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sexta-feira, 30 de outubro de 2020

"Dias de Outono" de José Rodrigues

Capa bonita, sóbria. Título sugestivo, condizente. Autor português que não conhecia. Amigas que gostaram desta leitura. Que mais precisava eu para pegar neste livro?

Parti com as expectativas altas. Gostei da escrita simples, directa, sem grandes floreados. Gostei da história, contada por um narrador, de conhecer o seu ponto de vista sobre aspectos familiares em convulsão, ausências parentais, remorsos de uma vida dedicada ao trabalho em detrimento de horas passadas com os filhos. Apenas achei que se notou, no início da leitura, uma visão dicotómica das personagens que formam o casal: um é "bom", mostra-se arrependido; o outro é "mau", não quer saber... Se bem que nos é mostrado apenas um dos lados.

Até meio da leitura, embora estando a gostar, pensei que o ritmo não se alteraria o que poderia fazer com que este romance fosse morno. Mas não. Uma reviravolta, daquelas que a vida nos oferece sem querermos, faz mudar o rumo do que o leitor prevê e isso é bom.

Um aspecto que achei brilhante foi o acompanhamento através de fotografias, em cada início dos capítulos, de pequenos apontamentos que, uns mais do que outros, tornam perceptível ao leitor, do que o capítulo seguinte poderá trazer. Captar as palavras através das imagens. Muito bom. Parabéns Sara Augusto, por isto que referi e pela capa lindíssima! 

Terminado em 25 de Outubro de 2020

Estrelas: 4*+

Sinopse

«O sentimento de felicidade pode dar medo. Medo de que, de repente, tudo se desmorone. Que o coração gele, depois de aquecer. Que a pele esfrie, depois de recolher os melhores pedaços do Sol.»

Os dias de Miguel são divididos entre a intensa atividade profissional e o apoio a Teresa, a sua tia, institucionalizada com uma doença irreversível. Na família encontra o conforto dos seus dias agitados, com Catarina e os filhos André e Tiago. As alterações recentes na administração do banco onde trabalha, a degradação do casamento e os problemas vividos pelo filho adolescente levam Miguel a questionar as opções de vida. Ao mesmo tempo, retoma as memórias mais antigas, incluindo a sua vila no interior e a casa onde nasceu e viveu, criado por Teresa, num ambiente de permanente felicidade. Quando o mundo de Miguel parece desabar, passado e presente unem-se numa longa jornada de salvação e de mudança de prioridades, onde o amor se transforma no principal caminho para a reconstrução da felicidade, mesmo quando a perda e a saudade pareciam não querer dar tréguas…

Cris

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