Escrito em forma de diário por uma jovem de quase 17 anos, Sophie, este livro é direccionado para um público mais jovem. Li-o de uma assentada, só numa manhã de domingo.
Pelas palavras de Sophie sabemos que algo se passou na sua vida que a marcou profundamente. A si e à sua mãe. Tanto que deixaram de comunicar, de ser família. Não sabemos o que foi. Claro que imaginei um pouco de tudo: maus tratos, violação, rapto... Sei lá que mais!
Sophie não quer lembrar. Vive o hoje, sem pensar no ontem nem no amanhã. Tenta desesperadamente não pensar. No entanto, pensamentos, visões e pesadelos não a largam. Ataques de pânico, súbitos e violentos que a deixam sem forças, alquebrada! Nós, enquanto leitores tentamos descordinar, sem qualquer resultado aliás, o que se terá passado na sua vida... Aos poucos Sophie vai conseguindo escrever/falar consigo própria sobre o que se passou. É aí que vamos, aos poucos, sabendo mais.
Confesso que me emocionei em certas partes desta leitura. Consegui colocar-me dentro de Sophie mas também dentro da personagem que é a sua mãe. Dois lados de uma mesma realidade, de um mesmo horror. A perda, a culpa, a solidão. A morte. O recomeço, a esperança.
Gostei muito da escrita simples que nos toca ao coração. Pareceu-me real. Uma lágrima contida. Ah, e este livro não é só para os jovens, não!
Terminado em 2 de Novembro de 2014
Estrelas: 5*
Sinopse
Tudo o que Sophie mais deseja é esquecer o que aconteceu... Mas as marcas que aquele dia fatídico deixou são demasiado profundas e, perdida nas suas memórias, a jovem refugia-se dentro de si mesma, num isolamento crescente, à medida que a sua relação com o mundo e com os que a rodeiam se vai deteriorando. As recordações de Emily, a irmã três anos mais velha e sua confidente, vão-se impondo, quase obsessivas, e Sophie terá de ser capaz de enfrentar a tragédia ocorrida no seu passado e de se libertar da culpa que sente se quiser recuperar o equilíbrio da sua vida. Uma obra inspiradora sobre as consequências trágicas dos atos terroristas, sobre o estado disfuncional em que um grande sofrimento nos pode mergulhar e, acima de tudo, sobre a capacidade de nos perdoarmos e reconstruirmos o nosso futuro.
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