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terça-feira, 6 de abril de 2021

"O Lugar das Árvores Tristes" de Lénia Rufino

Vou começar por falar no final deste livro. Não vai agradar a todos, isso não! Eu simplesmente adorei. Não sei se é de ler muito mas, cada vez mais, fico desiludida quando o final é previsível e acaba tudo bem (demais). Isso não acontece aqui e a uma página do final ainda muito haveria a dizer... Foi um final sábio, inteligente. Gostei muito disso. Conquistou-me definitivamente.

O enredo também achei muito estudado, engendrado com perspicácia. Envolve o leitor, fazendo-o retroceder uns bons anos, para uma aldeia perdida no Portugal profundo, povoada de gentes sem estudos, pobres mas honestas, que não questionam a autoridade da Igreja e do representante de Deus na terra, o padre...

A trama decorre em dois espaços temporais. O primeiro começa em 1992 e o livro termina também nesse ano. Porém o grosso do livro decorre em 1968. As personagens cativam pelas suas diferenças marcantes e fazem-nos lembrar alguém de alguma história passada que ouvimos comentar. 

Alguns aspectos achei, talvez, algo forçados e estão sobretudo relacionados com o carácter do Padre mas comentarei com quem já leu o livro para saber se fui só eu que senti algo assim e porque não quero fazer spoilers... Tirando isso, só aspectos positivos. 

Um bom romance para um primeiro filho! Recomendo.

Terminado em 30 de Março de 2021

Estrelas: 5*

Sinopse

Isabel não tinha medo dos mortos. Gostava de passear por entre as campas do cemitério, a recuperar as histórias da morte daquelas pessoas. Quando a falta de alguma informação lhe acicatava a curiosidade, perguntava à mãe... Quando esta se recusa a dar-lhe uma resposta sobre uma mulher chamada Eulália, Isabel inicia uma busca por esclarecimentos. Só que ninguém quer falar sobre o assunto e, Inesperadamente, Isabel vê-se confrontada com uma teia de mentiras, maldade, enganos e crimes que a levam a compreender o passado misterioso da mãe e a forma quase anestesiada da sua existência.

Um romance de estreia profundamente sagaz e envolvente que faz um retrato do interior português preso na tradição religiosa da década de 1970.

Cris

3 comentários: