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segunda-feira, 30 de setembro de 2019

A Convidada escolhe: "A Noite Passada"


A Noite Passada, Alice Brito, 2018


A escrita de Alice Brito é única, inimitável, brota com uma autenticidade e naturalidade que nos transporta para os anteriores livros da sua autoria. Alice Brito domina o uso de um vocabulário rico, certeiro, onde o vernáculo não é poupado. De novo a cidade de Setúbal, o recurso aos objectos do dia-a-dia, os ambientes sonoros e visuais dos quotidianos cinzentos do salazarismo embalados e adocicados pelos folhetins. Personagens inesquecíveis. Mulheres subjugadas, submissas, que ainda não são sujeito, mas também mulheres fortes e que crescem quando descobrem a força que têm em si. O sexo que ou é virtude ou é “javardice”. As palavras que ainda não foram descobertas como “sexualidade”. Tanto, mas tanto que aqui podia referir.
Alice Brito faz-nos entrar no universo português dos anos 50, 60 e 70 em dois registos: através do romance propriamente dito e através dos comentários de Luís, Luísa e da filha Mafalda que por vezes medeia as conversas dos pais como se fosse um pombo-correio e, que à medida que a leitura avança, os questiona tentando perceber que papel eles tiveram ou não como protagonistas principais do livro que estão a ler e que estão a partilhar connosco, leitores.
A riqueza do relato das vidas das personagens e dos episódios que se sucedem advém do recurso a detalhes da época que pessoas mais velhas recordarão e que ajudam os mais novos a visualizar o que era então aquele Portugal fechado, atávico e amordaçado. Como comenta Gil, amigo de Luís e Luísa que os acompanha na leitura em primeira mão do romance, “As pequeníssimas minudências do dia-a-dia são os pormenores que dão vida ao quadro, que estão lá atrás, que dão perspectiva. Que ninguém diga que não interessam porque elas são o miolo da História. Sem elas nada fará sentido. Os grandes acontecimentos só são importantes quando se repercutem na vida dos povos. (…) A História não depende só de assinaturas de tratados notáveis. De batalhas heróicas ou consulados divinos. A História faz-se também de pequeníssimos factos por que a gente comum passou. Do dia-a-dia comezinho e sem glória.” Exemplos são muitos: a visita a Portugal da Rainha Isabel de Inglaterra, a morte de Cármen Miranda, os feitos do grande velocista Zatopek nos Jogos Olímpicos de Helsínquia, os folhetins radiofónicos seguidos religiosamente nas casas portuguesas, a chegada da televisão a preto e branco que se via no café, a campanha de Humberto Delgado e a repressão, a PIDE e a tortura. As mudanças sociais da década de 60 – os costumes, a música, a juventude – ao mesmo tempo que começa a guerra colonial que se vai arrastar até 74 e os episódios mediáticos e corajosos de resistência como foi o caso do Santa Maria ou o golpe de Beja. Num país onde as centenas de mortos das grandes inundações de 67 foram objecto de censura, onde a morte saiu à rua e ceifou José Dias Coelho ou Ribeiro dos Santos, programas como o Zip Zip eram o sinal de que a mudança estava a chegar. E ao mesmo tempo em que estes acontecimentos vão surgindo na narrativa, vamos conhecendo as personagens, as suas personalidades, as escolhas que fazem, as suas dúvidas e receios: Amélia, Joaquim, António, Elisabete, Bárbara, Lídia, o Rui Corninho e por fim o pide Amadeu Silveira (vulgo Português Martelão, no Brasil).

Maravilha Maravilha
Venham ver o barco doido
Sem amarras que o segurem
Pela porta entra a maré
Venham ver o barco doido
Água cai pela chaminé.”

É com este poema de José Afonso que começa a segunda parte do romance. O cinzentismo salazarista e marcelista é substituído pelo alvoroço e alegria do 25 de Abril. A cidade de Setúbal vai vivê-lo intensamente. Os partidos existentes e os que se formam, as associações culturais, os cidadãos que se organizam, que lutam, que aspiram a uma vida decente, a política que se aprende dum dia para o outro, as discussões intensas, os vira-casacas, toda essa memória histórica nos é avivada.
Em “A Noite Passada” Alice Brito traz-nos a sua visão desse período particular vivido pela cidade de Setúbal e sente-se que ela também está lá neste seu terceiro romance de amor à liberdade, a Setúbal e de ódio visceral ao fascismo.

19 de Setembro de 2019
Almerinda Bento



domingo, 29 de setembro de 2019

Ao Domingo com... Márcia Balsas


Comecei nos contos.

Uma vida de leitura às costas quando me perdi por eles, os contos. Quanto mais descobria mais tinha vontade de ler, de fazer igual. Os contos fizeram-me dar o salto necessário para começar a escrever.

O meu primeiro romance já voa por aí e eu pensei em partilhar um pequeno conto com os leitores do "Ao domingo com..."

Obrigada ao Tempo entre os meus livros e à Cristina Delgado por esta oportunidade.



Márcia Balsas

sábado, 28 de setembro de 2019

Na minha caixa de correio

  

 
Entre as ofertas das editoras e o que comprei, foram estes os livros que me chegaram esta semana! Obrigada, editoras lindas!

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

"Raparigas Como Nós" de Helena Magalhães

Depois de muito ouvir falar deste livro da Helena, tanto mais que sigo no Instagram o HM Book Gang, lá peguei nele para concluir o desafio do #alervamoschamarmaisverão, um desafio que nos faz procurar nas nossas estantes, livros que comecem por determinadas letras. Precisava de um começado por R. Este foi o escolhido.

Considero-o um YA (young adult), o que não é muito a minha praia, mas, confesso que o livro lê-se num ápice! Pareceu-me que tinha muitas vivências da autora, dos seus amigos, e retrata a adolescência de Isabel, seus amigos e os seus amores. O retrato de uma época, final dos anos 90, bem elaborado, e ainda não tão distante assim, em que se vivia sem a pressão das redes sociais que se verifica hoje. Mas já aí as drogas eram "a vida" de muitos jovens. E a morte também. Isabel, Simão, Afonso, Alice são personagens que nos fazem recordar amigos que tivemos. Alguns permanecem, outros não. Alguns cresceram, outros já cá não estão. 

Referências musicais e literárias são feitas com frequência o que, para quem é mais velho, faz todo o sentido e dá prazer recordar.

É muito fácil ficar preso à escrita da Helena e as páginas voam. Amores da adolescência que nos fazem recordar pormenores da nossa vida. Um livro de verão, leve e pesado ao mesmo tempo mas cativante, lido na praia, para aproveitar os dias de sol que ainda restam deste verão tão incerto.

Terminado em 15 de Setembro de 2019

Estrelas: 5*

Sinopse
Uma história de amor irresistível, que é também o retrato de uma geração que cresceu sem redes sociais. Pode uma paixão da adolescência marcar o resto da vida?

Festivais de Verão, tardes na praia, experiências-limite com drogas, traições e festas misturam-se com amores improváveis e velhas amizades. Um romance intemporal nos cenários de Lisboa, Cascais e Madrid, que mostra tudo o que pode esconder-se atrás da vida aparentemente normal de uma rapariga… como tu.

«Beijamo-nos ao som daquela música que ouvia em casa sozinha deitada na minha cama. Durante o resto da vida, não importaria o que estivesse a fazer ou onde, quando ouvisse os primeiros acordes […], recordar-me-ia do olhar do Afonso fixado em mim, da sua mão no meu rosto, do meu coração a tremer e de me sentir a rapariga mais feliz do mundo. Porque Lisboa está cheia de bares a abarrotar de miúdas bonitas que, num piscar de olhos, se colocariam de gatas a ronronar nas suas pernas. Mas ele viu-me a mim.»

«Se algum dia se sentirem sozinhas, estranhas, deslocadas do mundo que vos rodeia, lembrem-se da Isabel, da Alice, da Luísa, da Marina e até da Marisa das argolas… Raparigas como nós.»

Cris

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

A Convidada escolhe: "Pão de Açúcar"


Pão de Açúcar, Afonso Reis Cabral, 2018

Afonso Reis Cabral já me surpreendera aquando do seu primeiro livro “O Meu Irmão”, pela forma séria como tratou a realidade das pessoas com síndrome de Down e os desafios que se colocam às famílias na sua forma de se relacionarem com essa realidade no que respeita aos direitos e necessidades das pessoas que são diferentes.
Em “Pão de Açúcar” Afonso Reis Cabral agarra um acontecimento ocorrido no Porto em 2006 – o assassinato de Gisberta – e transforma-o numa obra de ficção. Na nota prévia, o autor apresenta-nos um rapaz que trabalha numa oficina de bate-chapas, mas que tem o sonho de um dia ser marceneiro – o Rafael Tiago – que o abordou numa sessão de “escritor-caixeiro-viajante”, lhe entregou uma pasta cheia de documentos e lhe pediu que fizesse um romance com aquilo. “Ele esperava que a minha escrita realçasse a beleza, o tal chorar de ternura e não ligar ao que dizem.” Seguiu-se todo o trabalho de organizar aqueles papéis, o trabalho de campo e investigação dos factos e “depois baralhei com ficção, que é como se faz um romance.”
É ficção, mas ajuda-nos a compreender o incompreensível; a perceber os contextos; a desvendar as histórias de vida; a conhecer os percursos da Gi, do Rafa, do Samuel, do Nélson, do Fábio, do Grilo, do Leandro, da Alisa… Das vidas que não são cor-de-rosa nem a preto e branco. De como os estereótipos e os preconceitos nos condicionam e de como a sociedade os inculca em nós, condicionando-nos nas nossas atitudes e nos nossos actos. Em “Pão de Açucar” está lá tudo: o abandono, a segregação, a violência como norma, a miséria, “as famílias de merda”, a marginalidade, a fuga à escola, o andar ao deus dará armado em durão, a institucionalização, a sobrevivência.
No meio de tanto abandono e falta de carinho, para um rapaz que mal tem 12 anos, conseguir manter-se à tona poderá ser tornar-se dono de uma bicicleta sem préstimo que alguém deitou para o lixo e restaurá-la, ou roubar a chave do sótão do internato para desvendar os segredos lá escondidos, ou dizer por desenhos o que não se consegue dizer por palavras, ou servir-se da força física para exercer poder e estabelecer a hierarquia dentro do grupo, ou ter um esconderijo que seja só seu, mesmo que não passe de um lugar sujo. “Em 2006, havia muito que ninguém prestava atenção à ruína que fora um quarteirão do século XIX e que teria sido um hipermercado do Pão de Açúcar.”
E depois são as dores do crescimento, as contradições de quem tem de fazer pela vida, mas não tem chão onde pôr o pé. Quer-se ser amado, mas repudia-se um simples gesto de carinho.
Tem-se nojo, mas depois é-se atraído como por um ímã. Quer-se guardar segredo, mas depois tem que se mostrar que também se é dono de uma raridade.
Afonso Reis Cabral dá-nos isto com mestria, em imagens vivas, em vislumbres subentendidos, em cenas de poesia e beleza, carregadas do vernáculo e expressões do quotidiano de rapazes na adolescência. Numa fase em que se anda à deriva, em que os corpos estão a descobrir que uma tatuagem ou o tocar da pele podem queimar, a descoberta de um corpo esquisito agora muito fraco, mas que já foi poderoso e desejado, com uma história de luta e de afirmação, de resiliência e sobrevivência, como responder a tanto questionamento quando não há ninguém que nos ouça e que nos embale?
Vale a pena ler “Pão de Açúcar” não só para lembrar Gisberta, as Gisbertas, mas para perceber que a luta contra a transfobia e a homofobia não se compadece com vagos encolher de ombros ou assobios para o lado. Requer um processo de educação profundo, um respeitar as diferenças, as identidades, o humano na sua diversidade e beleza.
Termino, com algumas citações retiradas ao longo da leitura de “Pão de Açúcar” e esta notícia do “Observador” de 22 de Fevereiro de 2016: “Dez anos depois, o que é feito daqueles jovens? E da instituição? E do prédio abandonado onde Gisberta morreu? E da família da imigrante? Quem era, afinal, aquela mulher? E o que é que a sua morte deixou?”

(…)

De certo modo estava-lhe agradecido. Até então, ninguém elogiara uma coisa minha, um trabalho destas mãos. Supus que as mães faziam igual: deixavam bilhetinhos por todo o sítio para os filhos lerem.”(pág. 59)

“… os contos da Gi eram como desenhos com palavras.”(pág. 105)

Aquilo de querer que os outros vissem como ele, no fundo, é o que toda a gente quer: que os outros nos compreendam. Mas uns podem e outros não.” (pág. 180)

Engraçado como aos doze anos até circunstâncias de merda permitem camaradagem.” (pág. 201)

Mouriscas, 9 de Agosto de 2019

Almerinda Bento


quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Experiências na Cozinha: "Temperos da Argas"

Hoje trazemos uma compota! Fácil de preparar, rápida e saudável porque não possui açúcar refinado. Precisamente por isso deve ser consumida num prazo de cinco dias e conservada no frigorífico. Mas podem-lhe dar mais uso que no habitual "pão com doce". Experimentem juntar um pouco de compota num iogurte natural. Se não consumirem leite ou derivados, juntem-na ao vosso iogurte vegetal preferido.

Nós colocámos os ingredientes na Bimby e ao fim de 25m estava pronta. Agora é usar e abusar! Para a próxima vamos fazer de frutos vermelhos. 

Este livro é composto por receitas sem glúten e com pouco açúcar refinado que a Márcia, a autora, por ter uma doença auto-imune, foi seleccionando e experimentando. Ela viu resultados na sua saúde. Porque não  dar uma olhadela?

Espreitem aqui:









Palmira e Cris

terça-feira, 24 de setembro de 2019

"Olga" de Bernhard Schlink

Ao ler a sinopse deste livro fica-se com uma ideia geral da sua história: da época em que decorre e do enredo. Não podemos ver nela a escrita sóbria, comedida, com que o autor nos transporta para os fins de séc. XIX. O seu discurso é feito através de um narrador desconhecido que, durante a primeira parte do livro relata a história de Olga e do seu grande amor, Herbert. Descreve sem grandes emoções essa história de amor desencontrado que foi a vida desses dois personagens. Os tempos são agitados nessa antiga Prússia onde vivem. Olga está muito à frente do seu tempo.

Depois, o narrador revela-se, mostra os seus sentimentos e emoções, entra na história. Ferdinand, entrou na vida de Olga já ela era uma mulher adulta e só. Ele, uma criança. A ligacão entre estes dois seres tão diferentes foi quase de avó e neto e perdurou na vida de Ferdinand até à morte de Olga. 

No entanto, a estranha morte de Olga leva Ferdinand a procurar soluções para o que ele considera um mistério. Cartas de amor escritas por Olga acabam por vir parar-lhe às mãos e desvendam segredos. Olga é uma "mãe coragem", decidida a lutar contra dois handicaps que nessa altura possuía: era mulher e era pobre.

A escrita de Schlink é feita num tom nostálgico, escorreito e simples. Cru. Retrata com muita sensibilidade os estados de alma de Olga, nesse seu amor impossível. Eu gostei. Preparem-se para uma leitura que se revela aos poucos; preparem-se para uma viagem por uma Alemanha que não possuía as suas fronteiras definidas, para viagens tanto em África como no Ártico, para viagens no coração de uma mulher.

Terminado em 13 de Setembro de 2019

Estrelas: 5*

Sinopse

Na viragem do século XIX, Olga vive com a avó numa aldeia a leste do império alemão. Órfã e habituada a uma vida dura, tem no inquieto Herbert o seu único companheiro de brincadeiras. Herbert é oriundo de uma família abastada e tem o seu futuro planeado há muito; nele não se inclui uma mulher sem berço e sem meios. No entanto, os dois apaixonam-se e resistem, alimentando a ligação em encontros secretos e desesperados. Até que Herbert decide tomar as rédeas do seu destino num ato de insubordinação que, mais uma vez, não inclui Olga. Vítima da febre expansionista alemã, o jovem decide partir à aventura – primeiro em África e depois numa expedição ao Pólo Norte, da qual não regressará. O tempo passa, mas Olga nunca para de escrever a Herbert, no Ártico, vertendo sobre o papel o seu amor e a sua fúria pelo sacrifício feito em nome da pátria.
Anos mais tarde, Olga conta a sua história. É a história de uma mulher forte, apaixonada e em colisão com os preconceitos do seu tempo.

Com a nostalgia e a mestria que lhe são características, Bernhard Schlink fala-nos da alma alemã e das vicissitudes de um amor interrompido pela ambição de uma nação. E apresenta-nos a Olga, uma figura literária inesquecível.


Cris

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

A Convidada escolhe: "A Sétima Porta"

Uma grande parte da ficção deste livro decorre em Berlim, nos anos  da implantação do nazismo que antecederam a 2ª Guerra Mundial.

O livro remete-nos para a deterioração das relações de amizade e vizinhança, vividas entre grupos de judeus e alemães; tempos sombrios em que até os elos familiares mais sólidos se quebravam facilmente.

Aborda também a forma como o regime nazi tratou os deficientes, primeiro com esterilizacões forçadas e depois simplesmente eliminando-os, invocando doenças repentinas de que nunca sofreram.

A personagem principal - Sophie - foi uma rapariga  alemã, de coragem que, em contraciclo, se apaixona por um judeu, com 70 anos.

Era uma adolescente muito ousada e irreverente que perdeu a grande admiração que tinha pelo pai, quando o viu apagar todos os sinais da sua ideologia comunista e aderir aos ideais nazis.

Ao longo do livro vamos acompanhar o seu percurso até à idade adulta, a sua forte relação com o irmão autista (que sempre protegeu) e conhecer as suas escolhas, bem como a forma como desafiou os poderes instituidos, (pondo em perigo a sua própria vida), sendo sempre uma jovem com um forte sentido de humanidade, que nunca desistiu dos seus amigos.

Entre esses amigos encontramos Isaac Zarco que lidera um grupo de judeus activistas que incluía artistas de circo com características que o regime nazi não aceitava e, mais tarde, dizimou: anões e pessoas com malformações diversas.

Isaac Zarco era um judeu que tentava descodificar os manuscritos do seu antepassado Berequias Zarco e estava convencido que, fazendo-o, salvaria o mundo do caos que os tempos anunciavam.

Ao terminar este livro , fiquei com aquele vazio característico quando se acaba um bom livro: aquele que nos tráz as personagens  à mente durante uns dias.

Adorei este livro e recomendo-o vivamente.

Palmira Estalagem

domingo, 22 de setembro de 2019

Ao Domingo com... Ana Pinto


Sempre estive ligada ao voluntariado e principalmente com crianças. Sou licenciada em Ciências da Comunicação e como tal, a criação de conteúdo foi sempre uma grande paixão. Num momento de maior reflexão pessoal, define que a intenção que iria guiar a minha vida seria ser a diferença que quero ver no mundo.

Porém, não queria apenas brincar e contar-lhes histórias. Queria dar-lhes a possibilidade de poderem contar a sua história. Afinal, quem melhor do que uma criança para escrever histórias infantis? Ela sente, vê e pensa como só uma criança sabe. Para além disso seria criado também um momento de partilha de aprendizagens e valores importante para o desenvolvimento deles e, em última instância, poderia ajuda-los a ultrapassar uma momento desafiante e inspirar outras crianças na mesma situação.

Foi uma experiência muito enriquecedora e 'desafiantemente' mágica.

Havia vários factores influentes, tais como a dimensão do grupo, idade e género. Havia sempre uma timidez e insegurança inicial. Era fundamental da minha parte quebrar o gelo, acolher cada um individualmente e incentivar à partilha sem medo, pois afinal ninguém estava ali para ser avaliado. Depois de definido o tema em grupo, as ideias fluíam e por vezes até era dificil conseguir acompanhar tantas ideias.

Foi curioso ver que sempre que existia um grupo misto (rapazes e raparigas) a participação e imaginação era muito maior. Houve um dia em que tive apenas um grupo de raparigas que teve uma enorme dificuldade em desligar-se das histórias já existentes. Acabavam por contar histórias de princesas que já conheciam e mostraram uma enorme dificuldade em ir para além disso. Os rapazes eram muito mais destemidos, sem medo de julgamentos.

Esta foi uma experiência que me marcou porque diz muito acerca da educação e padrões que ainda persistem na educação das nossas crianças.

A introdução dos valores foi um trabalho feito por mim ao longo do processo da criação para garantir que houvesse essa parte pedagógica, não só para as histórias finais como também para cada atividade em grupo.

Não foi algo forçado mas sim uma sugestão que os incentivou a reflectir e dar outro rumo à história que estavam a criar. Por exemplo, uma situação que seria resolvida com violência, acabou com um perdão.

Acredito que o envolvimento das crianças neste projeto possa ter contribuído para o seu bem estar. Porque criou uma atividade em grupo que assim permitiu eles se conhecerem, falarem, brincarem e criarem amizades. Esses laços foram para além da criação das histórias. As salas, os corredores e os quartos ficaram mais recheados de amizade, união, imaginação e alegria.

Para mim, este livro é muito mais do que uma compilação de histórias. É uma prova daquilo que as crianças são capazes de fazer quando criamos condições para tal. É a prova do que em conjunto podemos fazer quando unidos pela mesma causa (campanha crowdfunding) e a prova de que afinal uma pessoa apenas pode fazer a diferença.

É uma prova de amor e esperança. Assim seja!

Ana Pinto
(Organizadora de"As Histórias do Joãozinho")

sábado, 21 de setembro de 2019

Na minha caixa de correio

  

  

 

Oferecidos pela Porto Editora:(Qual escolho para começar?)
 - As Filhas do Capitão
- Milkman
- A Agenda Vermelha

Oferecido pela Saída de Emergência:
- Cthulhu - este livro é lindo de morrer e é enorme, com ilustrações belíssimas!

Oferecido pelo Clube do Autor:
- Crime, disse o Livro
- Viriato

Oferecido pela Alma dos Livros, uma das minhas próximas leituras:
- As Gémeas de Auschwitz


sexta-feira, 20 de setembro de 2019

A Escolha do Jorge: "Regresso a Reims"



“Reims surge-me, não somente como um ancoradouro familiar e social (…), mas também (…) como a cidade do insulto.” (p. 187) 
“Sou um produto da injúria. Um filho da vergonha.” (p. 190)


Num registo autobiográfico, o filósofo e sociólogo Didier Eribon (n. 1953) procura compreender a realidade social onde cresceu, tecendo considerações importantes sobre a evolução do pensamento na França, a partir da década de 50, e de que forma a direita e a extrema-direita têm ganhado expressão desde então.
O autor cresceu em Reims, uma cidade a cerca de 150 km de Paris, que se debatia ainda com a reconstrução e sobrevivência do segundo após-guerra. A baixa escolaridade dos seus habitantes consolidava em certa medida o determinismo social a que estavam sujeitos, na medida em que os rapazes ao abandonarem a escola tornavam-se operários ou dedicavam-se a pequenos ofícios que não requeriam grande especialização tecnológica, ao passo que as raparigas trabalhavam em limpezas e outras tarefas domésticas. Os jovens casavam-se cedo e tinham vários filhos, o que, no seu conjunto, numa época anterior ao Maio de 68, contribuía para a perpetuação de pobreza e miséria nos estratos
sociais mais baixos em França.
Este “Regresso a Reims” após a morte do seu pai com quem, há muitos anos não mantinha qualquer contacto, permitiu a Didier Eribon, na reaproximação com a sua mãe, tentar compreender a história de violência a que esteve sujeito durante os vinte anos em que viveu com a sua família, tentando compreender a génese dessa mesma violência.
Identificando-se como homossexual, é em Reims que o autor constrói a sua identidade, confrontando-se desde tenra idade com o insulto, sofrendo emocional e psicologicamente na sequência de ter sido vítima de perseguição e de gozo tanto no seio da família, como no bairro onde vivia e na escola. “Reims surge-me, não somente como um ancoradouro familiar e social (…), mas também (…) como a cidade do insulto.” (p. 187) “Sou um produto da injúria. Um filho da vergonha.” (p. 190)
Era imperativo sair de Reims. Era preciso romper com aquela vida que teria somente a continuidade do preconceito, do racismo, da xenofobia, de toda e qualquer mudança que se verificasse no ‘ethos’ social. Romper com Reims era sinónimo de cortar ligações com a família e com toda uma realidade social de permanente violência. Ainda que Paris estivesse na mira de Didier Eribon, era por via dos estudos que seria possível esse corte. Mais tarde, o próprio autor viria a compreender que mesmo com estudos, o secundário, uma licenciatura, mestrado e doutoramento, o seu passado social ligado ao meio operário e à esquerda perseguiam-no. “O que hoje sou formou-se pelo entrecruzar desses dois percursos: eu tinha-me mudado para Paris com a dupla esperança de viver livremente a minha vida gay e de tornar-me um «intelectual».” (p. 217)
Refugiando-se desde cedo nos livros, mesmo quando a sua família não tinha hábitos de leitura, o autor tornou-se um acérrimo defensor das ideias de Sartre que num dos seus livros sobre Jean Genet, encontrou aquela que viria a constituir a “mola” para se impor a si mesmo a decisão de agir e de romper com aquele meio social estagnado, conservador, asfixiante, preconceituoso e homofóbico. “O importante não é o que fazem de nós, mas o que nós próprios fazemos daquilo que fizeram de nós.” (p. 212) Ainda sobre este ponto em particular, Didier Eribon afirma “(…) A homossexualidade impõe que se encontre uma solução para não sufocar. Não posso deixar de pensar que a distância que se instaurou – que me esforcei por instaurar – com o meu meio social e a autocriação de mim mesmo como «intelectual» foram a maneira que eu inventei para lidar com aquilo em que estava a tornar-me e que não poderia ser sem me diferenciar daqueles de quem diferia.” (pp. 188-189)
Nas últimas páginas, no epílogo deste seu doloroso e reflexivo “Regresso a Reims”, o autor lamenta não ter procurado o pai durante os anos do silêncio na tentativa de o compreender, compreender as suas motivações tentando compreender o tecido social envolvente. “Lamentei, em suma, ter deixado a violência do mundo social impor-se-me, como também a ele se lhe impusera.” (p. 230)
Por muito que se tente romper com o meio social que nos oprime e agride, Didier Eribon alude que um corte decisivo é impossível dadas as origens, as raízes, o passado. Podemos falar de reinvenção e reformulação, mas nunca ocorrem a partir do nada, daí que “nunca se é totalmente livre, nunca se está libertado.” (p. 211) “(…) A transformação de si não se opera nunca sem integrar as marcas do passado: conserva esse passado, simplesmente porque ele é o mundo em que se foi socializado, mundo esse que permanece em larga medida presente em nós e à nossa volta, no mundo em que doravante vivemos. O nosso passado é ainda o nosso presente. Por consequência, reformulamo-nos, recriamo-nos (como uma tarefa que é preciso retomar indefinidamente), mas não nos formulamos, não nos criamos.” (p. 212)
Mas este “Regresso a Reims” não se traduz somente num reencontro do autor com o seu antigo ambiente familiar e com as diferenças sociais e culturais que opõem as ideias de estagnação e de desenvolvimento, de perpetuação da pobreza quase como um valor defendido pelas classes populares ainda que sem a consciência de que somente se deve a elas mesmas essa mesma condição pelo facto de não terem apostado mais seriamente nos estudos em oposição ao percurso de ruptura concretizado pelo autor.
Didier Eribon apresenta-nos uma linha de pensamento que em muito contribui para a compreensão não só da França actual (mesmo tendo passado uma década após a edição da presente obra), mas também porque, em certa medida, estes são os grandes temas fracturantes na Europa de hoje. Depois do Maio de 1968, os partidos de esquerda eliminaram progressivamente dos seus discursos a expressão “classe operária”, o que veio a beneficiar a direita e a extrema-direita (Frente Nacional) ainda que de modo descontínuo. Ao eliminar do discurso político de esquerda a ideia de conflito de classe e reivindicações dos trabalhadores, as massas populares deixam de se identificar com aquela tendência política na medida em que a esquerda de outrora deixou de representar esta parte do eleitorado, ganhando, desta forma, a direita e a extrema-direita através da nova conjuntura da França na sequência da forte imigração que se faz sentir à época.
Antes da greve, franceses e imigrantes têm um inimigo comum que era o patronato, mas a ideia de que os estrangeiros beneficiem dos mesmos direitos que os franceses, passa a ser o novo mote político, aumentando assim o racismo, a xenofobia e a violência que se fomenta fruto destes conflitos, também eles sociais, quando todos lutam pela sobrevivência. “Quando a esquerda se revela incapaz de organizar-se enquanto espaço e crisol em que se formam os questionamentos e também em que se investem os desejos e as energias, são a direita ou a extrema-direita que conseguem acolhê-los e atraí-los.” (p. 146)
Perante a violência que ganhou terreno ao longo da última década em França e no resto da Europa, na sequência dos movimentos migratórios oriundos maioritariamente de África, Didier Eribon faz um apelo: “A tarefa que incumbe aos movimentos sociais e aos intelectuais críticos é pois: construir quadros teóricos e modos de perceção políticos da realidade que permitam, não apagar – o que seria impossível -, mas neutralizar ao máximo as paixões negativas presentes no corpo social e nomeadamente nas classes populares; oferecer outras perspetivas e esboçar assim um futuro para aquilo que poderia de novo chamar-se a esquerda.” (p. 146)
Texto da autoria de Jorge Navarro

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Apresentação do Livro "Temperos da Argas"

Enquanto esperava que a apresentação começasse fui folheando este livro da Márcia. Tirei os post-it da mala e marquei algumas receitas. Devo escolher umas bolachinhas e trazer-vos cá para a semana. Na rúbrica Experiências na Cozinha. 

Gostei muito da conversa que surgiu espontaneamente entre Marília Pereira, enfermeira especialista em Saúde Materna, a Márcia e a própria editora. Falou-se da importância da alimentação na prevenção de doenças e também, na redução dos sintomas de algumas doenças, da importância de comer alimentos da época e não processados, da educação do paladar nas crianças (a quantidade de doces que elas comem é absurda!) e de muitos mais temas que achei muito interessantes.

Se quiserem espreitar o blogue da Márcia (tem o mesmo título que o livro), façam o favor! Deixo-vos com algumas fotos:






Cris

"Nada Menos Que Um Milagre" de Markus Zusak

Foi uma peripécia a leitura deste livro! Com tantas interrupções que, ainda hoje, temo não ter captado tudo o que ele tem de bom para nos oferecer.

Primeiro, as suas quase 500 páginas levaram-me a, sempre que saía, deixá-lo em casa. O seu peso é considerável, portanto! Depois, o primeiro capítulo não fluíu como estava à espera e comecei a intercalar outros livros. (Mais tarde, foram as férias com bagagem reduzida que me impediram de o terminar rapidamente como então já desejava!)

Algumas opiniões positivas, de amigas que prezo, fizeram-me pegar nele. Passado o primeiro capítulo, a leitura flui de forma diferente. A história da família Dunbar prende. O passado e o presente, que nos são mostrados intercaladamente, fazem-nos entrar, aos poucos, nos segredos de uma família nada convencional. Pai e mãe, com os seus percusos de vida tão únicos e interessantes e os cinco filhos rapazes, com as suas especificidades que os tornam tão diferentes uns dos outros mas, ao mesmo tempo, unidos por uma forte amizade. A morte da mãe, a fuga do pai após esse acontecimento, cria nos cinco irmãos laços que se vão manter para sempre. 

O narrador é Matthew, o irmão mais velho, e a narrativa processa-se lentamente. Os pormenores são-nos revelados devagar, as idas ao passado mostram-nos como são importantes para desvendar os segredos familiares. Como referi, a narrativa faz-se devagar mas prende porque é recheada de detalhes interessantes desta saga familiar, que aconselho.

Terminado em 9 de Setembro de 2019

Estrelas: 4+

Sinopse
Clay olhou para trás uma última vez antes de mergulhar - de emergir e voltar a mergulhar - rumo a uma ponte, a um passado, a um pai. E nadou nas águas douradas pela luz.

Os cinco irmãos Dunbar vivem - lutando, amando e chorando a morte da mãe - no caos perfeito de uma casa sem adultos. O pai, que os abandonara, acaba de regressar. E tem um pedido surpreendente: algum deles aceita ajudá-lo a construir uma ponte? Clay, um rapaz atormentado por um segredo que esconde há muito, aceita. Mas porque está ele tão devastado? O que o leva a aceitar tão extraordinário desafio?

Esta é a história de um rapaz apanhado numa espiral de sentimentos, um rapaz disposto a destruir tudo o que tem para se tornar na pessoa que precisa de ser. Diante dele, ergue-se a ponte, a visão que irá salvar a sua família - e salvá-lo a ele próprio. Será um milagre e nada menos que isso.

Simultaneamente um enigma existencial e uma busca pela redenção, esta história de cinco irmãos em plena juventude, numa casa sem regras, transborda energia, alegria e emoções. Escrita no estilo inimitável de Markus Zusak, é um tour de force de um autor que conta histórias com o coração.

Cris

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Experiencias na cozinha: "Os Básicos da Cozinha Vegana"

Identificámo-nos muito, eu e a Palmira, com as receitas deste livro: são simples, relativamente fáceis de fazer e, para além de deliciosas, são saudáveis. Quando frequentei o curso do Gabriel Mateus ("Fazer da Cozinha Uma Farmácia") tive a oportunidade de assistir às aulas práticas dadas pela Maria Oliveira Dias, autora deste livro. Gentil e muito prática punha-nos a provar as delícias que fazia num instantinho! Tudo delicioso! 

O livro começa por falar-nos (depois de uma apresentação, óbvio!) das três etapas por que pode passar uma pessoa que queira alterar os seus hábitos alimentares e, depois, fala-nos de muitos mitos que povoam por aí sobre o que é ser vegano... Seguidamente põe-nos a comer, ou melhor, fala-nos da importância dos rótulos, da preferência que devemos dar aos alimentos sazonais e locais, o que devemos ter na despensa explicando paralelamente as caractísticas de cada alimento.

A receita escolhida foi "Caril Minuto". Ficam as fotos já que não vos podemos dar a provar...











Palmira e Cristina

terça-feira, 17 de setembro de 2019

A convidada escolhe: "Mentiras Consentidas"

Sebastian Bergman é o protagonista, sobejamente conhecido para quem gosta de thrillers policiais e segue esta série que já vai no sexto livro. Não é o único que se destaca porque toda a equipa em interação sobressai para tornar as investigações verdadeiramente empolgantes e carregadas de suspense.

O interessante é o lado humano de cada um dos membros que carregam a sua própria bagagem emocional e que peso tem. Daí o compromisso de ler por ordem para acompanhar o desenvolvimento das personagens e o estágio em que se encontram. E é tão viciante como uma novela que não conseguimos parar de assistir até conhecer o desfecho.

Quinhentas e tal páginas de adrenalina e no final ficamos a arfar, impacientes para ler o próximo livro, dado o enredo genial que se antecipa.

Desta vez procuram um violador em série e um assassino quando uma das vitimas morre. Poucos crimes afetavam a sociedade daquela maneira em que o assassino aterrorizava metade da população. Desde que se fosse mulher , qualquer uma, podia ser a próxima vitima. Ou não?!

Vera Sopa

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

"Estou na tua casa" de Lucy Clarke

Adoro! Adoro quando um livro me faz vibrar, me deixa inquieta, por momentos quase sem respirar tal a impaciência que sinto ao virar as páginas para engolir de um trago todo o ambiente e saber mais do enredo!

Tinha ouvido já opiniões favoráveis mas limitei-me a olhar para as estrelas dadas porque não gosto de saber muito sobre o livro que vou ler. Prefiro entrar nele e ser surpreendida! Mesmo assim, as muitas
estrelas atribuídas pelas "livrólicas" fez aumentar as expectativas, que não foram de todo, defraudadas. Bem pelo contrário!

A escrita desta autora mantém-nos em estado de alerta, fazendo o leitor suspeitar de tudo e de todos os personagens que gravitam à volta da protagonista, uma jovem escritora de sucesso, com prazos apertados para a entrega do seu segundo livro e sem inspiração para o terminar. Para além do assunto interessar a todos os livrólicos (os processos da escrita, seus avanços e recuos), o mistério começa a adensar-se visto Elle suspeitar que alguém mexeu nas suas coisas e lhe envia mensagens nada simpáticas. No entanto, vai surgindo uma dúvida no leitor: "Até que ponto a saúde mental da escritora não estará comprometida já que há mistérios do passado por resolver e a pressão a que está sujeita é muito grande?"

Surge, assim, o seu passado em episódios intercalados com os acontecimentos presentes e que nos vão dando conta de segredos por revelar relacionados com possíveis abusos. Mais um motivo para o leitor se deleitar com inúmeras dúvidas...

Para além disso, a meio do livro, alguns pequenos capítulos são "escritos" por esse intruso mas não se descortina o motivo das pequenas sabotagens o que ainda cria um suspense acrescido em quem lê.
Elle chega a duvidar do seu estado mental, tal a confusão em que se vê metida!

Um thriller inquietante, cheio de segredos, de reviravoltas que me prendeu como há muito não acontecia, o que me levou a dar 6 estrelas. 
Uma vontade de ler devagar e, ao mesmo tempo, de devorar as últimas páginas e saltar frases!

Recomendadíssimo!

Terminado em 7/09/2019

Estrelas: 6*

Sinopse
Estou dentro da tua casa…. Elle vive sozinha numa casa isolada e magnífica em frente ao mar. Um dia, decide alugá-la por um curtíssimo período de tempo. Durante as duas semanas em que está fora, corre tudo bem. E quando regressa, continua tudo bem. Não há nada a apontar… exceto a arrepiante sensação de que não está sozinha.

Dentro da tua cabeça....
Será apenas a sua imaginação a pregar-lhe partidas? Afinal de contas, Elle é escritora e tem uma imaginação fértil. Mas então como se explica o estilhaço de vidro que encontra na alcatifa? As dedadas na janela? A mensagem gravada na sua secretária?

E conheço o teu segredo...
Aterrorizada, Elle sente-se uma prisioneira na sua própria casa. Terá alguém desenterrado o segredo que ela sempre guardou tão bem? Como fazer para expulsar um intruso invisível? Alguém que ela própria deixou entrar? Realista, tenso e absolutamente aterrador, Estou na Tua Casa vai fazê-lo pensar duas vezes antes de abrir as portas da sua casa a estranhos.

Cris

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Apresentação do livro de Márcia Balsas, "Voar no Quarto Escuro"


Estávamos lá quase todas, as amigas da Márcia dessa coisa dos livros! E a livraria fez juz às palavras lindas quer do Luís Ricardo Duarte, o apresentador do livro, quer da Sara Lutas, a editora. A Ana Marques da Silva leu (bem!) alguns trechos, sem desvendar mistérios! A Márcia esteve igual a si própria, serena. Se estava nervosa não se notou.

O espaço não podia ter sido melhor escolhido. A livraria Almedina na Rua da Escola Politécnica era a antiga "Oficina de Vidro e Mosaicos de Arte Ricardo Leone" e agora é um espaço acolhedor e típico. CHEIO DE LIVROS! 

Ficam algumas fotos:




 

 

 

Cris