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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Crianças menos perfeitas


Edição/reimpressão: 2008
Páginas: 248
Editor: Verso da Kapa
ISBN: 9789728974688

Não consigo qualificar este livro, não me apetece nem acho que deva fazê-lo. Gostei muito e ainda estou a "quente" a saborear as palavras que nele estão gravadas. Gravadas e não escritas porque elas ficam marcadas cá dentro, em nós!

São crónicas escritas para uma revista e depois compiladas neste livro, histórias vividas na primeira pessoa deste neuro oncologista pediátrico, histórias de vida, de morte, de amor, de compaixão, de dor profunda.

Nutrindo um profundo respeito por este médico, como poderia, alguma vez, qualificar o seu livro, a sua obra, que mais não é que uma parte da sua vida, afinal?

Gostei muito de ler "Sinto muito" e faço questão de ler a sua obra "Vida em mim". O respeito pela vida humana, a dor da perda, o amor ao próximo, a coragem de seres pequeninos... Tudo se encontra presente!

Terminado em 15 de Novembro de 2010

Estrelas: Inqualificável

Sinopse



É um livro de confissões/memórias de um neuro oncologista pediátrico e hoje neurologista sobre doenças de deficit de atenção. Uma reflexão sentida sobre aquilo porque muitas pessoas têm que passar ao longo da vida ou já no fim dela.
Sinto Muito é sobre o sofrimento em geral, sobre a dor, seguida de perda, seguida de dor. Entristece o coração, mas recompensa-o grandemente, tornando-o mais leve e melhor.
Nuno Lobo Antunes pretende, com bom propósito e bons resultados, deixar que o seu coração se pronuncie, que se liberte a sua voz, que seja conhecida a sua humanidade. E, na verdade, a alma fala

domingo, 14 de novembro de 2010

Não gostei, pronto!


Edição/reimpressão: 2004
Páginas: 208
Editor: Editorial Presença
ISBN: 9789722332323
Colecção: Grandes Narrativas

Se não tivesse mais nada para ler teria continuado com a leitura deste livro, mas ao fim de 75 páginas (de 200) achei, muito sinceramente, que tinha mais que fazer!

A história não me interessou, parecia que não avançava, cheia de diálogos que me puseram impaciente. E pronto! Já há muito que deixei de me obrigar a ler o que quer que fosse.

Trouxe-o da biblioteca. Gostei do título, da capa (sim porque eu sou menina para começar a ler um livro só pela capa!) e a sinopse pareceu-me interessante, com mistério suficiente, mas...

Não gostei, pronto! Que venha o próximo.

Desisti em 14 de Novembro de 2010

Estrelas: 1*

Sinopse

Este mais recente romance de Theresa Shedel traz-nos de novo ao convívio da família Breça de Miranda - conhecida de todos os que leram A Morte de Uma Senhora-, aos seus afectos e desafectos, às suas singularidades, às suas personagens únicas e cativantes. E é uma personagem muito em particular - o Beto, um garoto de dez anos, sobrinho-neto da tia Margarida da Quinta do Capitão, que vem pôr em alvoroço todo o universo dos Breça de Miranda, desafiando as posições e atitudes mais conservadoras dos seus, ainda incrédulos, parentes. Na verdade, naquele famigerado Verão em que tudo aconteceu, ninguém queria acreditar que o filho da Clara e do Afonso tinha desaparecido, e a frase "o Beto fugiu", repetida, entre o pânico e a perplexidade, pelos vários Breça de Miranda, iria marcar tão-somente o início de toda uma série de acontecimentos absolutamente inéditos, situados algures entre o rocambolesco e o surrealista, que viriam a abalar aquela família. Mas o grande responsável foi o Verão, e mais precisamente o mês de Agosto, verdadeira caixa de Pandora sempre pronta a libertar sabe Deus que vaga alterosa de insuspeitadas paixões e arrebatamentos… Uma Família Diferente é um romance admirável que revela um delicioso e sofisticado sentido de humor.

Quem postou...

http://viajarpelaleitura.blogspot.com/2010/09/as-fogueiras-da-inquisicao-ana-cristina.html

http://pequenoquiproquo.blogspot.com/2010/10/as-fogueiras-da-inquisicao.html

http://www.miluzinha.com/livros/as-fogueiras-da-inquisicao/as-fogueiras-da-inquisicao/

http://aminhaestante.blogspot.com/2010/10/as-fogueiras-da-inquisicao-ana-cristina.html

http://tonsdeazul.blogspot.com/2010/09/e-virtude-nos-ministros-o-afligir-e.html

http://leiturasdeaab.blogspot.com/2011/02/as-fogueiras-da-inquisicao-ana-cristina.html#comment-form

sábado, 13 de novembro de 2010

As fogueiras da inquisição de Ana Cristina Silva




Edição/reimpressão: 2008
Páginas: 188
Editor: Editorial Presença
ISBN: 9789722339391
Colecção: Grandes Narrativas

Quando um tema me interessa, sou catapultada para dentro do livro com uma velocidade estonteante e tenho alguma dificuldade em "sair" dele e fazer uma crítica positiva, quanto mais negativa...

Gostei, aprendi e senti as minhas emoções ao rubro com este romance histórico. A Inquisição não é um tema leve nem fácil de ser tratado e esta autora, para além da pesquisa que se subentende ter sido feita, conseguiu uma história onde os aspectos reais se misturam muito bem nos fictícios, resultando num livro pequeno mas muito gostoso!

Várias gerações são retratadas, gerações que têm em comum o facto de terem ascendência judia e de necessitarem de camuflar a sua religião para poderem sobreviver num ambiente hostil, marcado pelos horrores da perseguição em nome de um Deus que servia para encobrir interesses pessoais. A fuga de judeus para fora do nosso país, o medo da denúncia, a prisão, a tortura, tanto física como psicológica, a morte pelo fogo foram uma realidade que não deve ser esquecida. Parece surreal, ilógico e difícil de compreender... Mais uma razão para se ler este livro! 

Terminado em 13 de Novembro de 2010

Estrelas: 5*

Sinopse

Numa altura em que os romances históricos são cada vez mais procurados pelos leitores, a Editorial Presença publica o primeiro romance de uma autora portuguesa onde realidade e ficção se entrelaçam brilhantemente. Esta história desenrola-se ao longo do século XVI, numa época em que o medo e a denúncia são constantes, em que as perseguições e os massacres se sucedem e a Inquisição é imposta em Portugal. Sara de Leão, protagonista e neta de uma família judaica portuguesa, é presa num calabouço, em Évora, acusada de práticas judaizantes. Para se conseguir evadir da penosa situação em que se encontra, Sara refugia-se no passado recordando a sua avó Ester Baltasar, que lhe transmitiu a história e a doutrina do seu povo. Uma obra envolvente, através da qual ficamos a conhecer esta extraordinária saga familiar, as suas vicissitudes, a coragem e a solidariedade que várias gerações revelaram face ao terror que as ameaçava.

Um pouco de História:





Antes mesmo da instituição da Inquisição em Portugal (1536), observamos por parte do Estado a preocupação em cercear ideias consideradas como perigosas ao regime. Em meados do século XV foi instituída a censura real através de um alvará de Afonso V, de 18 de agosto de 1451, que manda "queimar livros falsos e heréticos". 
A Inquisição foi pedida inicialmente por D. Manuel I, para cumprir o acordo de casamento com Maria de Aragão. A 17 de dezembro de 1531, o Papa Clemente VII, pela bula Cum ad nihil magis  instituiu-a em Portugal, mas um ano depois anulou a decisão. Em 1533 concedeu a primeira bula de perdão aos cristãos-novos portugueses. D. João III, filho da mesma D. Maria, renovou o pedido e encontrou ouvidos favoráveis no novo Papa Paulo III que cedeu, em parte por pressão de Carlos V de Habsburgo.
Em 23 de maio de 1536, por outra bula em tudo semelhante à primeira, foi instituída a Inquisição em Portugal. Sua primeira sede foi Évora, onde se achava a corte. Tal como nos demais reinos ibéricos, tornou-se um tribunal ao serviço da Coroa.
A bula Cum ad nihil magis foi publicada em Évora, onde então residia a Corte, em 22 de outubro de 1536. Toda a população foi convidada a denunciar os casos de heresia de que tivesse conhecimento. No ano seguinte, o monarca voltou para Lisboa e com ele o novo Tribunal. O primeiro livro de denúncias tomadas na Inquisição, iniciado em Évora, foi continuado em Lisboa, a partir de Janeiro de 1537. Em 1539 o cardeal D. Henrique, irmão de D. João III e depois ele próprio rei, tornou-se inquisidor geral do reino.
Até 1541, data em que foram criados os tribunais de Coimbra, Porto, Lamego e Évora, existia apenas a Inquisição portuguesa que funcionava junto à Corte. Em 1541 foram criados os Tribunais de Coimbra, Porto, Lamego e Tomar. Em 1543-1545 a Inquisição de Évora efectuou diversas visitações à sua área jurisdicional. Mas em 1544 o Papa mandou suspender a execução de sentenças da Inquisição portuguesa e o autos-de-fé sofreram uma interrupção.
Foram, então, redigidas as primeiras instruções para o seu funcionamento, assinadas pelo cardeal D. Henrique, e datadas de Évora, a 5 de Setembro. O primeiro regimento só seria dado em 1552. Em 1613, 1640 e 1774, seriam ordenados novos regimentos por D. Pedro de Castilho, D. Francisco de Castro e pelo Cardeal da Cunha, respectivamente.
De acordo com Henry Charles Lea no período entre 1540 e 1794, os tribunais de Lisboa, Porto, Coimbra e Évora resultaram na morte por fogueira de 1,175 pessoas, e na queima de 633 efígies, e em 29,590 outras penas. No anetanto a documentação de alguns autos de fé desapareceu podendo estes números estar ligeiramente abaixo da realidade.
O Index ou Index Librorum Prohibitorum era a lista de livros proibidos cuja circulação tinha de ser controlada pela Inquisição. Os livros autorizados eram impressos com um "imprimatur" ("que seja publicado") oficial. Assim era evitada a introdução de conteúdo considerado herege pela Igreja.
A Inquisição foi extinta gradualmente ao longo do século XVIII, embora só em 1821 se dê a extinção formal em Portugal numa sessão das Cortes Gerais.
(retirado da Wikipédia)

Soltas...

"Avançando em auto-de-fé, por entre a chacota da multidão, terás como destino unir o teu corpo ao implacável ardor das chamas. Mas nem isso já te atormenta... O teu maior receio é o de não teres força para morrer pela honra e, antes de darem os teus ossos aos cães, confessares com mentiras as verdades que eles querem ouvir. Naqueles interrogatórios reina uma tenebrosa irrealidade, na qual as perguntas nunca encaixam nas respostas nem a verdade se distingue da falsidade."

"Agora, com o tempo tão próximo do final, passados que foram os três dias de mãos atadas, oscilo ainda entre a morte e uma espécie de vida. Vai-se instalando em mim uma espécie de torpor, que se parece com uma súbita bonança, mas que não é mais que alheamento. Não faz mal. A loucura talvez seja a única amiga a quem poderei dar a mão quando amanhã caminhar, por entre apupos, na procissão do auto-de-fé.(...) Irei morrer em breve, mas na verdade pouco sei do terror que me espera. E, todavia, ele invade-me completamente à medida que um ténue esplendor de claridade começa a romper por entre as grades."

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Marina


Edição/reimpressão: 2010
Páginas: 264
Editor: Editorial Planeta
ISBN: 9789896571191

Carlos Ruiz Zafón é um contador de histórias excepcional,ponto!
Envolve-nos nas personagens e nos seus mistérios de tal forma que sentimos as emoções à flor da pele, partilhando com essas personagens os sentimentos por elas vividos.

É um livro bem contado e bem escrito que nos leva a passear, ao mesmo tempo, por uma Barcelona real e por um mundo fictício, quase surreal, onde o suspense, o mistério envolve todas as personagens do princípio ao fim. As personagens e nós, o que, a meu ver, torna este livro espectacular. 

Durante todo o enredo ficamos surpreendidos com esta imaginação prodigiosa de C.R.Z. Seres angelicais cruzam-se com seres cruéis, quase zombis. Não aprecio muito histórias do outro mundo, como lhes chamo, e só por isso não dou 5*, mas reconheço que vale a pena ler este livro, escrito de uma forma que prende imediatamente o leitor.

Terminado em 10  de Novembro de 2010

Estrelas: 4*+

Sinopse

«Por qualquer estranha razão, sentimo-nos mais próximos de algumas das nossas criaturas sem sabermos explicar muito bem o porquê. De entre todos os livros que publiquei desde que comecei neste estranho ofício de romancista, lá por 1992, Marina é um dos meus favoritos.» «À medida que avançava na escrita, tudo naquela história começou a ter sabor a despedida e, quando a terminei, tive a impressão de que qualquer coisa dentro de mim, qualquer coisa que ainda hoje não sei muito bem o que era, mas de que sinto falta dia a dia, ficou ali para sempre.» Carlos Ruiz Zafón «Marina disse-me uma vez que apenas recordamos o que nunca aconteceu. Passaria uma eternidade antes que compreendesse aquelas palavras. Mas mais vale começar pelo princípio, que neste caso é o fim.» «Em Maio de 1980 desapareci do mundo durante uma semana. No espaço de sete dias e sete noites, ninguém soube do meu paradeiro.» «Não sabia então que oceano do tempo mais tarde ou mais cedo nos devolve as recordações que nele enterramos. Quinze anos mais tarde, a memória daquele dia voltou até mim. Vi aquele rapaz a vaguear por entre as brumas da estação de Francia e o nome de Marina tornou-se de novo incandescente como uma ferida fresca. «Todos temos um segredo fechado à chave nas águas-furtadas da alma. Este é o meu.»

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Quem postou...

Blogs que opinaram:

http://as-leituras-da-fernanda.blogspot.com/2010/10/marina-de-carlos-ruiz-zafon.html

http://folhasdepapel.wordpress.com/2010/10/27/marina-de-carlos-ruiz-zafon/

http://marcadordelivros.blogspot.com/2010/11/marina-carlos-ruiz-zafon.html

http://www.segredodoslivros.com/sugestoes-de-leitura/marina.html

http://gostodetilivro.blogspot.com/2010/11/marian-carlos-ruiz-zafon.html

http://clapotis2010.blogspot.com/2010/11/marina-carlos-ruiz-zafon.html

http://ler-por-ai.blogspot.com/2010/09/marina-de-carlos-ruiz-zafon.html

http://nclivros.wordpress.com/2010/10/28/a-estranha-historia-de-oscar-drai/

Soltas...

"Pintar é escrever com a luz. Primeiro deves aprender o seu alfabeto; depois, a sua gramática. Só então poderás ter o estilo e a magia."

"Acendi o candeeiro e mergulhei no mundo para mim irreal do jornal. O nome de Marina aparecia escrito em cada linha. Vai passar, pensei. Pouco a pouco a rotina das notícias acalmou-me. Nada melhor do que ler acerca dos problemas dos outros para esquecer os próprios."

"Observei aquele desconhecido com quem andara a percorrer as ruas durante horas e pareceu-me que o conhecia desde sempre. Disse-lho. Riu e naquele momento, com aquela estranha certeza que só se tem uma ou duas vezes na vida, soube que ia passar o resto da minha vida a seu lado."

"Lembras-te daquele dia em que me perguntaste qual era a diferença entre um médico e um mágico? Pois bem, Mikhail, não há magia. O nosso corpo começa a destruir-se desde que nasce. Somos frágeis. Criaturas de passagem. O que fica de nós são as nossas acções, o bem ou o mal que fazemos aos nossos semelhantes."

"Falou-me das suas dúvidas e dos seus medos, de como uma vida inteira lhe ensinara que aquilo que tinha como certo era uma simples ilusão e que havia demasiadas lições que não valia a pena aprender."

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O fim da inocência de Francisco Salgueiro


Edição/reimpressão: 2010
Páginas: 224
Editor: Oficina do Livro
ISBN: 9789895555376

Nem sei bem o que dizer sobre este livro! Que o devem ler, devem. Mesmo! Pais, educadores. 

Recuso-me a acreditar que todos os nossos jovens se guiem pelos mesmos valores, ou falta deles, que estes jovens deste livro.

Sei que a história é verídica... É uma realidade que me parece longe mas que devemos conhecer, porque ela existe. E como pais temos primeiro de reconhecer a sua existência e depois tentar evitá-la, estando presentes no crescimento dos nossos filhos adolescentes ou pré.

Que fazem "crianças" de 11,12,13 anos na rua à noite? Chamem-me "careta" ou "cota" mas acho que Lisboa está cheia de crianças, à noite, que brincam aos adultos... Um taxista dizia-me que, ao fazer o seu serviço, passava as noites de quinta, sexta e sábado a transportar miúdos bêbados de um lado para o outro! Onde estão os pais dessas crianças? Dormem descansados? 

Não sei bem o que dizer sobre este livro! Se puderem, leiam-no. Mesmo que esteja romanceado fala-nos de uma realidade que não devemos ignorar. Nem podemos. Basta sair à noite e espreitar para as ruas das nossas cidades...


Terminado em 7 de Novembro de 2010

Estrelas: 4*

Sinopse


Aos olhos do mundo, Inês é a menina perfeita. Frequenta um dos melhores colégios nos arredores de Lisboa e relaciona-se com filhos de embaixadores e presidentes de grandes empresas. Por detrás das aparências, a realidade é outra, e bem distinta. Inês e os seus amigos são consumidores regulares de drogas, participam em arriscados jogos sexuais e utilizam desregradamente a internet, transformando as suas vidas numa espiral marcada pelo descontrolo físico e emocional. 
Francisco Salgueiro dá voz à história real e chocante de uma adolescente portuguesa, contada na primeira pessoa. Um aviso para os pais estarem mais atentos ao que se passa nas suas casas.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Quem postou...

http://joaocepa.blogspot.com/2010/11/o-fim-da-inocencia.html

http://oqueeojantar.blogs.sapo.pt/237625.html

http://culturwave.blogspot.com/2010/10/livros-o-fim-da-inocencia.html

Vários comentários de particulares no Facebook de Francisco Salgueiro que vale a pena lerem.

Soltas...

"A coca demora setenta e duas horas até sair do sangue. Esses seriam os piores momentos. Depois de ultrapassados sentir-me-ia cada vez melhor. (...) Fiz diariamente três horas de ginásio. O meu corpo precisava de ficar desgastado para que, ao anoitecer, quando chegasse a hora de dar uma snifadela, estivesse tão cansada que nem pensasse nisso e fosse direita para a cama dormir."

"Tudo parecia na mesma, só que a nossa dinâmica enquanto amigos estava profundamente alterada. Não conseguíamos comunicar tão bem. Depois de, os últimos tempos, só comunicarmos enquanto estávamos passados, ali. sóbrios, sentíamo-nos estranhos que acabaram de se conhecer."

"Pensei nos pais de cada um de nós. Apesar de fisicamente presentes, todos nos davam uma autonomia para a qual não tínhamos maturidade. Acabámos em permanente autogestão e profundamente influenciados por tudo aquilo que nos rodeara."

"Aparentemente, cada um de nós vinha de uma família normal, como existem centenas de milhar em todo o país. Só que, tal como a maioria dessas, o tempo de qualidade passado na companhia dos nossos pais era diminuto."

"Ao mesmo tempo, senti que ela me podia dar paz e que podia estabelecer com ela um relacionamento saudável. Vi nela alguém que me ofereceria carinho e afecto, sentimentos genuínos que não viessem no seguimento de uma snifadela ou de pastilhas engolidas à pressa na noite."

sábado, 6 de novembro de 2010

Desencontros da vida...


Edição/reimpressão: 2010
Páginas: 224
Editor: Bertrand Editora
ISBN: 9789722521802

Ao ler este livro lembrei-me que, no verão de à dois anos e por sugestão de uma amiga, passei os meus tempos livres a construir puzzles e a ler, claro está!

Não sei se já construíram algum, daqueles bem grandes... Começa-se, quase sempre, pelas peças laterais e vamos fazendo o rebordo, que nos dá a percepção do tamanho final.

Com este livro e, pela forma como está organizado, senti que estava a construir um. Os capítulos pequenos, alternam de narrador (Stevie e Michael) e misturam o passado com o presente, pedindo-nos uma atenção reforçada, tal qual um puzzle... Os acontecimentos vão-nos sendo revelados aos poucos, o antes e o depois combinados numa escrita fluída e simples, mas bela: "Por vezes demoramos a vida inteira a encontrar as palavras certas".

O resultado é uma história de amor que a guerra e a vida fez questão se separar, bonita e um pouco triste. Um "puzzle" que necessita de nos afastarmos um pouco, depois de terminarmos a leitura, para saborearmos melhor o produto final.

Comprei este livro sobretudo pela capa, que achei lindíssima, mas não me enganei quando ao seu conteúdo. Valeu a pena! 


Terminado em 5 de Novembro de 2010

Estrelas: 4*

Sinopse

Stevie, que ficou viúva recentemente, sabe que tem de contar a verdade à família, mas o passado é complicado e difícil de desenredar. 
Michael deixou o seu diário esquecido numa caixa de sapatos, à espera da sua partida iminente para o hospital. Nunca teve jeito para pôr os acontecimentos em palavras, sente-se mais à vontade com os estalidos do código Morse. Contudo Anna, uma jovem auxiliar de acção médica, tem a paciência e a ternura para o convencer a contar a sua história. 
E assim começa. 
Comovente e de leitura compulsiva, esta é a história inesquecível de Stevie e Michael, amantes vulgares, separados pelos acontecimentos invulgares da guerra.

Soltas...

"A partir de então, passámos a falar exclusivamente dos aspectos práticos da doença. Funcionamento intestinal e febre. Apetite. Que pijama queria para o seu aniversário.Não falávamos do que viria a seguir. Ambos mantínhamos o assunto encerrado, como um segredo que não queríamos que o outro descobrisse, encontrando palavras em volta dele, de modo que não se tocassem ou chocassem, até que um dia o segredo atingiu-nos quando nos tínhamos esquecido de tomar cuidado e eu fiquei completamente sozinha."

"Quando ele estava doente, eu não pensava em como iria aguentar-me sem ele. Era com ele que eu me preocupava. Achava que eu iria ficar bem. Estava preparada para a solidão, a tristeza e tudo o mais que se espera. Mas agora que aconteceu é o silêncio que mais me surpreende."

"Estou a ser evasiva. Sei que ele está a observar-me. Dobro-me e procuro debaixo da cama, apalpando o chão à procura da colher. Aquele cheiro. Sinto as recordações a passarem-me pela cabeça, tentando libertar-me. Puxo-as novamente para dentro e ato-as com a corda que as mantém juntas."

"A felicidade é aquilo? Repetição? Um objectivo definido? Ter algo a que se agarrar? Foi isto que eu perdi?"

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Soltas...

"Toda aquela dor, todas aquelas lágrimas... Não era que não estivesse à espera, mas subestimara-lhes a intensidade. Era como se um cobertor, grosso e escuro, as envolvesse a todas. Amanda não sabia que iria ter dificuldade em respirar, não imaginava que o sofrimento seria tão envolvente, tão total e tão permanente."

"Porque será que, de vez em quando, precisamos de ver as pessoas que nos são mais próximas através dos olhos dos outros para nos lembrarmos de como são fantásticas?"

"Tive os meus sonhos, alguns realizaram-se, outros não. Mas eram os meus sonhos. Vocês têm de ter os vossos. Criem-nos, apreciem-nos e nunca desistam deles. Façam algo de que gostem."

"Não me lembro de ver um único gesto de afecto entre os meus pais. O que os unia, se é que algo os unia, além da necessidade e do hábito, só se exprimia por trás de portas fechadas. (...) Acontecia, simplesmente, que a nossa casa era seca. Disso extraí a resolução de que a minha própria casa, quando a tivesse, seria exactamente o contrário."

"Lembro-me da primeira noite que adormecemos sem fazer as pazes. Creio que isso foi o princípio do fim. Não façam isso, está bem? Não adormeçam sem fazer as pazes."

Mark sabia também que o seu desgosto estava a mudar de forma. As lágrinmas ainda lhe vinham aos olhos com facilidade, e as noites eram frequentemente intermináveis. A sua dor ainda era real, por vezes mesmo física. Mas agora havia um futuro que não havia uma ano antes. (...) O desgosto não desapareceria, mas iria melhorando, um bocadinho de cada vez, até se transformar apenas numa parte do seu ser, em vez de o dominar inteiramente."

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Fã do mês da Presença!

"Parabéns à Cristina Delgado
que, depois do mês mais participativo de sempre na nossa página, e mais
concorrido também, foi eleita a fã do mês de Outubro da Presença. Por esse
motivo pode escolher 1 novidade publicada nesse mês, de uma selecção de 3
títulos. Mais informações sobre o fã do mês no separador 'Notas'."

Muito obrigada à PRESENÇA por esta oferta!

Recados de uma mãe


Edição/reimpressão: 2010
Páginas: 408
Editor: Editorial Presença
ISBN: 9789722344104
Colecção: Grandes Narrativas

Gostei deste romance!

Fala-nos da perda de um ser querido, de como a vida se complica, de como podemos complicá-la ainda mais com as nossas atitudes irreflectidas, de como a dor pode influir de tal modo nas nossas acções que nos tornamos amargos e infelizes.

Mas fala-nos também de como podemos alterar as nossas vidas, mesmo sofrendo, de como podemos dar a volta e voltar a sorrir e a ter esperança...

Fala-nos das imperfeições do ser humano mas, de igual modo, da sua necessidade de perdoar para poder ultrapassar alguns obstáculos e poder recomeçar de novo e reconstruir toda uma vida. De novo. Sempre que se torne necessário.

As histórias das várias personagens têm um ritmo próprio e alucinante que nos prende. O passado e o presente interligam-se, convergindo num final feliz... Um pouco feliz de mais para o meu gosto. A vida, por vezes, não é um romance, pois não? Mas sabe bem ler, de vez em quando, um livro que nos traz um happy end... Muito de vez em quando, pois não é o meu género preferido! 

Terminado em 2 de Novembro de 2010

Estrelas: 4*

Sinopse

Quando lhe é diagnosticado um cancro, Barbara Forbes sabe que não lhe resta muito mais tempo de vida. Com quatro filhas ainda muito dependentes do seu apoio, tem pela frente a difícil missão de as preparar para a grande perda que sabe que a sua morte significará para elas. Mas o seu legado revela também um segredo que guardou durante anos e que virá tumultuar toda a família. Com uma compreensão instintiva da relação mãe-filha, uma grande intensidade emocional e uma escrita soberba, este romance celebra a família, a amizade… e as infinitas possibilidades da vida.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

E o melhor do mês de Outubro é...

Sem sombra de dúvidas: "A sétima porta" de Richard Zimler!!!
Pela escrita que nos apaixona logo nas primeiras páginas e pela história que nos faz questionar sobre os valores (os nossos e os dos outros)!


Sobre o autor:


Richard Zimler nasceu em Nova Iorque em 1956. É licenciado em Religião Comparada pela Duke University e mestre em jornalismo pela Stanford University. Vive no Porto desde 1990, onde é professor de jornalismo. Traduziu para Inglês alguns poetas portugueses contemporâneos, entre os quais Al Berto e Pedro Tamen. Em 2002 naturalizou-se português.
Escreveu cinco romances desde 1996, quatro dos quais foram publicados em Portugal: O Último Cabalista de Lisboa - best-seller em onze países, incluindo os Estados Unidos da América, Inglaterra, Itália, Brasil e Portugal - Trevas de Luz, Meia-Noite ou O Princípio do Mundo (Gótica, 2003) e Goa ou o Guardião da Aurora (Gótica 2005), o terceiro livro da série sobre diferentes ramos e gerações da família Zarco de judeus portugueses.

There Was A Story Revista

Já saiu a 3ª edição da revista There was a Story. Não querem ir lá dar uma espreitadela?