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quinta-feira, 5 de maio de 2016

"Deus Ajude A Criança" de Toni Morrison

O primeiro livro desta autora que me veio parar às mãos foi em 2011, A Dádiva, mas, embora a capa me tivesse atraído muito, larguei-o ao fim de 40 páginas. Não estava à altura, achei-o complicado e larguei-o.

No ano passado seguiu-se A Tua Casa É Onde Está O Coração. Gostei bastante como podem ver no meu comentário aqui.

Por ter sentimentos tão díspares em relação a estes dois livros de Toni Morrison, quando peguei neste Deus Ajude A Criança não sabia o que esperar. Mas digo-vos muito sinceramente: achei brutal! Muito bom! Não foram precisas muitas páginas para ficar rendida à escrita desta senhora, Nobel em 1993.

Com vários narradores intercalados, uns na primeira pessoa outros na terceira, poderia parecer que a confusão estava instalada e que o leitor se sentiria desnorteado. Não, de todo! A história caminha linearmente, embora com saltos para dentro do passado, sendo toda ela um testemunho de como a infãncia pode marcar e condicionar a vida futura.


Lula Ann é negra, muito. Como a noite. Para a sua mãe constitui um estigma que deseja a todo o custo mitigar. É por isso, justifica-se, que não a acarinha, não toca nela, não participa na sua vida escolar, etc, etc... para que ela endureça, para que não dependa de ninguém. Para que sobreviva!


Lula Ann vence. Tem sucesso. É bonita. Negra e muito bonita. Vistosa. Sabe dar um toque à sua imagem que a faz ficar diferente. No entanto, as marcas da violência vivida estão lá. À sua volta giram outros personagens, narradores também, cuja brutalidade na infância chega a doer. O enredo está criado para um livro cuja leitura me apaixonou.

Façam o favor de ler também! Vale a pena, nota máxima!

Estrelas: 6*


Sinopse

No centro do primeiro romance da autora ambientado na atualidade, está Bride, uma jovem ousada, confiante e bem-sucedida, de uma beleza extraordinária, «negra como a noite, negra do Sudão». Mas a mãe, Sweetness, de tez mais clara, nega à filha a mais simples forma de amor, precisamente por causa do seu tom de pele. Às vezes é preciso uma vida inteira para perceber «que o que fazemos aos nossos filhos importa. E que eles podem nunca esquecer.»
Depois há também Booker, o homem que Bride ama e que vive atormentado pelo passado, e Rain, uma misteriosa criança branca que cruza o seu caminho.
Neste romance intenso e provocador, Toni Morrison mostra-nos como a infância afeta todos os aspetos da vida adulta, como uma música de fundo que nunca deixamos de ouvir.

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