Não devia espantar-me o quanto aprendemos ou relembramos coisas/acontecimentos com estas letras juntas, estas ideias que alguém, um dia se dispôs a construir! Mas fico e isso delicia-me.
Como explicar-vos o poder deste livrinho pequeno, o quão depressa ele nos transporta para o seu interior, para a História do povo chileno, vista através dos olhos de quem recorda a sua infância?
O narrador, um escritor, brinca com o leitor ao ponto de este não saber se o que lê são as suas recordações ou o livro que está a escrever. Gostei disso, dessa dúvida que se vai desfazendo com o decorrer da leitura. Ao narrar os acontecimentos que o marcaram, o autor / narrador / personagem do seu livro aborda factos históricos da História do Chile (terramoto, ditadura, golpe de estado), que "obrigam" o leitor a pesquisar sobre eles.
Engraçado como são contados episódios de uma infância feliz e na pouca percepção que as crianças possuem da realidade política e social em que estão envolvidas e como as "explicam" e vivenciam à sua maneira!
Um autor desconhecido para mim que gostei muito de descobrir e de envolver-me na sua escrita.
Terminado em 16 de Outubro de 2020
Estrelas: 5*
Sinopse
Na década de 1980, um rapazinho de nove anos brinca às escondidas com os amigos nos subúrbios de Santiago de Chile, enquanto os adultos se enredam lentamente na violência do regime de Pinochet, cúmplices ou vítimas do seu governo brutal.
Enquanto o país estremece sob a ditadura, o menino cria histórias para explicar as cenas esporádicas de violência, os desaparecimentos e o silêncio ensurdecedor dos seus pais.
Até que, na noite do terramoto de Santiago, aparece uma garota misteriosa chamada Claudia, que irá abalar para sempre o mundo do rapaz.
Mais tarde, já adulto e meditando sobre as tragédias da sua infância, ele tem de arranjar coragem para enfrentar tudo o que não podia perceber enquanto criança e para desenlear o passado conturbado do seu país. Enquanto tenta começar a escrever um romance sobre o confronto entre a inocência e a cumplicidade, esbatem-se as fronteiras entre a ficção e a realidade, e a bela Claudia reaparece na sua vida.
Com precisão e melancolia, Alejandro Zambra reflecte sobre o passado e o presente do Chile. Maneiras de Voltar para Casa é o romance mais pessoal de um dos grandes escritores da nova geração.
Cris
Gosto de ler livros cujo conteúdo me dê a conhecer as realidades de outros países e épocas, por isso, este livro parece-me uma boa opção de leitura.
ResponderEliminarTambém desconhecia o autor. Gosto muito de autores sul-americanos; vou apontar :)
ResponderEliminar