Gosta deste blog? Então siga-me...

Também estamos no Facebook e Twitter

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

O meu top 2012

Como é habitual vou aqui deixar a lista dos livros que li e que atribuí mais estrelas. Comparativamente a 2011 li menos livros mas sinto que as escolhas foram mais selectivas e é isso que pretendo continuar a fazer para o próximo ano.

Dos 121 livros lidos dei 5 e 6 estrelas aos seguintes:

5*

-  "Sempre que penso em ti" de Rosie Alison, 291 pág. - 5*
- "Raposas inocentes" de Torey Hayden, 305 pág. - 5*
- "A invenção de Hugo Cabret" de Brian Selznick - 5*
- "A história da Rapariga bonita" de Rachel Simon, 333 pág. - 5*+
- "A linguagem secreta das flores" de Vanessa Diffenbaugh, 398 pág. - 5*+
- "O livro do amanhã" de Cecelia Ahern, 277 pág. - 5*
- "A cor do céu" de Julianne MacLean, 261 pág. - 5*
- "Contigo para sempre" de Takuji Ichikawa, 244 pág. - 5*
- "E a banda continuou a tocar" de Christopher Ward, 248 pág. - 5*
- "Preciso de ti" de Luísa Jeremias,336 pág. - 5*
- "Uma melodia inesperada" de Jodi Picoult, 478 pág. - 5*
- "Quero a minha mãe" de Cathy Glass, 289 pág. - 5*
- "As meninas dos chocolates" de Annie Murray, 492 pág. - 5*+
- "As novas meninas dos chocolates" de Annie Murray, 459 pág. - 5*+
- "Vida roubada" de Jaycee Dugard, 272 pág. - 5*
- "A cor da memória" de Care Santos, 482 pág. - 5*
- "D. Maria II" de Isabel Stilwell, 669 pág - 5*
- "Sapatos italianos" de Henning Mankell, 285 pág. - 5*
- "O sorriso das mulheres" de Nicolas Barreau, 292 pág. - 5*
- "O português inquieto" de Kunai Basu, 430 pág. - 5*
- "A Herança" de Katherine Webb, 453 pág. - 5*
- "Ecos do passado" de Danielle Steel, 356 pág. - 5*
- "À procura do amor" de Jodi Picoult, 372 pág. - 5*
- "Irmãs de Verão" de Judy Blume, 350 pág. - 5*
- "O dom do Dinis" de Ana Terceiro, 280 pág. - 5*
- "A última carta de amor" de Jojo Moyes, 456 pág. - 5*
- "O outro amor da vida dele" de Dorothy Koomson, 448 pág. - 5*+
- "O gosto proibido do gengibre" de Jamie Ford, 316 pág - 5*
- "Milagre" de R.J.Palacio, 362 pág. - 5*
- "A escolha do coração" de Amanda Brooke, 292 pág. - 5*
- "Mães como nós" de Inês de Barros Baptista, 338 pág. - 5*
Cavalo de fogo.Paris." de Florencia Bonelli, 593 pág. - 5*
- "As coisas impossíveis do amor" de Ayelet Waldman - 5*
- "A sombra do Imbondeiro" de Isabel Valadão, 256 pág. - 5*
- "Album de Verão" de Emília Hall, 300 pág. - 5*
- "O fio do destino" de Laura Schroff, 240 pág. - 5*
- "O estranho caso do cão morto" de Mark Haddon, 232 pág. -  5*
- "A culpa é das estrelas" de John Green - 5*+
- "Não quero dizer-te adeus" de David Baldacci, 340 pág. - 5*
"Cada dia é um milagre" de Yasmina Khadra, 299 pág. - 5*
"Do lado de Canaã" de Sebastion Barry, 230 pág.- 5*
"A arca" de Victoria Hislop, 416 pág.- 5*
- "Sempre que dizemos adeus" de Anna McPartlin, 391 pág.- 5*
- "Noites de jasmim" de Julia Gregson, 536 pág.- 5*
- "No anexo" de Sharon Dogar, 282 pág.- 5*
- "A estranha viagem do Sr. Daldry" de Marc Levy, 240 pág. - 5*
- "Beleza atormentada" de Cecilia Sanmartin, 297 paǵ - 5*
- "O funeral da minha mãe" de Célia Loureiro, 435 pág. -5*
- "O vento dos outros" de Raquel Ochoa, 195 pág- 5*
- "Cada dia, cada hora" de Natasa Dragnic, 256 pág. - 5*
- "A lista da nossa mãe" de S.John Greene, 352 pág. - 5*
- "O agente da Catalunha" de Cesário Borga, 288 pág. - 5*+
- "Coração em segunda mão" de Catherine Ryan Hyde, 243 pág.- 5*
- "O mundo proibido de Daniel V." de Maria Luísa Castro, 308 pág. - 5*
- "Deixa-me entrar na tua vida" de Margarida F. Santos, 210 pág.- 5*

6*

- "A ponte invisível" de Julie Orringer, 796 pág. - 6*
- "Irmã" de Rosamund Lupton, 359 pág. - 6*

- "A melodia do amor" de Lesley Pearse, 514 pág. - 6*
- "A senhora dos Rios" de Philippa Gregory, 564 pág - 6*
- "Mulheres afegãs" de Zarghuna Kargar, 264 pág. - 6*

"Portugueses no Holocausto" de Esther Mucznik - 6*
"A mulher-casa" de Tânia Ganho, 376 pág. - 6*
- "Noite" de Elie Wiesel, 133 pág. - 6*
- "Verão quente" de Domingos Amaral, 320 pág.- 6*
- "O fotógrafo da Madeira", de António B. Carvalho, 287 pág. - 6*
- "Não odiarei" de Izzeldin Abuelaish, 248 pág. - 6*

- "Uma deusa para o rei" de Mari Pau Dominguez, 388 pág.- 6*
- "Blasfémia" de Asia Bibi e Anne.Isabel Tollet, 140 paǵ. - 6*
- "As mulheres da Fonte Nova" de Alice Brito, 318 pág. - 6*



Espero que 2013 me traga tantas ou mais leituras boas que 2012!











domingo, 30 de dezembro de 2012

Passatempo "Pai vem-me ver"

Temos mais um passatempo aqui n'O tempo entre os meus livros!

Para oferecer, um livro da Chiado Editora:
"Pai, vem-me ver" de Patrícia Mendes e Nuno Vilaranda.

O passatempo termina em 5 de Janeiro de 2013.

Encontram as respostas aqui!

Boa sorte!

Ao Domingo com... Nuno Vilaranda e Patrícia Mendes

O nosso livro não é um simples volume transportável, composto por páginas encadernadas e ilustradas por palavras e pontuação...é a nossa luta pelos reais direitos dos filhos enquanto cidadãos, mas acima de tudo enquanto Homem e Mulher.

Apresenta o diário do pai de dois filhos menores de idade que, após a separação conjugal, começa a viver uma experiência dramática num percurso atribulado na sua vida, presenciando, amargurado, a tormenta instalada na vida dos filhos. Ao longo de três anos, vai sendo confrontado com múltiplas acusações e tentativas de afastamento dos filhos que lhe parecem absurdas e infundadas, levando-o a pensar que talvez sejam somente o produto do desejo de vingança por parte da mãe deles. Durante alguns meses, esta consegue efetivamente privar os seus filhos do convívio digno e privado com o pai.

À medida que o leitor vai lendo, acompanha a “subida de uma escada” através de capítulos que começam com um simples pedido de divórcio, passando pelas acusações de violência doméstica, abusos sexuais e início da alienação parental. O leitor pode esperar uma indignação crescente ao ler e aperceber-se de uma realidade que produz sofrimento a todos os protagonistas.

Esta realidade vai sendo revelada em cada página, com a ajuda de testemunhos reais que trazem ao leitor uma visão alargada e a perceção da situação a partir de um ângulo invulgar.

Mas nem tudo é negro. Este pai reencontra a felicidade com uma estrela que se cruza na sua vida: uma mulher, filha de pais separados, que começa a vivenciar o seu passado e a reencontrar-se ao mesmo tempo que, no papel de madrasta, ajuda as crianças a reencontrar o equilíbrio emocional e um bem-estar saudável para as suas vidas. Missão quase impossível perante uma mãe irredutível, que parece pensar só nela mesma, agindo como se as crianças fossem sua propriedade. Contudo essa “estrela” vai viver dias de consternação quando se depara com desabafos estarrecedores por parte dos seus enteados.
 

Um diário real, autêntico e muito emotivo que é exposto e narrado por um amigo do pai por uma amiga da estrela. Comentado por dois psicólogos e por um advogado que contribuem com um parecer técnico e científico.

Páginas que foram encontradas alagadas em lágrimas e que, pouco a pouco, secaram e encontraram o seu caminho. Uma família alargada com a vinda da madrasta, que encontra o amor no pai separado e naquelas duas crianças indefesas, incompreendidas e colocadas numa guerra que não era delas.

O livro contempla ainda um anexo. Uma história infantil da autoria de Eunice Guerreiro e ilustrada por Nuno Vilaranda. “Dois ninhos. Uma família.” um conto para crianças, onde é explicado o processo de separação/divórcio, que a nossa família não deixa de existir e onde é dada uma conotação positiva às palavras ‘madrastas’ e ‘padrastos’. Compreender este fenómeno numa linguagem infantil e educativa é urgente, tendo em conta a evolução da sociedade e as novas formas de as famílias se reorganizarem. É urgente explicar aos filhos que não é errado o pai ter namorada ou a mãe ter namorado e que por isso acontecer não deixam de os amar. Para além de que a família dos filhos continua a ser a mesma, com a diferença de que tem duas casas, a casa da mãe e a casa do pai.

A título de curiosidade esta obra é marcada pela dedicatória a um amigo do autor, Cláudio Humberto do Rio Mendes, brutalmente assassinado a 5 de fevereiro de 2011, pelo ex-sogro, em Mamarrosa – Oliveira do Bairro. Este crime ocorreu durante uma visita à filha, autorizada pelo tribunal, no jardim publico. Um pai que lutava diariamente para poder também ele ser pai e dar amor à sua filha.

Nuno Vilaranda e Patrícia Mendes

sábado, 29 de dezembro de 2012

Um livro numa frase...



"-Acredita no amor à primeira vista?
-Não. (...) Tenho demasiado respeito pelo amor para acreditar nisso.(...) Não damos de caras com o amor, temos de lutar para lhe ver a cara. Implica esforço. Por isso é que acredito que não podemos amar alguém que não conhecemos. Porque amar é conhecer alguém."

In "Coração em segunda mão" de Catherine Ryan Hyde, pág. 45.

Resultado do passatempo "Travos doces, cheiros de infância"

O vencedor deste passatempo, gentilmente patrocinado pela Chiado Editora, vai deliciar-se certamente com este livro de Matilde Oliveira.

Dos 175 participantes foi seleccionado o nº 7 que corresponde a:

 - Teresa Rosado Pereira de Lisboa

Muitos parabéns! Espero que gostes desta leitura!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Resultado do passatempo "Pack Quinta Essência"

E terminado mais um passatempo, com a colaboração sempre gentil da Quinta Essência, resta-nos anunciar o vencedor que vai receber em sua casa os dois livros sorteados.

Das 257 participações foi seleccionado o nº 150 que corresponde a:

 - Sílvia Ávila de Angra do Heroísmo.

Muitos parabéns! A editora vai enviar-te brevemente os livros. Espero que gostes da sua leitura.

Deixa-me entrar na tua vida de Margarida Fonseca Santos


Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 212
Editor: Clube do Autor
ISBN: 9789897240317

Há livros em que ao pegar neles já sei de antemão que vou gostar. Pela autora e sua forma de escrever que já conheço mas que sinto que me vai surpreender de novo. 

Entre doces e salgados que pretendia fazer na véspera de Natal, agarrei-me a ele e, num dia de confusão, consegui ter o tempo que precisei para me embrenhar nesta leitura de uma forma intensa. 

Intensos são, de igual forma, os diálogos que possui e o tema tratado não deixa ninguém indiferente. Mesmo que não tenhamos vivido situações semelhantes às descrita aqui. O tema do alcoolismo mexe com os nossos sentimentos e Margarida Fonseca Santos pegou nele com uma mestria que já esperava. 

Conseguimos entender as várias faces deste problema terrível! A negação constante de quem é alcoólico mas que acha que tem domínio sobre si próprio; o ponto de vista de quem está ao lado dessa pessoa e que quer, através do amor, ajudar sem o conseguir fazer; e quem, sendo alcoólico, consegue resistir e vencer essa doença, ultrapassando-a dia a dia.

Três personagens caracterizados de uma forma espectacular num drama que vive a paredes meias com a nossa vida, muitas vezes escondido e camuflado. Um livro que aconselho vivamente a ler, que se devora em poucas horas mas que reflecte, certamente, muitas horas de dor e sofrimento!

Terminado em 24 de Dezembro de 2012

Estrelas: 5*

Sinopse


Este é um livro sobre a inquietude da realidade, a dor da perda e a coragem para perseguir os sonhos.
Duas mulheres vivem separadas por uma parede, mas unidas pelo sentimento de perda, pelos laços familiares e por um hall comum. Luísa não quer perder alguém que se destrói, dia após dia, através do álcool. Alda atravessa a vida envolta numa perda da qual não se consegue libertar, que não quer perder, talvez. Duarte acompanha-as, de fora mas querendo entrar, observando sem poder agir, espartilhado, também ele, naquilo que pode vir a perder. Esta é a história de três pessoas, três vidas entrelaçadas, três formas de lidar com a vida, os desgostos e os desafios.



quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Catarina, a Grande de Sílvia Miguens


Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 308
Editor: Casa das Letras
ISBN: 9789724621296

Embora a capa seja muito sóbria e não tivesse atraído grandemente a minha atenção, a vida da imperatriz russa que foi considerada por muitos como déspota, captou o meu interesse.

Gostei mais da primeira parte do livro onde nos é contado, em primeira mão, a sua infância, adolescência e os acontecimentos que levaram à sua coração. Mais uma vez, a vontade dos pequenos príncipes não era tida em consideração, se bem que Catarina (Figchen, como era conhecida) desde cedo mostrou vontade em obedecer e futuramente governar o Império Russo.

Os seus amores, enquanto czarina, ou melhor, os seus escândalos amorosos foram proporcionais às suas conquistas e ao forte desenvolvimento do Império Russo. Uma vida que gostei de conhecer mas que não pude deixar de criticar!

Uma vida que nos causa alguma estranheza pois os costumes familiares de então não podem ser mais diferentes daqueles que, hoje, são tidos como referência. O amor entre pais e filhos é algo que é relegado para segundo plano em prol de interesses palacianos. E é em prol desses mesmos interesses que a "cama" da czarina é habitada por muitos dos seus admiradores...

Um livro que se lê rapidamente. Possuidora de uma escrita fluída, a escritora sabe prender-nos nesta leitura mesmo que os factos narrados nos causem alguma estranheza, como já referi.


Terminado em 23 de Dezembro de 2012

Estrelas: 4*

Sinopse


Em 1762, o czar Pedro III é alvo de uma conspiração, acabando por morrer. A sua mulher, Catarina, sucede-lhe como imperatriz tornando-se, aos trinta e três anos, «Sua Majestade, Catarina II, imperatriz única e soberana de todas as Rússias».

O seu reinado revitalizou a Rússia, transformando-a numa das maiores potências europeias. Os seus sucessos dentro da complexa política externa são sobejamente conhecidos assim como as represálias, por vezes violentas, aos movimentos revolucionários. Conferiu maior poder à nobreza e aos senhores da terra, constituindo o seu reinado o ponto alto da aristocracia russa. Poucas mulheres geraram tanta controvérsia em redor de si como Catarina, a Grande. Inteligente, culta, autoritária, sagaz, apaixonada, grande estratega e envolta em todos os tipos de conspirações da corte, a imperatriz que governou a Rússia com punho de ferro é, sem dúvida, um dos principais intervenientes na agitação política do século XVIII, que mudou a História do Mundo.

Esta emocionante narrativa, que não deixa de fora o rigor histórico, revela as vivências e a intriga palaciana e pessoal da grande imperatriz, a sua peculiar e intensa vida sexual, os seus medos, as suas deficiências e os seus fracassos.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Experiências na cozinha... Prazeres divinos

Pois! Bem sei que se fartaram de fazer e comer doces mas este bolo que vos trago aqui foi pensado para estas situações... Isso digo eu que, ao passar os olhos por este livro da Nigella e farta de comer doces e guloseimas, os meus olhos prenderam-se neste bolo simples, com ingredientes que todos nós temos em casa!

Farinha e fermento, ovos, manteiga, limão e voilá! Um bolo muito bom, mas seco, para desenjoar. A repetir!

São muitas as receitas que quero experimentar: desde doces de colher, bolos e compotas passando pelas pizzas e pelos pães... as fotos são divinais e apetece fazer e comer tudo!

Os olhos ficaram-me numa receita de Macaroons de Coco, pequenos biscoitos que me pareceram leves e suaves, mas não tinha cá em casa "cremor tártaro" (e nem sei o que é, sinceramente). No super disseram-me que estava esgotado, que já há muito que não repunham o stock... Mas onde andará o cremor, LOL? Fica para uma próxima...


terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Natal - Everything is a present

Hoje é dia para abrir e ver abrir presentes!
Bom Natal para todos!
Vejam este vídeo...
Cris



segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O mundo proibido de Daniel V. de Maria Luísa Castro


Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 308
Editor: Prima-Donna
ISBN: 9789898461483

De um registo totalmente diferente ao que estou habituada e gosto de ler, este livro despertou a minha atenção. O facto de saber que Maria Luísa Castro era o pseudónimo de uma jornalista conhecida também fez com que  os meus olhos se fixassem nele...

Mas o que queria mesmo descobrir era se o livro, para além de toda a carga erótica que pudesse possuir, teria uma história que me prendesse e uma escrita arrebatadora.

E podem acreditar no que a capa refere: este livro é possuidor de uma "história arrebatadora e apaixonante"! Os nossos sentidos ficam despertos com as cenas mais picantes, é verdade, mas o que mais gostei foi o facto de a história me surpreender e verificar que não poderia estar mais enganada com o seu final...

Gostei da táctica, usada pela escritora, de colocar o destino da personagem, aparentemente, logo no início da história o que nos leva a percorrer o livro com a certeza que Verónica, a personagem principal, se vai arrepender amargamente das decisões que vai tomando ao longo do seu percurso. Isso fez com que o factor surpresa que se instalou no final fosse muito do meu agrado.

Parabéns a Maria Luísa Castro que provou com mestria que um livro erótico pode (deve!) ter e ser mais do que isso. Gostei muito!

Terminado em 21 de Dezembro de 2012

Estrelas: 5*

Sinopse


Verónica é uma jornalista recém-divorciada na casa dos 30 anos. Para trás deixa um casamento, uma promessa de felicidade que nunca foi concretizada e um marido que nunca foi um amante ou companheiro. Tudo muda quando a fragilizada Verónica conhece o enigmático e sensual Daniel Vasconcelos. Bonito e dono de um olhar penetrante, Daniel envolve-se com ela levando-a ao limite do prazer, a uma vertigem de sentimentos que se julgava incapaz de sentir. A vida de Verónica nunca mais será a mesma: prazer, desejo, sexo e luxúria passarão a fazer parte do seu dia-a-dia. Mas estes não serão os únicos sentimentos que experimentará ao lado de Daniel: a insegurança e a dor serão também uma constante, levando-a a questionar se valerá a pena tentar entrar num mundo tão intenso e proibido no qual chega a correr perigo de vida. Será Verónica capaz de mudar este homem para quem o prazer pessoal não tem limites, que se diz incapaz de amar mas que, ao mesmo tempo, não consegue estar longe de si? Serão eles capazes de viver uma história de amor com final feliz?


domingo, 23 de dezembro de 2012

Ao Domingo com... Joaquim Fernandes

Motivações de uma obra

Desde cedo me seduziram os recantos mais sombrios da História, as encruzilhadas menos frequentadas e os lugares mais soturnos e menos frequentados da nossa vivência comum. Os largos espaços cósmicos assediaram a minha atenção e cuidado, e assim me vi ocupado, desde finais da década de 1970, em discernir os arroubos extraterrenos do imaginário dos concidadãos de olhos nas estrelas e corpo aqui na terra. Passagem obrigatória em Fátima, 1917, estação de trânsito dos mais ousados sonhos de ligação ao Céu, com maiúsculas, ponte para outras indagações com o mesmo sentido, mas em escala mais astronómica e menos religiosa e popular-mariana. Seis afadigados anos se esfumaram do meu crédito de investigador nessa labuta partilhada com Fina d’Armada, em demanda da verdade possível das femininas aparições…


Daí em diante, contaminado com a febre das estantes, das velhas crónicas e periódicos bafientos, instalei-me como monge copista nas sombras das bibliotecas. De vidas de santos e santas rotulados de virtudes na vida e na morte, dos repertórios dos hagiológios setecentistas, fiz dissertação de mestrado; em imparável sucessão de leituras indaguei os caminhos da formação do imaginário extraterrestre nas nossas elites culturais, desde o fim da Modernidade até meados do século XIX e vi-me desembocar num doutoramento original, estreia europeia nos domínios da História. Entre céus menores, mais próximos do nosso alcance, não menos distantes dos nossos medos e pavores.
 

Assim me fui formatando para rever os interstícios mais sórdidos, os intervalos mais esquecidos da nossa vida coletiva. Afinal, convenço-me de que a construção da nossa identidade remonta a logradouros bem remotos nas idades e nos lugares dos nossos antepassados. De certa forma, facetas omitidas por compêndios mais orientados para as etapas mais materiais, bem mais visíveis, do nosso percurso como nação. 
 

A forma mental de toda esta construção emerge, agora, como um icebergue do qual apreciamos apenas a porção visível: donde, o arrolamento de credos, atitudes, superstições e construções mentais que depositei na “História Prodigiosa de Portugal. Mitos & Maravilhas”, primeiro lanço de um edifício que prosseguirá nos meus próximos intentos. Já antes, o fabuloso terror planetário, fatalmente nacional, produzido pela passagem do cometa de Halley, em 1910, motivara o meu interesse: assim lhe chamei o “Cometa da República” por anteceder em poucos meses a data do 5 de Outubro desse ano.
 

Fui-me fazendo, deste modo, observador de atitudes mentais, de estereótipos psicológicos e sociais que, diante do extraordinário, do fantástico, do prodigioso, nos tem mantido nesta infância sensorial e interpretativa dos que não compreendemos. São esses subterrâneos do nosso inconsciente coletivo que nos levam a conceber as mais singelas desculpas para (sobre)vivermos nesta “solidão cósmica”, que tanto aterrorizava o filósofo cristão Blaise Pascal.
 
Joaquim Fernandes

Historiador    

sábado, 22 de dezembro de 2012

Na minha caixa de correio

   
  
 
Andava à algum tempo para ter os dois primeiros livros na minha pilha de leitura. Creio que vou gostar. A escrita destas duas escritoras portuguesas tem sempre, de alguma forma, um lado verídico ou passível de ser verdadeiro que mexe connosco, enquanto leitores. Oferta do Clube do Autor. 
Os três livros seguintes ganhei nos passatempo do JN. Já lá foram espreitar?
O 234 receitas...foi uma oferta de Natal! Obrigada Fernanda!
Travos doces, cheiros de infância foi oferta da Chiado. Sempre gentil!

Um livro numa frase




“O tempo voa. E vou dizer-vos uma coisa: Se vocês não lerem – tanto com o coração como com o cérebro – serão um adulto estúpido. Pior ainda, perderão uma das melhores experiências que poderão ter. Não encontrarão, em parte alguma, pessoas mais interessantes do que nos livros.”

 In "Um casamento no Natal" de Richard DiLallo e James Patterson, pág. 90
Frase escolhida por Fernanda Palmeira

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Coração em segunda mão de Catherine Ryan Hyde


Edição/reimpressão: 2010
Editor: Europa-América
ISBN: 9789721061347


Peguei neste livro pensando que iria ser uma leitura leve, despretensiosa e que seria uma love story simples com um final previsível. Enganei-me! Mais uma vez a sinopse levou-me por caminhos que não correspondiam verdadeiramente à leitura ...

Escrito a duas vozes, somos confrontados, primeiro, com a vida de Vida, uma mulher/criança que devido a um problema grave de saúde, precisa com urgência de um transplante de coração. A morte ronda-lhe os sonhos e esperanças!

Creio que a autora soube captar maravilhosamente os sentimentos de quem nada espera, de quem se habituou a olhar para a vida através de uma janela. Isso cativou-me rapidamente e embrenhei-me nesta leitura avidamente, sentindo que as minhas expectativas iriam ser superadas em breve!

A outra voz surge-nos de outro protagonista principal, Richard, que vive ou sobrevive à morte da esposa. Também aqui, Catherine soube transmitir na perfeição os sentimentos de profunda perda, de luto, de desespero.

Quando este personagens se encontram dá-se uma explosão... Não literalmente! Uma explosão de sentimentos que nos levam a devorar (e aqui sim... literalmente) as páginas deste livro surpreendente. O tema principal - será que há uma memória celular, que leva as pessoas transplantadas a reconhecer vivências e gostos do dador? - mexe com as nossas certezas e faz-nos questionar. A razão e o coração lado a lado!

Gostei da forma como a autora soube dar uma reviravolta ao final do livro - que o leitor tem quase a certeza de conhecer... - e deixar algumas ideias em aberto. Recomendadíssimo!


Terminado em 20 de Dezembro de 2012

Estrelas: 5*

Sinopse

Uma rapariga. Vida tem 19 anos, está doente e pode morrer a qualquer momento. Uma nova esperança, um coração alheio, fá-la compreender que só pode viver se outra pessoa morrer. Um homem. Richard perdeu a sua esposa num acidente. A dor e o sofrimento levam-no a querer conhecer a rapariga que recebeu o coração da sua mulher. Um coração. No hospital, Vida conhece Richard e apaixona-se por ele. Pode um coração em segunda-mão unir duas pessoas?

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O agente da Catalunha de Cesário Borga


Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 292
Editor: Editorial Planeta
ISBN: 9789896573317

Gostei muito deste livro! Rapidamente o autor soube como me aproximar dos personagens e das suas causas políticas. Revisitei lugares e situações que estão no âmago de uma época que muitos já esqueceram ou fazem por esquecer e isso agradou-me bastante.

Uma leitura que prende constantemente a nossa atenção e que, reconhece-se perfeitamente, traduz vivências que Cesário Borga terá tido em primeira mão ou ouvido falar por aqueles que viveram situações idênticas.

O enredo não tem momentos mortos, a acção decorre maioritariamente no Portugal de Salazar com descrições perfeitas do que era a vida naquela época: os locais, os hábitos e as limitações impostas, mas também situa com muito rigor as acções que a um nível clandestino se praticavam cá. E foi com muito prazer que me inseri no meio do grupo de resistentes e me tornei sua amiga...

Gostei particularmente do final desta história. Não porque ele tivesse um happy end, mas porque o realismo dominou todo este livro e ele teria de terminar assim mesmo. Para que as coisas fizessem sentido, porque é da História que estamos a falar, embora esta obra se trate de um romance!

Recomendo!

Terminado em 18 de Dezembro de 2012

Estrelas: 5*+

Sinopse


Quando a Europa é surpreendida pelo começo da guerra civil de Espanha e, inconsciente, prefere manter-se à distância, não percebendo que faiscava ali o negrume nazi, a Catalunha vive momentos de entusiasmo e é apontada como um farol de esperança ao derrotar as tropas franquistas. 

Jorge, o português, torna-se Jordi, o miliciano, e encontra nas barricadas, mais do que uma razão de viver, uma razão de amar a liberdade na figura de Alba - a bela e indomável guerrilheira catalã, mulher livre como o vento e que nenhum homem ou lei parecem poder alguma vez vergar. Enviado de novo à sua Lisboa natal numa missão de destruição do fascismo e da aliança política entre Franco e Salazar, Jordi volta a ser Jorge e, entre explosivos, flores e um plano de atentado ao ditador português, descobre-se prisioneiro de Isaura, cuja aparente doçura mal esconde uma obstinação e uma vontade férrea em desbravar os horizontes que lhe foram vedados. 

Numa Lisboa onde política, guerrilha e espionagem traçam os rumos da Europa, Cesário Borga coloca o seu conhecimento da história portuguesa e espanhola do século XX ao serviço de um talento literário surpreendente, que envolve o leitor numa história trepidante e inesquecível, onde a liberdade é uma força romântica capaz de abrir todas as prisões.



quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Experiências na cozinha... Doçaria Portuguesa

Domingo antecipei um aniversário cá de casa e fiz uma sobremesa mais docinha para o nosso almoço. O difícil foi escolher entre tantas coisas boas que o Chefe João Luís colocou neste livro da Editorial Presença!

Acabei por marcar imensas coisas mas optei por fazer uma sobremesa com chocolate, que adoramos, e outra com fruta.

Escolhi a Mousse de Chocolate que me pareceu simples e rápida e as Maçãs com Creme, também apetitosas pois o creme de pasteleiro que é colocado no seu interior dá um aspecto e sabor maravilhosos!

Eis as fotos dos pecados cometidos:

Na calha estão também umas Argolas de Chocolate e uma Bolachas Mármore... Parecem-me óptimas para uns cabazes de Natal que estou a preparar! Nham, nham!

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A convidada escolhe...D.Maria II, tudo por um reino



Também li e gostei, como não podia deixar de ser. Ao escrever com paixão, Isabel Stilwell faz-nos apaixonar pelas personagens históricas e pelos enredos que tão bem sabe criar.  A minha opinião aqui!(Cris)

"Mais um livro de Isabel Stilwell de que gostei. Não o que gostei mais porque ainda nenhum dela superou o Filipa de Lencastre, que, talvez por ser o primeiro que li desta autora me apaixonou. É sem dúvida uma autora especialista em romances históricos que nos conseguem prender do principio ao fim, que nos relembram a História de Portugal e que acrescentam tantos factos desconhecidos.

Esta autora proporciona-me sempre uma leitura cheia de prazer! Este livro relata a vida de D. Maria II de Portugal, filha de D. Pedro I, (IV de Portugal), imperador do Brasil que abdicou em favor da filha fazendo-a rainha aos 7 anos de idade.

Numa época muito conturbada no reino em lutas constantes entre miguelistas e liberais, D. Maria foi uma rainha pouco preparada e que por isso delegou sempre noutros os assuntos do reino, por vezes com uma confiança cega e nem sempre nas pessoas mais preparadas ou mais honestas.

Os primeiros anos da sua vida no Brasil, tornaram-na numa pessoa com alguma informalidade, algo pouco comum nas cortes europeias, tendo por isso mesmo encantado quem com ela conviveu. Foi sobretudo uma mulher que retirava grande prazer na sua condição de esposa e mãe, vivia rodeada dos seus muitos filhos, participando na sua educação mais do que era costume para uma soberana. Este facto é-nos relatado pela sua prima a rainha Vitória de Inglaterra com que se correspondeu toda a vida.

Maria morreria muito nova, aos 34 anos, em consequência de mais um parto, o 11º, muito difícil em que nem o clorofórmio enviado pela prima Vitória ajudou.

Recomendo!"

Marília Gonçalves

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O livro dos perfumes perdidos de M.J.Rose


Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 440
Editor: Clube do Autor
ISBN: 9789897240393

Vou começar por falar nos defeitos deste livro! Habitualmente começo por referir as partes que mais me empolgaram, aquelas que senti mais empatia, mas estou verdadeiramente furiosa com esta leitura e por isso é sobre o que me deixou neste estado que vou falar em primeiro lugar...

Não se assustem com esta minha "fúria" súbita! LOL!
Estou assim porque achei pouco, porque o final me deixou com ânsias de continuar a ler, de saber mais...
A  minha imaginação não foi suficiente para saber dos destinos dos personagens principais, para imaginar o que lhes teria acontecido. Queria ter certezas e a autora deixou no ar "algo" que queria muito saber. 

Para além disso, o facto de ter aliado factos históricos com uma imaginação prodigiosa, fez com que me apegasse de tal forma a este livro que me imbuí dos seus cheiros e perfumes, e visualizei todos os cenários na perfeição!

Experimentei aromas como as rosas, o sândalo, a lavanda, a mirra, a orquídea, o almíscar, o lótus azul, o jasmim, a hortelã, etc, misturaram-se sabiamente com o enredo do livro, transportando-nos para o Egipto, para o Tibete, para Paris, Londres...

Gostei e recomendo. Fica uma palavrinha à autora: "Que tal continuar este romance?"

Terminado em 15 de Dezembro de 2012

Estrelas: 4*+

Sinopse


O Livro dos Perfumes Perdidos combina história, paixão e suspense numa inebriante teia que nos leva do Egito de Cleópatra aos terrores da Revolução Francesa, dos confrontos do Tibete com a China ao encanto da moderna capital francesa.

O Livro dos Perfumes Perdidos combina a atração sensual do romance O Perfume com a beleza de A Mulher do Viajante no Tempo, numa história intensa e envolvente, inspirada em factos históricos.

Passatempo "Travos doces, cheiros de infància"

O tempo entre os meus livros tem para sortear, aos seus seguidores, um exemplar do primeiro livro da autora Matilde Oliveira, "Travos doces, cheiros de infância", que nos brindou com um texto esta semana na rubrica Ao Domingo com...

O livro foi-nos gentilmente cedido pela Chiado Editora, terminando o passatempo no dia 25 de Dezembro.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Ao Domingo com... Matilde Oliveira

Agradeço ao Tempo Entre os Meus Livros, o convite para falar do meu primeiro livro.

Travos Doces, Cheiros da Infância” é uma obra, como o título indica que fala da infância. É auto-biográfica e fala do passado, sem nele se prender. Retrata uma época de dificuldades para a população em geral a muitos níveis, nos anos sessenta, na vila piscatória e turística da Ericeira. Naquele tempo não havia surf, mas já havia ondas gigantes. Então, o livro fala da riqueza do passado, mas apresenta a grande esperança no tempo que vem em seguida, no futuro que se cria de imediato, a partir de cada pensamento.


Apesar das dificuldades, havia riqueza que se não via, porque estava presente, e porque não haviam sido vistas ainda, todas as possibilidades existentes. Eram as pessoas, era a cultura, eram os potenciais, era a saúde e um conjunto de coisas com as quais contávamos sem dar por isso.
 

A riqueza estava nas pessoas e na sua capacidade de ir mais longe e mudar, de aperfeiçoar e melhorar, de criar coisas, na coragem, na força e na garra de transformar o bruto em lapidado, na criatividade e em tudo o que se foi manifestando, de tal modo, que hoje temos tudo aquilo que naquele tempo faltava. E criou-se, e há tanta riqueza que só não daremos por ela, caso não tenhamos memória para a diferença entre um tempo e outro tempo. Este livro vem também despertar essa memória e relembrar que, se vivemos dificuldades agora, também antes se viveram e superaram e chegámos cá, e tudo foi sendo ultrapassado, vencidos os medos, transformados, superados pela ligação e pela amizade, pelos apoios, pela troca de informação, pela partilha e pela união. 

Fala-se em crise e ela existe e é dura mas, mais do que isso, existem as pessoas e a necessidade de se unirem e ligarem, libertando-se dos medos. Os medos paralisam e fecham: “Tantos segredos, tantos medos, tantos dedos em redes rodados, tecidas com dedos de medos, nodosos dedos cansados, nós desfiados, nós desatados e reconstruídos, roídos pelo tempo, pelo tempo das águas, pelas mágoas fechadas por dentro das ondas, por dentro dos segredos do mar, nós tecidos no escuro de tempo, num tempo de segredos, num tempo de navegar, vivido devagar.
 

Quanto mais partilha e abertura houver, mais os medos são afastados e cada um terá a oportunidade de perceber a magia com que contribui para o todo. E essa magia existe onde menos se espera e revela-se com o tempo, pois o melhor da vida, por vezes, só se revela mais tarde, nas coisas e nos momentos simples e sem complicações, e em pessoas tão comuns como o meu amigo “Feijão” que aparecia e desaparecia sem que eu visse de onde vinha vindo.

O futuro determina-se no pensamento de cada um. O futuro cria-se, inventa-se e reinventa-se a partir de cada capacidade de encarar a realidade, com a magia de um sonho.

Toda e qualquer grande invenção, começou por ser um simples sonho no pensamento de alguém. Há grandes inventores conhecidos, como Thomas Edison, Bell e outros, mas nos tempos que correm, são tantas as invenções, são tantos os projetos concretizados que quase só damos por eles, quando são, por outros ultrapassados por novas invenções. E não apenas em ciência e tecnologia, mas em todos os campos da vida. Então, tudo é ciência, porque o próprio pensamento se materializa cada vez mais rapidamente e já é ele mesmo, alvo de transformações porque sabemos que um só, muda o mundo e há que ter atenção e cuidar, não vá ele materializar o que não se quer.

Não é na Assembleia da Republica que o futuro se determina, mas sim em cada um e eu espero que este livro seja um degrau para essa tomada de consciência e possa ajudar a mudar pensamentos e a confiar mais, e na importância da própria vida. Se uma vivência tão simples e sem história como a minha, se transformou em livro, então, cada um em suas vivências está a escrever um livro, um novo livro: o seu futuro, o futuro de um país, o futuro de um mundo melhor.

Portanto, há que confiar e acreditar e transmitir essa confiança, essa segurança em cada família, em cada evento familiar, em cada encontro, na rotina de cada dia e nos diálogos, sem se deixar tolher nem moldar, pelas notícias e pelo que elas parecem impor e dizer, porque não são necessariamente verdadeiras: são apenas pontos de vista.

É a crença que cria a qualidade de futuro que queremos, transmitindo aos outros, principalmente às crianças. Os próprios professores são mestres que criam outros mestres e as crianças são mestres na frescura e na confiança, na leveza e são elas que ensinam e transmitem a capacidade de tornar novas todas as coisas.

Esta é uma revolução silenciosa, longe das câmaras, longe dos holofotes e das luzes. Esta é a revolução que se faz no dia a dia, e há que aprender com os mais novos a não desistir, numa troca de conhecimentos entre mestres e alunos, entre jovens e seniores, entre todas as diferenças, mostrando essa maravilhosa formação de um tecido social, dessa bela teia de muitas cores que dá vida à vida, que dá cor ao mundo e que tem sabor, travo permanente a amanhecer, a madrugada com o sol a nascer, renovação constante na ligação entre passado, presente e futuro, com cheiro a abundância e inovação. 

Travos Doces, Cheiros da Infância” encontra-se disponível através da Editora Chiado e tenho a certeza de que o lerão com muita satisfação e agrado.


Matilde Oliveira

sábado, 15 de dezembro de 2012

Um livro numa frase


"Todos os anos ofereço pelo menos 50 exemplares aos meus alunos, mas não consigo deixar de acrescentar uma nova estante, outra fila dupla; os livros avançam pela casa, silenciosos, inocentes. Não consigo detê-los."

In pág. 15, A casa de Papel de Carlos María Dominguez
Frase escolhida por Cris

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Clubes de Leitura da Livraria Bulhosa

Marsilio Cassotti autor da obra "A Rainha Adúltera. Crónica de uma Difamação Anunciada. Joana de Portugal e o enigma da Excelente Senhora" vai participar nos clubes de leitura organizados pela livraria Bulhosa.

Não perca esta oportunidade de estar com o autor e debater a obra. A entrada é livre.

11 de dezembro, 18h30 – Bulhosa de Campo de Ourique
15 de dezembro, 20h30 – Bulhosa de Linda a Velha
18 de dezembro, 18h00 – Bulhosa de Entrecampos

ESCRYTOS - Nova plataforma de autopublicação da LeYa

A LeYa apresentou a sua nova plataforma de autopublicação (www.escrytos.com) no passado dia 11. Esta nova plataforma "... permite que qualquer pessoa faça a autopublicação em formato digital dos seus livros e textos originais, e que os comercializa nas principais lojas online de todo o mundo."

Novidade Quidnovi

História Prodigiosa de Portugal
Mitos e maravilhas
de Joaquim Fernandes

Diante do leitor abre-se a história de um Portugal profundo, descoberto nas fundações mais arcaicas da sua alma, que o pudor das narrativas historiográficas comuns geralmente omite. Um país formatado pelos enlaces com o sobrenatural, os compromissos com o milagroso, as alianças com o maravilhoso e o fantástico. Um país onde se revelam episódios de uma vida coletiva, mentalmente organizada em torno de mitos, crenças e lendas, que orientaram muitos dos atos políticos ao longo dos séculos, da pré- nacionalidade ao século XVIII. É por tudo isto a descoberta de um país ligado aos céus, mas piscando sempre um olho aos infernos…
Este livro torna-se uma espécie de libelo "acusatório" que elenca as deficiências e fraquezas da "lusitana gente", a sua excessiva sacro-dependência e credulidade para-religiosa e o predomínio da emoção sobre a acção, que estão nos alicerces das nossas crises coletivas, como a do presente. Este inventário de "prodígios" transporta do passado os ingredientes essenciais que sustentam o Portugal do presente: visto ao espelho, melhor nos revemos nas nossas debilidades estruturais, nas tragicomédias do actual quotidiano.
Uma visita guiada aos subterrâneos do inconsciente coletivo que promete prosseguir numa próxima viagem à nossa época contemporânea, prometida para o segundo volume de História Prodigiosa de Portugal: Magias e Mistérios.

Novidade Paleta de Letras

Branca de Neve
de Benjamin Lacombe

Era uma vez, em pleno coração do inverno, uma rainha que bordava junto à janela. Através da moldura de ébano contemplava os flocos de neve que pairavam no ar, como se fossem penas. Subitamente, picou-se no dedo e três gotas de sangue caíram na neve. Sobre a brancura fulgurante da neve, o vermelho sobressaía de forma tão bela, que pensou: «Ah! Oxalá tivesse um filho com a pele branca como a neve, os lábios vermelhos como o sangue e o cabelo negro como o ébano!».

Novidade Matéria Prima Edições

O Confidente de Hitler
de Peter Conradi

A incrível história de Ernst Hanfstaengl, o homem que foi confidente de Hitler e que, mais tarde, viria a colaborar com as forças norte-americanas.
Com acesso a documentação até então privada, Peter Conradi consegue levar-nos ao convívio íntimo com Adolf Hitler e com os seus colaboradores mais próximos.

Passatempo Pack Quinta Essência


E nada melhor que festejarmos o Natal com este pack gentilmente oferecido pela Quinta Essência

O passatempo decorre até ao dia 22 de Dezembro

Quem vai querer habilitar-se a ganhar estes dois livrinhos? Para isso só precisam de ser seguidores do blogue e não se esqueçam que têm de ter morada em Portugal!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Resultado do passatempo "Doçaria Portuguesa"


Terminado este passatempo muito docinho que foi patrocinado pela Editorial Presença, vimos aqui anunciar o vencedor! Sim, porque não pensem que os homens não concorrem a estes passatempos, lol!

Desta feita, tivemos 207 participantes e o número sorteado calhou a:

 - Arnaldo Santos de Santo Tirso

Parabéns! Espero que os "Beijos de dama" que gostarias de experimentar te saiam bem!!!

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Convite Nascente Editora


A convidada escolhe... O agente da Catalunha



A "Palmeirinha" tem andado um pouco desaparecida, aqui, n'O tempo entre os meus livros, mas sei que as leituras a acompanham sempre. Hoje fala-nos de um livro que já está na minha estante... Falta só esticar a mão e parece que vale a pena! (Cris)

"Gosto de ler romances históricos (e não só…), independentemente da época em que se passam, e a história recente exerce, cada vez mais, um enorme poder de atracção.

Ultimamente, e para reforçar este gosto, têm saído alguns romances bem interessantes sobre o séc XX, e sobre o Portugal dessa época.Mal li que ia sair este livro procurei-o e passou à frente da minha pilha e não me arrependi.

A história transporta-nos através da vida do português Jorge, que será também Jordi – nome que usa em Barcelona.

Assim, e pelos seus passos, percorremos o caminho da resistência ao dealbar do regime franquista em Espanha e chegamos a Portugal, com todas as vicissitudes da raia de Campo Maior/Badajoz e todas as cruas realidades da época descritas, que investiguei serem reais, como os julgamentos e execuções sumários.

E a conivência da GNR com a Guardia Civil e o atravessar de fronteiras em busca de “rebeldes”, e a conivência/repúdio de invasão da soberania pela PVDE, que nestas coisas da História a posição é muitas vezes dúbia…

Mas como acompanhamos a transversalidade dos regimes, pelo menos na sua prática, acompanhamos também a transversalidade da resistência e assistimos a atentados e sobressaltos…

Numa época rica em dualidades o romance não podia ser excepção, nem a vida comum nem a vivência da resistência nessa época.

Ficou-me um “amargo de boca” e alguma tristeza no final, mas admito que “não poderia” haver outro fim sob pena de se perder realismo.

Gostei francamente deste romance, que recomendo. E fico, também eu, numa situação de dualidade… queria mais, mas dada a emoção/força de alguns relatos este romance tem a “dose certa”.

Espero que Cesário Borga não se fique pela estreia!"

Fernanda Palmeira

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Uma morte súbita de J.K.Rowling

As palavras são algo de imprevisível! Às vezes surgem em catadupa, tão rapidamente que me é difícil ordena-las, segura-las... Outras, teimam em manter-se fechadas, como que aprisionadas no interior dos pensamentos e é necessário uma resolução mais forte para que elas se soltem e se libertem...

E as palavras, depois desta leitura, ficaram presas, confinadas a um espaço interior e foi com dificuldade que se foram soltando. Já explico porquê!

Tinha grandes expectativas em relação a qualquer livro que esta autora escrevesse porque li todos os "Harry Potter", muito depois de o meu filho mais velho os ter descoberto. Aliás, a sua entrada no mundo dos livros deveu-se à Jo que teve o mérito de o fazer descobrir o prazer de ler livros "gordos", andava ele pelos seus 8 anos.

Logo, e voltando às minhas expectativas, seria muito difícil superar esse deslumbramento que senti aquando da leitura desses livros cheios de uma magia toda especial. Confesso que não posso afirmar  que elas foram realmente superadas. O que me pareceu no início (e no meio também) um livro morno (com descrições das situações e personagens bem definidas e feitas por uma muito boa observadora, é certo!) passou nas páginas finais, para um mergulho no que caracteriza, a meu ver, a escrita de J. K. Rowling: uma confluência de situações com uma intensidade dramática e cheias de acção! Esta mudança repentina, levou-me às lágrimas e a uma tensão inexplicável que me deu um prazer súbito e inesperado.

E agora? Como conseguir classificar entre 4 (bom) e 5 (muito bom)? Fica ao vosso critério... leiam e vejam do que falo com os vossos próprios olhos e sentidos.

Terminado em 8 de Dezembro de 2012

Estrelas: 4*

Sinopse


Uma Morte Súbita é o primeiro livro para adultos de J. K. Rowling, a mundialmente famosa «mãe de Harry Potter». Acolhido com enorme expectativa, este surpreendente romance sobre uma pequena comunidade inglesa aparentemente tranquila, Pangford, começa quando Barry Fairbrother, o conselheiro paroquial, morre aos quarenta e poucos anos. A pequena cidade fica em estado de choque e aquele lugar vazio torna-se o catalisador da guerra mais complexa que alguma vez ali se viveu. No final, quem sairá vencedor desta luta travada com tanto ardor, duplicidade e revelações inesperadas?
Um livro a não perder.






domingo, 9 de dezembro de 2012

Ao Domingo com... António Breda Carvalho

O único livro que havia em casa dos meus pais era uma tia muito velhota que nos fazia companhia todas as noites. Ela sentava-me no seu regaço, e eu, menino de cinco anos, ouvia as histórias maravilhosas que nunca me cansavam, apesar de serem sempre as mesmas.

Creio que vem do fundo desse tempo a génese da minha relação com a literatura. Mais tarde, príncipe do império do alfabeto, troquei a tia pelos livros. E com eles fui crescendo, visitante assíduo da Biblioteca Itinerante da Gulbenkian. E um dia descobri que da minha imaginação brotavam ideias que eu era capaz de transformar em histórias escritas.


Nos caminhos da vida me fui achando e perdendo. Eu era aquele que adorava ter um livro para ler e não o fazer, sem querer imitar Fernando Pessoa. Adorava imaginar histórias, escrevê-las na cabeça e não perder tempo a passá-las para o papel. Como um amante infiel, abandonava os livros e a escrita, e refugiava-me em outras aventuras. Depois acabava por regressar à literatura, e com ela tinha uma relação amorosa intensa. Era muito feliz… até me cansar.


Em tempo de reconciliação com a literatura, quando me vinha a vontade de lançar ao papel a semente da escrita, os prémios literários nasciam tão naturalmente como os frutos da árvore. Eu semeava um conto e nascia um prémio. Contudo, olhando de frente a vida, eu não via um pomar, mas um piano, cujas teclas eram passatempos que seduziam os meus dedos. E nelas me perdia: dó-ré-mi… E por elas fui perdendo a literatura, insensível aos apelos que me fazia em horas de introspeção. E querendo ser uma coisa, perdia-me em outras coisas.


Há dois anos, saturado de tantos caminhos poeirentos e sem destino, reencontrei-me com a literatura. Abracei-a e nunca mais a larguei. Hoje é a minha amante eterna. Para esta viragem de 180 graus, foi decisivo o Prémio Literário João Gaspar Simões, que alcancei em 2010 com o romance O Fotógrafo da Madeira. Cada conto e cada romance são atos de amor que me saciam. Eu já não consigo viver sem esta cumplicidade. Eu estou dependente da literatura como um fumador viciado na nicotina. Faltando-me a escrita e a leitura, a ressaca destrói-me. Escrever é um labor que exige paciência e perseverança, mas que me realiza completamente, porque quando escrevo aconteço. Construir mundos faz-me sentir um deus que não quer descansar ao sétimo dia. Finalmente, tornei-me fiel na minha relação com a literatura. Finalmente, posso afirmar: «Ai que prazer ter um livro para ler! Ai que prazer ter um romance para escrever!»

Eu não busco fama nem glória. Eu apenas quero escrever. Eu apenas quero ser eu. Alguém que escreve contos e romances como uma árvore dá frutos. E assim cumpro a minha condição humana.


António Breda Carvalho