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quarta-feira, 7 de setembro de 2016

"Não Terão o Meu Ódio" de Antoine Leiris

Vi-o pela primeira vez num supermercado na Lourinhã. Nunca o tinha visto antes, não sabia do que tratava. Não terão o meu ódio, conquistou-me de imediato pelo título. A confirmar, a sinopse. Uma vontade de saber como isso é possível quando se perdeu tanto, quando se perdeu tudo. Como se continua a caminhar, como se caminha na vida. Depois. Sem odiar.

Antoine viu Hélene afastada de si. Estava no lugar errado, no dia errado. Encontrava-se no Bataclan (Paris) em 13 de Novembro de 2015. Dia em que dispararam sobre quem lá se encontrava. Dia em que Hélene não voltou para casa.
O livro é pequeno. A mensagem, grande. Eu, leitora, tornei-me pequena. Ínfima, perante tamanha dor e mesmo assim, tamanho amor. Fiquei sem palavras. Lido o livro em poucas horas, ficou a dor expressa nas palavras que Antoine escreveu. Ficou também a certeza que os dias não mais serão os mesmos para Melvil e seu pai.

Um relato impressionante!

Terminado em 6 de Setembro de 2016

Estrelas: 6*

Sinopse

«Na sexta-feira à noite, vocês roubaram a vida de um ser excepcional, o amor da minha vida, a mãe do meu filho, mas não terão o meu ódio. Não sei quem vocês são e não quero saber, são almas mortas. Se esse Deus em nome do qual matam cegamente nos fez à Sua imagem, cada bala no corpo da minha mulher terá sido um ferimento no Seu coração.» Estas são as primeiras palavras de um texto que comoveu milhares de pessoas em todo o mundo nos dias que se seguiram aos ataques terroristas perpetrados em Paris, na noite de 13 de Novembro de 2015. Escreveu-o Antoine Leiris, que nessa noite perdeu a mulher da sua vida, a mãe do pequeno Melvil de apenas 17 meses. Destroçado com a violenta e inesperada perda de Hélène, Antoine toma a decisão mais difícil e, no entanto, a mais corajosa: não odiar. Recusa-se a criar o filho no sentimento estéril e vazio que provocou a morte da mulher e desafia os assassinos com a maior provocação de todas: professando o amor pela liberdade e acreditando no futuro. Devastado pela dor e pela inesperada solidão, agarra-se à missão de continuar a dar ao filho a vida normal de um menino de 17 meses.Não terão o meu ódio é um relato profundamente comovente da dolorosa tragédia que se abateu sobre a família de Antoine naquela noite fatídica e dos penosos dias que se lhe seguiram. É igualmente uma belíssima carta de amor e uma homenagem de grande beleza e rara sensibilidade à família, esse refúgio de amor que resiste e resistirá a tudo. « Somos dois, o meu filho e eu, mas somos mais fortes do que todos os exércitos domundo.»

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