E se assim, de forma idêntica, esperam como eu, então aconselho-vos esta leitura. O autor é cru quando precisa, é descritivo quanto baste, e surpreende logo no primeiro parágrafo. Somos abanados com um acontecimento que facilmente visualizamos: uma bébé rói, contente, um osso... um osso humano. E daí desenrola-se uma trama que coloca o passado de alguns habitantes de Reiquejavique bem no centro dos acontecimentos. Com a descoberta de um corpo, enterrado junto a um casebre já quase desaparecido, é despoletada uma busca no sentido de se descobrir a quem é que pertence.
A introdução de um tema infelizmente, sempre e ainda, recorrente nas nossas sociedades, a violência doméstica, é tratado de uma forma tão autêntica no que concerne às reacções e sentimentos das vítimas que nos transporta para o meio daquela situação vivenciando-a com horror. Mas o autor não fica por aqui e são abordados outros assuntos fortes que, de igual modo, nos afectam, sobretudo pela forma como são descritos. A mestria com que temas como a toxicodepencia, o alcoolismo, o isolamento, os traumas de infância são expostos e a forma como estão intercalados com o assassinato mexe com os nossos sentimentos.
Um policial duro. Como duro é o clima da Islândia. E como isso tansparece nas pessoas.
Terminado em 17 de Maio de 2014
Esteelas: 5*
Sinopse
Há segredos que não podem ficar enterrados para sempre…
Numa encosta perto de Reiquejavique, algumas crianças brincam junto aos alicerces de uma nova casa em construção quando, de forma inesperada, encontram uma costela humana.
A mórbida descoberta leva de imediato o inspetor Erlendur e a sua equipa da polícia científica a instalarem-se no terreno, unindo esforços para desenterrar o resto do corpo secretamente sepultado e ao mesmo tempo investigar aquele estranho caso feito de contornos brutais, escondido debaixo de terra desde o período da II Guerra Mundial.
À medida que cada osso vai sendo desvendado, também a história de violência doméstica e corrupção no seio de uma família vem ao de cima, oferecendo àquele mistério sinais cada vez mais tenebrosos de que o terror pode ser coisa de gente comum.
O caso exige toda a coragem que o inspetor Erlendur possa encontrar em si, ele que, assistindo à morte lenta da própria filha toxicodependente, que depois de abortar entra num coma profundo, não pode evitar confrontar-se com as responsabilidades de ter levado, também ele, a sua família a uma degradação quase completa.
Parabéns pela opinião Cristina, gostei do que li. Fiquei curioso em relação a este livro.
ResponderEliminarBoas leituras
Gostei desta leitura, Nuno! Bjs
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