Um Sábado passado, um livro lido. Pequeno, claro. Mas muito interessante. Com uma imaginação surpreendente. Bilodo, carteiro de profissão, tem uma vida sem cor e sem sal. Não fossem as cartas pessoais que ainda vão chegando às suas mãos para distribuir e que ele, vil ladrão de palavras, vai abrindo e lendo antes de entregar, e a sua vida seria completamente insípida!
Daí a mergulhar em vidas que não são suas é um passo. De tal forma o fez que se vê envolvido numa teia de mentiras e embaraços que só uma escrita de mestre consegue transmitir com tamanha beleza. Apaixonado por Ségolène, que nem conhece pessoalmente, Bilodo toma o lugar de Grandpré, o autor das cartas, aquando do seu súbito falecimento e substituindo-o nessa correspodência, continuando o tipo de poesia nelas escrito: o Haiku, uma forma poética de origem japonesa (vejam na Wikipédia...)
Esta correspondência pessoal, via correios, hoje quase um acontecimento inédito, toma um caminho muito peculiar que me surpreendeu, tornando o final deste livro muito especial e único. De uma imaginação prodigiosa.
Terminado em 31 de Outubro de 2014
Estrelas: 4*+
Sinopse
Esta é a história de um carteiro solitário que vive a sua vida através dos outros, lendo a correspondência alheia antes de a entregar aos destinatários. Inesperadamente, esse carteiro assume a existência de outro homem e aproxima-se da mulher por quem se apaixonara. E assim começa uma apaixonante história de amor, uma relação única, intensa e bela vivida apenas através das cartas e dos poemas que trocam entre si. Mas durante quanto tempo poderá Bilodo continuar a viver aquela mentira - e aquele amor? Num registo intimista e tocante, Thériault explora os temas do amor, da imaginação, do sonho e das dimensões inconscientes do espírito humano.
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