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segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Soltas... Não podemos ver o vento
"Mariana sente os olhos gélidos de Bernardo a dardejar-lhe de novo na cabeça. A guerra é uma chatice, minha filha. É uma chatice. É andar a rastejar no mato. é dormir no chão, é ficar todo molhado ou morrer de sede, e são dias e dias e dias assim, e na maior parte do tempo não se passa nada. E quando, finalmente, se passa alguma coisa, é tudo tão caótico, tudo tão aleatório, e é tudo tão rápido, que ninguém se entende."
"Admiro-te pela inteligência, pela tenacidade e pela capacidade de trabalho, mas perco-te exactamente pelas mesmas razões. Atingi, no meu percurso, o tempo para ter tempo. Aprendi a dar luz aos espaços. Aprendi a sonhar a cores, e, mais importante ainda, faço-o quando quero. Mas isso constrói-se ao longo de vários anos: quando se percebe, quando se quer mesmo, e quando se é firme nesse objectivo."
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