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terça-feira, 15 de outubro de 2019

"Um Ateliê de Sonhos" de Lucy Adlington

Não me canso de ler livros sobre o holocausto. Ou sobre guerras. Que se sucedem sem que os Homens percebam que elas são completamente inúteis e que os fazem ser pequeninos. Mesquinhos. Mas há sempre algo a reter, um gesto de bondade que nos faz ter esperança no ser humano. 

Este livro é ficção. As personagens não existiram. Mas podiam. Porque os lugares, os factos, esses estiveram lá. E continuam nos livros, nas cabeças de quem lá esteve e teve a sorte de sobreviver. Porque por vezes foi isso mesmo que se tratou: de sorte. 

Ella teve sorte. Podemos achar que muitos factores juntaram-se para determinar o seu destino. Tal como de muitas pessoas reais que sobreviveram e que foram alvo de uma série de acontecimentos onde a sorte esteve presente. Uma bala que passou ao lado, um pedaço de pão a mais que conseguiram arranjar fez a diferença para muitos. Mas a esperança, o querer viver, a força de vontade, a resiliência de cada um, fazia a diferença entre a vida e a morte. Ella é ficção, é obra da autora. Podia bem não ter sido. 

Um dos aspectos que é muito focado no enredo refere-se à linha ténue que separava um preso de um campo de concentração de um colaboracionista. Que farias para sobreviver? Até onde irias? Que espaço existia para uma amizade entre dois presos? Que estarias disposto a ceder das tuas coisas, da tua comida, a um companheiro de cama quando o que pensas todo o tempo é arranjar algo para comer? 

Recomendo esta leitura. A escrita é simples mas muito fluída o que faz com que as páginas voem de forma surpreendente. 

Deixo-vos com uma frase que me incomodou bastante. Ella era determinada: precisava sair viva de Birkenau. "Não voltes a pensar no Armazém. Não penses no pó, na sede ou nas moscas. Olha para baixo para a tua costura (ela pertencia ao ateliêr de costura que fazia vestidos para as mulheres dos oficiais e para as guardas) não para cima, para as chaminés."

Terminado em 11 de Outubro de 2019

Estrelas: 5*

Sinopse
Inspirado na história real das costureiras de Auschwitz, este é um livro poderoso e emocionante, perfeito para os fãs de O Diário de Anne Frank e O Rapaz do Pijama às Riscas.

Ella vive num mundo onde existem listas. A Ella também faz parte de uma lista: a dos judeus. Por isso, num dia perfeitamente normal, é apanhada pela polícia e atirada para um comboio com destino a um lugar que nunca pensou que pudesse existir: Auschwitz.

Destacada para trabalhar no ateliê de costura do campo, é lá que a Ella conhece a Rose. Ambas costuram vestidos para as guardas e para as mulheres dos oficiais, mas isso não as impede de se tornarem amigas e de tentarem manter a normalidade, ansiando pelo dia em que serão libertadas.

Um dia, a Rose desaparece, deixando para trás a sua fita de seda vermelha, o símbolo de esperança a que as duas raparigas se agarravam sempre que estavam prestes a perder a coragem. Conseguirá a Ella lutar sozinha e sobreviver?

Uma história de resiliência e esperança — uma esperança delicada e forte como a seda, e tão vibrante como uma fita vermelha num mar de cinza.

Cris

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