Falar sobre um livro autobiográfico faz-me pensar que estou, de certa maneira, a falar da vida de alguém. Não é o caso, de todo. Muito menos criticá-la ou achar que poderia ainda possuir mais elementos cinematográficos. Trevor Noah não precisa de nada disso. A sua vida dava um filme. Livro já deu! E que livro!
Quando alguém escreve sobre a sua própria vida decerto pensa que relatá-la pode trazer a outrém algo positivo e que pode, com o seu exemplo, motivar mais pessoas. Espero que assim seja.
Escrito na primeira pessoa, o autor relata muitos dos acontecimentos que o marcaram na infância até à idade adulta num país marcado por convulsões sociais muito fortes. O leitor fica preso tanto ao feitio irrequieto de Trevor como à conjuntura socio-política de um país marcado pelo apartheid, a África do Sul.
Palavras que, nestas páginas, se traduzem numa aprendizagem constante sobre a História desse país que nos levam a refletir sobre as causas e consequências de uma divisão racial tão marcada e injusta.
O único senão que posso apontar a esta obra e que me leva a dar somente 5*+ é sobre as páginas a mais que acho que este livro merece e não tem. Creio que faltou uma coisinha "assim"... Sei que o autor faz sucesso na sua vida profissional e gostava que tivesse referido mais detalhadamente como foi possível passar de uma situação de extrema pobreza para o oposto para que o leitor soubesse que é possível alterar o ciclo que a vida nos oferece quando nascemos.
Recomendo esta leitura!
Terminado em 9 de Maio de 2020
Estrelas: 5*+
Sinopse
Actualmente, Trevor Noah é o apresentador do The Daily Show, um dos rostos mais famosos da televisão americana e um humorista reconhecido em todo o mundo. Mas no dia em que nasceu era um crime - ou seja, era filho de mãe negra e pai branco. Para manterem uma relação inter-racial e para criarem este filho, os pais de Noah desafiaram as leis do apartheid na África do Sul.
Sou Um Crime conta a vida deste rapaz, que se sentia desconfortável nas zonas dos brancos e nos subúrbios dos negros, que aos sete anos teve de saltar de um carro em andamento para não morrer, que tinha de fingir não conhecer o pai, que cresceu num regime opressor e viveu os tumultuosos primeiros anos de liberdade do seu país, e que passou ao lado de um destino de pobreza e discriminação apenas por ter uma mãe rebelde, teimosa e exigente - uma mãe que é, no fundo, a grande homenageada deste livro simultaneamente comovente e divertido.
Cris
Bom dia:- Sempre oferecendo boas sugestões de leitura.
ResponderEliminar.
Tudo vai ficar bem
Cumprimentos
Tenho bastante curiosidade por ler o livro, porque é um entorno familiar para alguns membros da minha família e ao mesmo tempo porque já ouvi da boca do Trevor vários relatos/piadas em relação ao assunto.
ResponderEliminarÉ bom saber que há algumas pessoas que conseguem dar a volta ao destino.
ResponderEliminarObrigada, Cris, por mais esta sugestão.
Beijinho e bom fds.
🌻
Esse livro já está na minha lista de próximas leituras. Tenho cada vez mais curiosidade. Boas leituras
ResponderEliminarÉ triste pensar que o apartheid faz parte da História recente (a segregação racial não devia existir em tempo algum) e nos males provocados pelo mesmo. É bom conhecer histórias de superação.
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