Depois de terminar este livro li a sua contracapa. Li que se tratava de uma fábula sobre o exílio e a solidão. O mais giro é que durante a minha leitura senti verdadeiramente todos os acontecimentos e sentimentos que envolveram o Sr. Linh, protagonista desta história. Tentei situar no tempo e no espaço esta narrativa e poderia encaixá-la quer agora, quer em épocas passadas. Em várias, aliás!
Philippe Claudel não pára de surpreender-me! A sua escrita é profunda, cheia de sentimento. O leitor embrenha-se muito facilmente na história e sentimos sempre um mistério (ou muitos) a envolver-nos e a rodear-nos, apertando-nos muitíssimo. Não descobri nada, se querem saber e, por isso, o final deste livro foi surpreendentemente doloroso.
Mas sem alongar-me em demasia com o final, digo-vos que esta obra fala-nos com muita delicadeza de assuntos muito pesados: a guerra e o que de negativo ela traz (a morte de entes queridos, os refugiados, o exílio, a solidão). As perdas dos seres humanos e as suas consequências físicas e psíquicas.
Ah! e não leiam a sinopse. Confiem e abraçem este livro sem nada saberem sobre ele. Eu adorei fazer isso! Recomendadíssimo!
Terminado em 24 de Novembro de 2019
Estrelas: 6*
Sinopse
Numa fria manhã de Novembro, depois de uma penosa viagem de barco, um ancião desembarca num país que não é o seu, onde não conhece ninguém e cuja língua ignora. O Senhor Linh foge de uma guerra que lhe roubou a família e a aldeia onde sempre viveu, para o deixar rodeado de morte e devastação. A guerra acabou com tudo, excepto com a sua neta, uma menina tranquila que adormece serenamente sempre que o avô lhe canta uma melodia que as mulheres da sua família transmitiram de geração em geração. Instalado num centro de acolhimento para refugiados, o Senhor Linh sobrevive apenas em função da neta, até ao momento em que conhece o Senhor Bark, um homem robusto e afável cuja mulher morreu recentemente. Um afecto espontâneo nasce entre estes dois solitários que falam línguas distintas mas que são capazes de se compreender entre silêncios e pequenos gestos. Ambos se encontram regularmente num banco com vista para o parque até ao dia em que os serviços sociais levam o Senhor Linh para um local que ele não está autorizado a abandonar. O Senhor Linh consegue, contudo, escapar com a neta e penetrar na cidade desconhecida, decidido a encontrar o seu único amigo. A sua coragem e determinação vão conduzi-lo a um desenlace inesperado e profundamente comovente.
Fábula sublime sobre o exílio e a solidão, A Neta do Senhor Linh é um hino a temas universais - a amizade, a solidariedade e a compaixão -, escrito com a elegância e a limpidez dos grandes clássicos da literatura.
Cris
Ainda bem que também leste esta preciosidade! É uma das pérolas mais importantes da minha estante, por tudo o que referiste e muito mais!
ResponderEliminarBeijinhos!
Quando o encontrar, compro-o! Este foi da biblio. Beijinho
EliminarDeste autor li apenas o Almas Cinzentas, livro que adorei. Vou ficar com esta referência
ResponderEliminarAnota tb O Relatório de Brodeck! Mto bom mesmo! Beijinho
EliminarGrande grande escritor, indispensável, e "O barulho das chaves"- outra preciosidade!
ResponderEliminarMais um para a lista... beijinhos
EliminarAinda não li nada deste autor, mas pela opinião deste livro e dos vossos comentários fiquei muito curiosa.
ResponderEliminarFoi o meu autor "revelação" deste ano!
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