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sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

"Lições de Química" de Bonnie Garmus

Nas primeiras páginas deste livro fiquei com a sensação desagradável de que os personagens possuíam uma excessiva caracterização, ou melhor, que as suas atitudes eram extremistas e estavam demasiadamente forçadas, estereotipadas. Mas ao fim de algumas páginas apercebi-me que o espaço temporal se referia aos anos cinquenta/sessenta e aí sim, o que achei exagerado, fez sentido.

Elizabeth Zott é uma mulher bonita, é inteligente e adora química. Aliás, tudo na sua vida se resume a química. Mas sendo mulher, o seu espaço está constantemente a ser tomado por atitudes machistas, que lhe pretendem roubar o seu conhecimento e as suas descobertas nesse mundo de homens. Nos dias de hoje diríamos que possui algumas perturbações do espectro do autismo, mais propriamente um diagnóstico de Asperger, pois as suas competências sociais são diminutas..

É verdade que a sua vida mais não foi que uma sucessão de acontecimentos trágicos e os seus traços de personalidade atraem mais inimigos que amigos. Sobredotada, sem dúvida alguma, o seu carácter honesto, pragmático, científico e muito fora da caixa tanto afasta como atrai.

Com um humor que nos prende, Elizabeth foi a personagem que mais me atraiu mas o cão inteligente, a sua filha fora do comum, a sua vizinha e o produtor de televisão, todos eles contribuíram para uns momentos bem passados no meio destas linhas que abordam vários assuntos pesados com um fino humor.

O fim, previsível, foi o possível. Não vejo como poderia ser outro. Recomendo.

Terminado a 27 de Novembro de 2022

Estrelas: 5*

Sinopse

Elizabeth Zott não é uma mulher comum. Aliás, Elizabeth Zott seria a primeira a dizer que a mulher comum não existe. Mas estamos no início dos anos sessenta e a sua equipa de trabalho no Instituto de Pesquisa Hastings é exclusivamente masculina. Elizabeth pode ter sido uma das melhores alunas do curso de Química (foi), mas todos os colegas esperam que seja ela a ir buscar cafés ou fazer fotocópias (não será). Há, porém uma exceção: Calvin Evans, um jovem brilhante que se apaixona por ela. Entre eles, a química é a sério. Mas tal como na ciência, a vida nem sempre segue uma linha reta. Anos mais tarde, Elizabeth é mãe solteira e a estrela relutante do programa de culinária mais amado da América, o Jantar às Seis. A sua abordagem à cozinha é extravagante (“combine uma colher de sopa de ácido acético com uma pitada de cloreto de sódio”) e revolucionária (mais do que apresentar receitas, ela está a incentivar um número crescente de mulheres a desafiar o mundo). A sua popularidade irrita muita gente. Longe dos holofotes, Elizabeth também usa a ciência para alimentar o corpo irrequieto e a mente subversiva da filha de quatro anos, Madeline, bem como o espírito crítico de Seis e Meia, o cão. Mas o seu destino parece eternamente adiado. Conseguirá ela cumprir o que em tempos um grande amor profetizou num sussurro? Elizabeth Zott, ainda vais mudar o mundo.

Cris

3 comentários:

  1. Infelizmente, ainda há muito caminho a fazer pela valorização da mulher. Obrigada pela sugestão de leitura.

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  2. Pareceu-me interessante!!
    .
    Beijo. Bom fim de semana.

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