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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Convite Esfera dos Livros


Novidades Porto Editora

Espero por ti
de Jennifer Armentrout
Candidatar-se a uma faculdade a centenas de quilómetros de casa foi a única forma que Avery Morgansten, de dezanove anos, encontrou para fugir ao acontecimento fatídico que, cinco anos antes, mudara a sua vida para sempre. No entanto, quando se cruza com Cameron Hamilton, um colega mais velho, com um metro e oitenta de altura e uns olhos capazes de derreter qualquer uma, o seu mundo estilhaça-se por completo. Envolver-se com ele é perigoso, mas ignorar a tensão entre os dois parece impossível. 
Até onde estará Avery disposta a ir e o que fará para esquecer o passado e viver aquela relação intensa e apaixonada, que ameaça ruir todas as suas certezas e dar-lhe a conhecer um mundo de sensações que julgava estarem-lhe negadas para sempre?


Era bom que trocássemos umas ideias sobre o assunto 
de Mário de Carvalho
Mário de Carvalho convoca-nos a todos. A nós e aos nossos conhecidos. Faz humor com ilusões e desilusões, amores e desamores, graças e desgraças. O Partido Comunista não escapa à ironia. Brilha a deslumbrante Lisboa, mas também outros locais e endereços. Eduarda Galvão é o protótipo da jovem jornalista. Jorge de Matos o professor cansado. Joel Strosse o pairar da esperança enquanto há vida. Entram outros burgueses, mais tímidos, mais atrevidos, mais abertos, mais recolhidos. O leitor reconhece-os facilmente, olhando em volta. Políticas também há algumas, bandeiras rubras, livros nas bibliotecas, uma revolução que entardeceu. 

Comparece o rio magnífico que Lisboa tem. E, já agora, que tal trocarmos umas ideias sobre o assunto?

Novidades Lua de Marfim


quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A Escolha do Jorge: "Nós "


Evgueni Zamiatine (1884-1937) escreveu o romance “Nós” em 1920 tendo sido publicado pela primeira vez quatro anos mais tarde, nos EUA. Tratando-se de uma obra que põe diretamente em causa muitos dos princípios daquilo em que se veio tornar a URSS e o seu funcionamento, “Nós”, a obra mais emblemática de Zamiatine, foi somente publicada em russo em 1952, mas também nos EUA e somente viu a luz do dia na URSS, nos anos 80, depois da Perestroika, quando o regime comunista estava próximo do seu colapso.

Zamiatine conseguiu ter uma inspiração quase profética na redação deste livro na medida em que criou um Estado Totalitário com o nome de Estado Único sob a égide de um Benfeitor que tinha como objetivo a garantia de funcionamento, em harmonia, de toda a sociedade, matematicamente organizada como sendo a soma de todos os indivíduos que adquiriam gradualmente a consciência de serem um “Nós”. Esta organização social era conseguida através de um sistema de ética científica em que cada pessoa foi literalmente reduzida a um número.

A Guerra dos Duzentos Anos conduziu ao fim da sociedade contemporânea e do próprio Cristianismo levando à constituição do Estado Único que funciona como garantia da felicidade dos seus números sem que estes tenham de lutar para atingir esse fim. No Estado Único, os números, no seu conjunto, permite que essa felicidade seja alcançada através da implementação das Tábuas dos Mandamentos Horários que regulam as atividades diárias desde o dormir, levantar, trabalhar, fazer exercício físico, não esquecendo a regulação das relações sexuais que são estabelecidas entre os números.

Com a criação do Estado Único, dois problemas tiveram de ser eliminados de modo que os números pudessem atingir a plenitude da felicidade, a saber, a Fome e o Amor. Houve a necessidade que garantir as necessidades básicas alimentares da sociedade, ao passo que foi preciso eliminar toda e qualquer afetividade das relações entre os números deixando de haver o conceito de família (pai, mãe, irmãos, etc), sendo que estas relações passam a ser reguladas por uma sexualidade matematizada e controlada pelo Estado Único.

Fosse tudo tão simples como o acima descrito como controlar a natureza humana! Tudo correria bem se num Estado Único como este não existissem números que se rebelassem face ao poder e à ordem instituídosindependentemente dos castigos lhes possam vir a ser infligidos! Em “Nós” esse aspeto não é exceção, mas sem estar a contar mais detalhes deste livro obrigatório, fica a ideia de que os regimes autoritários por muito duradouros que possam ser, acabam por ter os seus dias contados mais não seja pelo desgaste e também por eventuais situações de rebelião, situações alargadas simultaneamente às democracias que, em muitas situações, têm os seus mecanismos de controlo da sociedade à conta de leis disfarçadas de liberdade que, poderão também desembocar em regimes totalitários e disso a História é testemunha atendendo ao que se seguiu com a Grande Depressão que desembocou na 2ª Guerra Mundial.

As voltas que a História tem dado ao longo do último século, umas vezes à esquerda, outras à direita, têm conduzido à constante instrumentalização do ser humano reduzindo-o cada vez mais a um objeto por parte do poder político instituído.

“Nós” de Evgueny Zamiatine permite-nos ficar alerta na qualidade de cidadãos de modo a podermos ler nas entrelinhas face a quaisquer tomadas de decisão do poder político a que estamos sujeitos.
Concluindo, esta obra constituiu uma forte influência em autores contemporâneos de Zamiatine, nomeadamente em Aldous Huxley comAdmirável Mundo Novo (1930), em George Orwell com 
“1984” (1948) eRay Bradbury com “Fahrenheit 451 (1953).


Excertos:

“Normalmente vivemos cada instante à vista de todos, sempre banhados em luz e cercados de paredes de vidro que parecem feitas de ar refulgente.Nada temos a esconder uns dos outros. Esta forma de viver, assim às claras, facilita a difícil e nobre missão dos guardas. Se assim não fosse, sabe-se lá o que podia acontecer. É muito possível que as habitações opacas dos antigos estejam na origem da sua triste psicologia celular. «A minha (sic) casa é a minha fortaleza»… De facto, eles puxavam muito pelo miolo!” (p. 33)
“Naturalmente, depois de ter dominado a Fome (uma vitória que foi o sinal algébrico = da soma das venturas externas), o Estado Único levou a cabo uma ofensiva contra o outro denominador do Universo, ou seja, o Amor. Este elemento acabou por ser derrotado, isto é, foi organizado, matematizado, e, cerca de trezentos anos depois, seria proclamada a nossa «Lex Sexualis»: Qualquer número tem o direito de utilizar qualquer outro número como produto sexual.» (p. 36)
“Qual é a coisa que os homens, desde o berço, pedem? A coisa com que sonham, com que se torturam a si próprios? Todos querem encontrar alguém que lhes diga de uma vez por todas o que é a felicidade… e que depois os amarre bem à felicidade, com cadeados. Não é isso mesmo o que nós fazemos hoje? O velho sonho do Paraíso… Repara que no Paraíso ninguém sabe o que seja o desejo, piedade, amor… Quem está no céu são os bem-aventurados que se sujeitaram à fantasioctomia (…), são os anjos, são os servos de Deus. E agora, no exato momento em que tinhas realizado esse sonho, quando o tinhas já na mão, assim (…), quando só te faltava pegares na presa para a fazeres em postas e a distribuíres à tua volta… nesse momento, tutu…” (p. 253)


Texto da autoria de Jorge Navarro

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

"A Lista Dos Meus Desejos" de Grégoire Delacourt

A capa deste livro (sim, acho-a bonita, sim senhor!) levou-me a pensar que se tratava de um romance leve, leve... Não, de todo!

Escrito na primeira pessoa pela personagem principal, Jo, esta obra deixa-nos pensativos e embora queira colocar no papel todo o turbilhão de sentimentos que sinto de momento, não consigo. Como exprimir com clareza sem banalizar uma história que é tão simples?

Jo ganha um prémio elevado. O que sente no momento quando sabe que recebeu esse prémio, o medo (que a devora posteriormente) de alterar o mundo que considera perfeito, embora simples, é-nos contado de viva voz. Sem querer desvendar a história torna-se difícil falar o quando ela me marcou, o quando ela está bem escrita. O tom intimista que a autora emprega leva a que tomemos como nossos os acontecimentos que Jo nos relata do antes e do depois.

Quem não pensou já e não fantasiou como seria a sua vida se ganhasse o euromilhões? E no entanto, os relatos que nos chegam aos ouvidos sobre casos semelhantes muitas vezes não têm um final feliz!!! A nossa sede de ambição e poder, face a um prémio, torna-se desmedida? Que lista fariamos nós se fossemos contemplados? Ponderariamos sequer naquilo que perderiamos se alterássemos a nossa vida?

Jo sente-se feliz com o pouco/muito que possui. Tem receio/certeza que perderia uma boa parte disso se/quando depositar o cheque. Paralelamente a estes medos faz uma retrospectiva daquilo que foi a sua infância e o seu casamento: o que foi bom, o que foi violento.
...
Acabei de ler o que escrevi. Bah!!! Nem por sombras traduz o conteúdo deste livro! Deixo-vos com uma frase, a primeira, que me prendeu de imediato: "Mentimos sempre a nós próprios."
Leiam. Vale a pena!

Terminado em 25 de Janeiro de 2014

Estrelas: 5*

Sinopse

Uma história tocante sobre a felicidade das coisas simples da vida.
O meu nome é Jocelyne. Quando era jovem, sonhava trabalhar no mundo da moda em Paris e conhecer um Príncipe Encantado. Mas a vida foi passando e, afinal, tenho uma retrosaria, o meu marido pouco ou nada me liga e os meus filhos já deixaram o ninho. Mas a sorte mudou e, agora, posso ter tudo o que sempre desejei. No fim de contas, agora posso ter tudo o que sempre desejei. Mas começo a duvidar se o dinheiro me trará realmente a felicidade e se não terei mais a perder do que a ganhar…

Uma história luminosa, comovente e divertida sobre o amor e o acaso, que já inspirou mais de meio milhão de leitores em todo o mundo a procurar a verdadeira felicidade.


terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Experiências na Cozinha: "Cozinha Para Quem Quer Poupar"

Ando já há algum tempo para experiementar algumas receitas deste livro... Até que peguei em marcadores (tenho imensos e uso-os para este fim!) e comecei a marcar as folhas. Desisti e fui buscar post-it que são mais finos porque o livro já estava a engrossar demais com os marcadores...

Depois escolhi uma entrada muito simples e apetitosa: Ovos assados em taças de pão da página 31.

Basta passar com o rolo por cima de fatias de pão de forma (usei integral) e colocá-las em taças que possam ir ao forno, untadas com azeite. À parte faz-se um refogado com bastante cebola e quando ela estiver loira, reserva-se, colocando-a por cima do pão. Junta-se fiambre aos cubos (para a próxima coloco bacon para ver como fica), basílico (como não tinha coloquei oregãos) e tomates cereja cortados (para cada taça pus duas metades). Abre-se um ovo por cima e leva-se ao forno até que os ovos estejam prontos a comer.

Ficaram óptimos!



A seguir fiz a receita de Costeletas de Porco Havaianas, da página 81 e acompanhei com arroz branco. A repetir, sem dúvida! Simples, simples... Vou experimentar com bifes de perú.

Colocam-se as costeletas no fundo de um pirex. Picam-se dois tomates (piquei na Bimby) e mistura-se nelas ananás de 1lata escorrido e cortado em pedaços pequenos. Tempera-se com sal, pimenta e oregãos.

Cobrem-se as costeletas com esta mistura e, por cima, polvilha-se com queijo ralado. Vai ao forno 25 minutos. Uma delícia! Quando dei por mim já todos se tinham servido e só consegui tirar a foto da que estava no meu prato. Vejam:


segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

"13 Gotas ao Deitar" de várias autoras

Estava realmente curiosa com esta leitura! Conheço a escrita da Rosinha, da Alice Vieira e da Rita Ferro e gosto, mas escrever a seis mãos (para além das três escritoras referidas ainda foi escrito por Luísa Beltrão, Catarina Fonseca e Leonor Xavier) deve ser um exercício algo complicado. Não creio que possa ser uma mera junção de textos escritos em separado pois aí notar-se-ia um corte no estilo literário, creio. E isso não acontece. 

Gostei do que li. Da história rocambolesca. Alguns personagens de tão ridículos que são, tornam-se reais, verosímeis. A sua caracterização é pormenorizada e é com um sorriso na cara que vemos desfilar uma série de acontecimentos um pouco irreverentes, possuidores de um humor muito próprio que nos dispõe bem.

Um misto de policial (com algumas mortes macabras) e romance que me agradou muito. O final é tão inesperado quando belo, se é que podemos adjectivar dessa forma a descoberta do intrigante assassino...

Para ler num ápice e com um sorriso nos lábios!

Terminado em 24 de Janeiro de 2014.

Estrelas: 4*+

Sinopse


Quando seis autoras se juntam para escrever uma história, o resultado é um romance alucinante, onde não faltam mulheres e homens, doenças raras, médicos de índole suspeita, polícias e muito mistério, tudo servido em doses de humor irreverente.
A história, nascida da imaginação de seis mulheres, promete personagens e uma prosa bem viva… apesar das mortes que vão ocorrendo, como é bom de ver. Este romance constitui um divertimento para as seis escritoras que se encontraram (reencontraram, num caso ou noutro) pelo prazer de dar largas à imaginação e escrever, cada uma, dois capítulos do livro.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Ao Domingo com... Catarina Araújo

Escrevo porque gosto, porque o faço desde que me lembro, a escrita é parte de mim, dirá a maior parte dos escritores e é a minha verdade também. Gosto de criar histórias, de construir personagens, de lhes dar vida, voz e entranhas. Escrevo para todos, mas sobretudo para crianças e jovens. Tenho cinco livros publicados, um romance e quatro juvenis, e mais alguns autopublicados, incluindo um de poemas escritos durante a infância e a adolescência.

Adoro livros, daqueles verdadeiros, que se podem folhear e cheirar, mas também leio e-books (confesso!); gosto de cozinhar (principalmente sobremesas e bolos…), de colecionar dicionários de todos os géneros, do mar em todas as estações do ano, de dar gargalhadas e de fotografar o meu cão pateta e a minha gata traquina. Faço relativamente bem muitas coisas diferentes, mas às vezes gostava de ser excecional em apenas uma. O meu vício é o de muitos: o chocolate (e ter mais livros do que aqueles que alguma vez conseguirei ler). Manias de escritora: tomo notas em cadernos, blocos, guardanapos, se for preciso, mas com caneta preta da marca uniball, sem a qual me sinto como nua. Escrevo para vários blogues, um dos quais sob pseudónimo – é o meu segredo – e outro que se tornou uma missão, o Fábulas de Leitura (www.fabulasdeleitura.wordpress.com).  


Tenho a sorte de fazer aquilo de que gosto – trabalhar com e para os livros –, embora não me dê muita segurança financeira. Termino com umas das minhas citações favoritas: «Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade.», de Carlos Drummond de Andrade.

Para saber mais sobre mim e a minha obra poderão visitar a minha página em www.catarinaaraujo.wordpress.com 

Catarina Araújo
  

sábado, 25 de janeiro de 2014

Na minha caixa de correio

  

  

Passatempo Suma de Letras: "Hotelle-Quarto 2"

O Tempo entre os meus Livros tem para sortear, gentilmente cedido pela Editora Suma de Letras, um exemplar do livro Hotelle - Quarto 2.

O passatempo decorre até dia 6 de Fevereiro.

Para se habilitarem só têm de responder acertadamente às questões seguintes e ser seguidor/fã do blogue. Só é aceite uma participação por pessoa.

Especial Facebook
Quem partilhar este passatempo no FB (partilha pública) fica habilitado por cada vez que o fizer... Tem de deixar nos comentários do FB o link de partilha pública. Podem participar todos os dias, com uma partilha por dia.

Boa sorte!


sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Novidade Quinta Essência

Tenho o teu Número
de Sophie Kinsella

Dez dias antes do casamento, Poppy perde o anel de noivado. Desesperada, Poppy começa a telefonar a toda a gente para pedir ajuda e alguém lhe arranca o telemóvel da mão! Também o roubaram! Como irão agora avisá-la se encontrarem o anel? E, imediatamente, Poppy vê um telemóvel num caixote do lixo, um telemóvel abandonado de que ela precisa urgentemente. Poppy dá o seu novo número a todos os amigos e também atende as chamadas recebidas e lê as mensagens endereçadas à anterior proprietária, a secretária (que acaba de se demitir) de Sam Roxton, um empresário importante. Enquanto continua à procura do anel, Poppy mantem-se em contacto com Sam Roxton, o novo proprietário do telefone. Sam vai deixá-la ficar com o aparelho, desde que ela lhe reencaminhe todas as mensagens que receber, mas às vezes Poppy responde por Sam em assuntos profissionais e também pessoais. Não se contém. Sam também começa a opinar sobre a vida de Poppy, o seu casamento, sobre os sogros e até sobre o noivo, que talvez, não seja tão maravilhoso como ela pensava.

Novidades Porto Editora

O Inverno de Frankie Machine
de Don Winslow
Frank Machianno deve a alcunha – Frankie Machine – ao seu talento de atirador de elite: no tempo em que trabalhou para a Máfia era uma verdadeira máquina de matar. Hoje, reformado, passa as manhãs a surfar nas praias de San Diego, na companhia de alguns amigos; durante o resto do tempo, trata da sua loja de apetrechos de pesca e vela para que tudo corra bem com os restaurantes a que fornece peixe fresco e toalhas de mesa. Até ao dia em que, aceitando prestar serviço ao filho de um boss local, é apanhado numa armadilha. O passado regressa então a galope e Frankie não consegue compreender a razão por que todos desejam a sua morte…

O Estranho Caso de Sebastião Moncada
de João Pedro Marques
Correm tranquilamente os primeiros dias de junho de 1832 quando um casal desconhecido vem alojar-se numa estalagem da Foz do Douro. Ele é um homem de meia-idade e porte altivo, chamado Sebastião Moncada, e ela, uma mulher mais nova, de olhar assutado e gestos inquietos.
O casal chega rodeado de uma atmosfera de mistério, cuja persistência vai exigir a intervenção da Polícia. Mateus Vilaverde é o oficial da Guarda Real que fica encarregado do caso, mas a sua investigação complica-se extraordinariamente com a chegada do exército liberal de D. Pedro, que, desembarcado nas praias do Mindelo, ocupa a cidade do Porto. É, então, num cenário de guerra que Mateus vai descobrindo a história de Sebastião Moncada. Mas à medida que o vai fazendo vê-se impelido a investigar-se a si próprio e a confrontar-se com os seus afetos, desejos e fantasmas.

Novidades Planeta

Cidade Proibida

de Eduardo Pitta
Cidade Proibida é o retrato de uma certa Lisboa, na actualidade. Uma cidade onde Rupert e Martim decidem viver juntos, mesmo que o tenham de fazer num meio tradicional, endinheirado e snob que poderá vir a cavar um fosso irremediável entre ambos. Mas o encontro que mudou a vida dos dois justifica esse desafio. Rupert é inglês e está em Lisboa como professor.
Martim nasceu e estudou no Estoril, doutorou-se em Oxford e mantém uma assessoria régia numa holding de comunicação.
É em Londres, que Rupert conhece Martim. De regresso a Portugal, Rupert troca o seu modo de vida pelo de Martim. Por seu intermédio, acede a um meio que lhe é completamente estranho, o das famílias tradicionais com casa no Estoril e assento em poderosos conselhos de administração.
Contrariado, vê-se obrigado a privar com homens arrogantes com quem Martim estava habituado a programar temporadas de ópera em Nova Iorque e Salzburgo, carnavais em Veneza e compras em Milão. Rupert sabe que não faz parte desse mundo. Tudo visto, a única cedência de Martim foi ter concordado em deixar o gato em casa da mãe para irem viver juntos. No resto, manteve-se inflexível. E um certo alheamento da realidade fez com que levasse tempo a perceber que a história de ambos era atravessada por zonas de sombra...

O Filho Perdido de Philomena Lee
de Martin Sixsmith
Enquanto adolescente na Irlanda de 1952, Philomena Lee engravidou e foi enviada para
um convento – uma «mulher perdida, caída em desgraça».
Durante três anos depois do nascimento do filho, cuidou dele naquele lugar. Depois a Igreja levou-o de si e vendeu-o, a exemplo de inúmeras outras crianças, para a América, onde foi adoptado.
Durante cinquenta anos Philomena procurou encontrar o filho mas nunca soube para onde foi. Sem saber que ele também a procurou toda a vida. O filho, Michael Hess, nome dado pela família adoptiva,
tentou procurar a mãe, mas a Igreja negou-lhe informações, pois receava a descoberta do macabro negócio de venda de crianças. Michael foi um advogado de renome, conselheiro jurídico do presidente Bush, que acabou por morrer vítima de sida. 
Este escândalo, quando foi descoberto, abanou os alicerces da Igreja Católica e embora, tenham pedido publicamente perdão às mães a quem venderam os seus bebés, sofreram a vergonha também pública
de não serem perdoados.
Soberbamente contada por Martin Sixsmith, esta é uma história de que irá tocar o coração dos leitores, pois confirma que, mesmo na tragédia, o laço entre uma mãe e um filho nunca pode ser quebrado e o
amor encontrará sempre um caminho.

Flavia de Luce e a Bola de Cristal da Cigana
de Alan Bradley 

Flavia de Luce é brilhante, aos 11 anos esta heroína é apaixonada por química e tem como hobby pesquisar venenos e atormentar as duas irmãs mais velhas. Tem um laboratório muito bem equipado. Talvez por tudo isso, ou devido a uma curiosidade acima do normal adora desvendar crimes.
Vive com o pai e as irmãs na antiga mansão Buckshaw, e apesar da personalidade forte e solitária (a única amiga é a bicicleta, Glayds), é no fundo, uma jovem solitária que nunca se conformou com a morte da mãe que mal conheceu, e que não se consegue interessar-se pelas mesmas coisas que as irmãs – que só querem saber de roupas, maquilhagens e namorados.
O pai é um viúvo que ainda sofre com a perda da mulher, e que se isola no escritório com sua preciosa colecção de selos, sem dar importância com o que se passa à sua volta.
A história deste terceiro livro começa com um crime antigo, que nunca foi considerado como tal e um novo, o que leva Flavia a conseguir interligar os dois.
Durante a quermesse de Bishop’s Lacey, Flavia pediu a uma cigana que lhe lesse a sina, mas não estava à espera de, horas mais tarde, já de madrugada, ir encontrar a pobre mulher mergulhada numa poça de sangue no interior da sua caravana.
Teria sido um acto de vingança, perpetrado por algum habitante da terra, convencido de que, anos antes, a cigana raptara e levara consigo uma criança da aldeia?
Flavia é menina para compreender bem o doce sabor da retaliação; com efeito, a vingança é um passatempo com que não pode deixar de se deliciar quem tem duas irmãs mais velhas, ambas odiosas. Mas qual será a relação entre este crime e a criança desaparecida?
À medida que as pistas se vão acumulando, Flavia terá de as analisar com todo o cuidado, a fim de desembaraçar uns dos outros os fios negros de actos e segredos do passado.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A Escolha do Jorge: "O Sermão Sobre a Queda de Roma"

O Sermão sobre a Queda de Roma de Jérôme Ferrari recebeu o PrémioGoncourt 2012 tendo sido publicado no final de 2013 pela Divina Comédia Editores. Trata-se de um livro bastante interessante na medida em que a narrativa decorre sob a forma tradicional de um sermão de Santo Agostinho que no século V explica aos cristãos em Hipona, na Argélia, que não deverão temer o cumprimento das profecias no que concerne à queda de Roma em virtude das invasões dos pagãos, alguns dos povos bárbaros que integraram a 1ª vaga de invasões bárbaras entre os séculos III a V da era cristã.

Outro dos aspetos curiosos de “O Sermão sobre a Queda de Roma” é o facto de o autor ter decidido contar, a par do sermão de Santo Agostinho, uma história contemporânea tendo-lhe aplicado os mesmos conceitos de um sermão ainda que de forma adaptada face às palavras do filósofo cristão, sem bárbaros e sem lutas, mas demonstrando sempre confiança face ao futuro.

Deste modo, o ponto em comum entre os cristãos (romanos) que temiam a inevitável invasão dos bárbaros e qualquer um de nós, nos nossos dias, tem a ver como, por vezes, a tragédia assume um papel determinante capaz de alterar o rumo das nossas vidas. Do mesmo modo que as invasões bárbaras conduziram à queda de Roma e à consequente desagregação do Império Romano e do próprio Mundo Antigo, também a vida de uma pessoa chegará inevitavelmente ao seu fim (fatores biológicos ou outros) ou tal como tantas vezes acontece que face a determinadas situações extremas,vemo-nos obrigados a mudar certas circunstâncias das nossas vidas.

Esta aproximação e até conciliação entre o sentido da vida e da Históriarecupera algumas das teorias no âmbito da Teoria da História e do Saber Histórico que, neste caso em concreto, são apresentadas sob a forma de umromance.

Excertos:

“(…) Roma já não existia, fora destruída há muito, muito tempo, só restavam reinos mais bárbaros uns que os outros a que era impossível escapar, e aquele que fugia à miséria nada mais podia esperar senão exercer o seu poder inútil sobre homens mais miseráveis que ele, como agora fazia Marcel, com o empenho impiedoso de quem conheceu a miséria e já não suporta o seu espetáculo nojento, e não para de se vingar na carne dos seus semelhantes mais parecidos. Talvez cada mundo não passe do reflexo deformado de todos os outros, de um espelho longínquo onde as imundícies parecem brilhar como diamantes, talvez haja apenas um único mundo para fora do qual é impossível fugir porque as linhas dos seus caminhos ilusórios se reúnem todas aqui mesmo, junto da cama onde agoniza a jovem esposa de Marcel, uma semana depois de ter dado à luz o filho Jacques.”(pp. 141-142)

“A noite do fim do mundo era calma. Nenhum cavaleiro vândalo. Nenhum guerreiro visigodo. Nenhuma virgem degolada nas mansões em chamas.Libero fazia a caixa com a pistola pousada em cima do balcão. Pensava talvez com nostalgia nos seus anos de estudos, nos textos que quisera queimar no altar da estupidez do mundo e cujos ecos, porém, ainda chegavam até si.

Porque Deus só fez para ti um mundo perecível, e também tu estás prometido à morte.” (p. 193)
“(…) Acreditavas que Roma não cairia. Não foi Roma construída por homens como tu? Desde quando julgas que os homens têm o poder de construir coisas eternas? O homem constrói sobre areia. Se quiseres segurar na mão o que ele construiu só seguras o vento. As tuas mãos estão vazias e o teu coração aflito. E se amas o mundo, perecerás com ele.” (p. 202)

Texto da autoria de Jorge Navarro

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

"Paixão Proibida em Summerset Abbey " de T. J. Brown

Envolvi-me completamente com este livro! A escrita simples mas cativante desta autora levou a que a minha leitura
se tornasse compulsiva e, se o terceiro volume desta trilogia já tivesse saído, teria sido a minha escolha neste momento.

As personagens principais, muito bem definidas psicologicamente, envolvem-se em projectos que nos emocionam e que foram representativos de uma época onde a emancipação da mulher ainda estava muito longe e tudo teve de ser conseguido com muita luta e persistência. Exemplo disso a luta, por vezes extrema, dessas mulheres, de mostrar que a Mulher tem direito ao voto, ao trabalho remunerado, à escolha de uma profissão dita de "homens", em suma, ao livre arbítrio...

A escritora consegue manter um ritmo narrativo rápido e muito vivo, misturando cenas leves, de romance, com factos que poderiam ter sido bem reais, o que me surpreendeu e encantou.

Lå terei eu de esperar pacientemente, pelo terceiro e último livro pois ficaram muitos assuntos em aberto!

Terminado em 20 de Janeiro de 2014

Estrelas: 5*

Sinopse

Os amantes da série televisiva Downton Abbey têm no novo livro de T. J. Brown mais uma oportunidade de reviver os usos e costumes da época vitoriana e os jogos de poder da aristocracia britânica. A autora inspirou-se na mesma época retratada na famosa série de televisão para contar as histórias de Rowena, Victoria e Prudence, três jovens à procura do seu lugar numa sociedade em mudança. O mundo prepara-se para uma provável guerra e os modelos sociais estão em convulsão.



Resultado do passatempo Presença: "O Rapaz do Caixote de Madeira"

Terminado este óptimo passatempo (o livro é maravilhoso, podem ver a minha opinião aqui!) deixo-vos o nome do feliz contemplado que vai receber este pequeno/grande livro.

Com 349 participações foi seleccionado o número 127 que corresponde a:

Rosa Marques de Corroios

Parabéns!

Para mais informações sobre o livro ver Editorial Presnça aqui!

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A Convidada Escolhe... Inés da Minha Alma

O foco deste romance tem uma mulher extraordinária como figura central mas todo o enredo tem a ver com a conquista do Perú e do Chile pelos espanhóis. Inés Suárez, que é também a narradora, surge-nos logo no início do livro a contar a sua longa e aventurosa vida, numa altura em que morrera o seu terceiro marido – Rodrigo de Quiroga – e numa altura em que sente que a sua vida também está a chegar ao fim. O facto de ter vivido numa época em que às mulheres estava destinada uma vida recatada, convencional e sem história leva-a pois a decidir que é urgente dedicar o tempo que lhe resta a contar e a deixar para a posteridade a sua vidaextraordinária marcada pela ruptura com todos os estereótipos e preconceitos associados ao género feminino. Porque a História sempre tem sido a história dos homens e dos seus feitos, este romance que vai beber à história e às crónicas da época, é um contributo embora romanceado, para desocultar essa presença das mulheres que a história muito raramente conta.

Nascida em Plasencia, na Extremadura, no início do século XVI, abandona a Europa à procura do marido Juan de Málaga que há anos tinha partido em busca do ElDorado e das riquezas do Novo Mundo. Essa busca torna-se infrutífera, mas a sua personalidade forte, independente, destemida e aliada a uma saúde de ferro torna-a protagonista na história da difícil conquista do Chile ao lado de Pedro de Valdívia por quem se apaixona e com o qual se torna parceira na conquista, na guerra, no tratar dos feridos e enfermos e também no amor.

A conquista do território é extremamente difícil e está cheia de adversidades para os conquistadores espanhóis,súbditos do imperador Carlos V. É a morfologia inclemente do território e do clima, os interesses conflituantes entre os próprios conquistadores, a resistência dos povos nativos justamente aguerridos na defesa das suas terras e dos seus bens, a lonjura e a ausência de notícias de Espanha que tornam esta conquista uma luta terrível e brutal nos confrontos entre espanhóis e as tribos indígenas e que ficaram para a história.

Embora tendo participado ao lado e na frente da batalha do lado dos conquistadores, Inés reflecte e critica os horrores, a crueldade e a desumanização que acompanhamas guerras e, por diversas vezes no seu registo de vida para os vindouros e sobretudo no fim da sua longa vida, põe-se na pele e solidariza-se com os mapuche como legítimos donos das terras, compreendendo as baixas que eles fizeram nas hostes dos usurpadores.

Embora achando interessante a perspectiva escolhida pela autora para falar deste episódio da história da Humanidade em que dá a uma mulher o papel principal, este foi de entre os diversos livros de Isabel Allende que já li, porventura o que me levou mais tempo a ler.

Almerinda Bento

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

"As Mulheres de Summerset Abbey" de T. J. Brown

Muito embora grite bem alto que a beleza das capas não me levam a comprar um livro, o que é certo é que este ficou na estante à espera da sua vez e sempre que pegava nele
acabava por largá-lo. Escolhi-o pela sinopse mas largava-o quando olhava para a capa. Talvez porque ache que a capa não é especialmente bonita e acabou ficando para trás...

Até que surgiu a sua vez e, ao pegar nele, fiquei de imediato encantada pela forma como, com uma linguagem simples e directa, a autora prende totalmente a nossa atenção. Retratando com mestria uma época (Inglaterra antes da Primeira Guerra) ficamos cativadas pelas personagens principais e mistérios que elas encerram.


Perante uma aristocracia fortemente marcada por uma ambição desmedida onde o povo mais não é do que um mero peão que realiza os seus caprichos, este romance está muito bem enquadrado historicamente e quase sem nos apercebermo-nos disso, estamos no princípio do século XX com todas as diferenças de classes existentes na época, o papel crescente da mulher e a sua luta pela emancipação, os casamentos impostos, os movimentos sufragistas, etc


Gostei muito de mergulhar nesta leitura e recomendo-a vivamente. Um romance de época, leve, que nos incita a continuar com o segundo volume desta trilogia, esperando que mais alguns mistérios sejam desvendados e que a caracterização de alguns personagens se aprofunde ainda mais.

Terminado em 17 de Janeiro de 2014

Estrelas: 5*

Sinopse

Centrado na vida de três jovens que procuram encontrar o rumo para o seu futuro, As Mulheres de Summerset Abbey é um romance histórico que retrata com rigor e pormenor os hábitos de uma classe e estilo de vida. Trata-se de uma história apaixonante ambientada numa das épocas mais fascinantes da história europeia.

Sir Philip Buxton criou três jovens num lar que desafiava a tradição. A filha mais velha, Rowena, aprendeu a dar valor às pessoas, não à sua riqueza ou posição social. Mas tudo aquilo em que acreditava vai ser testado na sequência da morte do pai, quando ela, a irmã e a sua amiga Prudence são forçadas a mudar-se para a propriedade do tio, Summerset Abbey.

Fisicamente frágil, mas com uma mente viva e ágil, Victoria sonha em frequentar a universidade e tornar-se botânica, à semelhança do pai. Mas este não é o único sigilo de Victoria, que acaba por descobrir um segredo de família que, se for revelado, tem o potencial de mudar várias vidas para sempre…

Prudence cresceu feliz ao lado de Rowena e Victoria, e o laço que as une é tão forte como se fossem irmãs. Mas ela é a filha da governanta e para o lorde de Summerset isso faz com que seja apenas mais uma entre os criados da propriedade. Prudence fica dividida entre dois mundos: o dos privilegiados e o dos criados, sem saber verdadeiramente qual o seu lugar no mundo.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Ao Domingo com... Filipe Marinheiro

Filipe Marinheiro nasceu em Coimbra, 30 de Julho de 1982. 
É natural e reside em Aveiro.

Em Dezembro de 2013, publiquei o meu segundo livro, “Silêncios”, com a Chiado Editora.

Livro que cria náusea e dor no leitor, ao reviver todas as experiências de vida e de morte e o seu questionamento. “Silêncios” ondula entre o tom alegre e o melancólico. Evoca uma linguagem de pureza e suavidade que abre vórtices para o tangível e o intangível, entre passagens viscerais até atingir percepção absoluta da beleza inimaginável. Dá ar e vida, sangue e respiração… e essa respiração é dicotómica: tanto é ofegante como também abranda, dando pois uma vida e um pulsar do coração a objectos e coisas invisíveis e inanimadas. 

Ao percorrer essa beleza que é palpável e impalpável, rasa como que num estilhaço, todos os elementos da natureza e todas as suas paisagens. Uma poesia irrequieta, recalcada, vivenciada numa doçura triste que flutua entre o oxigénio e o dióxido de carbono do dia e da noite. 

Poesia em estado selvagem, rebelde. Cada poema que faço é uma busca incessante do silêncio definitivo, alegoria para o local da paz. Procuro rebentar com toda as canonicidades de alguma da literatura actual.

Para mim, só existe o acto de escrita enquanto escrita em si, como pensamento livre. Tudo o resto é literatura… e o acto de leitura e interpretação deve ser igualmente livre, cada pessoa deve tirar a sua própria ilação, procurar os seus próprios silêncios. O mesmo poema poderá ser límpido ou compacto, dependendo dos olhos de quem o lê.

A poesia é um jogo de estados de espírito… aliás, eu não sei o que é a poesia, não sei defini-la. O acto de escrever poesia é simplesmente um jogo de estados de espírito reflectidos num espelho metido para dentro e para fora. A palavra e a linguagem são meros instrumentos. Dialogando diariamente com ela, espero continuar sem saber o que é a poesia e muito menos o que é ser-se poeta! Se pela força da vida algum dia souber defini-los, estarei louco ou morto.

“Estou à disposição de muito poucas pessoas, detesto as horas profanas quando estou com elas por estar.
É perturbante o meu desgaste ininterrupto apelando à figura diabólica entre crueldade assombrosa e decifráveis homenagens presas aos sustos lúcidos desses diálogos (perguntas-respostas, respostas-perguntas, suposições enfadonhas, inamovíveis, ninguém sabe bem o que é, o que são, para que servem?). 

Por isso, é-me trágico, tampouco penoso. Gosto então dessa mestria, quase utópica, de meditar dentro do permanente Silêncio, tocar-lhe na sua essência com o sorriso dum arco-íris... expressar, apreciar, ouvir, tocar, escutar, ser um anónimo para fora e dentro brotando qualquer coisa, chorar, ver apenas... quero o Silêncio, o Silêncio, nada mais, nada menos. Amar, desamar, viver na simplicidade, fazer o certo!”
in “Silêncios”, FM, Chiado editora, pág. 327

“Após chutar a dita estética frágil
descreio na cega literatura violentíssima
para mim inexistente
– destrutiva, desfigurada, falecida, mas precisa!
Nem tampouco me comovem as contradições
d’arte emaranhada em muitos contornos decalcados
– um recalcamento absurdo, improdutivo, um salto num vazio absorto...
renego-me profundamente... renego-me, renego-me! aller à Rimbaud... ... …”
in “Silêncios”, FM, Chiado editora, pág. 199

INFORMAÇÕES ADICIONAIS:

http://www.chiadoeditora.com/index.php?page=shop.product_details&flypage=flypage.tpl&product_id=1676&category_id=3&option=com_virtuemart&Itemid=261&vmcchk=1&Itemid=261

http://www.fnac.pt/Silencios-Filipe-Marinheiro/a742617

http://www.chiadoeditora.com/index.php?option=com_content&view=article&id=1518:marinheiro-luis-filipe&catid=62:m

http://www.escritas.org/pt/novo/poemas/filipe-marinheiro/

http://pensador.uol.com.br/colecao/filipemarinheiro/

http://www.luso-poemas.net/modules/news/index.php?uid=18506

Filipe Marinheiro

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Novidade Porto Editora

A Rainha dos Sipaios
de Catherine Clément


Ela era a rainha de Jhansi, um reino livre do centro da Índia. Uma jovem viúva de trinta anos, impetuosa e altiva. Morreu na guerra, vestida de homem, as rédeas do cavalo entre os dentes, uma 
espada em cada mão e um colar de pérolas ao pescoço. 
Este movimento de libertação nacional, conhecido por «revolta dos sipaios», dilacerou o ventre da Índia em meados do século XIX, quando os soldados indígenas de pele escura, conhecidos como «sipaios», se sublevaram contra os amos brancos, ou os «John Company», em referência à Companhia das Índias Orientais. 
Muitas humilhações, muitos rajás destronados, muitas explorações… 
Certo dia, tudo explodiu. Nasceu a insurreição. A guerra de independência indiana durou dois anos, dois terríveis anos de vitórias e massacres, largamente comentados a partir de Londres por dois correspondentes de imprensa, Karl Marx e Friedrich Engels.
Quando a guerreira morreu, a Índia deixou de ser livre. Mas, ainda hoje, as crianças indianas aprendem na escola a canção que celebra a sua glória. Um destino fulgurante, cantado por todo um povo e contado com energia por Catherine Clément, que aqui reencontra a Índia que tão bem conhece.

Novidade Alfaguara

A Invenção do Amor
de José Ovejero

A Invenção do Amor passa-se em Madrid, nos dias de hoje, e narra a história de Samuel, que se apaixona por uma mulher que já morreu e que ele nem sequer conhecia. A partir daí, decide-se a reinventar-lhe uma vida, fazendo do leitor cúmplice na capacidade do ser humano para se enganar a si mesmo.
Do seu terraço, Samuel observa a agitação quotidiana de Madrid, repetindo para si próprio que tudo está bem. Sobreviveu aos quarenta, a "idade maldita", não tem filhos, e as mulheres entram e saem da sua vida sem nunca pronunciarem as palavras "para sempre".
Uma madrugada, alguém lhe comunica por telefone que Clara, sua ex-namorada, morreu num acidente. De ressaca, Samuel é incapaz de explicar que não conhece nenhuma Clara. Impelido por um misto de curiosidade e enfado, decide ir ao velório. É então que, fascinado pela possibilidade de usurpar a identidade da pessoa com quem o confundem, Samuel ficciona uma história de amor com Clara, que vai partilhando com Carina, a irmã desta. Samuel vê nesse jogo de ilusões a possibilidade de reinventar a sua existência e de, por fim, se sentir vivo. À medida que a memória de Clara vai ganhando verdadeira forma na sua cabeça, vai crescendo também a atracção que sente por Carina - e Samuel começa a perder o controlo do jogo que criou. Irá o amor que inventou ser a sua salvação ou a sua perdição?
Este romance tem todos os elementos de um thriller clássico. Narrado na primeira pessoa, a voz inquisitiva e irónica do protagonista vai desvelando as imposturas do amor e, ao mesmo tempo, a sua absoluta necessidade.
Nesta obra, o autor reflecte sobre a actual situação do país e sobre uma geração de homens e mulheres, agora nos quarenta, cujas vidas pouco ou nada se parecem com aquilo que idealizariam para si mesmos, se lhes fosse possível idealizar.