"Aprender a Falar Com as Plantas" de Marta Orriols

Emprestado por uma amiga, que mo aconselhou, este livro leva-nos para o interior dos pensamentos de uma médica neonatologista de 42 anos que se vê a braços com a morte súbita e inesperada do seu marido. Isso poderia ser dramático mas ainda o foi mais porque uns minutos antes ele tinha-lhe revelado que ia deixá-la porque estava apaixonado por outra pessoa. Assim, de um momento para o outro, Paula fica viúva e divorciada ao mesmo tempo. Viúva para os outros, divorciada para si própria! Gerir os seus sentimentos de abandono e de perda, o seu trabalho esgotante que ama de paixão, e a sua vida que vira um turbilhão de emoções contraditórias, faz com que Paula se afunde numa depressão que não quer aceitar e que torna a sua vida, a cada dia, mais complicada. Bem escrito, com uma envolvência que permite a aproximação do leitor à personagem principal, Paula, este romance, sem possuir um enredo que imprima urgência na leitura, é, contudo, um romance que recomendo sem reservas. Em muitos aspectos, sentimos que Paula pode materializar-se naquela amiga que se encontra ao nosso lado. 

Terminado em 3 de Abril de 2020

Estrelas: 5* 

Sinopse
O ódio e o amor andam muitas vezes de mãos dadas...

Paula Cid é uma neonatologista de 42 anos. Apaixonada pelo seu trabalho e mergulhada na rotina de um relacionamento que dura há quinze anos, perde o companheiro num acidente poucas horas depois de ele a ter convidado para um almoço em que lhe disse que havia outra mulher na sua vida e ia sair de casa. Juntamente com o choque de uma morte estúpida e prematura, Paula terá, pois, de enfrentar o desgosto de ter sido abandonada e de lidar não apenas com o luto, mas sobretudo com o ressentimento e o rancor.


Aprender a Falar com as Plantas confirmou Marta Orriols, que já tinha publicado contos, como uma das autoras espanholas mais interessantes da atualidade. Vencedor dos prémios Òmnium e L’Illa dels Llibres, o romance revela os pormenores da alma feminina, levando-nos em segundos da dor à ternura, do sorriso à emoção mais dramática.

Cris