Começo primeiro por destacar que este livro foi escrito em 1935. Há um bom par de anos, portanto! Mas tem o condão de nos fazer pensar, pese embora o ambiente certamente tão distinto daquele a que estamos habituados. A trama passa-se na Califórnia, numa pequena cidade, e os actores principais são verdadeiramente sui generis (sim, digo actores porque este pequeno livro é muito visual e descritivo no que concerne às personagens e é com facilidade que criamos imagens representativas das mesmas).
Danny e os seus amigos pertencem à escória da sociedade de então. Pode-se dizer que são viciados no vinho, na vagabundagem, no furto e na mentira. Não praticam grandes roubos porque limitam-se a roubar para comer e, principalmente, para beber. Garrafões e garrafões de vinho. Dormem onde calha, a maior parte das vezes ao relento. Parecem não ter grande ligação entre eles nem saberem o significado da palavra amizade.
E eis que Danny recebe por herança duas casas e os problemas surgem...
Divertido e, ao mesmo tempo, focando assuntos bem sérios este livro não parou de me surpreender. Situações limite de pobreza e homens que aprendem o significado da amizade e da solidariedade. Muito bom!
Terminado em 22 de Abril de 2021
Estrelas: 5*+
Sinopse
Apropriando-se da estrutura e dos temas do ciclo arturiano, Steinbeck imaginou um novo «castelo de Camelot», situou-o numa das colinas pobres que cercam a cidade de Monterey, na Califórnia, e deu-lhe por habitantes um particularíssimo grupo de «cavaleiros». No centro desta história está Danny, cuja casa, tal como o castelo do rei Artur, se torna um local de encontro para todos aqueles que anseiam por aventura, camaradagem e sentido de pertença a um grupo. Homens de diversas origens cujos antepassados vieram estabelecer-se na Califórnia há centenas de anos, alheios às complicações do modo de vida americano, resistem com firmeza ao trabalho honesto e ao oceano de retidão cívica que os cerca por todos os lados. São malandros encantadores, mandriões dedicados a mexericos e bebedeiras, roubos e zaragatas, mas cuja moral grosseira se conjuga com aspirações elevadas e com uma inocência comovedora. Neles, o calculismo e a astúcia misturam-se com a dedicação ao próximo e o altruísmo.
O Milagre de São Francisco é um retrato irrepetível destes paisanos simples. Publicado em 1935, constituiu o primeiro grande êxito de John Steinbeck.
Cris
Fiquei interessada na leitura.
ResponderEliminarAs vinhas da ira... também é muito bom?
ResponderEliminarVou ler esse em breve. Estou à espera do carteiro... Dizem mto bem dele.bjs
Eliminar