Eu, à semelhança da Cristina, nunca ando desacompanhada. Ou seja, um livro está sempre presente. Como tal, quando se trata de fazer um comentário sobre um de que gostámos muito, a tarefa não se apresenta facilitada. São muitas as possibilidades.
Num ápice, ocorre-me um dos últimos romances que li, que com uma capa discreta e singela que passa despercebido, mas com um título que a mim me diz muito: "Sonhos de papel". Em poucas palavras, poderei descrevê-lo como um romance encantador e algo melancólico, mas com uma personagem principal fantástica, Josie, de tão inteligente, batalhadora e sonhadora. Apesar das dificuldades em fugir de um futuro de miséria, com a promiscuidade da mãe que é prostitua e amoral, tem que resistir aos pervertidos, o que a levou a residir sozinha aos 12 anos num pequeno quarto sobre uma livraria, com a ajuda de um pequeno grupo de benfeitores.
Willie, Cookie e Jesse são personagens secundárias marcantes, que nos relembram a importância de verdadeiros amigos e que apesar da má sorte é possível manter a esperança. Sólidos, íntegros e corajosos conquistaram todos, não pela sua aparência ou modo de vida mas pelos seus princípios e valores.
Romance de época ou histórico (não sei bem como o definir) passa-se nos anos cinquenta em Nova Orleães. Esta cidade, quase que desempenha um papel como outra personagem secundária, tal a participação na história.
A narrativa de Josie de uma fragilidade desarmante e verossímil, é susceptível de abalar os corações mais sensíveis. A expetativa é de um desfecho justo em que a Josie supere todos os obstáculos e crimes que a rodeiam ameaçando-a.
Gostei da fluidez e ritmo desta história que prosseguia com novas peripécias com estas ou outras personagens. Só me resta esperar um novo romance desta autora que me inebriou logo nas primeiras páginas e que me deixou a suspirar quando conclui.
Vera Sopa
Está ali à minha espera. Espero gostar como tu!
ResponderEliminarBjinhos