Escolhi este livro pelas suas poucas páginas, é verdade (para assim completar os 100 livros lidos este ano! Batotinha!!!). Já tinha ouvido reverências boas mas não esperava sentir tanto estas palavras escritas.
A narrativa conta a vida de Andreas Egger, desde a sua infância até à sua morte. Toda uma vida num livro de poucas páginas! E assim comprova-se que não é necessário muitos floreados para que o leitor mergulhe de cabeça num livro. Mas aviso desde já que, caso mergulhem, como eu, de cabeça, vão sentir um banho de solidão, intenso e duradouro, durante a leitura toda.
Egger vive rodeado de solidão. Não a procura propositadamente mas ela está ao seu redor e a vida troca-lhe as voltas desde pequenino. Ele aceita-a, vive e sobrevive e ultrapassa os obstáculos. Mas essa solidão, como referi na minha página do Instagram, pega-se-nos à alma e acompanha-nos na leitura toda. Foi isso que mais gostei nesta leitura. É preciso escrever bem para conseguir passar tanto sentimento, tanta angústia ao leitor.
Eu gostei muito mas creio que esta obra poderá não ser consensual. Sobretudo pelo final. Mas eu gosto de finais diferentes, originais qb que façam pensar.
Terminado em 29 de Dezembro de 2019
Estrelas: 5*+
Sinopse
Quando Andreas Egger morre, leva consigo as memórias de uma vida inteira. Uma existência de enorme simplicidade, inocência e beleza, nas montanhas alpinas para onde foi mandado aos quatro anos, depois de ficar órfão.
A seguir ao silencioso espanto que dele se apodera quando vê pela primeira vez a aldeia que passará a ter como sua, conhece os maiores sofrimentos às mãos do agricultor encarregado de tomar conta dele. Embora fisicamente marcado, Egger é resiliente e acaba por encontrar o seu lugar na vertente nevada onde erige a sua vida. É ali que encontra um trabalho que o liga ao mundo e ao progresso e que conhece Marie, a mulher que amará para sempre. Mas é também ali que vê tombar os que constroem a modernidade, manchando com sangue a alvura da neve.
A vida simples de Egger na solidão da montanha acompanha as mudanças que o mundo conheceu ao longo do século XX. De todas ele fez parte, quer enquanto soldado na Segunda Guerra Mundial, quer como espectador da alunagem, quer servindo de guia turístico do lugar que o adotou.
Em Uma Vida Inteira, o leitor encontra isso mesmo: um comovente retrato do que cabe nos anos que passam entre o primeiro sopro de vida e o último fechar de olhos. Com uma prosa simples, mas incrivelmente enternecedora, este pequeno romance é um brilhante passeio pela vida, que não deixará ninguém indiferente.
Cris
100 livros! Parabéns por tão redondo número. Este ano não devo ter chegado aos 25...Acho que voltei a deixar-me levar pelo cinema, aí devo ter chegado aos 100, e agora estou a ver uma série, coisa rara, em mim, Peaky Blinders. Desde 2013 que me diziam para ver mas eu prefiro o cinema e os livros. Agora comecei e não consigo parar!
ResponderEliminarBelinha e eu não consigo ver os filmes e séries que queria...bjs
EliminarFiquei muito interessado. Vou ler um dia estes!!
ResponderEliminarBinhos
Não conhecia o livro, mas é sempre bom quando nos é apresentado um livro que nos desperta a atenção.
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