Nascida em Plasencia, na Extremadura, no início do século XVI, abandona a Europa à procura do marido Juan de Málaga que há anos tinha partido em busca do ElDorado e das riquezas do Novo Mundo. Essa busca torna-se infrutífera, mas a sua personalidade forte, independente, destemida e aliada a uma saúde de ferro torna-a protagonista na história da difícil conquista do Chile ao lado de Pedro de Valdívia por quem se apaixona e com o qual se torna parceira na conquista, na guerra, no tratar dos feridos e enfermos e também no amor.
A conquista do território é extremamente difícil e está cheia de adversidades para os conquistadores espanhóis,súbditos do imperador Carlos V. É a morfologia inclemente do território e do clima, os interesses conflituantes entre os próprios conquistadores, a resistência dos povos nativos justamente aguerridos na defesa das suas terras e dos seus bens, a lonjura e a ausência de notícias de Espanha que tornam esta conquista uma luta terrível e brutal nos confrontos entre espanhóis e as tribos indígenas e que ficaram para a história.
Embora tendo participado ao lado e na frente da batalha do lado dos conquistadores, Inés reflecte e critica os horrores, a crueldade e a desumanização que acompanhamas guerras e, por diversas vezes no seu registo de vida para os vindouros e sobretudo no fim da sua longa vida, põe-se na pele e solidariza-se com os mapuche como legítimos donos das terras, compreendendo as baixas que eles fizeram nas hostes dos usurpadores.
Embora achando interessante a perspectiva escolhida pela autora para falar deste episódio da história da Humanidade em que dá a uma mulher o papel principal, este foi de entre os diversos livros de Isabel Allende que já li, porventura o que me levou mais tempo a ler.
Almerinda Bento
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