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sexta-feira, 27 de agosto de 2021

"As Histórias Que Não Se Contam" de Susana Piedade


Depois de ter lido este livro da Susana e ter-me sentido em casa tanto com a sua escrita como com a história narrada, quis ler esta sua primeira obra. A ida a um clube de leitura cujo tema se enquadrava foi a razão que precisava para o ir buscar à pilha de livros por ler.

E a sensação que tive ao ler "O Lugar das Coisas Perdidas" voltou. A história prende, a escrita envolve, o drama e a dor existem mas, no fundo, a esperança. 

Aqui são três mulheres que, por alguns acasos, bons e maus, se encontram. E nasce uma amizade que as une, devagar mas consistentemente.  Todas com os seus segredos que querem guardar para si, como se se os mantivessem fechados, encerrados, eles pudessem magoar menos. A dor de quem sofre e não quer mostrar, falar nela porque doi.

A Ana e a Isabel perderam alguém e estão num processo de luto que não sabem como fazer. As perguntas, a angústia, a solidão. A Marta passou de uma infância repleta de maus tratos para uma relação violenta com um homem que julga amar. Por mais que tente nada o satisfaz! O medo constante, as "quedas" que se sucedem cada vez com mais frequência, a insegurança, o sentir-se "lixo" em vez de pessoa. 

Há histórias que não se contam. Até um dia.

Muito bem narrada, esta história agarra-se-nos à pele. Gostei muito.

Terminado em 8 de Agosto de 2021

Estrelas: 5*+

Sinopse

Ana pergunta-se como seria hoje o seu dia-a-dia se tivesse sabido detetar no namorado os indícios da doença que o levou inesperadamente. Isabel, seis meses depois da tragédia que lhe virou a vida do avesso, ainda se sente culpada por não ter chegado a horas ao infantário naquela tarde de chuva. Marta, que ousou abandonar, ainda adolescente, uma casa onde era maltratada, não tem agora a coragem de confessar que o amor em que apostou tudo está longe de ser um mar de reste livroosas.

São três mulheres jovens, com a vida inteira pela frente, mas para quem o presente se tornou um fardo difícil de carregar e o futuro um tempo sem qualquer esperança. Quem poderia entender a sua dor incomparável? Para quê, então, contarem as suas histórias? Um acidente acabará por cruzar estas três desconhecidas num lugar onde muitas vidas se perdem, mas que para elas representará sobretudo o nascimento de uma amizade que lhes vai permitir lutarem contra o sofrimento e recuperarem aos poucos o ânimo e a vontade de viver. Porque quanto maior é o drama, maior tem de ser a partilha.

Com uma linguagem cuidada e uma estrutura francamente original, este belíssimo romance de estreia, finalista do Prémio LeYa em 2015, traz para a cena questões de grande atualidade que afetam muitas mulheres e não devem ser silenciadas, e lê-se de um fôlego, mantendo o suspense até à última página.

Cris

2 comentários:

  1. Uma excelente partilha...Adorei :))
    *
    Rasgam-se pensamentos pelas nuvens
    .
    Beijo, e um excelente fim de semana.

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  2. Uma autora que despertou a minha curiosidade. Espero poder ler os seus livros num futuro próximo.

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