No Céu a Olhar Por Mim
de Marta Aragão Pinto
A notícia atingiu-me como um raio: o meu pai tinha falecido, tinha partido para sempre. Não estava preparada para o que estava a acontecer. Depois da morte da minha mãe, passados dois anos, era o meu pai que me deixava… Sentia que não ia aguentar, que não tinha forças para suportar mais esta perda num tão curto espaço de tempo. Como ia conseguir levantar-me, olhar a vida de frente e arranjar coragem para continuar? Para abraçar as minhas filhas, para apoiar o meu irmão, para continuar a acreditar que a vida ainda merecia ser vivida?
Com a morte da minha mãe senti que um pedaço de mim me tinha sido arrancado. Acompanhei a sua doença, mas nunca acreditei que ela pudesse morrer, mesmo quando a vi fraca e cansada. Não estava preparada. Naquela altura pensei que nunca poderia sentir uma dor maior do que aquela. Mas estava enganada… A vida mostrava-me que era possível uma dor mais profunda: a de quem perde o pai e a mãe.
Sem comentários:
Enviar um comentário