É-me dificil falar deste livro. O que me vem, de repente, à cabeça, é que é um livro memorável. Intenso e tão profundo que me fez tanto sorrir como ficar embargada, com uma lágrima no olho. E verdadeiro também.
Uma homenagem que o autor faz à sua mãe, falecida com um cancro pancreático. Durante dois anos, aproximadamente, Mary Ann lutou contra o cancro, vivendo o mais intensamente que lhe foi possível, com projectos humanitários (ajuda aos refugiados) no topo da lista das suas prioridades. Sabendo que não teria cura, submeteu-se a vários tratamentos na esperança que os seus dias fossem prolongados sempre com o intuito de finalizar os projectos que tinha em mãos e de preparar os seus familiares para o fim que se avizinhava.
Mas este livro é muito mais do que um tributo de um filho à sua mãe. É um espalhar de como os livros e a leitura podem unir as pessoas, aproximá-las ainda mais em torno de uma conversa sobre eles, mas também, as pessoas, as crenças, os desejos, as vontades. O AMOR.
Mãe e filho formam um "clube de leitura" enquanto esperam pelas consultas no hospital, pelas sessões de quimioterapia. Falar sobre livros ajuda-os a falar na morte, na vida, no amor pelos livros e no amor que sentem um pelo outro. Partilham a paixão pelos livros, sugerem leituras e falam sobre eles. Mary Ann nao é muito efusiva nas suas manifestações de dor. O seu amor pela família, pelos amigos, por todos os que precisam de carinho monopolizam a sua atenção. Dedica-lhes o seu tempo, o seu último tempo de vida.
Com um vício algo estranho para mim, Mary Ann começava sempre um livro pelo fim, espreitando o seu final! Como a vida fez com ela: deu-lhe a conhecer, antecipadamente, o seu final próximo. O tempo que lhe restou aproveitou-o ao máximo. Um exemplo!
Aviso: peguem numa folha e num lápis. De certeza que quando acabarem esta leitura ela estará preenchida com livros que não vão querer deixar de lado...
Adorei!
Terminado em 18 de Dezembro de 2013
Estrelas: 6*
Sinopse
Forçados por uma trágica circunstância, Will Schwalbe e a mãe ficam longas horas em salas de espera de hospitais. Para passar o tempo, decidem falar dos livros que estão a ler. Através das suas leituras, percebemos o quanto os livros são reconfortantes, surpreendentes e maravilhosos.
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