Às tantas, nesta leitura, precisei de afirmar para mim mesma que se tratava de um livro apenas, precisava de esquecer que, embora ficção, este livro traz-nos uma das realidades mais duras que Espanha vivenciou: a Guerra Civil e, o quão mal ela trouxe aos homens e sobretudo às crianças.
Não li muitos livros sobre essa época e nem conhecia a existência das "Crianças de Morelia", um grupo de quase 500 meninos e meninas que foram levados para o México em plena Guerra Civil, de modo a que pudessem sobreviver a essa barbárie. Afastados dos pais, muitas das vezes sozinhos, sem irmãos e com idades compreendidas entre os 5 e 12 anos, aproximadamente, viram-se num país estranho que acabou por os receber pessimamente.
Marco, Isabel e Ana são irmãos. Não existiram de facto mas são representativos de algumas dessas crianças e do que elas passaram nesses anos de luta entre irmãos do mesmo país. Seguiu-se a II Guerra e os três irmãos continuaram a sonhar com a família unida que possuíam antes destas guerras de ódio!
A junção perfeita entre realidade e ficção fizeram desta leitura uma aprendizagem contínua e fascinante sobre uma época quase desconhecida para mim. Prova disso são as considerações históricas nas páginas finais deste livro efetuadas pelo autor e as fotografias elucidativas de alguns desses momentos.
Foi com um misto de prazer e dor que li esta obra. Recomendo vivamente a sua leitura!
Terminado em 7 de Dezembro de 2019
Estrelas: 6*
Sinopse
Um livro tremendamente humano e real que descreve as peripécias de um grupo de crianças num barco até à sua chegada ao México, acolhidas pelo governo de Cárdenas. As «Crianças de Morelia» eram um grupo de 456 menores de idade enviado de Espanha para o México em plena Guerra Civil.
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