Já tinha ouvido falar desta novela gráfica. Bem e menos bem. Quis "ver" com os meus olhos ou, que é como quem diz, quis ler e saborear por mim mesma!
É pesado o tema tratado como pesadas são as suas imagens e as cores escolhidas para as representar: preto e branco. O autor retrata a vida de seu pai, Vladek, desde a sua juventude até à sua morte. É um retrato cru, sem medos, onde são bem visíveis as fragilidades humanas. E escrever e descrever os seus pais, anotando e expondo os seus defeitos não deve ter sido coisa fácil... Vladek e Anja, passaram por Auschwiitz e sobreviveram. O seu primeiro filho não, bem como a maior parte da sua família. As perdas, como não podiam deixar de ser, deixaram marcas profundas que se refletiram nos seus comportamentos.
O cartoonista desenhou e escolheu a fisionomia de alguns animais para representar as caras dos personagens. "Primeiro estranha-se, depois entranha-se"! Vale a pena ler. A história contada é desconsertante, como o são todas as que têm como pano de fundo Auschwitz, contudo não é por isso que as fragilidades humanas são são expostas! Gostei desse lado humano, desse "mostrar" o lixo da existência humana!
Terminado em 20 de Setembro de 2020.
Estrelas: 4*
Sinopse
Maus ("rato", em alemão) é a história de Vladek Spiegelman, judeu
polaco sobrevivente de Auschwitz, narrada por si próprio ao filho, o
cartoonista Art Spiegelman. O livro é considerado um clássico
contemporâneo da BD. Foi publicado em duas partes: a primeira em 1986 e a
segunda em 1991. No ano seguinte, o livro ganhou o prestigioso Prémio
Pulitzer de literatura.
A obra é um sucesso estrondoso de público e de crítica. Desde que foi
lançada, tem sido objeto de estudos e análises de especialistas de
diversas áreas - história, literatura, artes e psicologia. Com uma nova
tradução, o livro é agora relançado com as duas partes reunidas num só
volume.
Nas tiras, os judeus são desenhados como ratos e os nazis ganham feições
de gatos; os polacos não-judeus são porcos e os americanos, cães. Este
recurso à imagética da fábula, aliado à ausência de cor, reflete o
espírito do livro: trata-se de um relato incisivo e perturbador, que
evidencia a brutalidade da catástrofe do Holocausto. Spiegelman, porém,
evita o sentimentalismo e interrompe algumas vezes a narrativa para dar
espaço a dúvidas e inquietações.
De vários pontos de vista, uma obra sem equivalente no universo da BD e
da literatura em geral, e um relato histórico de valor inestimável.
Cris
Mais uma triste história de Auschwitz
ResponderEliminarAs novelas gráficas fazem muito pouco parte das minhas leituras, embora lhes reconheça mérito.
ResponderEliminarComecei há pouco a lê-las, Alexandra! Umas melhores donque as outras, como no resto das minhas leituras...
Eliminar