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quarta-feira, 30 de junho de 2021

Passatempo 11 Anos / Suma de Letras

 

O blogue fez 11 anos a 28 deste mês!

Para celebrarmos tal data, melhor que um passatempo só mesmo muitos passatempos!!!

Por isso, estejam atentos, durante toda esta semana.

Com a simpática colaboração da Suma de Letras, "O tempo entre os meus livros" oferece hoje o livro "A Biblioteca de Paris" de Janet Charles.

Este passatempo decorre de 30 de Junho a 14 de Julho.

Para concorrer, as regras são muito simples:

  1. Ser seguidor do blogue.
  2. Enviar email para otempoentreosmeuslivros@gmail.com indicando no assunto o título do livro a que concorre e no corpo do email o nome e morada e o nick do seguidor do blogue.
  3. Só pode concorrer com um email por cada livro.

Cris

terça-feira, 29 de junho de 2021

Passatempo 11 Anos / TopSeller

 

O blogue fez 11 anos a 28 deste mês!

Para celebrarmos tal data, melhor que um passatempo só mesmo muitos passatempos!!!

Por isso, estejam atentos, durante toda esta semana.

Com a simpática colaboração da TopSeller, "O tempo entre os meus livros" oferece hoje o livro "Os Irmãos de Auschwitz" de Malka Adlere.

Este passatempo decorre de 29 de Junho a 13 de Julho.

Para concorrer, as regras são muito simples:

  1. Ser seguidor do blogue.
  2. Enviar email para otempoentreosmeuslivros@gmail.com indicando no assunto o título do livro a que concorre e no corpo do email o nome e morada e o nick do seguidor do blogue.
  3. Só pode concorrer com um email por cada livro.

Cris

segunda-feira, 28 de junho de 2021

Passatempo 11 Anos / Clube do Autor

O blogue faz hoje 11 anos!

Para celebrarmos tal data, melhor que um passatempo só mesmo muitos passatempos!!!

Por isso, estejam atentos, durante toda esta semana.

Com a simpática colaboração do Clube do Autor, oferecemos hoje o livro "Um por Um" de Ruth Ware.

Este passatempo decorre de 28 de Junho a 12 de Julho.

Para concorrer, as regras são muito simples:

  1. Ser seguidor do blogue.
  2. Enviar email para otempoentreosmeuslivros@gmail.com indicando no assunto o título do livro a que concorre e no corpo do email o nome e morada e o nick de seguidor do blogue.
  3. Só pode concorrer com um email por cada livro.

Cris

quarta-feira, 23 de junho de 2021

Para os Mais Pequeninos: "Eu falo como um rio"


Gostei tanto deste livro! 

Primeiro porque são lindíssimas as suas ilustrações. O menino que nos fala e nos conta a sua história  não tem o rosto definido, representando assim, a meu ver, qualquer menino que sinta o mesmo que ele. Porque ele gagueja e, na eescola, os colegas gozam com ele quando  pretende responder às perguntas do professor. A escola não é um lugar feliz para este menino que possui todas as palavras mas que não querem sair!

O pai vai buscá-lo à escola nesses dias "não"; nesses dias em que as palavras custam mais a sair... leva-o para perto do rio e fazem actividades em silêncio para o acalmar! E ouvem o barulho desse rio que tanto pode ser barulhento como silencioso. O pai diz que ele fala como um rio! E foi assim que o menino aprendeu a aceitar a sua voz.

Este livro ajuda-nos a contar uma história que pode não ser a história de todos mas que é uma história para todos os meninos. Ajudar a compreender a diferença e aceitá-la!

Baseado na história do autor, este livro é uma verdadeira delícia. Vamos trabalhar a empatia desde pequeninos?




Cris

segunda-feira, 21 de junho de 2021

"A Bibliotecária de Saint-Malo" de Mário Escobar


Foi com muita pena que fechei esta leitura com a sensação de que faltou qualquer coisa para
que este livro fosse para o meu top de leituras sobre este tema que tanto gosto de ler, o Holocausto. Senti que a história foi contada de uma forma jornalística, talvez, e que com isso a empatia para com a personagem principal não se deu!

Tirando esse aspecto, que é deveras importante sem dúvida alguma, esta leitura fez-se rápida e focando temas, por vezes, não tratados com frequência. É através de uma bibliotecária na pequena povoação portuária de Saint-Malo, que adora os seus livros e adora ler, que nos vamos apercebendo de como uma população ocupada e subjugada pode agir de formas tão diferentes, ora resistindo, ora acatando as ordens sub-humanas que recebe. 

Para além disso, este livro mostrou-nos que, em ambos os lados, existiam pessoas de bem e de... mal. E pessoas que estão em lados opostos, por vezes, conseguiram encontrar um ponto comum: o amor. 

Poderia ter sido um 5* não fora o "se" falado anteriormente. Porque em tempo algum quis desistir desta leitura. 

Terminado a 14 de Junho de 2021

Estrelas: 4*

Sinopse

Jocelyn é a guardiã da Biblioteca de Saint-Malo, uma mulher órfã que se agarra à literatura e ao seu marido, Antoine. Mas ambos correm perigo:

A chegada das tropas alemãs à cidade, em especial a do comandante Adolf Bauman que, empenhado em roubar alguns dos incunábulos que a bibliotecária guarda tão zelosamente, quer acabar com a sua felicidade.

Destinados a ser inimigos e obrigados a viver num mundo em que a loucura prevalece, os protagonistas inesquecíveis deste lindo romance transformar-se-ão em heróis cujo amor será capaz de vencer a guerra.

Mario Escobar é um dos autores de romances históricos mais vendido em Espanha e publicou com grande sucesso na HarperCollins: A canção de embalar de Auschwitz e Os meninos da estrela amarela.

Cris

sexta-feira, 18 de junho de 2021

Para os mais pequeninos: "A Raposa"


É através de uma história aparentemente triste - de uma raposa que, ao ensinar às suas três crias como sobreviver, é atropelada por um condutor - que o autor aborda o tema da morte e da preservação das espécies.

Pela observação os filhotes da raposa aprendem como  caçar, como sobreviver na floresta. É também pela ajuda na observação das imagens que esta história fala aos mais pequeninos como a vida na Terra possui milhões de espécies, como a cadeia alimentar mantém uns animais vivos à custa de outros, acabando por falar nesse tema por vezes tabu que é a morte, a decomposição que daí advém e como essas partículas são aproveitadas por outros animais e plantas. Fala no ciclo da vida e de como a morte no reino animal não é só um fim mas sim o início de outras vidas.

Imagens lindíssimas como podem ver!





Cris 

quinta-feira, 17 de junho de 2021

"Os Sete Maridos de Evelyn Hugo" de Taylor Jenkins Reid

 

A primeira vez que ouvi falar deste livro foi no canal do YouTube  "Books and Movies". A Dora leu quando ainda não estava traduzido em Portugal e adorou. Depois algumas meninas seguiram o seu exemplo e todas gostaram muito. As expectativas eram, por isso, muito elevadas! O que acaba por ser mau porque não sei o que podemos esperar mais de um livro, em termos de entretenimento,  do que aquilo que este me trouxe...

A escrita faz-se num ápice, é muito realista e poderá traduzir aquilo que esperamos que a vida de uma estrela de cinema de Hollywood poderia ter vivido por volta dos anos 60. Sabia de antemão que Evelyn Hugo não existiu na realidade porque ouvi comentar precisamente isso de algumas leitoras que, após a leitura do livro, foram "googlar" procurando a autenticidade de algumas situações.

Possui uma situação de algum mistério criado pela narradora que faz um papel de uma jornalista que é convidada por Evelyn para escrever as suas memórias. Porque terá ela sido escolhida? Confesso que estava atenta aos pormenores mas não consegui descortinar a razão que unia uma famosa estrela de cinema e uma jornalista desconhecida. Isso foi um ponto a favor desta trama que muito me agradou!

Cada capítulo é sobre um dos sete maridos de Evelyn e é através destas relações que vamos conhecendo a vida desta estrela e, também, da jornalista escolhida, Monique Grant, que escreverá a sua biografia. 

A empatia gerada pelo leitor face a Monique é imediata.  Em relação a Evelyn a "coisa" não se dá assim tão rápidamente. Evelyn é uma mulher com uma personalidade forte, com objectivos traçados mas que não olha a meios para conseguir os seus fins. Por outro lado, ao despir-se para contar a história da sua vida, esta estrela de cinema já perto dos 80 anos, conquista o leitor com a sua determinação e foco, mostrando os seus aspectos mais humanos, tornando-se muito carismática aos olhos do leitor. Ambas revelam fragilidades iguais às nossas, revelando-se pessoas reais e esse aspecto torna-as parecidas senão de nós pelo menos de alguém por nós conhecido. As inseguranças, os medos, os traumas de infância, os caminhos erradamente escolhidos que trazem consequências nefastas, a aprendizagem que esses erros trazem, a violência de género, a infidelidade e as traições, o amor entre duas mulheres numa sociedade nos anos 50/60 que ainda não estava preparada para o receber.

Não é, mas podia ser. Não aconteceu, mas podia ter acontecido! Sentir isso durante uma leitura é um facto que me agrada muito. Mas da próxima vez não leio tanta opinião acerca de um livro antes de o ler porque faz-me esperar impossíveis!

Um livro que diverte, entretém mas faz pensar também! 

Terminado em 12 de Junho de 2021

Estrelas: 5*

Sinopse

Evelyn Hugo, uma das maiores estrelas de Hollywood, agora a aproximar-se dos 80 anos, decide finalmente contar tudo sobre a sua vida recheada de glamour e de uma boa dose de escândalos. Quando escolhe a desconhecida Monique Grant para escrever a sua história, todos ficam surpreendidos, incluindo a própria jornalista. Porquê ela? Porquê agora? Determinada a aproveitar a oportunidade para impulsionar a sua carreira, Monique regista o relato de Evelyn com fascínio e admiração. Da chegada a Hollywood no início da década de 1950 à decisão de abandonar o mundo do espetáculo 30 anos depois, incluindo, claro está, os seus sete casamentos, a vida de Evelyn é repleta de ambição desmedida, amizades improváveis e um grande amor proibido.

À medida que a história de Evelyn se aproxima do final, torna-se claroque a sua vida está ligada à de Monique de uma forma trágica e irreversível.

Cris

quarta-feira, 16 de junho de 2021

A Convidada Escolhe: "Mulheres da Minha Alma"

Mulheres da Minha Alma, Isabel Allende, 2020

Depois de um livro que demorei quase um mês a ler, soube-me muito bem agarrar neste “Mulheres da minha Alma” de Isabel Allende. Li-o num ápice. Textos, a que não vou chamar capítulos, curtos, soltos, sem uma ordem definida, mas todos com um fio condutor: trazer à memória as mulheres que contribuíram para Isabel Allende ser feminista e lutar pelo feminismo. Ao ler estes textos senti-me positiva e com vontade que este livro chegasse às mãos de muitas mulheres que não são feministas e que acham que o feminismo é uma coisa do outro século, a mulheres que precisam de ler alguma coisa que lhes levante a auto-estima e já agora, também às feministas e aos feministas.

É uma reflexão e uma memória pessoal da escritora. Tem partes muito divertidas, outras mais sérias que fazem parte também da minha história de feminista não académica que viveu as lutas e as causas dos movimentos de mulheres em Portugal e também a nível internacional. A certa altura, Isabel Allende escreve “isto não é, de todo, uma dissertação elevada, é só uma conversa informal.” Aliás, ao lê-lo, lembrei-me daquele livrinho precioso de Chimamanda Ngozie Adichie “Todos devemos ser Feministas”.

Panchita, a mãe e Paula, a filha são as pessoas mais referidas ao longo do livro. E ela, a viver um terceiro casamento, falando constantemente dos seus 70 e muitos anos que lhe dão uma serenidade e um apaziguamento que lhe permitem olhar para trás, para os anos que se passaram e o que fez nos vários países onde viveu e por onde passou. E de todas as personagens dos seus muitos romances, Eliza Sommers de “Filha da Fortuna” com quem gostaria de jantar. Isabel Allende considera que o feminismo foi a revolução mais importante do século XX e percebe por que razão a mãe não conseguiu apanhar a onda do feminismo. A experiência pessoal de Isabel Allende, aliada aos contactos que teve com escritoras feministas e com os seus escritos, em finais dos anos 60, quando era colaboradora da revista “Paula” permitiram-lhe aprofundar a sua consciência feminista. 

A paleta de temas abordados ao longo do livro é extensa: os padrões de beleza e juventude impostos que destroem a auto-estima das mulheres; o sentimento de culpa que persegue as mulheres; o envelhecimento, a sexualidade ao longo da vida; a sexualidade não binária; o poder da linguagem e das palavras e a sua não neutralidade; o prazer e o risco que o prazer feminino é para as religiões e para as tradições, não esquecendo o flagelo da mutilação genital feminina ainda em tantos países e regiões do planeta, assim como os casamentos forçados de crianças e de meninas; a educação das meninas e dos meninos distribuindo papéis precisos e estereotipados a cada um dos géneros eterniza as discriminações de género; os femicídios, o expoente máximo da violência de género em todo o mundo, com destaque para o México (Ciudad Juarez) e República Democrática do Congo; os crimes de honra; o assédio; a não valorização das mulheres nas artes e mesmo actualmente em sectores de ponta e de grandes avanços tecnológicos (Silicon Valley, por exemplo) onde as mulheres são uma escassa minoria; a violação como arma de guerra e o medo como instrumento de controlo; as tarefas do cuidar não pagas e não reconhecidas, mas que, sendo imprescindíveis, continuam maioritariamente sobre os ombros das mulheres; a luta pela despenalização do aborto e o acesso aos direitos reprodutivos; a necessidade de as mulheres se juntarem e serem barreira ao machismo. Neste último ponto, Isabel Allende fala da importância do movimento global #MeToo que vem desocultar o grande tabu que é o assédio e nomeia a canção “Um violador no teu caminho” composta em 2019 por quatro jovens chilenas, um rastilho que juntou milhares de jovens em centenas de praças em todo o mundo. Para além da fundação que ela própria criou, dá outros exemplos de luta em contra corrente ao patriarcado, como por exemplo Olga Murray que criou uma instituição de resgate de meninas nepalesas vendidas como escravas. Como ela diz, estes exemplos podem ser considerados uma gota no oceano do muito que há a fazer no globo, mas as novas gerações estão mais equipadas do que a sua mãe Panchita, que nos anos 40 do século passado se viu sozinha, abandonada pelo marido no Peru e com três crianças para criar. 

Há muitas referências importantes neste livro de Isabel Allende, mas não posso deixar de aqui referir o destaque que dá a Michelle Bachelet “heroína digna de romance”, a primeira mulher presidente do Chile, que desempenhou um papel determinante não só nas prioridades que definiu visando a melhoria da situação da mulheres chilenas (combate à violência doméstica e distribuição da pílula do dia seguinte) como os esforços que desenvolveu para a reconciliação entre os militares e as vítimas da ditadura.  

A parte final do livro foi escrita em Março de 2020 e Isabel Allende, talvez por ser ainda no início da pandemia, tem uma visão optimista relativamente ao período pós-pandemia. Ela divide os humanos face à pandemia em pessimistas, realistas e optimistas. Diz ela: “Não podemos continuar numa civilização que se baseia no materialismo desenfreado, na cobiça e na violência. 

Este é um momento de reflexão. Que mundo queremos? Julgo que é essa a pergunta mais importante do nosso tempo, a pergunta que todas as mulheres e homens conscientes devem fazer-se…”

(…) “Queremos uma civilização inclusiva e igualitária, sem discriminação de género, raça, classe, idade ou qualquer outra classificação que nos separe. Queremos um mundo amável, onde imperem a paz, a empatia, a decência, a verdade e a compaixão. E, acima de tudo, queremos um mundo alegre. A isso aspiram as bruxas boas. O que desejamos não é uma fantasia, é um projecto; entre todas, podemos conseguir.

Quando o coronavírus passar, sairemos das nossas tocas e entraremos cautelosamente numa nova normalidade; então, a primeira coisa que faremos será abraçarmo-nos nas ruas. Que falta nos fez o contacto com as pessoas! Vamos celebrar cada encontro e cuidar amavelmente dos assuntos do coração.”

14 de Junho de 2021

Almerinda Bento



terça-feira, 15 de junho de 2021

A Convidada Escolhe: "Filhos e Amantes"

Filhos e Amantes, D. H. Lawrence, 1913

Sem deixar de ir lendo as “novidades”, foi uma das intenções que formulei no início deste ano, ir descobrir livros há muito comprados e “esquecidos” na estante e ler e devolver alguns livros emprestados. Desta vez fui descobrir D. H. Lawrence e “Filhos e Amantes”. Confesso que foi uma leitura demorada e, ao longo das suas mais de quinhentas páginas, por vezes achei que algumas partes e passagens podiam ter sido mais encurtadas, que por vezes as descrições não precisavam de ser tão frequentes e minuciosas… mas, no final, a característica deste livro também tem esses aspectos, quer se goste, quer não.

Entrei no ambiente da época, com este livro. Inglaterra vitoriana, região mineira das Midlands, famílias numerosas, pobres, em que as mulheres são o coração e suportam sozinhas não só a maternidade como o equilíbrio numa conjugalidade feita de desencanto, de frustração, de ausência. Maridos rudes e ausentes, numa vida de trabalho difícil e precária, encontram na taberna, ao fim do dia, com os outros homens, o suporte para aguentar a dureza da mina. Mulheres sofridas, que encontram refúgio no amor aos filhos, na espiritualidade, na leitura, na paixão pela natureza e também mulheres que iniciam um caminho de abertura e independência, aderindo aos ideais sufragistas ou frequentado associações como a “Women’s Gild”. O romance não deixa também de abordar a dureza e a perigosidade das longas jornadas de doze horas de trabalho nas fábricas e nas minas e a resistência dos mineiros através de greves prolongadas e da solidariedade de classe, sempre que há um desastre que vitima um dos companheiros. Foram todos estes aspectos que achei muito interessantes, para além das descrições das paisagens e o tratamento dos sentimentos das personagens ao longo do livro. 

A família Morel – Walter, o pai, Gertrud, a mãe e Paul, um dos filhos – Miriam e Clara são as personagens centrais do romance. Gertrud canaliza todo o seu afecto para os filhos, sobretudo para Paul, que é o seu confidente e companheiro. A trabalhar numa fábrica em Nottingham e dedicado à pintura nos tempos livres, Paul devota de tal modo à mãe, todo o seu amor, que não consegue libertar-se de modo a corresponder a um relacionamento e a um casamento com alguém da sua idade. Miriam e Clara são em tudo opostas. Se a primeira é tímida e tem dificuldade em sair do amor casto e místico que dedica a Paul, Clara, uma mulher separada e a trabalhar na mesma fábrica de Paul, tem uma visão crítica sobre os homens e sobre o que os move, é uma mulher mais liberta e independente. Mas a dedicação de Gertrud bloqueou no filho a sua capacidade de poder amar outras mulheres e retirou-lhe a autonomia e a possibilidade de ser feliz sem ela. O amor maternal exclusivo e egoísta que não permite que o filho cresça emocionalmente torna-o incapaz de se dedicar a outra mulher que não seja a mãe. 

Independentemente de uma caracterização psicológica e física bastante detalhada de todas as personagens, podemos dizer que, na generalidade, os homens são aqui tratados como uns brutamontes, incapazes de demonstrar sentimentos. Paul, tímido e sensível, sai fora desse padrão mas, no entanto, tal como os outros homens, é imaturo, inconstante e trata o amor como um brinquedo que rapidamente se desgosta e que descarta. Miriam, uma jovem tímida e pouco sociável, dominada pelo peso da religião e dos preconceitos religiosos e disposta a todos os sacrifícios, mantém no entanto a chama da revolta contra a condição de inferioridade das mulheres e deseja aprender coisas novas e sair da rotina que a enfastia. As mulheres deste livro não são figuras apagadas, antes assumem um papel forte e destacado.

Depois dos dilemas e das escolhas que as personagens vão fazendo ao longo do romance, a morte de Gertrud deixa Paul só e sem perspectiva de futuro. Cabe a cada leitor/a decidir. 

9 de Junho de 2021 

Almerinda Bento

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Novidade Saída de Emergência: "Segredos Femininos"

Segredos Femininos 

de Izabel de Paula

Segredos Femininos é um livro que conduz a mulher numa viagem ao longo da vida, da primeira à última menstruação, sem esquecer a maternidade e a influência das emoções nas diferentes fases da vida. Neste guia sobre a vida feminina, que se divide em quatro como as estações do ano, a mulher aprende a compreender as várias fases por que passa ao longo dos anos e encontra mais de 200 soluções práticas para os dilemas femininos mais comuns: acne, celulite, cabelo enfraquecido, desidratação da pele, dores menstruais, envelhecimento, flacidez, gordura localizada, higiene íntima, manchas no rosto, olheiras, recuperação pós-parto, retenção de líquidos, rugas, varizes… e muito mais.

Fruto de mais de vinte anos de experiência na área da estética, Izabel de Paula revela ainda massagens de tratamento para fazer em casa, uma cura detox que promete eliminar quilos do corpo e da alma, botox caseiros, receitas de chás e sumos com mil e uma propriedades, segredos anti-idade e de longevidade, passatempos divertidos e elucidativos e pistas para uma vida sexual sem tabus. Completo, elucidativo e abrangente, este livro é dedicado a todas as mulheres que querem ganhar autoestima e envelhecer sem ficar velhas. Em cada página deste livro a mulher encontrará um espelho onde verá refletido o melhor ângulo do seu património feminino.

sexta-feira, 11 de junho de 2021

"A investigação" de Philipe Claudel

Já aqui referi que, após ter lido O Relatório de Brodeck e ter tido tamanha surpresa, Phillipe Claudel passou a ser, para mim, um escritor de referência. Gostei muito da escrita, da trama, da elaboração dos personagens e do final. De tudo, enfim!

Depois desse li outros. Sempre boas escolhas, boas leituras. Este foi talvez o que menos simpatizei. Somente pelo final que não percebi (?) / achei que poderia ser outro(?). 

Mas este mundo que Phillipe neste livro nos presenteia é algo surreal. Um investigador dirige-se a uma cidade e pretende investigar a morte de vinte e tal pessoas que trabalhavam para uma empresa. A partir daqui nada do que lhe acontece é comum neste mundo, tanto que parece que estamos numa outra dimensão, noutro mundo inventado. aka

Confesso que a meio pareceu-me que tinha "descoberto a pólvora", , tinha arranjado uma explicação para tanta coisa estranha em que ele se vê embrenhado. Mas não! Não sucedeu nada do que estava à espera mas o twist que ambicionava também não se deu. 

Que fim foi aquele Phillipe?

Terminado em 3 de Junho de 2021

Estrelas: 5*-

Sinopse

«Não é olhando que descobrirás.» Como pôde o Investigador adivinhar? Como pôde saber que esta investigação de rotina seria a última da sua vida?

Encarregado de descobrir as causas de uma onda de suicídios numa grande empresa, o Investigador sucumbe gradualmente à ansiedade. O hotel onde se instala é abrigo não só de turistas, como de gente deslocada e estranha. Na empresa onde investiga, ninguém o apoia e o clima é hostil. Terá caído numa armadilha, será vítima de um pesadelo demasiado real? Não consegue comer, beber ou dormir, e as suas perguntas só dão origem a mais perguntas. À medida que faz algumas descobertas, interroga-se se não se tornará ele na nova presa a ser esmagada por aquela máquina infernal. E começa a compreender a nossa impotência face a um mundo que nós próprios construímos e que conduz à nossa destruição.

Cris

quinta-feira, 10 de junho de 2021

"Luto" de Eduardo Halfon

Livro pequenino, lido, talvez erradamente, num dia. São 106 pág. apenas mas devem ser lidas devagar para lentamente as apreciar. 

Recordações de infância que não correspondem bem ao sucedido, uma busca pelo passado, pelas memórias de uma morte que sempre foi assunto tabu para a família, leva o protagonista à procura do que realmente aconteceu ao irmão do seu avô. Segredos desenterrados.

Escrita consistente, elegante e prazerosa. 

Terminado em 31 de Maio de 2021

Estrelas: 4

Sinopse

Halfon viaja até à velha casa dos avós, nas margens do lago de Amatitlán, onde em criança costumava passar os fins de semana antes de a família se transferir para a Florida, devido à violenta situação política vivida na Guatemala em princípios da década de 1980. A partir do momento em que pisa o Amatitlán, tudo aquilo que o cerca desencadeia um turbilhão de memórias de infância - algumas ligadas à sua infância na Guatemala, outras dos primeiros anos passados nos Estados Unidos. Em subtis mas magistrais pinceladas, as recordações de Halfon vão-se conjugando aos poucos para desvendar segredos familiares profundos: a história de Salomón ou, talvez mais rigorosamente, a ausência dessa história, uma vez que ninguém na família falava abertamente dele. E aos poucos começamos a ver as informações dispersas que Halfon conseguiu reunir em criança.

Com Luto, traduzido por José Teixeira de Aguilar, Eduardo Halfon regressa ao universo que tem vindo a construir há anos em torno da personagem chamada Eduardo Halfon - que pode ou não ser o autor - e da história da sua família. Desta feita, centra-se no lado paterno da família: emigrantes judeus libaneses que se radicaram nos Estados Unidos e na Guatemala. 

Cris

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Novidade "Saída de Emergência"



A Melodia do Pássaro Amarelo

de Jennifer Rosner

Um romance extraordinário e comovente sobre a música, o silêncio e a esperança perante escolhas impossíveis

Polónia, 1941. Róża e a sua filha de cinco anos, Shira, têm de se refugiar num celeiro quando os nazis iniciam a perseguição aos judeus. Escondida dia e noite, Shira tem dificuldade em permanecer quieta e em silêncio, com a música a percorrer-lhe o corpo e a quinta convidativa lá fora. Para a acalmar, Róża conta-lhe a história de uma menina num jardim encantado, onde um pássaro amarelo canta as melodias com que ela sonha.

Neste mundo de fantasia, Róża consegue proteger Shira dos horrores que as cercam. Até ao dia em que o abrigo deixa de ser seguro e Róża tem de tomar uma decisão impossível: manter Shira ao seu lado ou afastar-se para lhe dar uma hipótese de sobreviver.

Inspirado nas histórias reais das crianças judias escondidas durante a Segunda Guerra Mundial, este romance é um relato impressionante do elo inquebrável entre mãe e filha. Deslumbrante e arrebatador, A Melodia do Pássaro Amarelo é uma prova do triunfo da esperança mesmo nos piores momentos.


Experiências na Cozinha: "Eu Decido Cozinhar Para Toda a Semana"




Já andava a namorar este livro há alguns dias porque ele tem todo um  conceito subjacente diferente do habitual livro de culinária. A ideia é prepararmos as refeições (quase) todas num dia do fim de semana para, durante a semana, estarmos mais livres.

A isto chama-se organização (coisa que eu não possuo assim tanto!).  Requere alguma planificação e evita o desperdício porque compramos somente o que necessitamos. Este método é conhecido por "batch cooking". Temos aqui no livro, então, vários menus semanais para escolha e podemos ver e adaptar para refeições que habitualmente fazemos e que não constam deste livro.

Assim, tanto se pode preparar totalmente a refeição como adiantar algumas outras para, quando a formos comer, dias depois, ser mais facilmente elaborada.

Resolvi fazer duas coisas simples que me faziam falta de momento e aqui vos deixo as fotos e as receitas: Granola Doce e Puré de Amêndoas (ou outro fruto seco). Fiz Puré de Avelãs, ou o que eu chamo Manteiga de Avelãs.

Mesmo que não consigamos seguir este método (pelo menos logo de início) podemos tirar daqui várias dicas que facilitam quem "perde" tempo na cozinha. Para mim será uma etapa a atingir, a de planificar as minhas refeições.

Ora vejam: 









Palmira e Cris