Amor carregado episódios de raiva por parte de Paula mas também de uma forte entrega física e possuidor de uma inquietação permanente, por ambas as partes, que tinha origem num amor explosivo que só podia ser vivido dentro das portas do Convento de Odivelas.
A autora soube captar muito bem o ambiente da época com uma escrita simples mas intensa, promenorizada q.b. sem ser massuda, transportando-nos facilmente para a época, fazendo-nos visualizar muito bem com as suas descrições, os locais, as personagens e, principalmente, os seus sentimentos.
"Apaixonei-me pelo poder, amei o homem por detrás dele." Num tom intimista ficamos a conhecer, através do relado de Madre Paula, tanto o seu amor desmedido pelo rei e mais tarde por José, filho desse amor, como a sua imensa sede de poder. Filha de um ourives pobre que se viu obrigado a colocar duas das filhas num convento por não ter condições de as sustentar, Madre Paula sentiu-se excluída e maltratada por suas companheiras de convento, muito ricas. Poder vingar-se estava nos seus sonhos, esteve posteriormente nas suas mãos...
Gostei muito deste romance histórico sobretudo porque Patrícia Müller soube com mestria fazer-me recuar no tempo e participar, qual personagem escondido, em todos os episódios deste amor arrojado e proibido! Recomendo!
Terminado em 2 de Outubro de 2014
Estrelas: 5*
Sinopse
Lisboa, início do século XVIII da Graça de El Rei D. João V. Paula, a filha pobre de um ourives, deixa a azáfama das ruas de Lisboa para ingressar no Mosteiro de São Dinis, em Odivelas. Não é Deus quem a chama, mas sim a necessidade de um pai que já não a pode sustentar. Quis o destino, porém, que aquela rapariga de pé descalço se viesse a tornar na mais conhecida freira da nossa história. E numa das mulheres mais poderosas de um reino que vivia no extravagante esplendor pago com os escravos de África, com o ouro do Brasil…
Madre Paula é a história desse amor proibido, entre o Rei-Sol português, D. João V, e a famigerada freira de Odivelas. Um amor intenso, maior que tudo, que levou o rei a ignorar o bom senso e a tomar a freira como amante, confidente e conselheira.
D. João V sempre teve uma predileção por mulheres bonitas, mas Paula foi o seu grande amor. Permaneceram juntos, secretamente, mais de uma década, e chegaram a ter um filho. A história entre um dos homens mais poderosos do mundo e a plebeia que a Deus traiu inscreve-se na categoria de mito, mas é bem real, nas páginas do romance de estreia de Patrícia Müller. Juntos enfrentaram intrigas palacianas, a ameaça do castigo divino, o ciúme e os jogos de poder. E a quase tudo resistiram - pois durante uma década, para D. João V, Madre Paula foi a sua única e verdadeira rainha.
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