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sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Para os Mais Pequeninos: "Portuguesas Extraordinárias"


Este livro foi escrito por uma mulher também ela extraordinária. Foi o seu nome que me fez querer lê-lo. Depois o seu teor despertou, de igual modo, o meu interesse. E gostei tanto! A capa é muito sugestiva e o seu interior não desilude de forma alguma!

Foram tantas as portuguesas extraordinárias que não deve ter sido tarefa fácil para Maria do Rosário fazer escolhas. Algumas mulheres são sobejamente conhecidas (quem não ouviu falar já da Padeira de Aljubarrota, Amália Rodrigues ou de Catarina Eufémia?), outras nem tanto (Branca Edmé Marques, M. Luisa de Sousa Holstein). É isso que, aliado às suas ilustrações, faz deste livro um prazer de ler. 

Não é de todo monótono, porque possui várias caixas coloridas de informação diversa sobre estas mulheres extraordinárias e salienta os aspectos mais importantes. Possui também, em cada página, um pequeno dicionário para que a criança possa desbravar e aprofundar o seu conhecimento.

E estas mulheres pertenceram a diferentes áreas da cultura e da História portuguesa o que permite ter uma visão geral sobre a importância das mulheres no panorama português.

Confesso que é livro para fazer as delícias também dos adultos que irão acompanhar a leitura dos mais pequeninos! Fica a dica!








Cris

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

"A Minha Querida Rose Gold" de Stephanie Wrobel

Creio que foram os muitos comentários positivos sobre esta história que, ao acabar de lê-la, não me fizeram atribuir a nota máxima. Sabia um pouco o que me esperava, tanto mais que a sinopse esclarece em demasia sobre o que será de esperar...

Tirando isso e também uma sensação muito pouco confortável ao sentir que tinha proferido um "bem feita!" a propósito do destino que uma personagem tem, é um livro perfeito e que se lê de rajada. Bem escrito, alternando entre passado e presente, com dois narradores (Rose e a mãe) vamos caminhando a passos largos para um final que prevemos que nos vai agradar. 

Aborda um assunto que veio à baila há pouco tempo, sobre uma mãe que envenena aos poucos a filha para que ela estivesse sempre dela dependente. É uma doença do foro psicológico, muito incompreensível e inaceitável para quem a olha de fora e que pode ter consequências para os outros muito graves. Quero muito ver uma série na HBO intitulada "The Act" baseada num documentário sobre um caso real "Mommy Dead And Dearest". 

Terminado a 20 de Janeiro de 2021

Estrelas: 5*+

Sinopse

As mães nunca esquecem.

As filhas nunca perdoam.

Durante os primeiros dezoito anos da sua vida, Rose Gold acreditou que estava muito doente. Era alérgica a tudo, usava uma cadeira de rodas e vivia praticamente no hospital. Os vizinhos faziam o que podiam para ajudar. 

Organizavam angariações de fundos, ofereciam consolo, mas, por mais médicos que consultasse, exames e cirurgias que fizesse, ninguém conseguia perceber o que se passava com ela. 

Acontece que afinal Patty, a mãe de Rose, é uma exímia mentirosa.

Depois de cumprir cinco anos de prisão, Patty não tem para onde ir e pede à filha que a receba em sua casa. A comunidade fica chocada quando Rose Gold aceita. Patty insiste que a única coisa que quer é a reconciliação. Garante que perdoou Rose por a ter denunciado e testemunhado contra ela em tribunal. 

Mas Rose Gold conhece a mãe, Patty Watts acerta sempre as suas contas.

Infelizmente para Patty, Rose Gold já não é a sua débil e querida menina...

E esperou muito tempo pelo regresso da mãe a casa.

Uma fascinante história de obsessão, reconciliação e vingança de um incrível novo talento literário.

Cris

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Experiências na Cozinha: "A Cozinha do Ioga"


Desta vez escolhemos uma bebida simples mas muito completa.
O livro dividido em 7 partes associadas a diferentes emoções com as receitas que a autora acha mais adequada para cada parte.
Exemplo revigorar, nutrir, fortalecer, acalmar, tal como o Ioga se foca nos 7 níveis de energia (chacras). O livro segue também esse alinhamento... Daí que seja dividido nas 7 partes.
O objectivo é equilibrar a mente, é dar energia ao corpo com bons alimentos, sem farinhas e açúcares refinados.
As ideias propostas, em conjunto com o Ioga pretendem fortalecer-nos internamente. Ora vamos lá expriimentar!

 



Palmira e Cris

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

"As Mensageiras da Esperança" de Jojo Moyes

Gosto muito quando pego num livro e a sua trama faz-me viajar, quase de imediato, para outro lugar e para outra época. E se tiver na sua base uma história consistente, plausível e, se possível, verídica, ainda melhor!

Com este livro sucedeu isso e daí as minhas 6*. O final achei-o ligeiramente cor-de-rosa mas os obstáculos que os protagonistas passaram foram tantos que, até eu, consegui respirar melhor quando, por fim, as coisas começaram a encaixar-se para um final feliz.

E depois, esta história fala-nos de livros. Do poder que eles trazem à vida de muita gente, de esperança, de educação, de transformação. É baseada numa história sobre algumas mulheres corajosas que, nos anos 30, numa região do Kentucky fechada em si mesma, com leis muito próprias feitas à medida de alguns proprietários das minas existentes, percorrem a região a cavalo e dão continuidade ao projecto de Eleanor Roosevelt criando uma biblioteca itinerante. Os percursos montanhosos, o tempo inclemente, fazem com que estas mulheres não tenham uma vida fácil. No entanto, enquanto viajam possuem algo que não estão dispostas a perder facilmente e que na cidade não têm: liberdade!

Um livro que nos fala sobre livros e da magia que conseguem transmitir mas, também, da luta das mulheres, nessa época, por um lugar onde os seus sentimentos e opiniões sejam igualmente válidos e reconhecidos. Uma história de uma fluidez fantástica e com uma escrita muito apaixonante onde as personagens chegam muito facilmente ao nosso coração. Nota máxima!

Final: um pouco todos felizes para sempre

No entanto, 6*

Terminado a 16 de Janeiro de 2021

Estrelas: 6*

Sinopse

Alice Wright casa-se com o belo americano Bennett Van Cleve na esperança de escapar a uma vida sufocante, em Inglaterra. Mas a pequena cidade de Kentucky rapidamente se revela igualmente claustrofóbica, sobretudo vivendo Alice com o sogro autoritário. É então que é feito um apelo para a participação das mulheres da cidade numa equipa para entregar livros; um projeto da nova biblioteca itinerante de Eleanor Roosevelt. Alice adere com entusiasmo. Alice conhece assim Margery, a líder desta equipa, uma mulher autossuficiente e de discurso inteligente que nunca pediu permissão a um homem para nada. A elas juntar-se-ão três outras mulheres singulares que ficarão conhecidas como as Packhorse Librarians of Kentucky. A aventura destas mulheres - e dos homens que amam - torna-se um drama inesquecível de lealdade, justiça, humanidade e paixão. Estas mulheres, autênticas heroínas, recusam-se a ser intimidadas pelos homens ou pelas convenções. E embora enfrentem todos os tipos de perigos, não desistem da missão que abraçaram: levar a sabedoria, a leitura e o mundo fantástico dos livros até aos mais pobres e desfavorecidos. Mas quando a comunidade de Baileyville se voltar contra elas, será que a determinação - e o poder da palavra escrita - será suficiente para as salvar?

Cris

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

"Palavras Que Tocam a Alma" de Benjamim Ferencz

Sei que li qualquer referência a este livro noutro livro e fiquei curiosa. Há livros que nos falam de livros ou personalidades muito interessantes e remetem-nos para outros... a sua função está cumprida então. 

Não sabia nada sobre Benjamin Ferencz. Nunca tinha ouvido falar dele. Tem mais de 100 anos. À data da publicação deste livro encontrava-se vivo. Pratica ginástica diária, exercícios onde tenta manter os seus músculos activos, uma sequência inventada por si e que culmina com 75 flexões!!!

É um livro pequenino mas tão, tão cheio! Benjamin relata-nos a sua vida desde a sua infância num bairro duvidoso de NY, passando pelas duras dificuldades para conseguir estudar e conseguir uma vida melhor, até ao seu papel na criação e nos Julgamentos de Nuremberga (onde foram acusados vários criminosos de guerra nazis). Pelo meio, brinda-nos com umas frases a bold: as lições de vida aprendidas nos seus 101 anos! 

Uma vida cheia, nem sempre bafejada pela sorte mas com uma vontade de lutar, uma perseverança invejáveis. Um lutador pela verdade e pela justiça. Gostei muito de o "conhecer". Recomendo! 

Terminado em 12 de Janeiro de 2021

Estrelas: 6*

Sinopse

Durante mais de cem anos, Benjamin Ferencz desafiou o destino.  Emigrante judeu, cresceu num dos mais violentos bairros de Nova Iorque (Hell’s Kitchen). Muito pequeno, constante vítima de bullying, entrou para a escola aos oito anos. Mas recuperou o tempo perdido, conquistou uma bolsa para Harvard, saiu de lá advogado. Na Segunda Guerra Mundial foi voluntário, desembarcou na Normandia, lutou em várias frentes, ganhou cinco medalhas. E quando tudo acabou, ajudou a libertar os campos de concentração, desenterrou cadáveres com as próprias mãos, à procura de provas para incriminar os culpados. Aos 27 anos caiu-lhe sobre os ombros a enorme responsabilidade de acusar os criminosos de guerra nazis. Foi nomeado procurador principal do Tribunal de Nuremberga, que ele próprio ajudara a criar. Nunca mais parou de fazer justiça. Quando este livro foi publicado era já centenário, dono de uma memória admirável e com extraordinárias lições de vida para partilhar: sobre a educação, o caminho da vida, a resistência à adversidade, o amor. Sobretudo o amor. Pela mulher, pelos filhos, pelo próximo, pela justiça (ajudou a fundar o Tribunal de Haia). Ben Ferencz testemunhou horrores indescritíveis, mas nunca se deixou abater. Foi com um sorriso que se agarrou à vida e à crença de que podemos fazer mais e melhor.

Cris

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

"The Undoing" de Jean Hanff Korelitz

Este livro foi o escolhido para um dos meus grupos de leitura fazer a nossa leitura mensal em "prestações". Lemos diariamente um determinado número estipulado de páginas, quando conseguimos, claro. Sem pressões! Vamos comentando entre nós o que se torna sempre uma mais-valia.

Já tinha começado a ver a série, a que este livro serviu de base, mas com receio que interferisse negativamente na leitura, parei. Tenciono agora retomar. Já me disseram que a série é bastante diferente do livro. 

As opiniões não foram consensuais! Eu gostei, achei verosímil, com um ritmo que considero que manteve sempre o meu interesse. Achei, sobretudo, que a protagonista, uma terapeuta conjugal, com as suas contradições (e o seu reconhecimento das mesmas ao longo desta trama) estavam muito bem desenvolvidas e conseguidas. 

A vida de Grace corre-lhe bem. Possui uma família que ama e é amada. Marido e filho. São as pessoas que constituem o seu mundo. Vive desafogadamente, vai publicar um livro com um tema que, pensa, pode ajudar muitas mulheres a escolher melhor com quem querem partilhar as suas vidas. De nome: Já Devias Saber. A sua teoria baseia-se em que, se estiverem atentas, logo nos primeiros encontros consegue-se percepcionar a personalidade do homem, as suas qualidades e, principalmente, os seus defeitos.

Uma série de acontecimentos inesperados põe fim à vida estruturada de Grace e obrigam-na a repensar toda a sua vida conforme ela a vê. Uma mulher que conhece ligeiramente é assassinada, o seu marido não está contactável. No princípio estes acontecimentos não parecem ter grande importância na ordem em que a sua vida está encaixada. E, no entanto...

Terminado a 11 de Janeiro de 2021

Estrelas: 5*

Sinopse

As mulheres não dão ouvidos ao que a sua própria intuição lhes diz sobre a verdadeira natureza dos homens - o que habitualmente lhes traz sérios problemas no futuro... 

Grace Reinhart Sachs é terapeuta conjugal e, por comparação com a sua experiência clínica, considera a sua vida perfeita. Tem um casamento sólido, o marido é um oncologista pediátrico prestigiado, o filho de ambos, Henry, promete vir a ser um músico talentoso e fazem parte da elite de Manhattan. Mas quando Grace decide escrever um livro dissecando os mecanismos afetivos que fazem que muitas mulheres se tornem vítimas de relações infelizes, e está a poucas semanas do lançamento desse livro, toda a sua existência é abalada por um acontecimento inesperado, que vem pôr em causa tudo aquilo em que acredita. Afinal, Grace não conhece assim tão bem o seu marido e vê-se agora obrigada a refazer a sua própria vida. 

Já Devias Saber? Agora é Tarde Demais é um romance de extraordinária subtileza e inteligência, um thriller psicológico que não dá tréguas aos leitores.

Cris

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

A Convidada Escolhe: "O Bisavô"

Um livro que conta a história de três gerações da familia da autora, mas que é também um retrato da vida portuguesa dos anos 1887 a 1931 dando-nos uma visão alargada da sociedade portuguesa o que, a mim, me prendeu totalmente. 

A autora relata de forma cativante o dia a dia desta família na província, neste caso na cidade da Guarda e aldeiras próximas, a inevitável saída dos rapazes mais novos para as cidades mais desenvolvidas como Coimbra e Lisboa, e as consequentes lutas com a oposição dos seus pais apegados às suas terras e património. 
 
Os mais novos com as suas ideias modernas e revolucionárias de republicanos em ascensão em contraste com os patriarcas conservadores e monárquicos. O papel da mulher numa sociedade tacanha e opressiva com o preconceito dominante contra qualquer uma que revelasse algum empenho em algo mais que a vida doméstica, elas próprias críticas mordazes das conterrâneas que, por vontade de algum pai mais visionário, estudando se  destacaram nas ciências, na cultura,  na vida até então reservada aos homens. 

Somos levados pelo final século XIX  em mudança, pelo início do século XX em convulsão com a política interna, as doenças, (peneumonica e tuberculose), a guerra, as colónias portuguesas e os negócios daí resultantes.
Passeamos por ruas, praças avenidas, prédios e palacetes de uma Lisboa burguesa em pleno crescimento. Encontramos- nos com pessoas que até hoje povoam o nosso imaginário e outras que nos deixaram boa parte do mundo dos negócios como os conhecemos hoje e que ainda persistem. 

Marília Gonçalves

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Experiências na Cozinha: "Cozinha Vegetariana - Para quem quer poupar"



Hoje trazemo-vos uma receita de Burguers de grão e batata doce.

É uma boa alternativa à carne sobretudo se se acompanhar com um cereal integral.

Porque a combinação entre uma leguminosa e um cereal integral formam a proteína completa que devemos comer diariamente.

São muito rápidos de fazer e podem ser congelados para uma refeição mais rápida.

O grão pode ser substituido por outra leguminosa a gosto.

São simples de se fazer: basta picar cebola e alho e refogar num pouco de azeite. Depois junta-se batata doce cozida e esmagada, o grao também esmagado, salsa, sal, cominhos, linhaça moída, pimentão doce, pimenta caiena.  Deixa cozinhar e misturar os sabores. Adiciona-se pão ralado até ter a consistência desejada. Deixar esta massa arrefecer e moldar como na foto. Está na hora de congelar ou fritar numa frigideira / forno.

Experimentem!

 

 

Palmira e Cris


terça-feira, 19 de janeiro de 2021

"Quando Eu Era Invisível" de Martin Pistorius

Não sei precisar a data mas recordo perfeitamente da apresentação desta obra porque foi bastante singular e contou com a presença do autor. Guardei o texto, que nos foi dado, que guarda as suas palavras terríveis mas, ao mesmo tempo, belas e inspiradoras. Reli-o antes de pegar neste livro.

Não sei porque demorei tanto tempo a pegar nele pois quando cheguei da apresentação estava deveras impressionada com a coragem e força que Martin Pistorius precisou de ter para ultrapassar tamanha adversidade que a vida lhe trouxe. Ele foi um rapazinho perfeitamente normal até aos seus 12 anos, altura em que começou com problemas graves de saúde. Graves ao ponto do seu corpo e cérebro começarem a definhar. E  Martin passou a um estado vegetativo, sem que o seu corpo reagisse a qualquer estímulo externo. Até que começou aos poucos a recuperar a consciência mas não tinha como fazer-se ouvir, não tinha como comunicar. Passou 12 anos encarcerado dentro de si próprio sem que os outros se apercebessem que ele os ouvia e conseguia pensar por si mesmo! 

Não vos conto mais. Se pensam que isto é tudo estão enganados. Muito enganados. Isto foi somente uma parte importante da sua vida. Que o marcou profundamente. Ler sobre como recuperou e ultrapassou tudo foi um deleite para mim. Leiam também!

Terminado em 9 de Janeiro de 2021

Estrelas: 5*
 
Sinopse
Êxito de vendas em todo o mundo, publicado em mais de 25 países, o testemunho de Martin Pistorius é uma lição de vida e um hino à força interior e à coragem.
Até aos 12 anos, Martin Pistorius era um menino igual aos outros, crescendo feliz e saudável. Nada fazia adivinhar que um dia adoeceria gravemente e que em pouco tempo deixaria de andar e falar. Para os médicos, Martin tinha entrado em estado vegetativo.
Lentamente, Martin foi recuperando a consciência. A sua mente, contudo, estava encurralada dentro de um corpo inútil, cujos braços e pernas não obedeciam e cuja voz se mantinha muda, incapaz de emitir um som.
Martin sentia-se invisível, suportando o seu segredo como uma testemunha silenciosa do mundo que o rodeava, vendo a vida passar numa sucessão de dias idênticos.
Depois de 12 anos de encarceramento, Martin conheceu Virna, uma terapeuta que viu para além do corpo preso a uma cadeira de rodas e que apenas movia os olhos. Viu um ser humano na plena posse das suas faculdades mentais.
Este foi apenas o princípio de um extraordinário renascimento e o primeiro impulso para que Martin despertasse, gradualmente, para a vida.
De um menino que dependia completamente dos outros, Martin Pistorius transformou-se num homem independente, que se licenciou, conseguiu um emprego e casou com o amor da sua vida.
 
Cris

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

"Uma Paixão Simples" de Annie Ernaux

Este livro pequenino, este romance, que parece ser um conto retrata os sentimentos mais sinceros e puros de uma mulher. É o seu desabafo, a sua reflexão de como é sentir uma paixão de tal forma avassaladora que não consegue pensar em mais nada, quase que nem nela própria!

Sempre ouvi dizer que paixão não era amor. E se o que esta mulher sente é paixão, então a felicidade mora longe... porque o que ela sente não a faz feliz! 

A autora soube traduzir na perfeição os estados de alma desta mulher sofredora, que vive para os momentos curtos mas intensos que vive quando o homem que julga amar está presente na sua casa, no seu quarto. 

Pequeno mas intenso, este livro deixa-nos pensativos e um pouco angustiados. Que paixão é esta que não tem espaço para o amor-próprio? Um livro que é muito maior do que o seu tamanho!

Terminado a 8 Janeiro de 2021

Estrelas: 4*

Sinopse

De um lado, uma mulher culta, independente, divorciada e já com filhos adultos. Do outro, um homem casado, estrangeiro, mais jovem, por quem ela perde completamente a cabeça. E por quem espera, dia após dia. Se o tema parece trivial, não o é, de todo, o modo como os dois anos que dura esta «paixão simples» são contados: no seu estilo frontal, acutilante, despido de vergonhas e julgamentos, Annie Ernaux desfoca a linha ténue entre ficção e autobiografia e põe na voz da narradora as confidências da história de uma relação que toma conta de tudo, que extasia e rebaixa, fonte da maior felicidade e da mais dolorosa solidão. Viver algo assim será, talvez, o maior privilégio da existência.

Lançado em 1991, Uma Paixão Simples surpreendeu o panorama literário francês, quebrando os estereótipos do romance sentimental pelo seu erotismo e pela sua honestidade. Em 2020, é adaptado ao cinema por Danielle Arbid.

Cris

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Experiências na Cozinha: "Cozinhar em Mindfulness"


Hoje trazemo-vos uma receita que já apareceu por aqui uma vez. Gostamos muito dela e fazemo-la muitas vezes. Por isso repetimos. E repetimos... coloquem mãos na massa que é como quem diz no feijão azuki e na abóbora e experimentem. Vão gostar, é deliciosa!




Palmira e Cris

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Novidade Saída de Emergência

"Revitalizar"

de Mafalda Rodrigues de Almeida

Não há fórmulas mágicas para travar o envelhecimento. Mas, através do estilo de vida que adotamos, podemos antecipá‑lo ou retardá‑lo. O stress em que vivemos, a rapidez de tudo à nossa volta, o automatismodas escolhas, o processamento dos alimentos, a falta de tempo, as preocupações, o excesso de peso, tudo isto faz acelerar o processo de envelhecimento, tão natural quanto inevitável.

Com este livro, Mafalda Rodrigues de Almeida mostra‑nos que é possível controlar todos estes processos para revitalizarmos o nosso corpo e mantê‑lo mais jovem e saudável. Além de explicar a importância do sono, do exercício físico, da genética, das toxinas, dos desequilíbrios hormonais ou do stress, a autora apresenta igualmente inúmeras receitas de pequenos‑almoços, snacks, refeições principais e sobremesas que nos ajudarão a pôr em prática estes ensinamentos no dia a dia.

Cris

"33 Cartas de Montmartre" de Nicolas Barreau

Comecei este ano com uma leitura leve mas nem por isso menos simpática. Foi recomendação de uma amiga e é livro que se lê num instante porque a escrita é muito escorreita e entretém bastante.

O tema de fundo poderia ser pesado - o luto - mas a forma como é abordado sugere ao leitor que tudo irá acabar bem e que o personagem principal irá superar as suas dores. Foi para mim uma leitura agradável mas sem surpresas. O meu palpite para solucionar o mistério em redor de umas cartas foi acertado e, confesso, isso fez-me gostar um pouco menos deste livro que o livro anterior que li deste autor. 

É um livro fofinho de se ler. Próprio para quem quiser uma leitura que prende, ligeira e rápida.

Terminado em 3 de Janeiro de 2021

Estrelas:  4*

Sinopse

Julien Azoulay é escritor, com obra aclamada internacionalmente. Porém, quando perde a mulher de forma prematura, deixa de acreditar no amor, perde a fé no lado mais feliz da vida ? e com ela sua capacidade de escrever.
Mas, antes de morrer, Hélène faz o marido prometer-lhe que lhe escreveria 33 cartas, uma por cada ano da sua vida. Para seu espanto, Julien dá-se conta de que esta «correspondência», que deixa numa gaveta secreta na campa da mulher, no cemitério de Montmartre, acaba por ser o seu único conforto na perda. Nestas cartas, Julien conta à mulher como tem sido a vida sem ela, o seu amor já não correspondido, fala-lhe do filho de ambos, Arthur, que não quer que o pai seja infeliz.
Até que um dia descobre que as cartas desapareceram e, no lugar destas, encontra alguma pistas: um bonito coração de pedra, um poema, um raminho de miosótis... O que Julien não sabe é que alguém o observa. Alguém que lê as cartas e que o quer ajudar. Alguém que se apaixonou por ele.

Cris

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Resultado do Passatempo "Toca a comentar!" - Mês de Dezembro

Anunciamos o vencedor deste passatempo referente ao mês de Dezembro.

Este é o link para o post onde se encontra anunciado o passatempo.

Assim, através do Random.Org, de todos os comentários efectuados nesse mês, foi seleccionado um vencedor! Foi ele:

R y k @ r d o


Parabéns! Terás que comentar este post e enviar um email para otempoentreosmeuslivros@gmail.com até ao próximo dia 20, com os teus dados e escolher um de entre estes dois livros:


Cris

 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

"Zen, A Arte de Viver Simplesmente" de Shunmyo Masuno

No fim de tarde de 31 de Dezembro, a espera das 12 badaladas fez-me pegar num género de livro que não é habitual comentar aqui no blogue. É escrito por um sumo-sacerdote de um dos mais antigos templos japoneses.

Não deve ser lido a correr, como fiz, mas vai ficar na minha mesa de cabeceira uns tempinhos para que possa abri-lo ao calhas e saborear, aprender e mudar/alterar alguns hábitos. 

Todos estes ensinamentos e práticas, através de um livro, ficam aquém do que se pode aprender na prática mas, às vezes, basta uma chamada de atenção para alguns detalhes para aprendermos a olhar para a vida de um modo diferente. Este ano atípico foi prova disso. 

Vai ficar sim na minha mesa de cabeceira por mais uns tempos embora o livro pertença ao meu filho do meio.

Terminado em 31 de Dezembro de 2020

Estrelas: 4*

Sinopse

Quando chega a casa, provavelmente quer pôr-se à vontade. E quando se descalça, quase de certeza que não pensa duas vezes no assunto. No entanto, se gastar alguns segundos para alinhar os sapatos, estará a praticar zen. Estará a ordenar a sua vida, a “arrumá-la” de forma mais harmoniosa. Ao organizar o espaço físico à sua volta, vai tranquilizar a mente… por breves instantes.

Fará assim tanta diferença na sua vida? Sim, porque se o fizer muitas vezes, vai criar um pequeno hábito. E ao juntar a esse hábito uma série de outros igualmente simples, vai começar a sentir na sua vida aquela tranquilidade e deslumbramento que só raras vezes se sente – como, por exemplo, quando contempla um lago tranquilo.

Há outras práticas recomendadas neste livro. Como sair de casa e observar o pôr-do-sol; andar descalço sempre que possível ou simplesmente plantar uma flor; tudo isso é zen, como nos explica Shunmyo Masuno, sumo-sacerdote de um dos mais antigos templos do Japão.

Quando há anos foi convidado para fazer um programa de televisão sobre zen para crianças, Masuno teve uma ideia. Sendo uma pessoa pragmática (e um designer de jardins de fama mundial), decidiu deixar de lado a filosofia. Explicou antes aos alunos que o zen não se aprende nos livros. E deu-lhes exemplos de como o praticar.

Cris

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

"Conduz o Teu Arado Sobre os Ossos dos Mortos" de Olga Tokarczuk

Uma querida amiga já me tinha feito um reparo sobre este livro. Que era muito bom. Mas todos sabemos que as expectativas fazem, muitas vezes, gorar o prazer que sentimos com um livro. O facto da autora ser um Nobel fazia-me torcer o nariz... Leituras complicadas e densas não estavam nos meus planos ao terminar o ano. E convenhamos: Que título é este???

Comecei a ler com as expectativas em baixo. Vou-vos contar: achei uma leitura fabulosa. A escrita é simples mas atrativa. Ou melhor, a autora faz-nos parecer que deve ter pegado na caneta e escrito sem parar. Se pensarmos um pouco, verificamos que talvez não tivesse sido assim. 

E a personagem? Nalguns aspectos fez-me lembrar o livro Stoner com o seu protagonista que parece nada ter de interessante para conhecer e, no entanto, nos cativa e prende à primeira. Mas esta senhora com um nome complicado que já não recordo (que importa isso?) é fantástica. Ultrapassa em muito na sua complexidade interior o protagonista do livro referido. 

Com uma vida desinteressante, perdida numa aldeola polaca com poucos habitantes, sobretudo nos rigorosos invernos, esta senhora não pára de nos surpreender! Aos pouquinhos vamos conhecendo a sua vida passada (mais rica do que seria de supor) e as suas ligações com o presente. As outras personagens vão entrando devagar nesta história e vão constituir um circulo de amigos chegados. Na verdade, o leitor será um desses amigos, tão próximo se vai sentir dessa velhota excêntrica e que muitos tomam por maluca!

Com uns assassinatos pelo caminho e mistérios daí decorrentes, esta trama não pára de nos surpreender. O volte face final faz-nos agarrar às últimas páginas, confesso que com as entranhas um pouco revolvidas, mas sem por isso deixar de torcer por esta velhota simpática!

Terminado em 29 de Dezembro de 2020

Estrelas: 6* 

Sinopse

Numa remota aldeia polaca, a excêntrica Janina Duszejko, professora reformada, divide os seus dias a traduzir a poesia de William Blake e a observar os sinais da astrologia, fazendo por manter-se afastada das pessoas e próxima dos animais, cuja companhia prefere; mas a pacatez dos seus dias vê-se interrompida quando começam a aparecer mortos vários membros do clube de caça local. Certa de encontrar respostas, Janina decide lançar-se na investigação do caso, chegando a uma estranha teoria que espalhará o terror pela comunidade. 

Sob a máscara de policial noir ou fábula macabra, Conduz o Teu Arado Sobre os Ossos dos Mortos é um romance mordaz e desconcertante que questiona a nossa posição acerca dos direitos dos animais e responsabilidade sobre a natureza, bem como todas as ideias preconcebidas sobre a loucura, a justiça e a tradição. 

Cris

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Experiência na Cozinha: "Tudo o que comemos conta"


Hoje trazemo-vos algo que não é muito usual nas nossas mesas: algas. Aqui uma em destaque, a alga wakamé.
E para que tenham em consideração as variadíssimas propriedades que de são detentoras, deixamos também um pequeno texto deste grande livro de uma grande senhora da cozinha macrobiótica, a Geninha Varatojo.

É uma receita fácil, rápida e nutritiva. Querem sair um pouco da vossa zona de conforto? O vosso corpo agradece. Vocês agradecerão também, mais tarde.

 

 

 

 

Palmira e Cris

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

"Um Apartamento em Atenas" de Glenway Wescott

Às vezes pego num livro, que está na minha estante há anos, somente porque sim. Foi o caso. Nem sabia sequer qual o tema porque raramente leio sinopses na sua totalidade. Muitas vezes revelam mais do que deviam... Não é o caso desta, na verdade. Parca em palavras, com esta sinopse ficamos com uma ideia geral do conteúdo de que o título traduz uma pequena parte.

Não é uma leitura escorreita nem ligeira. É densa porque nos fala sobretudo dos sentimentos de um casal que se vê, de um momento para o outro, privado da sua liberdade dentro da sua própria casa. E é precisamente em Atenas, em 1943, aquando da invasão hitleriana em que, temporalmente, se situa este livro. 

Um oficial alemão vai ocupar as divisões principais de um apartamento pertença de um casal com dois filhos de 12 e 10 anos. Passam a ter de obedecer às suas ordens que, de dia para dia, são mais rigorosas e desumanas. A tensão instala-se, a fome também, já que os melhores alimentos são pertença do seu inquilino forçado. 

Os desenvolvimentos decorrem lentamente como se o tempo tivesse parado naquela casa que, subitamente, passou a ser a prisão de quem era o seu dono. Mas as reviravoltas na narrativa surgem e a perspectiva dos proprietários, face ao oficial que passa de prepotente a afável sem que o casal perceba porquê, é alterada. A metamorfose do oficial gera mudanças no comportamento dos proprietários também.

A guerra parece longe e, no entanto, está bem dentro daquelas paredes. Os sentimentos do casal e até dos seus filhos estão em constante mudança mas não alteram muito entre o medo, a insegurança e incerteza. A sua casa transformou-se num "barril de pólvora e as consequências não se fazem esperar... 

Publicado pela primeira vez em 1945 este livro surpreendeu-me pela positiva. Um olhar diferente sobre os efeitos da II Guerra, num ambiente claustrofóbico, repleto de medo e insegurança.

Terminado em 28 de Dezembro de 2020

Estrelas: 5*

Sinopse

Tal como a extraordinária novela de Glenway Wescott O Falcão Peregrino (que Susan Sontag descreveu, no The New Yorker, como «um dos tesouros do século XX»), Um Apartamento em Atenas desenvolve-se em torno de três personagens. Nesta história sobre um casal grego que vive em Atenas ocupada por nazis e obrigado a partilhar a sua casa com um oficial alemão, Wescott encena perturbador drama de adaptação e rejeição, resistência e compulsão.

Um Apartamento em Atenas retrata os efeitos de uma guerra na vida quotidiana. Trata-se de uma invulgar história de luta espiritual, em que o triunfo e a derrota dificilmente se distinguem. Um bom estudo sobre a humilhação e a dignidade, e o seu desenlace em tragédia e numa solução desesperada. O carácter moderado, a ausência de exageros e a serenidade são admiráveis como o ideal grego que reflectem e honram. Nesta obra reside a dignidade de um estilo no qual nada é excessivo nem insuficiente.

Cris