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terça-feira, 14 de janeiro de 2020

"Britt-Marie esteve aqui" de Fredrik Backman

Esta é uma leitura que, quanto mais me afasto do seu terminus, mais alguns dos seus aspectos me vêm à memória. Muito agradavelmente, aliás. Embora seja um livro de "pegar e não largar", nas primeiras páginas fiquei um pouco constrangida com a personagem principal. Britt-Marie é estranha, de humor cáustico e, muitas vezes, inapropriada nas suas atitudes. As suas aptidões sociais são, no mínimo, peculiares. Britt-Marie tem 63 anos. Não é velha por fora. É-o por dentro. O leitor esquece facilmente a sua idade real mas a sua idade interior fá-la parecer mais velha, muito mais velha.

Mas, depois, a estranheza, entranha-se. E não é que, aos poucos, ficamos a gostar dela? E é com verdadeiro deleite que vamos assistindo à transformação da sua personalidade quando nos apercebemos que saiu de casa, abandonando a vida que tinha até então, e arranjou um emprego precário num centro recreativo de uma aldeia cujos habitantes estavam cada vez mais a desistir de aí viver... É nesta aldeia quase desabitada que Britt-Marie aprende as lições mais importantes e, devagar, começa a alterar os seus comportamentos, quase obsessivos.

Mas, mais do que a história em si, este livro é fértil nas mensagens que pretende passar ao leitor, que embrenhado na história, quase não as retém. Findo o livro, como referi no início desta pequena opinião, essas mensagens caem em catadupa em cima de nós. E são bonitas e fazem-nos sentir bem.

Não posso deixar de vos contar que adorei o final. Inesperado, pouco comum, um final que liga as aprendizagens que Britt-Marie vai tendo no decorrer das poucas semanas em que esteve na aldeia, ao seu futuro. O leitor não espera tal final, nunca o pressente mas, se forem como eu, vão simplesmente achar perfeito!

Não podem, de todo, deixar passar os livros anteriores deste autor. Adorei-os aos dois! Espreitem a minha opinião de "Um Homem Chamado Ove", aqui e de "A Minha Avó Pede Desculpa", aqui! Não preciso de vos dizer que já estou na fila para um próximo livro deste autor, pois não?

Terminado em 7/01/2020

Estrelas: 6*

Sinopse
Não é que Britt-Marie seja uma pessoa crítica, exigente ou difícil - ela apenas espera que as coisas sejam feitas de uma determinada forma. Uma gaveta de talheres desarrumada está no topo da sua lista de pecados imperdoáveis. Os seus dias começam, impreterivelmente, às seis da manhã, porque apenas os lunáticos acordam mais tarde do que essa hora. E não é passivo-agressiva. De modo nenhum. As pessoas é que, às vezes, interpretam as suas sugestões úteis como críticas, o que não é, de todo, a sua intenção. Afinal, Britt-Marie não é alguém que julgue os outros, não importa o quão mal-educados, desleixados ou moralmente suspeitos possam ser.

Quando Britt-Marie descobre que Kent, o marido, lhe é infiel, a sua vida perfeitamente organizada, de repente, desorganiza-se. Tendo de passar a sustentar-se sozinha, arranja um emprego temporário como zeladora do centro recreativo de Borg.

Nessa posição, a exigente Britt-Marie tem de lidar com muita sujidade, eletrodomésticos temperamentais, indisciplina a rodos e até uma ratazana como companheira.

Britt-Marie vê-se então arrancada da sua zona de conforto e arrastada para a vida dos seus concidadãos de Borg, uma estranha mistura de seres desesperados, canalhas, bêbedos e vagabundos, sendo incumbida da impossível tarefa de levar a equipa de futebol local, composta por várias crianças sem qualquer tipo de talento para acertar numa bola, à vitória. E, quando um dia Kent aparece a pedir-lhe desculpa, ela tem de decidir, de uma vez por todas, o que realmente deseja da vida.

Nesta pequena localidade de gente inadaptada, pode Britt-Marie encontrar o lugar a que realmente pertence? Engraçado e comovente, perspicaz e humano, Britt-Marie esteve aqui celebra as amizades inesperadas que nos mudam para sempre e o poder do mais gentil dos espíritos, para tornar o mundo um lugar melhor.

Cris

7 comentários:

  1. Olá Cris,
    Nunca li nada deste autor e tenho estado curiosa com este livro e com o "A minha avó pede desculpa" faz algum tempo. Acho que vou apostar neste.
    Beijinhos.

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    1. Claudia os livros que li são todos muito singulares onde o idoso tem sempre um papel de relevo. Se puderes começa pelo Ove. Beijinho

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  2. Gosto muito e ler as suas opiniões sobre os livros. Nunca li nenhum livro desse autor mas vi o filme Um homem chamado Ove e gostei bastante. Ele competiu para o Oscar do melhor filme estrangeiro há uns anos.

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    1. Obgda Belinha. O Ove foi o primeiro que li. Começa por esse. Ainda tenho na ideia a imagem dele a andar de "motoreta"!

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  3. Interessante sinopse e opinião! Gostaria muito de ler o livro. :)

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  4. Ainda não li nada do autor, mas as opiniões aos seus livros fazem-me querer descobri-lo.

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