Gosta deste blog? Então siga-me...

Também estamos no Facebook e Twitter

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

"Uma Mulher de Cinquenta Anos" de Maria Monforte

Não fora a opinião de uma amiga que gostou muito deste livro, não o teria seleccionada para

leitura. A capa não puxou por mim. Não leio muitos livros eróticos porque, preferencialmente faço outras escolhas. E depois, o preconceito contra este livros está lá bem no fundo, embora só o admita para vocês... 

E gostei desta história. É durante cinco dias, acho, que decorre esta trama. O narrador desloca-se a uma casa de repouso / lar e entrevista uma senhora já com alguma idade mas sem a ver nem saber quem ela é. De manhã e à tarde, ela vai desfiando as suas memórias. Centra-se mais nos acontecimentos que ocorreram na sua vida quando tinha cerca de cinquenta anos, daí o título. Viúva, decide começar a viver de uma forma muito menos recatada. 

É difícil o leitor não fazer juízos de valor. Julgo, porém, que está muito bem retratada toda uma época onde o "permitido" e o "proibído" estavam sempre presentes na vida dos portugueses. Sendo mulher, então, era ainda mais difícil e muitos comportamentos ficaram escondidos entre quatro paredes. 

Saber que quem escreveu esta obra escolheu um pseudónimo, faz avançar várias teorias... Porque o terá feito? Será que aqui se contam episódios reais? Que razões o ou a levaram a escrever "escondido"? Hipóteses que ficarão no segredo dos deuses...

Terminado em 30 de Setembro de 2020

Estrelas: 4+

Sinopse

Em cinco dias, com recurso ao diário íntimo, Cármen desnuda a sua vida a um interlocutor que não a conhece nem a pode ver. Entre a consciência e a perdição, entre o que se lhe afigura correcto e a violação das fronteiras, entre o controlo e o irreparável, emergem as fragilidades e desejos, esperanças e desilusões, sensações de companhia e solidão, medos e impulsos irreprimíveis de fruição carnal de uma mulher de 50 anos, viúva há sete. 

Mas a autora - Maria Monforte (pseudónimo) - vai mais longe. Explorando a profundidade da dimensão humana; desenvolvendo uma visão feminina transposta para os sentimentos e materializada nas relações que brotam nas esquinas da vida de Cármen; metamorfoseando os tons cinza em cores rubras, no cenário do final dos anos sessenta do Século XX. Uma época em que também o mundo fervilha com novas experiências, e a sociedade portuguesa assiste à queda de Salazar, vivendo a expectativa do fim da ditadura. 

Um grande fresco de uma mulher à beira da perdição, num tempo de mudanças estonteantes.

Cris

1 comentário:

  1. O género erótico também não está no topo das minhas preferências literárias. Ainda bem que foi uma boa surpresa.

    ResponderEliminar