Os Mortos não dão Autógrafos
de Francisco Nicholson
O jornalista Rui Alvorada acorda no hospital depois do portentoso tareão com que quatro jagunços cobardolas o brindaram. Uma ideia aflora-lhe imediatamente o pensamento: «Estou a reviver a história do meu pai, vítima de uma canalhice que o atirou para uma cama como esta. A mesma história com protagonistas diferentes.» Quando, treze anos antes, entrou no velório do pai, ficou estupefacto. Estava cheio de gente que lhe dava as condolências, que lhe dizia que Jaime Risco tinha sido um grande jornalista. Mas, para além dos elogios ao jornalista, havia também os elogios ao Homem, ao combatente pela liberdade, e, em surdina, ao amante. Rui opta por seguir os passos do pai, mas cedo percebe que tem de se superar se quer deixar de ser o filho do Jaime Risco e passar a ser um jornalista reconhecido. Mas há muito mais para descobrir sobre aquele homem, que se perdia pelo belo sexo, por uma noite de copos ou por uma investigação jornalística que pusesse a nu os podres dos políticos. E nada melhor do que investigar o mundo da política e do crime organizado, com passagens pelo parlamento, por eleições cacicadas e multinacionais da droga, para ficar a conhecer o seu pai e conhecer-se a si próprio. Francisco Nicholson, num tom irónico e com um humor inteligente, apresenta-nos, no seu romance de estreia, uma história singular passada num Portugal manipulado pelos políticos e pelos grandes interesses, onde o amor, a amizade e a coragem se cruzam com jogos de poder, ganância e ambição.
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