O nosso livro não é um simples volume transportável, composto por páginas encadernadas e ilustradas por palavras e pontuação...é a nossa luta pelos reais direitos dos filhos enquanto cidadãos, mas acima de tudo enquanto Homem e Mulher.
Apresenta o diário do pai de dois filhos menores de idade que, após a separação conjugal, começa a viver uma experiência dramática num percurso atribulado na sua vida, presenciando, amargurado, a tormenta instalada na vida dos filhos. Ao longo de três anos, vai sendo confrontado com múltiplas acusações e tentativas de afastamento dos filhos que lhe parecem absurdas e infundadas, levando-o a pensar que talvez sejam somente o produto do desejo de vingança por parte da mãe deles. Durante alguns meses, esta consegue efetivamente privar os seus filhos do convívio digno e privado com o pai.
À medida que o leitor vai lendo, acompanha a “subida de uma escada” através de capítulos que começam com um simples pedido de divórcio, passando pelas acusações de violência doméstica, abusos sexuais e início da alienação parental. O leitor pode esperar uma indignação crescente ao ler e aperceber-se de uma realidade que produz sofrimento a todos os protagonistas.
Esta realidade vai sendo revelada em cada página, com a ajuda de testemunhos reais que trazem ao leitor uma visão alargada e a perceção da situação a partir de um ângulo invulgar.
Mas nem tudo é negro. Este pai reencontra a felicidade com uma estrela que se cruza na sua vida: uma mulher, filha de pais separados, que começa a vivenciar o seu passado e a reencontrar-se ao mesmo tempo que, no papel de madrasta, ajuda as crianças a reencontrar o equilíbrio emocional e um bem-estar saudável para as suas vidas. Missão quase impossível perante uma mãe irredutível, que parece pensar só nela mesma, agindo como se as crianças fossem sua propriedade. Contudo essa “estrela” vai viver dias de consternação quando se depara com desabafos estarrecedores por parte dos seus enteados.
Um diário real, autêntico e muito emotivo que é exposto e narrado por um amigo do pai por uma amiga da estrela. Comentado por dois psicólogos e por um advogado que contribuem com um parecer técnico e científico.
Páginas que foram encontradas alagadas em lágrimas e que, pouco a pouco, secaram e encontraram o seu caminho. Uma família alargada com a vinda da madrasta, que encontra o amor no pai separado e naquelas duas crianças indefesas, incompreendidas e colocadas numa guerra que não era delas.
O livro contempla ainda um anexo. Uma história infantil da autoria de Eunice Guerreiro e ilustrada por Nuno Vilaranda. “Dois ninhos. Uma família.” um conto para crianças, onde é explicado o processo de separação/divórcio, que a nossa família não deixa de existir e onde é dada uma conotação positiva às palavras ‘madrastas’ e ‘padrastos’. Compreender este fenómeno numa linguagem infantil e educativa é urgente, tendo em conta a evolução da sociedade e as novas formas de as famílias se reorganizarem. É urgente explicar aos filhos que não é errado o pai ter namorada ou a mãe ter namorado e que por isso acontecer não deixam de os amar. Para além de que a família dos filhos continua a ser a mesma, com a diferença de que tem duas casas, a casa da mãe e a casa do pai.
A título de curiosidade esta obra é marcada pela dedicatória a um amigo do autor, Cláudio Humberto do Rio Mendes, brutalmente assassinado a 5 de fevereiro de 2011, pelo ex-sogro, em Mamarrosa – Oliveira do Bairro. Este crime ocorreu durante uma visita à filha, autorizada pelo tribunal, no jardim publico. Um pai que lutava diariamente para poder também ele ser pai e dar amor à sua filha.
Nuno Vilaranda e Patrícia Mendes
A descrição do teor do livro deixa adivinhar um dos temas mais complexos dos dias de hoje e que certamente se virá a agravr geração após geração. Há uma mudança constante no Mundo e na Sociedade fruto de tudo aquilo que é a instabilidade, seja ela emocional, seja ela de valores. Parece-me um livro interessante que lerei na primeira oportunidade. Obrigado.
ResponderEliminarObrigado caro amigo. Vamos esperar pelo feedback após leitura. Os autores.
EliminarA pedido do escritor Júlio Borges Pereira, refiro que foi ele que fez o comentario anterior !
ResponderEliminar