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terça-feira, 30 de novembro de 2021

Experiências na Cozinha: "EMENTA Planeada, COZINHA Organizada"



Aquela beringela estava no meio das outras, de nariz empinado, à espera de ser escolhida e sonhava com aquilo em que se podia transformar.

Sentiu-se observada, passou de mão em mão e viu-se depois num sítio confuso onde estavam outros  legumes.

Alguns riram-se porque nunca tinham visto uma beringela com nariz e, entre eles, iam comentando, animados,  sobre o destino que os esperava...

Ao chegar a casa, estava o livro "Ementa planeada, cozinha organizada" que começou logo a chamar a beringela..."olha, olha, repara aqui nas minhas folhas...vais transformar-te nesta bela iguaria".

A beringela espreitou, gostou do que viu e disse logo ao alho francês,  ao tomate, à cenoura, à courgete e aos alhos, que iriam participar num evento de onde sairiam todos muito diferentes.

E assim foi. A beringela de nariz empinado acolheu no seu colo os outros vegetais e todos se sentiram felizes por darem o seu melhor numa bela refeição.

Mas a beringela de nariz empinado e o seu colega tomate sabem muito bem que pertencem a um tipo de alimentos - as solanáceas - e que, por isso,  não devem participar com frequência nestes eventos gastronómicos.

É que as solanáceas têm uma toxina - a solanina - que faz algumas maldades aos humanos que as consomem muitas vezes:   é dificil de eliminar e, por isso, se acumula nos orgãos e causa inflamação,  altera o PH do sangue, interfere com a absorção de vitamina D e pode causar rigidez muscular e dores nas articulações, sendo desaconselhável o seu consumo por pessoas com doenças autoimunes, principalmente artrite, por causa do seu efeito inflamatório.

Por isso, aquela beringela sabe que só foi escolhida por aquela cozinheira, por ser especial  e porque iria ser usada apenas numa receita que valesse a pena.

Depois de tudo pronto,  chegou a hora da foto de grupo: a beringela com os vegetais no seu colo em conjunto com o livro que ajudou na sua transformação e alguns adereços que, vaidosos, se juntaram logo ao grupo.

E todos agradeceram ao livro da Sónia Marcelo ter consigo aquela receita, porque  tiveram a oportunidade de se conhecerem, ficaram todos com um ar muito apetitoso e contribuiram para a satisfação de quem os escolheu e transformou.





Palmira e Cris

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

A Convidada Escolhe: "Verdades ocultas"

Não há como evitar. Os romances policiais desta dupla de escritores nesta saga, são tremendamente viciantes. Pensar no Sebastian Bergman e ver o livro pousado não era viável e bastou ler as primeiras páginas para não parar. Vanja é a chefe da equipa e Sebastian é avô.  Mas há mais... Billy, Billy... E Júlia!??? E a lista de alvos. E ... que desfecho foi aquele??? 

Em cada livro, fica alguma situação crítica com algum dos investigadores por resolver desta brilhante equipa que vive no limite. Como os assassinos. 

O enredo não é original. Verdades ocultas que urge vingar e um gatilho numa festa muito típica de reencontro escolar dez anos depois. Verdades ocultas que não se pode negar quando "um esqueleto aparece". O jogo psicológico que leva a equipa da Unidade de Homicídios a decifrar o mote para os crimes e o suspense e a lógica por trás de todas ações é o factor que a torna tão envolvente e viciante para o leitor. E distintivo. A psicopatia que um especialista em perfil criminal como Sebastian Bergman reconhece e temos um novo pico de interesse na narrativa. 

A melhor saga que li nos últimos tempos. Estou fã. Supunha que era o último mas ainda não foi desta que o vamos esquecer.

Vera Sopa

terça-feira, 23 de novembro de 2021

"O Leitor" de Bernhard Schlink

Avisaram-me para nada ler sobre este livro e foi isso que fiz. Nem sequer espreitei a capa original pois o meu exemplar possui uma capa adicional fruto da adaptação ao cinema que este livro teve. Quero muito ver o filme agora que já li o livro.

E é isso que aconselho. Partam para este livro sem saberem nada sobre ele. Nem vos quero referir que temática aborda para não vos tirar a surpresa! É bem pequeno mas muito intenso, revelador de várias questões que nos deixam a pensar: Depois de um acontecimento terrível o que será mais adequado, esquecer ou recordar? Usar o passado para não repetir os erros ou, pelo contrário, tentar viver a vida e superar as contrariedades? Perdoar, esquecer, recordar? 

Leiam este livro, caso ainda não o fizeram! É de leitura absolutamente necessária!

Alerta spoiler! Não continue a ler se não leu o livro!

Uma relação intensa e  muito física entre um jovem alemão de 15 anos e uma mulher adulta de 35, revela-se para esse jovem mais permanente que o pretendido. Embora ligado emocionalmente a Hanna Schmitz, Michael Berg nunca assume perante os amigos essa relação. Depois de Hanna desaparecer misteriosamente durante anos, Michael reencontra-a nos bancos do tribunal, sendo uma das rés acusadas de, tendo sido guarda num campo de concentração, ter ajudado a levar à morte prisioneiras judias.

Michael por várias lembranças que tem do passado chega à conclusão que Hanna é analfabeta e algumas decisões tomadas por ela durante a sua vida e no tribunal vão no sentido de ocultar esse facto, preferindo, inclusivé ir presa e condenada mais duramente que as suas colegas mas sem manifestar esse aspecto. Um mistério que só é revelado no final.

Duas gerações em confronto. Uma que participou activamente no Holocausto e outra que o combate, julgando nas barras dos tribunais quem o fez. 

Terminado em 12 de Novembro de 2021

Estrelas:6*

Sinopse 

Em 1960, Michael Berg é iniciado no amor por Hanna Schmitz. Ele tem 15 anos, ela 36. Ele é apenas um adolescente. Ela é uma mulher madura, bela, sensual e autoritária. Mas este período de felicidade incerta tem um fim abrupto quando Hanna desaparece subitamente.

Só voltarão a encontrar-se anos mais tarde. Michael é estudante de Direito e Hanna está em tribunal, acusada de um crime hediondo. Enquanto a observa, o jovem percebe que, ao recusar defender-se, Hanna pode estar a guardar um segredo que ela considera mais vergonhoso do que o assassínio.

Inicia-se então uma reflexão metódica e dolorosa sobre a legitimidade de uma geração, a braços com a vergonha, julgar a geração anterior, responsável por crimes de guerra.  

Aclamado pelo seu erotismo latente e pelos desafios morais que coloca ao leitor, este prodigioso e perturbante romance sobre os destinos da Alemanha está traduzido em 39 línguas e foi galardoado em 1997 com os prémios Grinzane Cavour, Hans Fallada e Laure Bataillon. Em 1999 venceu o Prémio de Literatura do Die Welt. Foi adaptado ao cinema em 2008 e vencedor do Óscar para melhor atriz, atribuído a Kate Winslet.

Cris

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Para os Mais Pequeninos: "Planeta Azul"


Este livro não é dirigido propriamente para os mais pequenitos mas, folheando-o, creio que um pequerrucho por volta dos 4 anos já terá maturidade suficiente para, com a ajuda de um adulto, compreender a mensagem que este belíssimo livro quer transmitir. 

É bastante completo  e retrata a vida no mar. Vida frágil embora deslumbrante que é preciso proteger urgentemente. 

É um livro muito detalhado embora a informação esteja bem dividida e não esteja concentrada o que faz com que visualmente não pese nem aborreça as crianças. As ilustrações coloridas e visualmente bem distribuídas são muito bonitas e os fortes contrastes entre si atraem a atenção! 

O papel do adulto aqui, se a criança não entender completamente a informação, será explicar e simplificar o conteúdo deste belíssimo livro que poderá acompanhar o seu crescimento. De pequenino é que se previne e educa. 

Aconselho muito! Aposto que o adulto também irá aprender com esta obra. O futuro deste planeta que é a nossa casa depende de nós!








Cris

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Experiências na Cozinha: "Receitas para um Mundo Melhor"


Trouxemos desta vez um acompanhamento que substitui muito bem as batatas, massas e arroz de todos os dias: o puré de couve flor! 

Ficou delicioso e vamos voltar a fazer, sem sombra de dúvida! 

Usámos leite e natas vegetais e aconselhamos essa alteração porque nos parece mais saudável. Por aqui evitamos, há muito, os laticínios. Usámos leite de arroz e natas de soja porque era o que tinhamos mas podem experimentar com outro leite vegetal também, como o de amêndoa por ex.

A couve-flor é uma crucífera. Devíamos consumir cruciferas diariamente. Ajudam a combater e prevenir células cancerigenas, também actuam no sistema imunitário, são anti-inflamatórias e também protegem o sistema cardiovascular. Toca a comer couves todos os dias!

Experimentem! Escolher esta receita não foi fácil porque o livro tem muitas receitas úteis e simples de se fazer. 



Palmira e Cris

terça-feira, 16 de novembro de 2021

"O Lugar do Morto" de José Eduardo Agualusa

E quando Agualusa tem uma ideia brilhante e realiza várias psicografias de escritores falecidos (vinte e quatro para ser mais exacta, sendo que só há duas de mulheres!) e os coloca a falar sobre temas actuais ou pelo menos posteriores às suas mortes? Surge O Lugar do Morto, o título desta obra, livro já editado em 2011, resultado de crónicas várias que saíram na revista Ler e com as quais não tive contacto.

Repito, a ideia é brilhante! Alguns dos textos despertaram uma maior empatia em mim mas isso é normal. A escrita, então, é merecedora dos maiores créditos. Fez-me ter o "Priberam" aberto para consultar algumas palavras mas não desgosto disso! Ficam aqui algumas anotações, que fui fazendo no decorrer desta leitura, sobre algumas destas psicografias.

O primeiro texto, o de Eça de Queiróz, é uma alfinetada ao espírito português. Certeira. Os Portugueses Não Gostam de Asas. Os de agora, porque os "tugas" dos descobrimentos voaram sem saber bem para onde, tendo chegado a lugares inesperados!

O texto de Leopold Senghor foi um dos meus preferidos. A história africana por ele contada é simplesmente fantástica e a correlação entre ela e o destino de Angola bateu, a meu ver, no ponto certo.

A fina ironia do texto de Guillermo Cabrera Infante sobre livros editados postumamente é uma verdadeira delícia. Quando afirma que, se os livros dos escritores fossem editados postumamente, todos ficariam a ganhar e explica a razão pela qual acredita nisso, não pude deixar de me rir e até de lhe dar razão!!! Assim se o livro for bom enaltecerá o escritor, se for mau não o envergonhará visto ele já se encontrar num lugar onde os mortos repousam. :)

O texto de Euclides da Cunha mostra-nos como a vida de alguém pode atingir muito mais além do que a imaginação do Homem permite. Nossa! Que horrível deve ter sido este senhor!!! Pesquisem um pouco sobre este escritor brasileiro.

Outros dois textos que achei deveras pertinente foi o de Camilo Castelo Branco e a sua (possível!) dissertação sobre as diferenças da leitura no seu tempo e no nosso. A leitura como uma experiência para ser partilhada oralmente vs a leitura como um momento íntimo de isolamento. O outro texto foi o de Tomás Eloy Martinez onde ele reflete sobre a ligação entre o poder e a permanência. "Todo o poder reflete uma vontade de permanência. O poder totalitário quer ser eterno". Muito pertinentes, ambos.

Mas, para quem como eu não é muito fã de contos e afins, estes textos possuem um defeito. São pequenos demais e obrigam-nos a recomeçar vezes sem fim... Mas isso, confesso, é algo com que ainda não sei lidar. Gosto de me prolongar na leitura, passear demoradamente nos meandros de um tema, seja ficção ou não. Esta mudança constante de personagem principal não é do meu agrado. Mas isso tem a ver com o meu gosto pessoal. Não sei se teria paciência de ler um por dia mas assim, todos de repente, reconheço que também não foi a melhor opção.

De qualquer das formas não posso negar que gostei muito de conhecer certas particulariedades de escritores que são também políticos, músicos e muito mais!

Terminado em 14 de Novembro de 2021

Estrelas: 4*

Sinopse

Num exercício de simbiose literária absolutamente original, Agualusa dá voz a grandes escritores, levando-os a comentar o mundo e a actualidade:

Jorge Luis Borges comenta a concentração dos grandes grupos editoriais.

Fernando Pessoa conversa com a fadista Ana Moura. Machado de Assis discursa sobre o novo Acordo Ortográfico, Portugal e o Brasil.

Sir Richard Burton, escritor poliglota, indigna-se contra fronteiras e perseguições de imigrantes.

Jorge Amado rasteira os patrulheiros do politicamente correcto. Vinicius de Moraes louva o músico e escritor Chico Buarque.

Sophia de Mello Breyner aprecia Mia Couto e fala do amor.

Saint-Exupéry está convicto da superior taxa de sucesso dos escritores-aviadores.

Padre António Vieira defende o futuro do português e a criação de uma Academia da Língua Portuguesa.

Camilo Castelo Branco delicia-se com as leituras públicas e abomina os e-books...

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

"Teoria Geral do Esquecimento" de José Eduardo Agualusa

Nunca tinha lido Agualusa. Não vos sei explicar porquê. Achar que não ia gostar sem nunca ter
lido é das coisas mais parvas que existe sobre as leituras mas... E como nada esperava, tudo obtive. Foi graças a um clube de leitura, dos muitos em que estou metida, que esta livro me veio parar às mãos. Em boa hora convém confessar! O livro em sí já morava há muito nas minhas estantes e foi rápida a decisão de o ir buscar. A perspectiva de uma conversa com um grupo de livrólicos e com o próprio autor fez-me pegar nele.

E que boa surpresa tive! Que escrita fantástica e que história tão bem narrada. Não vos sei explicar como a música está tão presente nesta escrita, como parece estar nas gentes africanas que conheço. África para mim é casa. Infância feliz. Talvez por isso fuja de leituras em que reconheça esse Continente e essas gentes coloridas e alegres, apesar de todas as suas tristezas.

A história aqui relatada poderia ser triste. E é em muitos aspectos mas a forma de a transmitir está cheia de esperança. Ludovica, aka Ludo é portuguesa que, por motivos vários, vai para Angola. Como muitos. Mas como muito poucos, não sai de casa e, a determinada altura, empareda-se e não torna a sair. Um apartamento fechado para o mundo com muitos mundos lá dentro: ele está recheado de livros. Passa por todos as alterações políticas que esse país sofreu, fome, medo, doenca e solidão dentro de um apartamento acompanhada somente do Fantasma, o seu cão. Ludo lida com a guerra civil como lida com as suas guerras intímas, fechando-se e espreitando pela janela.

Personagens vão entrando de mansinho e a páginas tantas vão sendo revelados os seus segredos e o porquê das suas existências face a Ludo. Também ela é palco de vários segredos dos quais o leitor toma conhecimento e que explicam esse seu pavor de enfrentar o mundo. 

Tanta riqueza nestas páginas! Tantos pormenores que se encaixam, tantas pontas que se ligam, tantos personagens fantásticos! Tanto tudo! Capítulos curtos, leitura rápida a menos que se queira voltar a trás e reler. Estes é dos que merecem ser relidos! 

Terminado em 10 de Novembro de 2021

Estrelas: 6*

Sinopse

Luanda, 1975, véspera da Independência. Uma mulher portuguesa, aterrorizada com a evolução dos acontecimentos, ergue uma parede separando o seu apartamento do restante edifício - do resto do mundo. Durante quase trinta anos sobreviverá a custo, como uma náufraga numa ilha deserta, vendo, em redor, Luanda crescer, exultar, sofrer.

"Teoria Geral do Esquecimento" é um romance sobre o medo do outro, o absurdo do racismo e da xenofobia, sobre o amor e a redenção.

Cris

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Resultado do Passatempo Mensal "Toca a Comentar"

Anunciamos o vencedor deste passatempo referente ao mês de Outubro.

Este é o link para o post onde se encontra anunciado o passatempo.

Assim, através do Random.Org, de todos os comentários efectuados nesse mês, foi seleccionado um vencedor! Foi ele:

Carla Pereira Sousa

Parabéns! Terás que comentar este post e enviar um email para otempoentreosmeuslivros@gmail.com até ao próximo dia 20, com os teus dados e escolher um de entre estes dois livros:

 

Cris

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

A Convidada Escolhe: "D. Casmurro"

“D. Casmurro ” – Machado de Assis, 1899

A edição de D. Casmurro que li foi editada em 2011 na Colecção Autores Premiados pelo Tempo. É mais um livro desta colecção dedicada a “Grandes autores que nunca ganharam o Prémio Nobel reunidos numa colecção única e irreverente”. Ainda na contracapa pode ler-se “Machado de Assis não ganhou o prémio Nobel por ser brasileiro. O mais consagrado escritor do Brasil faleceu em 1908. A sua nacionalidade e o facto de a sua obra ter sido pouco reconhecida internacionalmente, poderão ter dificultado a atribuição do prémio.”  

“D. Casmurro” é um livro muito divertido, cheio de humor, ironia e muito bem escrito. Constituído por 148 pequenos capítulos, cada um revela um detalhe, uma história, uma peripécia da vida de D. Casmurro, que começa logo no primeiro capítulo por explicar o motivo da escolha do título, embora avise que, com o desenrolar da narrativa poderá vir a substituí-lo por outro. Com efeito, aqui casmurro tem o significado de “calado e metido consigo”. O narrador é, com efeito, um homem de idade já avançada, que vive uma vida bastante pacata e reclusa, limitada a cuidar do seu jardim e a ler, mas que decidiu escrever um livro que fizesse a ligação das duas pontas da vida: a juventude e a velhice. 

Bento/Bentinho Santiago, o narrador, parte da idade dos 15 anos e vai por aí fora, apresentando personagens que foram determinantes na sua vida. Dirige-se ao leitor(a), questiona-o(a), dá-lhe pistas para o desenrolar da acção, prepara-o para o que irá acontecer. A acção decorre no Brasil, na segunda metade do século XIX, onde reinava o imperador D. Pedro II e onde persistia o trabalho escravo. Bentinho pertence a uma família rica, católica, com escravos e todo o seu mundo tem a estreiteza e o peso de uma mãe viúva que fez uma promessa que o envolve directamente. À volta de D. Glória, gravitam o tio Cosme e a prima Justina todos viúvos, o padre Cabral e José Dias, um parasita calculista, interesseiro e alcoviteiro, para quem os superlativos e os elogios são a melhor forma de sobreviver. Capitu, a amiga de infância e Escobar, o amigo e colega seminarista são as outras personagens principais.

Mas claro que não vou contar a história. Em capítulos curtos, mas cheios de detalhes, vão sendo construídas as personagens e reveladas as suas personalidades; visualizamos cenas, sem que para tal sejam dados detalhes de forma explícita; o narrador consegue falar sobre coisas sérias, como pagar uma promessa, de forma extremamente divertida; o calculismo, a hipocrisia e a duplicidade vão sendo intuídos… Se algumas cenas são de grande teatralidade, noutras “o debuxo” precede “o colorido”.

No final, D. Casmurro pergunta ao leitor(a) se terá conseguido efectivamente ligar as duas pontas da vida, como tinha projectado no início da sua narrativa. Uma coisa é certa, este foi dos livros que li este ano o que mais me divertiu. Tinha referências da qualidade literária de Machado de Assis embora ainda nunca tivesse lido nenhum livro dele e, de facto, esta leitura foi uma experiência surpreendente.

7 de Novembro de 2021 

Almerinda Bento

 


quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Experiências na Cozinha: "Funny Cook"


Sei que para muitos isto não será uma verdadeira receita mas aproveitámos o S. Martinho para fazer umas castanhas tal qual o livro manda e, também, para vos falar deste livro que tem receitas para os mais novos fazerem.

As receitas são fáceis de fazer, são coloridas e a preparação da receita tem ilustrações muito sugestivas. Frutas e legumes para quem não gosta de os comer com uma apresentação muito apelativa!




Palmira e Cris

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Dia internacional contra o Fascismo e o Anti-Semitismo

Partilho aqui com vocês um e-mail recebido da Editora 2020 que achei muito interessante e que despertou a minha atenção. Alguns destes livros já li e deixo-vos a minha opinião sobre eles (link na capa dos livros respectivos - marcados com um traço vermelho na base da capa). 

Aqui vai:

A 9 de novembro, assinala-se o Dia Internacional Contra o Fascismo e o Antissemitismo

Sugerimos, a propósito, 15 livros recomendados para crianças e jovens que abordam o tema da perseguição aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial. As sugestões enquadram-se no documento Recomendações para o Ensino e a Aprendizagem sobre o Holocausto, preconizadas pelo Ministério da Educação para as escolas portuguesas, de acordo com as diretrizes da International Holocaust Remembrance Alliance (IHRA), aliança internacional da qual fazem parte 34 países, incluindo Portugal. 

As leituras sugeridas têm chancela da Booksmile e da Fábula (infantojuvenil) e da Topseller #Bliss (jovem adulto). Vários títulos fazem parte do Plano Nacional de Leitura.


 

 

 

 

 

 

 


Cris