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segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Para os Mais Pequeninos: "O Muro"

Num tempo em que existiam reis "mandões",  o Rei olhou para os seus súbditos e viu muitas cores porque todos eles eram muito diferentes. E não gostou. Ordenou então que fossem todos separados e mandou construir um muro para poder separar as pessoas. Mas os problemas começaram.

As cores representam algumas profissões e conforme elas vão sendo necessárias, o Rei vai mudando a sua opinião...

O livro tem um formato grande (A3) e as ilustrações são quase todas elas pinceladas de caras coloridas. No meio do livro, um muro separa as páginas o que dá um aspecto muito diferente ao livro habitual. 

Na capa uma frase impactante: "Construímos muitos muros e não pontes suficientes". Uma reflexão a fazer com as crianças. É um livro que, embora com poucas palavras, necessita orientação de um adulto porque a mensagem pode passar despercebida. 

Espreitem!






Cris

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

"A Camareira" de Nita Prose

Leitura rápida, intensa, que nos faz refletir e olhar em volta. Há pessoas especiais na nossa vida? Atribuímos-lhe o verdadeiro valor? Colocamos alguém de lado por ser diferente do que achamos "normal"?

Molly é camareira de um grande e luxuoso hotel, o Regency Grand Hotel. É aplicada, cuidadosa e perfeita nas suas limpezas. Não deixa nada mal feito, tudo brilha após a sua limpeza aos quartos. Possui uma grande dificuldade em apreender os códigos de conduta da sociedade pelos quais se regem as pessoas ditas "normais". A sua avó, o seu único apoio para todas as explicações que necessita, já faleceu. Está só e as dificuldades acumulam-se.

O leitor dá-se conta disso, pelo próprio discurso feito na primeira pessoa. Molly, sendo diferente, é melhor em muitos aspectos práticos mas é motivo de gozo e abuso pelos seus colegas. Algumas reacções e comportamentos sociais não entende. O leitor apercebe-se cada vez mais que Molly está a ser vítima de "algo" mas só com o desenrolar dos acontecimentos nos vamos apercebendo do que está a passar. 

Com mistério e intriga q.b., o que mais me aliciou foi precisamente essa especificidade da personalidade de Molly com sintomas que fazem lembrar o espectro do autismo, mas com um lado de "toque" que Molly aprecia bastante e que quem possui esse espectro não.

Uma leitura leve que muito apreciei. 

Terminado em 6 de Dezembro de 2022

Estrelas: 5*

Sinopse

Molly, a camareira, está completamente sozinha no mundo. Sim, está habituada a ser invisível, e é isso mesmo que também é no Regency Grand Hotel, onde, todos os dias, dobra roupa, faz as camas dos quartos de lavado, põe miniaturas de champô e pequeninos sabonetes nas casas de banho, limpa o pó e os segredos que os hóspedes deixam para trás quando fazem check-out. Ela é apenas uma camareira - porque haveria alguém de reparar nela?

Mas isso está prestes a mudar radicalmente. Todos os holofotes se viram para Molly quando é ela quem descobre o famigerado Mr. Black morto e bem morto na cama da sua suíte. Este não é o tipo de confusão que Molly pode limpar rapidamente. Porém, à medida que a teia de mentiras, sussurros, pistas e enganos se vai espalhando pelos corredores do Regency Grand Hotel, ela descobre que tem, dentro de si, um dom para a investigação. Sim, é apenas uma camareira - mas o que conseguirá Molly ver que todos os outros ignoram?

Mistério, suspense e muitas reviravoltas no romance que está a apaixonar leitores em mais de vinte países. Como pode uma pessoa ser, ao mesmo tempo, tão normal e extraordinária?

Cris

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

"Um Cão no Meio do Caminho" de Isabela Figueiredo

Este é o segundo livro que leio desta autora. Li "A Gorda", creio que logo quando saiu e gostei. Mas esta última obra conseguiu surpreender-me. Quanto a mim a escrita apurou-se e o tema abordado criou logo em mim uma grande empatia. 

As duas personagens principais em torno dos quais gira a trama são muito sui generis, nada estereotipadas, um pouco iguais entre si no facto de estarem um pouco à parte dos padrões ditados pela sociedade do que seria "normal", mas diferentes o suficiente para atrair o leitor com as suas especificidades e personalidades distintas.

Por acasos da vida, já na meia idade, estas duas personagens habitam no mesmo prédio e a vizinhança faz-se e progride quando uma delas fica doente e a outra cuida dela provisoriamente. As suas vidas, até aqui separadas, vão unir-se irremediavelmente. 

José Viriato, apanha as coisas que os outros consideram lixo, recupera-as e vende-as na Feira da Ladra. Beatriz, conhecida pelos vizinhos como a "matadora", acumula lembranças, suas e dos seus familiares. A sua casa está cheia de caixotes, de recordações das quais não se quer separar mas que lhe enchem o espaço de tal forma que os seus movimentos são limitados. 

Até que o acaso os junta e começam a contar um ao outro as suas vidas até aí. Entre o passado de ambos e o futuro que acabam por partilhar como amigos, está um cão, uma avó carinhosa e presente, uns pais ausentes, um namoro falhado, uma morte acidental e tantos outros acontecimentos que prendem o leitor pela forma maravilhosa como está escrito.

Um romance inteligentemente desenvolvido que aborda temas sobre a solidão, o abandono e sobre a amizade entre pessoas e animais. Gostei muito e recomendo.

Terminado em 5 de Dezembro de 2022

Estrelas: 5*

Sinopse

Este novo romance de Isabela Figueiredo, a que ela deu o sugestivo e justificado título de Um Cão no Meio do Caminho, conta-nos as histórias de um homem e de uma mulher que sofrem, cada um à sua maneira, um dos grandes males da vida moderna - a solidão.

Neles a solidão é a resposta aos violentos acidentes com que a vida os agrediu. As sociedades modernas vivem sobre a violência. Mas há quem a recuse, como é aqui o caso de José Viriato e da sua misteriosa vizinha, Beatriz, que todos conhecem como a Matadora. O acaso junta-os, como o leitor verificará com a leitura deste livro.

Que resultado obtemos quando se juntam duas solidões? É esta a questão que este novo romance da autora do aclamado A Gorda vem equacionar, deixando a resposta ao critério de cada leitor. Eventualmente um cão pode ajudar.

Cris

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Resultado do Passatempo Mensal "Toca a Comentar"

Anunciamos o vencedor deste passatempo referente ao mês de Outubro. 

Este é o link para o post onde se encontra anunciado o passatempo.

Assim, através do Random.Org, de todos os comentários efectuados nesse mês, foi seleccionado uma vencedora! Foi ela:

Cidália Ferreira

Parabéns! Terás que comentar este post e enviar um email para otempoentreosmeuslivros@gmail.com até ao próximo dia 20, com os teus dados e escolher um de entre estes dois livros: 


Cris

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

"Terrra Americana" de Jeanine Cummins

Sei que tenho livros fantásticos nas minhas estantes... por ler! 

Mas eles, como que possuindo vida própria, atropelam-se furiosa e constantemente exigindo o primeiro lugar na pilha. Posto isto, venho dizer-vos que esta obra estava na estante, desde que saiu, a pedir para ser lida, a fazer-me ouvir comentários e opiniões muito favoráveis a seu respeito e só agora peguei nela. O motivo impulsionador foi um clube de leitura da Sara e da Marta, "Na Dúvida, Livro-me!". Iam ler este mês e nem hesitei mais.

Se estava a perder alguma coisa por o ter na estante sem ler? Sim, muito! O grupo dividiu o livro por semanas. Digo-vos já que é impossível... a leitura torna-se cada vez mais empolgante e, do meio para o fim, é um verdadeiro "page turner"! O que me valeu foi que comecei somente no principio da terceira semana e dei cabo dele em três, quatro dias. Todos na mesma semana, claro está! Ou seja, sou imprópria para ler aos bocadinhos! Quando uma leitura me agarra, como este livro o fez, não páro. E está tudo bem porque com os livros são eles que mandam. 

A trama é actual. Fala-nos dos migrantes que são obrigados a sair dos seus países porque, mais do que quererem melhores condições de vida a nível financeiro, o que procuram é um cantinho com paz, onde possam viver em segurança. É uma realidade muito diferente da que a maior parte de nós vive, impressionante e assustadora. 

México. Luta de poder entre cartéis de droga, muito dinheiro envolvido e muita falta de empatia para com o próximo. Estão criadas as condições para a fome, a morte, e insegurança e instabilidade de um povo.

Luca e Lydia. Filho e mãe. Os dois únicos sobreviventes de uma família de dezasseis pessoas assassinada barbaramente em Acapulco. O seu caminho de fuga para um local mais ou menos seguro, na América, faz-nos ficar literalmente presos às páginas deste livro.

O narcotráfico, os assassínios, as mortes e as fugas, a intolerância e a descriminação, os abusos, os roubos, as violações, os tetos dos comboios de mercadorias que servem de meio de transporte para milhares de migrantes... embora seja um livro de ficção, porque será que não custa acreditar nessas realidades medonhas?

Um só conselho: leiam-no!

Terminado em 16 de Novembro de 2022

Estrelas: 6*

Sinopse

Ontem Lydia era dona de uma livraria.

Estava casada com o homem que amava.

Vivia rodeada de família e amigos.

Hoje Lydia perdeu tudo.

Tudo, menos o filho, Luca, de oito anos.

Por ele, vai amarrar uma faca de mato à perna.

Vai saltar para um comboio de alta velocidade em andamento.

Vai até ao fim do mundo.

Únicos sobreviventes do massacre da sua família às mãos de narcotraficantes, Lydia e Luca sabem que têm de fugir do México imediatamente. Cada minuto conta. Cada troca de olhares está impregnada de perigo. Em cada momento de fraqueza pulsam a vida e a morte.

Já considerado um clássico moderno da literatura americana e comparado ao romance As Vinhas da Ira, de Steinbeck, Terra Americana é um romance oportuno, incómodo e, acima de tudo, impossível de esquecer.

Cris

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

A Convidada Escolhe: "Os Anos"

Os Anos”, Annie Ernaux, 2008

De repente, descobre-se um nome novo, alguém que ganhou o prémio Nobel da Literatura e nem sempre as livrarias estão preparadas. Não foi o caso este ano. Pelo menos encontrei três títulos diferentes de obras de Annie Ernaux, todos traduzidos em português por Maria Etelvina Santos e quando me questionei por qual deveria começar, sugeriram-me que começasse por “Os Anos”. E assim foi. Uma bela descoberta.

Gostaria de começar este meu texto, transcrevendo a frase de José Ortega Y Gasset “A única história que temos é a nossa e ela não nos pertence” que se encontra na epígrafe do livro, assim como parte da citação de Anton Tchekhov também na epígrafe: “- Sim. Seremos esquecidos. É assim a vida, nada a fazer. O que hoje nos parece importante, sério, cheio de consequências, pois bem, um dia vai cair no esquecimento, vai deixar de ter importância…”

Então, entramos na aventura do livro e a primeira frase, que antecede as frases soltas que o abrem, é “Todas as imagens irão desaparecer”. E, quando volvidas meia dúzia de páginas, chegamos à pág 16 lemos: “Tudo se apagará num segundo. O dicionário acumulado desde o berço até ao leito de morte irá desaparecer. Depois, o silêncio e nenhuma palavra para o dizer. Da boca aberta nada sairá. Nem eu nem mim. A língua continuará a pôr o mundo em palavras. Nas conversas à volta de uma mesa em dia de festa seremos apenas um nome, cada vez mais sem rosto, até desaparecermos na multidão anónima de uma geração distante”.

A ideia da finitude da vida, do esquecimento inevitável que virá com o tempo, leva a narradora, que sempre adiara, desde a juventude, a escrita do livro, à urgência de agarrar nas imagens, nos milhares de notas e dar forma a um tempo, captando “… a duração que constitui a sua passagem pela Terra numa determinada época” (pág. 193), “… para reconstituir um tempo comum… para, ao descobrir numa memória individual a memória da memória coletiva, ser capaz de transmitir a dimensão vivida da História.” (pág. 194). “Portanto, o livro a fazer era um instrumento de luta.” (pág. 195).

É pois um livro de memória, do tempo que medeia entre aquela fotografia sépia de 1941 e uma outra datada de 25 de Dezembro de 2006, em que aparece ao lado da neta. Todos aqueles retratos, com o registo da data e do local no verso, que vão sendo descritos nos seus detalhes ao longo do livro, marcam um dia, uma época, um tempo que foi o dela, que foi também o tempo da sociedade em que ela se inseriu, com a qual nos identificamos, apesar de não termos nascido em França.

E o lugar da mesa, em dias de festa, em que a família se reúne, desde aquele tempo longínquo em que avós e pais contavam histórias da(s) guerra(s) enquanto as crianças despreocupadas corriam e brincavam, alheadas desse mundo dos adultos, até àquele outro tempo em que ela é avó e mãe e observa as reacções e as conversas dos filhos e das namoradas. Sempre o mundo dos adultos e dos pequenos, essa persistência e continuidade, mas também as diferenças, o fosso que torna o olhar de uns sobre os outros, sempre ambivalente, incompreensível e estranho. O desenrolar da História e com ele a evocação do frio, da fome, da destruição, do frenesim a seguir à Libertação, das diferenças na educação dos rapazes e das raparigas, os tabus, o sexo, a Igreja, a esperança no progresso, os grandes projectos, o consumo e a falsa sensação de liberdade, os desânimos… Os namoros, os sustos, o casamento, o cansaço do casamento, os constrangimentos sociais, o divórcio, os namoros, a relação com um homem muito mais jovem…

À medida que vamos seguindo esta leitura entusiasmante, a História passa pelos nossos olhos com inúmeras referências inesquecíveis mas, embora a narradora nunca refira Portugal e a democracia que chegou com o 25 de Abril, ela destaca o Maio de 68 como data marcante para os Franceses, em que se separaram as águas, conforme o lado da barricada em que cada um se situou. Tal como no 11 de Setembro, quando as Torres Gémeas foram derrubadas, ela não esqueceu um outro 11 de Setembro em que Allende foi derrubado por um general de extrema-direita.

A vida das mulheres, nas suas conquistas ao longo do século passado, é algo que marca este livro e que não poderia deixar de aqui realçar. Nos anos 50, a moral sexual era rígida e penalizava sobremaneira as raparigas. “Sonhava-se com a pílula contracetiva que, diziam, se vendia na Alemanha. Ao sábado, em fila, casavam as raparigas de véu branco, que davam à luz seis meses mais tarde uns rapagões considerados prematuros.” “Ninguém se interrogava sobre quanto tempo duraria a proibição do aborto e de se viver junto sem casamento”. (pág. 59). “A vida sexual continuava a ser clandestina e rudimentar, assombrada pelo «acidente». Ninguém a devia ter antes do casamento.” “Era preciso «tirar» de uma maneira – na Suíça, para as que eram ricas – ou de outra – na cozinha de uma desconhecida, sem conhecimentos, que tirava uma sonda fervida de um recipiente que servia para tudo. Ter lido Simone de Beauvoir apenas servia para constatar a maldição de ter um útero.” (pág. 65). A contraceção intimidava bastante as refeições familiares para poder ser tema de conversa. O aborto era palavra impossível de pronunciar.” (pág. 77). Os anos passam, “deixáramos de acreditar que haveria um novo Maio” “Já ninguém se aborrecia verdadeiramente … A indignação moral já não tinha lugar” (pág. 100), mas “Até nós… mesmo nós fomos tocados pelo voto aos dezoito anos, o divórcio por mútuo consentimento, a lei sobre o aborto em discussão, quase chorámos de raiva por ver Simone Veil a defender-se sozinha na Assembleia contra os homens da sua própria bancada, furiosos, e pusémo-la no nosso panteão ao lado da outra Simone, de Beauvoir – cujo aparecimento pela primeira vez na televisão, numa entrevista, de turbante e unhas pintadas de vermelho, estilo leitora da sina, nos tinha dececionado, pois já era muito tarde, ela não o deveria ter feito –, e já nem nos aborrecíamos quando os alunos confundiam Veil com a filósofa que por vezes era citada nas aulas.” (pág. 100).


Já vai longo este meu texto e tanto, tanto ficou por dizer, tantos foram os sublinhados que fiz ao longo deste belo livro. Espero que “Os Anos” de Annie Ernaux seja lido por muita gente da minha idade, que se vai rever nele. Espero que seja também uma leitura interessante para os jovens e as jovens que agora vivem no tempo da tecnologia triunfante, da precariedade endémica, do avanço dos extremismos e das descaradas fake news.

Volto à ideia mestra de “Os Anos”, quando a meio do livro a narradora escreve: “Gostaria de reunir múltiplas imagens dela própria, separadas, sem relação entre si, ligadas por um fio narrativo, o da sua existência, desde o nascimento durante a Segunda Guerra Mundial até aos dias de hoje”. (pág.144) Objectivo plenamente alcançado.

1 de Dezembro de 2022

Almerinda Bento

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

"Lições de Química" de Bonnie Garmus

Nas primeiras páginas deste livro fiquei com a sensação desagradável de que os personagens possuíam uma excessiva caracterização, ou melhor, que as suas atitudes eram extremistas e estavam demasiadamente forçadas, estereotipadas. Mas ao fim de algumas páginas apercebi-me que o espaço temporal se referia aos anos cinquenta/sessenta e aí sim, o que achei exagerado, fez sentido.

Elizabeth Zott é uma mulher bonita, é inteligente e adora química. Aliás, tudo na sua vida se resume a química. Mas sendo mulher, o seu espaço está constantemente a ser tomado por atitudes machistas, que lhe pretendem roubar o seu conhecimento e as suas descobertas nesse mundo de homens. Nos dias de hoje diríamos que possui algumas perturbações do espectro do autismo, mais propriamente um diagnóstico de Asperger, pois as suas competências sociais são diminutas..

É verdade que a sua vida mais não foi que uma sucessão de acontecimentos trágicos e os seus traços de personalidade atraem mais inimigos que amigos. Sobredotada, sem dúvida alguma, o seu carácter honesto, pragmático, científico e muito fora da caixa tanto afasta como atrai.

Com um humor que nos prende, Elizabeth foi a personagem que mais me atraiu mas o cão inteligente, a sua filha fora do comum, a sua vizinha e o produtor de televisão, todos eles contribuíram para uns momentos bem passados no meio destas linhas que abordam vários assuntos pesados com um fino humor.

O fim, previsível, foi o possível. Não vejo como poderia ser outro. Recomendo.

Terminado a 27 de Novembro de 2022

Estrelas: 5*

Sinopse

Elizabeth Zott não é uma mulher comum. Aliás, Elizabeth Zott seria a primeira a dizer que a mulher comum não existe. Mas estamos no início dos anos sessenta e a sua equipa de trabalho no Instituto de Pesquisa Hastings é exclusivamente masculina. Elizabeth pode ter sido uma das melhores alunas do curso de Química (foi), mas todos os colegas esperam que seja ela a ir buscar cafés ou fazer fotocópias (não será). Há, porém uma exceção: Calvin Evans, um jovem brilhante que se apaixona por ela. Entre eles, a química é a sério. Mas tal como na ciência, a vida nem sempre segue uma linha reta. Anos mais tarde, Elizabeth é mãe solteira e a estrela relutante do programa de culinária mais amado da América, o Jantar às Seis. A sua abordagem à cozinha é extravagante (“combine uma colher de sopa de ácido acético com uma pitada de cloreto de sódio”) e revolucionária (mais do que apresentar receitas, ela está a incentivar um número crescente de mulheres a desafiar o mundo). A sua popularidade irrita muita gente. Longe dos holofotes, Elizabeth também usa a ciência para alimentar o corpo irrequieto e a mente subversiva da filha de quatro anos, Madeline, bem como o espírito crítico de Seis e Meia, o cão. Mas o seu destino parece eternamente adiado. Conseguirá ela cumprir o que em tempos um grande amor profetizou num sussurro? Elizabeth Zott, ainda vais mudar o mundo.

Cris