidade fútil sobretudo daqueles que beneficiam desses mesmos sinais de riqueza exterior.
De um modo geral, e tendo em consideração as várias obras já lidas da escritora em apreço, existe sempre algo de biográfico nas suas narrativas. Os ambientes em que decorrem as histórias, os cenários, os personagens, de certa forma, parecem todos eles reminiscências uns dos outros como se tratasse de alguns dos elementos da sua família que atravessam as várias obras da autora.
Em "David Golder", um judeu idoso, não são exceção os aspetos acima descritos. Oriundo da Ucrânia, David Golder correu o mundo em busca de fortuna. Herdeiro da mentalidade judaica, não para efeitos da prática da religião em si mesma, mas com vista à construção de um império, David Golder tornou-se aquilo que no século XIX tanto em voga se apelidou àqueles indivíduos que vindo do nada construíram uma riqueza imensa, o chamado "self made man".
Partindo deste conceito, Irène Némirovsky apresenta-nos em "David Golder" (1929) uma narrativa com características muito próximas de "O Grande Gatsby" (1925) de F. Scott Fitzgerald, sendo que o pano de fundo deixa de ser Nova Iorque que é trocada por Paris.
David Golder construiu e derrubou o seu império à conta dos altos e baixos da Bolsa capaz de gerar fortunas num abrir e fechar de olhos, assim como derrubar o império menos incauto do dia para noite.
Já com sessenta e oito anos e com muita ganância à sua volta, David Golder toma consciência de que a doença de coração que agora começa a dar sérios sinais de arrelias constitui o mote para fazer o balanço da sua vida. Agarrado ao dinheiro e à vida, ou melhor, os prazeres que essas avultadas somas de dinheiro lhe proporcionam, está longe de querer contar os dias que tem acima dos sete palmos de terra. É também no meio deste balanço da sua vida que toma consciência de que durante toda a vida trabalhou exclusivamente para os outros, para a esposa gastadora, fútil e amante de vários homens que ao longo da vida tem alimentado com essa mesma riqueza que não lhe custou a ganhar, mas que sabe tão bem gastar; e uma filha, Joyce, (ou carinhosamente Joy) que consegue ser ainda mais gastadora e mais fútil e inconsciente que a própria mãe.
"- Joyce… minha doida… uma noite destas ainda vais matar-te na estrada… - gritou Golder um tanto pálido.
- Sentiste medo, velho Dad?
- Vais matar-te – repetiu ele.
- Pff, e que importância isso tem? É uma bela morte… Devagar, com brandura, passou os lábios por uma esfoladela na mão que sangrava e murmurou:
- Numa noite bonita… com um vestido de baile… anda-se um bocado… e é o fim…" (pp. 77-78)
"Gostava de dormir toda a noite cá fora… Gostava de ficar aqui toda a vida… Gostava de fazer amor durante toda a vida… E tu?" (p. 142)
Mas David Golder entre uma reprimenda e outra e uma tirada negativa face aos caprichos de Joy, acaba por ceder invariavelmente a alguns desses pedidos, porque, mesmo confrontado com a verdade, a dura verdade da sua família, e da inevitabilidade da morte cada vez mais à espreita, procura levar para a sepultura os seus melhores sentimentos ainda que a filha só se lembre do pai quando está aflita com falta de dinheiro para os seus gastos absurdos tanto quanto desnecessários.
Irène Némirovsky retrata-nos uma Paris em grande pujança, em 1926, em plenos "anos loucos" com aquele ritmo alucinante da vida como só o dinheiro é capaz de fazer a quem o tem a rodos, sem olhar o dia seguinte; dá-nos uma ideia de uma Paris repleta de movimento e animação como se tratasse de Nova Iorque, no mesmo período, com fortes ligações às principais cidades europeias onde circulam avultadas somas de dinheiro provenientes de mercados como Londres, Moscovo ou Constantinopla.
Mas para além dos aspetos acima descritos, Irène Némirovsky retrata com mestria em "David Golder" a avareza pela qual os judeus são tão conhecidos. Aquando do período de convalescença, David Golder é visitado de vez em quando por um amigo importuno, Sofier, que à semelhança de David Golder edificou uma riqueza considerável através de sucessivas apostas nos mercados, mas também graças à sua sovinice que chega a chocar qualquer pessoa de bom senso.
"Era (…) de uma avareza que raiava a loucura. Habitava uma sórdida casa mobilada numa rua escura de Passy. Nunca tinha entrado num táxi, mesmo quando um amigo se oferecia para o pagar. «Não desejo ganhar hábitos de luxo que me não posso permitir», dizia ele. No Inverno esperava horas inteiras à chuva pelo autocarro; e se a segunda classe estivesse cheia deixava-os passar, uns atrás dos outros. Toda a vida tinha andado na ponta dos pés para os sapatos durarem mais. Desde há anos só comia papas, legumes esmagados, por ter perdido todos os dentes e não querer gastar dinheiro numa dentadura.
(…)
- Meu caro, aqui ao lado, na rua Des Rosiers há um pequeno restaurante judaico, o único em Paris onde sabem preparar como deve ser uma solha recheada. Venha jantar comigo.
- Não pense que vou comer solha recheada – resmungou Golder – se desde há seis meses não toco em peixe nem carne.
- Ninguém lhe pede que a coma. Limite-se a vir e a pagar. Está resolvido!
- Vá para o diabo.
(…)
- Para onde está a olhar? – perguntou Soifer. Afastou para o lado o prato que continuava a ter restos de peixe e batatas esmagadas. – Ah! Ora aqui tem o que é envelhecer… Antigamente eu teria comido três doses como esta… Ah! Os meus pobres dentes!... Engulo sem mastigar… o que me faz aqui uma queimadura… - disse a mostrar o peito. (…) Mas precisará um judeu de ter assim tantas coisas?... A miséria conserva o judeu como a salmoura o arenque…" (pp. 151, 155-158)
Mais tarde, a partir de 1933, com a subida de Hitler ao poder, são estas comunidades judaicas espalhadas por toda a Europa que vão ser perseguidas e que em número absurdamente inacreditável, mais de seis milhões, serão mortos, não sem antes serem despojados de todos os seus bens e dinheiro em detrimento de uma máquina de guerra e de morte fruto da loucura de um louco com inúmeros seguidores.
Parafraseando o próprio David Golder pouco antes de morrer, "Depois morremos (…) sozinhos como um cão, como já tínhamos vivido…" (p. 193)
À semelhança de milhares de judeus, também Irène Némirovsky foi deportada para Auschwitz, morrendo de febre tifóide, em 1942.

Texto da autoria de Jorge Navarro

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

"Animorphia" de Kerby Rosanes (Livro para colorir)

E ainda não foi desta que chegou a minha vez de pintar! Se da primeira vez dei um livro à minha mãe, agora foi a vez do meu filho mais velho e da namorada!

Depois de ter visto este livro Cá em casa ficou com vontade de o oferecer e de pintarem juntos... Que mãe diria que não?
Assim, foi o que fizeram e aqui está o resultado. Muito bom, na minha opinião!

Atrevo-me a dizer que este livro possui algumas das mais belas imagens para colorir que já vi por aí. Mas é preciso ter jeito para a coisa, para que fique uma pintura catita, como esta:



Sinopse
O mais aguardado e deslumbrante livro de colorir para adultos de Kerby Rosanes, um dos artistas de doodles mais populares em todo o mundo. O seu universo é composto de espantosas criaturas e objetos que se fundem e transformam em animais de uma beleza ofuscante. Aqui encontra imagens assombrosas para completar e colorir, que o ajudarão a relaxar e a melhorar a sua capacidade de concentração.