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terça-feira, 29 de dezembro de 2020

"Coração" de Edmondo de Amicis

Este foi um dos livros da minha infância! Devo-o ter lido por volta dos nove anos e é dos poucos (outro é o "Oliver Twist" de Charles Dickens) que ainda guardo comigo. Sei que não me vou separar dele. Guarda memórias felizes que uma época boa. Quando soube que a Sextante o ia reeditar (foi editado pela primeira vez em 1886), nesta colecção que acho fantástica - "Biblioteca dos Tesouros" -, quis ter esta nova edição e relê-la.

Claro que é sempre um perigo reler algo que lemos em miúdos e que nos marcou muito, porque um livro não é só uma mera leitura, é também o conjunto de acontecimentos que o envolveram e que marcaram o leitor. Este livro tem, para mim, o cheiro a África mesmo que tenha como pano de fundo Itália, porque foi lá que o li. Ou melhor, o devorei. Mas, mesmo hoje com outros olhos, li-o com muito prazer.

Já pouco me lembrava dele. Foi tão bom saborear estas palavras! Tentei colocar-me na cabeça e com o coração de um miúda de nove anos, de há muitos anos atrás, e perceber o que ela teria sentido com estas histórias de Enrico, um menino italiano que escreve este diário onde conta precisamente um ano da sua vida na escola, com os colegas, os pais e professores. A descrição dos seus colegas de turma, os seus nomes sempre complementados com adjectivos e referências às profissões dos pais (dando a entender que a escola unificaria as pessoas não importando de que extrato social elas viessem, dando, assim, oportunidades iguais a todos), faz com que o leitor não se perca e crie laços de empatia com esses meninos da terceira classe (hoje terceiro ano). 

Lembra um pouco os manuais escolares antigos com o seu espírito educativo, com o lema a Pátria, a Família e a Escola. Um ano lectivo cheio de peripécias, com muitas alegrias e tristezas, com ensinamentos e aprendizagens. Muito giro de reler!






Terminado em 27 de Dezembro de 2020

Estrelas: 5*

Sinopse

O romance Coração foi originalmente publicado em 1886, e tornou-se rapidamente um enorme sucesso de leitura obrigatória em todo o mundo. Tem por base o diário de Enrico, um rapazinho de onze anos, que frequenta a terceira classe durante o ano escolar de 1881-1882, em Turim. Em cada parte Eurico relata um dos meses desse ano: a vida na escola e na família, com os colegas, os amigos e os professores.

Romance de iniciação e de criação de uma identidade nacional, Coração parece responder à famosa frase de Massimo D’Azeglio: «Fizemos a Itália, agora trata-se de fazer os italianos.»

Cris

2 comentários:

  1. Nunca li este livro, mas esta publicação e as imagens do mesmo despertaram-me muita curiosidade.

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  2. Interessante! :)
    .
    Gostaria tanto de vos dizer...
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    Beijo e continuação de Boas Festas, com saúde.

    ResponderEliminar