"Um dia quero ser como uma palavra... ter, pelo menos, um significado..."
É, talvez, um dos dos meus anseios mais audazes, talvez até um aforismo a seguir ao pé da letra; difícil, sobremaneira,mas vital para derrubar os muros escarpados chamados
"eu".
De nome Hugo Girão, nasci em Lisboa. Tive a sorte de crescer no seio de uma família de artistas cujo respeito pela arte tingiu-se sempre de sublime e magnânimo, qualquer a máscara que vestisse. Fernando de Freitas e Maria Girão, meus avós, e Fernando Girão, compositor, cantor, produtor e meu pai, responsável directo pela minha aproximação ao mundo das letras, para além de modelo e guia nos prolegómenos do que viria a tornar-se uma imperiosa necessidade de transpor para o papel as afecções da alma, na cidade de Madrid, no ocaso dos anos 80, quando contava apenas com onze anos.
Cresci dentre muitos e bons músicos, dentre muita e boa música, sempre sob a atenta batuta do progenitor que me incutiu o trabalho intelectual como parte do quotidiano. Graças a ele, aprendi a desfrutar de alguns dos maiores nomes da indústria, assim como a tornar-me num dos maiores admiradores do seu talento e do seu trabalho como cantor e compositor, ao ponto de aspirar a, pelo menos, parecer-me com ele, quer fosse em palco ou nos extensos campos abrangidos pela poesia de cada uma das linhas dos seus textos.
Com quinze anos regresso a Portugal, retorno esse que truncaria e transmutaria severamente a minha percepção da vida e do mundo. No turbilhão da adolescência, abandono os sonhos e aspirações da arte, inicio a minha vida laboral e, dois anos mais tarde, abandono definitivamente os estudos, sem com isso deixar de lado a inequívoca, necessária, imperiosa, evocadora e indómita vontade de escrever os ensaios da alma.
Anos passaram. Depois de casado é-me dada a conhecer a cidade de Loulé ao tempo que me enamoro do teatro amador nos palcos do TAL (Teatro de Análise de Loulé).
Regresso a Espanha em 2004, para a cidade de Zamora, numa frutífera fuga aos primeiros indícios da crise em Portugal. Nesse mesmo ano tenho o prazer de conhecer a actriz e formadora de teatro argentina Valia Percik, que me incita a não atar-me às formas, o que, coadunado à leitura de "O Cavaleiro da Armadura Enferrujada", de Robert Fischer, desencadeou a férrea vontade de escrever o meu primeiro livro, "O Rei e o Homem Que Já Tinha Sido", em 2006, edição já descontinuada.
Desde então e depois de tão prazerosa e apaixonante experiência pactei, de mim para mim, não mais parar.
Dois anos mais tarde a sorte deu-me a oportunidade de cruzar-me nos caminhos da minha actual editora, a Fronteira do Caos Editores, cujo invejável acervo e heterogeneidade me fazem sentir sobejamente orgulhoso, ainda para mais tendo a oportunidade de partilhar estante com António Passos Coelho, João Pedro Martins, Carlos J. Barros, Paulo Alexandre e Castro, dentre tantos outros. É sob o tecto desta nova casa que vivem "O Silêncio das Almas", em co-autoria com Isabel Fontes, e "O Silêncio dos Teus Olhos", o meu projecto mais intimista e intenso até à data.
Após estas duas incursões nos fertéis campos do romance, quiseram o menino e o presdigitador que moram em mim escrevesse "Os Meninos do Vento- Los Niños del Viento", fábula bilingue, brilhantemente ilustrada pelo jovem artista Diogo Valente.
Esmerava-me nas últimas pinceladas do meu último romance, intitulado "Depois do Último Comboio", já no prelo e com o mesmo cunho editorial que os anteriores, quando me foi dada a oportunidade de participar no projecto "Paralelos", ideado, concebido e estruturado pelo amigo, poeta e escritor Alberto Silva, trabalho que visou juntar a prosa, a poesia, assim como alguns aforismos de cinco escritores (Alberto Silva, Pedro Paixão, Jorge Bogalheiro, Samuel Pimenta e eu) com as imagens de Pedro Costa.
Novas encruzilhadas se preparam para me assaltar...
Novos muros ter-se-ão que derrubar...
Novas e insurgentes ideias (re)surgirão dentre o barro das palavras; talvez esse dia encontre uma que, pelo menos, me dê um significado...
Agradecer a simpatia da comunidade blogueira, neste caso concreto a "o tempo entre os meus livros", comandado por Cristina Delgado - obrigado pela paciência - , a predisposição por me dar a conhecer dentre os seus seguidores.
LUZ EM NOSSOS CAMINHOS... SEMPRE...
Hugo Girão
Mais uma vez o meu muito obrigado pela oportunidade...
ResponderEliminarOs escritores têm muito que agradecer à comunidade blogueira...
No caso de quererem conhecer algo mais de mim, aqui fica um link:
https://www.facebook.com/escritorhugoalbuquerquegiraodefreitas
Grato Cristina Delgado...
LUZ EM NOSSOS CAMINHOS...ASSIM SEJA...
hugo girão