Uma leitura que se faz devagar devido às páginas (mais de 600) e ao tamanho da letra (miúda). No entanto, o enredo é apelativo porque o ritmo dos acontecimentos é muito rápido e o leitor cria empatia com alguns personagens, querendo protegê-los. Ao invés, a outros queremos que sofram tal qual o sofrimento que estão a infligir a outros personagens!
Fazemos uma viagem no tempo e vamos para o Séc. XVIII, para o final de 1720 e todo o enredo passa-se durante os dois anos seguintes. Espanha é palco de tumultos numa sociedade que reflete ainda as consequências da Guerra de Sucessão entre os Ha bsburgos e os Bourbon. Reina Filipe V numa corte onde imperam as intrigas, os amores ilícitos, os assassinatos até.
Clara é uma menina cheia de garra que mesmo a sua recente situação de pobreza não faz desanimar. Foi educada primorosamente e possui um grau de instrução muito acima do habitual à época mas, acontecimentos vários, levaram-na a perder a sua posição social e a sua riqueza e a procurar trabalho como cozinheira. Mas Clara ama o que faz e os seus pratos são uma obra de arte tanto para o paladar como para a visão.
As descrições do ambiente vivido na época, dos pratos confeccionados por Clara, dos jogos de poder (e dos de alcova) tão frequentes nessa sociedade, são minuciosamente carregados de pormenores cinematográficos, transportando o leitor numa viagem muito aprazível onde os sentidos do olfacto e da visão o fazem acreditar estar presente nesse mundo.
É um olhar feminino sobre este mundo que, com mestria, nos traz Fernando J. Muñez, nesta sua obra. Um olhar feminino num mundo de homens e onde a mulher tem o seu papel (inferior) bem definido. Conseguirá Clara mudar mentalidades?
Um romance para saborear com tempo, para apreciar os pormenores e ficar a conhecer como se moviam os homens num mundo palaciano de intrigas, segredos e mortes. E também de amor, claro!
Terminado em 3 de Maio de 2020
Estrelas: 5*
Sinopse
Clara Belmonte é uma jovem de uma família abastada que, após a morte do
patriarca, um dos mais prestigiados médicos de Madrid, se vê cair na
mais completa pobreza.
Apesar da educação primorosa que recebeu, Clara precisa de uma forma de
sustento e acaba por se candidatar a um trabalho nas cozinhas do palácio
ducal de Castamar, que conquista graças ao talento para a culinária que
herdou da mãe.
Clara não é bem recebida nos primeiros tempos. A sua eloquência, bem
como o rigor na limpeza das cozinhas e a ousadia no requinte dos pratos,
depressa a elevam na atenção dos habitantes da casa e no ciúme dos
colegas de trabalho.
Mas é Dom Diego, o duque de Castamar, quem Clara mais impressiona.
Arrancando-o à apatia absurda em que vive desde o estranho falecimento
da mulher, a jovem cozinheira fá-lo derrubar todas as barreiras,
despertando-lhe o palato, o intelecto e, por fim, o coração.
Cris
Mais uma leitura interessante! Boa tarde!
ResponderEliminar-
Esculpir um novo resumo.
Beijo e um bom fim de semana! :)
Como penso ter já anteriormente referido, é um livro que gostaria muito de ler.
ResponderEliminarAcho a capa maravilhosa e, sendo um romance de época, é um livro que gostaria muito de ler! :)
ResponderEliminarGostaria muito de ler esse livro, adoro romance de época.
ResponderEliminarSérie na Netflix
ResponderEliminar...que quero mto ver. Gostei mto do livro!
EliminarO livro pelo que vejo é muito bom, mas a série deixou a desejar no que fiz respeito as cenas as emoções. Acredito que poderia ter ficado melhor.
ResponderEliminaramei a série
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