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terça-feira, 3 de dezembro de 2019

"A Agenda Vermelha" de Sofia Lundberg

Quando várias amigas te dizem que um livro é bom, fica sempre um sabor amargo em mim até conseguir arranjar tempo para pegar nele. Quando finalmente o faço e a sensação é boa, durante e após o termino da leitura, então, fecho o livro e fico um tempo a apreciar a escrita, a história, os personagens, aquilo que aprendi. Foi o que sucedeu com esta Agenda Vermelha.

O livro é bonito. Graficamente. Tem um tamanho fantástico, nem grande nem pequeno, com os cantos arredondados. Discreto, remete-nos para um interior também ele de poucas loucuras, simples e com uma quietude que logo verifiquei ser falsa. Por dentro este livro é um turbilhão de assuntos pesados: o abandono, a guerra, a solidão, a velhice, a morte, os amores perdidos que a vida traz. E como é que se consegue falar nisso com suavidade, com doçura até? Porque podem crer que, embora os temas remetam para algo pesado, esta leitura vai-vos surpreender pelas palavras certeiras mas doces de uma anciã de 94 anos que soube aproveitar a vida com os (tantos!) revezes que ela lhe ofereceu.

Deixa um legado a uma sobrinha-neta feito de amor e sabedoria que é lindo de se ler. Adorei. Recomendo sem reservas. É romance sim mas porque não pensar que poderia ter acontecido?

Terminado em 19 de Novembro de 2019

Estrelas: 6*

Sinopse
Doris pode ter noventa e seis anos e morar sozinha em Estocolmo, mas tal não significa que não continue ligada ao mundo. Todas as semanas, aguarda ansiosamente o telefonema por Skype com Jenny, a sobrinha-neta americana que é, simultaneamente, a sua única parente. As conversas com a jovem mãe levam-na de volta à sua própria juventude e tornam mais suportável a iminência da morte, que Doris sente a rondá-la. De uma forma muitíssimo lúcida, escolhe, de entre as inúmeras memórias que uma vida longa carrega, as que estão relacionadas com aqueles que conheceu e amou e cujo nome inscreveu numa pequena agenda vermelha.

As histórias desse passado colorido - o amor platónico pelo pintor modernista Gösta Adrian-Nilsson; o trabalho como manequim de alta-costura em Paris, na década de 1930; a fuga clandestina num barco que é bombardeado pelos soldados alemães do III Reich, no auge da Segunda Guerra Mundial - recriam uma existência plena que, embora se aproxime do derradeiro final, não está isenta de surpresas: um lembrete agridoce de que, na vida, os finais felizes não são apenas ficção.

2 comentários: