Gostei muito dos dois livros anteriores da Tânia Ganho e tinha muita curiosidade em ler este, sobretudo porque sabia que a autora fazia voluntariado no Centro de Recuperação do Lobo Ibérico em Mafra e o que estava a escrever tinha a ver com lobos e com essa sua experiência.
Confesso que a leitura do "Apneia" me foi deixando, cada vez mais, em apneia, com uma revolta muito grande pelo que a personagem principal e o seu filho estavam a passar, principalmente porque as injustiças narradas constituem o dia a dia de muitas pessoas, ainda hoje.
Com esta leitura de "Lobos" isso não aconteceu. Foi uma leitura mais calma mas não menos impactante. No cômputo final creio que ainda gostei mais deste. São tratados muitos temas actuais, que (nota-se!) têm por base uma profunda pesquisa sem que, contudo, o leitor sinta que a autora se limitou a despejar informação. E o que se aprende, senhores!!! Tanto conhecimento que nos é passado em matérias tão diversas e actuais!
Claro que, após ter lido o livro e ouvido a autora falar tão bem, numa apresentação, fiquei com vontade de ler "O Pintor de Batalhas" de Arturo Pérez-Reverte, livro que mora cá em casa há muito. Nas primeiras páginas lê-se uma citação desse autor: "Há lugares de onde nunca se regressa". E este livro fala-nos precisamente disso, das vivências que vamos tendo nas nossas vidas, que nos marcam profundamente e as quais nos é difícil deixar ir, libertar.
A acção decorre, maioritariamente, no tempo da pandemia mas vai fazendo algumas analepses e focando-se em temas como a guerra, a pandemia, abusos sexuais, Alzheimer, consoante as personagens. Vamos conhecendo o seu passado e como ele influencia e marca o presente.
Freda, Helena, Leonor, Stefan, Amélia, todos nos ficam no coração de uma forma ou outra. E o António? Personagem secundária que não se esquece mesmo.
Gostei muito e recomendo. Venha o seguinte, Tânia!
Terminado em 24 de Junho de 2025
Estrelas: 6*
Sinopse
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