É natural e reside em Aveiro.
Em Dezembro de 2013, publiquei o meu segundo livro, “Silêncios”, com a Chiado Editora.
Livro que cria náusea e dor no leitor, ao reviver todas as experiências de vida e de morte e o seu questionamento. “Silêncios” ondula entre o tom alegre e o melancólico. Evoca uma linguagem de pureza e suavidade que abre vórtices para o tangível e o intangível, entre passagens viscerais até atingir percepção absoluta da beleza inimaginável. Dá ar e vida, sangue e respiração… e essa respiração é dicotómica: tanto é ofegante como também abranda, dando pois uma vida e um pulsar do coração a objectos e coisas invisíveis e inanimadas.
Ao percorrer essa beleza que é palpável e impalpável, rasa como que num estilhaço, todos os elementos da natureza e todas as suas paisagens. Uma poesia irrequieta, recalcada, vivenciada numa doçura triste que flutua entre o oxigénio e o dióxido de carbono do dia e da noite.
Poesia em estado selvagem, rebelde. Cada poema que faço é uma busca incessante do silêncio definitivo, alegoria para o local da paz. Procuro rebentar com toda as canonicidades de alguma da literatura actual.
Para mim, só existe o acto de escrita enquanto escrita em si, como pensamento livre. Tudo o resto é literatura… e o acto de leitura e interpretação deve ser igualmente livre, cada pessoa deve tirar a sua própria ilação, procurar os seus próprios silêncios. O mesmo poema poderá ser límpido ou compacto, dependendo dos olhos de quem o lê.
A poesia é um jogo de estados de espírito… aliás, eu não sei o que é a poesia, não sei defini-la. O acto de escrever poesia é simplesmente um jogo de estados de espírito reflectidos num espelho metido para dentro e para fora. A palavra e a linguagem são meros instrumentos. Dialogando diariamente com ela, espero continuar sem saber o que é a poesia e muito menos o que é ser-se poeta! Se pela força da vida algum dia souber defini-los, estarei louco ou morto.
“Estou à disposição de muito poucas pessoas, detesto as horas profanas quando estou com elas por estar.
É perturbante o meu desgaste ininterrupto apelando à figura diabólica entre crueldade assombrosa e decifráveis homenagens presas aos sustos lúcidos desses diálogos (perguntas-respostas, respostas-perguntas, suposições enfadonhas, inamovíveis, ninguém sabe bem o que é, o que são, para que servem?).
Por isso, é-me trágico, tampouco penoso. Gosto então dessa mestria, quase utópica, de meditar dentro do permanente Silêncio, tocar-lhe na sua essência com o sorriso dum arco-íris... expressar, apreciar, ouvir, tocar, escutar, ser um anónimo para fora e dentro brotando qualquer coisa, chorar, ver apenas... quero o Silêncio, o Silêncio, nada mais, nada menos. Amar, desamar, viver na simplicidade, fazer o certo!”
in “Silêncios”, FM, Chiado editora, pág. 327
“Após chutar a dita estética frágil
descreio na cega literatura violentíssima
para mim inexistente
– destrutiva, desfigurada, falecida, mas precisa!
Nem tampouco me comovem as contradições
d’arte emaranhada em muitos contornos decalcados
– um recalcamento absurdo, improdutivo, um salto num vazio absorto...
renego-me profundamente... renego-me, renego-me! aller à Rimbaud... ... …”
in “Silêncios”, FM, Chiado editora, pág. 199
INFORMAÇÕES ADICIONAIS:
http://www.chiadoeditora.com/index.php?page=shop.product_details&flypage=flypage.tpl&product_id=1676&category_id=3&option=com_virtuemart&Itemid=261&vmcchk=1&Itemid=261
http://www.fnac.pt/Silencios-Filipe-Marinheiro/a742617
http://www.chiadoeditora.com/index.php?option=com_content&view=article&id=1518:marinheiro-luis-filipe&catid=62:m
http://www.escritas.org/pt/novo/poemas/filipe-marinheiro/
http://pensador.uol.com.br/colecao/filipemarinheiro/
http://www.luso-poemas.net/modules/news/index.php?uid=18506
Filipe Marinheiro
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