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terça-feira, 24 de setembro de 2019

"Olga" de Bernhard Schlink

Ao ler a sinopse deste livro fica-se com uma ideia geral da sua história: da época em que decorre e do enredo. Não podemos ver nela a escrita sóbria, comedida, com que o autor nos transporta para os fins de séc. XIX. O seu discurso é feito através de um narrador desconhecido que, durante a primeira parte do livro relata a história de Olga e do seu grande amor, Herbert. Descreve sem grandes emoções essa história de amor desencontrado que foi a vida desses dois personagens. Os tempos são agitados nessa antiga Prússia onde vivem. Olga está muito à frente do seu tempo.

Depois, o narrador revela-se, mostra os seus sentimentos e emoções, entra na história. Ferdinand, entrou na vida de Olga já ela era uma mulher adulta e só. Ele, uma criança. A ligacão entre estes dois seres tão diferentes foi quase de avó e neto e perdurou na vida de Ferdinand até à morte de Olga. 

No entanto, a estranha morte de Olga leva Ferdinand a procurar soluções para o que ele considera um mistério. Cartas de amor escritas por Olga acabam por vir parar-lhe às mãos e desvendam segredos. Olga é uma "mãe coragem", decidida a lutar contra dois handicaps que nessa altura possuía: era mulher e era pobre.

A escrita de Schlink é feita num tom nostálgico, escorreito e simples. Cru. Retrata com muita sensibilidade os estados de alma de Olga, nesse seu amor impossível. Eu gostei. Preparem-se para uma leitura que se revela aos poucos; preparem-se para uma viagem por uma Alemanha que não possuía as suas fronteiras definidas, para viagens tanto em África como no Ártico, para viagens no coração de uma mulher.

Terminado em 13 de Setembro de 2019

Estrelas: 5*

Sinopse

Na viragem do século XIX, Olga vive com a avó numa aldeia a leste do império alemão. Órfã e habituada a uma vida dura, tem no inquieto Herbert o seu único companheiro de brincadeiras. Herbert é oriundo de uma família abastada e tem o seu futuro planeado há muito; nele não se inclui uma mulher sem berço e sem meios. No entanto, os dois apaixonam-se e resistem, alimentando a ligação em encontros secretos e desesperados. Até que Herbert decide tomar as rédeas do seu destino num ato de insubordinação que, mais uma vez, não inclui Olga. Vítima da febre expansionista alemã, o jovem decide partir à aventura – primeiro em África e depois numa expedição ao Pólo Norte, da qual não regressará. O tempo passa, mas Olga nunca para de escrever a Herbert, no Ártico, vertendo sobre o papel o seu amor e a sua fúria pelo sacrifício feito em nome da pátria.
Anos mais tarde, Olga conta a sua história. É a história de uma mulher forte, apaixonada e em colisão com os preconceitos do seu tempo.

Com a nostalgia e a mestria que lhe são características, Bernhard Schlink fala-nos da alma alemã e das vicissitudes de um amor interrompido pela ambição de uma nação. E apresenta-nos a Olga, uma figura literária inesquecível.


Cris

4 comentários:

  1. Se este livro for tão bom como o filme " O leitor" valerá a pena. Sei que o filme se baseou num livro de Sclink! Não li. Mas por esse indício, imagino que este seja igualmente interessante.

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    1. Não é de leitura rápida nem com grandes picos de emoção mas há sempre um mistério por trás que faz com que o leitor mantenha sempre o interesse. Obgda pela tua visita!

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  2. Só conheço "O Leitor" e é de ouvir falar.
    Parece que o filme é mesmo bom!

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