A Eficiência na deficiência
João Tomaz da Silva
Alphabetum Editora
Sinopse
"Todos sabemos dos mais diversos acontecimentos existentes ao redor do mundo.
A globalização deixou o mundo pequeno. As boas e as más informações chegam ao nosso conhecimento bem mais rápidas do que nosso pensamento.
As pessoas ditas “normais” correm atrás de riquezas materiais, de prestígio, de figurarem nas estatísticas dos bem sucedidos, dos milionários, dos mandatários, dos artistas e por aí afora. Mal sabem estes que existe um outro mundo dentro desta galáxia que poucos sabem avaliar. Nós sabemos e explicamos porquê. Há quase trinta anos convivemos e vivemos na companhia de uma jovem que nasceu com a sindrome de down. Logo nos primeiros dias da vida, concluímos que não deveríamos esperar que ela entendesse o mundo em que vivemos. As características da sindrome nos fizeram entender isso. E mais, aprendemos que deveríamos ser nós a conhecer o mundo deles. Aprendemos muito. Estamos a aprender e sabemos que ainda nos falta conhecer muitas coisas. Mas fiquemos com o que já conhecemos. Trata-se de um outro mundo; sem guerras, sem maldades, sem ambições desmedidas, sem orgulho, sem vaidades e mais, sem pensamentos voltados para o mal. Entre tantos exemplos, citamos alguns: A nossa filha Aline, bailarina clássica, tem nos levado aos mais diferentes e sofisticados ambientes. Temos ido também a locais humildes, para que todos conheçam o potencial das pessoas consideradas “diferentes”. A Aline apresenta- se para mil pessoas, ou para uma só, com o mesmo entusiasmo; para ela, a primeira ou a última dama de uma sociedade merecem a mesma admiração. Em algumas ocasiões falamos, assim, com ela: - Filha, você vai se apresentar num local importante e muitas pessoas assistirão você. E mais, vai ganhar um bom dinheiro. O que você deseja comprar? Eis a resposta: - Quero comer um salgadinho depois do espetáculo.
É ou não é um mundo diferente e maravilhoso?"
Eleide e João – Pais de Aline
Excerto
“Sempre ouvimos pessoas dizerem que Aline, ao se apresentar dançando ballet clássico, dava a impressão de ser uma outra pessoa, já que se mostra mais alta, mais bonita ainda, mais compenetrada do que o habitual. Ouvíamos, porém, não tínhamos atentado para tais detalhes, até ao dia em que passamos a assisti-la com olhos mais críticos do que emocionais. E não é que aquelas pessoas tinham razão? Para nós, que a conhecemos em tantas situações caseiras, o que passámos a enxergar era, de facto, quase fantástico. Elegância, firmeza, descontração quando a música pedia, seriedade na coreografia, vigor, graciosidade. Todos estes detalhes são perfeitamente observados, se olhados por quem analisa e não só admira. Será que é ela? – perguntaríamos. Claro que sim, – responderíamos. Entretanto é razoável imaginar que alguma força bem superior a acompanhe, mostrando aos assistentes da plateia a prova da existência de um Ser infinitamente Superior, o qual se fará presente quando evocado. Esta é a nossa explicação objetiva para tanta transformação.”
João Tomaz da Silva
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